Oito horas da manhã, o calor do sol já se faz sentir, na porta de armas dois camiões GMC, dois honimogues e outros tantos jeeps aqueciam motores. Há muito que o pelotões: Daimler, de sapadores, minas e armadilhas tinham saído para “picar” a estrada que liga Tite ao porto do rio Geba. Alguém dá ordem de marcha……”Hó Guerra a tua GMC vai na frente, os outros carros não saem do trilho”. Vamos embora!
Pelo caminho a beleza das bolanhas, e das névoas que as rasavam, as aves, sobretudo patos, aos milhares, levantam voo incomodados com o barulho à nossa passagem, aqui e ali nenúfares multicoloridas do tamanho das rodas de camião, os pássaros pequenos beijam-nas na procura de alimentos. Passamos Foia, aldeia também de pescadores. Já estamos perto.
Finalmente o rio Geba. Aqui a água é barrenta não tem ondas. Junto ao barco, não só tropas mas também naturais com algumas cestas de fruta na esperança de alguém de nós a comprar. As crianças brincam por perto na margem. Enquanto os carros são carregados por uns, nós aprestamo-nos……….em cumprir com o nosso objectivo…….dar uns bons mergulhos na “praia”.
Numa pequena e emprestada embarcação a remos, afastamo-nos para o meio do rio, à cautela são lançadas na água várias granadas de sopro, o objectivo, não vá o diabo tecê-las, é afastar eventuais “alfaiates” (crocodilos) que na zona abundam. Os saltos para a água, as “amonas” e as corridas são as brincadeiras que sucedem.
Saciados, preparámo-nos para o regresso. Hoje o rancho vai ser melhorado. O almoço e o jantar foram feitos pela equipa de natação. A ementa é arroz de marisco. Pois é! Quem nos emprestou o barco, em troca compramos uma “saca de batatas” cheia de ostras e alguns camarões. O arroz foi “cravado” ao branco Silva, o Contige, o padeiro, “deu” uns pães, a patuscada foi até às tantas, depois uns quantos foram levados às costas para os seus beliches de dormir.
Raul Pica Sinos
Nota: A foto foi cedida pelo camarada Justo
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