.


“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

-

"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

-

“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

-

Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
---

“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

---

Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
----------------------

"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


.

.
.

domingo, 30 de maio de 2021

A entrevista do Monteiro ao Correio da Manhã

 Saiu hoje na Revista "DOMINGO", do Correio da Manhã, a entrevista do nosso companheiro Domingos Monteiro. Segundo ele diz, a entrevista foi muito mais extensa, mas a Jornalista D. Manuela Guerreiro, teve que se cingir à disponibilidade de espaço que tinha na Revista para fazer o artigo. Foi pena, mas de qualquer maneira fica a nossa marca, para que não se esqueçam aqueles tempos dificeis. Obrigado Domingos Monteiro pela tua disponibilidade. Agradecemos também ao Correio da Manhã,  e à sua Jornalista D. Manuela Guerreiro, bem como aos foto-jornalistas que se deslocaram a casa do Monteiro para recolher o seu depoimento.

Bem hajam!

Leandro Guedes.




sábado, 29 de maio de 2021

Parabéns ao nosso Padeiro

 Muitos parabéns ao nosso Padeiro. Ainda hoje sinto o gosto daquele pão quentinho com manteiga, pela manhã cedo. Um abraço companheiro.






quinta-feira, 27 de maio de 2021

Revista DOMINGO, do Correio da Manhã - 30 de Maio de 2021.

 Caros amigos.

No próximo domingo dia 30 de Maio, o Correio da Manhã vai publicar um artigo sobre o BART 1914. O entrevistado foi o Domingos Monteiro, que conta com preceito a sua vida em Tite.

Obrigado caro Monteiro, ficamos a aguardar o teu depoimento.

Um forte abraço e mais uma vez Muito Obrigado.

Leandro Guedes.





sexta-feira, 21 de maio de 2021

sexta-feira, 14 de maio de 2021

O militar que queria ser Médico



"Joaquim de Jesus das Neves, nasceu em Pombal, filho de Joaquim das Neves e de Maria Augusta de Jesus. Nasce num lar com quatro filhos, onde reinava um ambiente feminino, mãe e as suas três irmãs, das quais recebia muitas afetividade e atenções, era o benjamim da família.

 Os progenitores eram proprietários de algumas propriedades agrícolas, produtores de vinho, azeite e rezinas. Além destas componentes económicas agrícolas familiares, tinham um comércio, onde além de escoar aqueles produtos, eram donos de um armazém de sal, produto recebido diretamente da Figueira da Foz. Naquela época dada as muitas matanças de porcos, o sal era um condimento com muita procura e consumo, atendendo à falta de rede de frios, não existiam arcas, nem frigoríficos.

 Em Pombal a casa comercial beneficiava da estratégia da localização, junto de várias repartições publicas, da simpatia e da confiança dos seus proprietários para com os seus utilizadores.

 Dada a mentalidade da época, as irmãs não seguiram os estudos secundários, ajudando os serviços domésticos e a gestão do comercio, transformando aqueles negócios numa pequena empresa familiar.

 Joaquim de Jesus das Neves, estuda em Pombal e faz o sétimo ano no Liceu D. João III em Coimbra, com a intenção de frequentar e matricular-se em Medicina, na Universidade da Lusa Atenas.

 No entanto, as influências e tradições familiares falam mais alto, principalmente do lado paterno, realçando-se o prestígio militar e castrense. Assim, foi para a Escola do Exército, frequentou o Curso Geral Preparatório com aproveitamento, transitou para o Curso de Infantaria. Em 1960 concluiu-o, após tirocínio na Escola Prática de Infantaria de Mafra, com a promoção a Alferes, seguiu para Lamego a frequentar um curso militar de Operações Especiais.

 Com este posto e especialidades militares e dados os acontecimentos de terrorismo, que se iniciaram em Angola, por imposição é mobilizado em 1961 – 1963, como subalterno na Companhia de Caçadores 78, (7ª CCE). No norte de Angola, durante mais de dois anos percorreu muitos itinerários militares de Luanda a Carmona, em linhas de combate de guerrilha de muitas centenas de quilómetros.

 Durante a comissão militar faleceu-lhe a mãe e não foi autorizado a deslocar-se à Metrópole a fim de assistir ao funeral e despedir-se daquela que lhe deu o ser.

 Regressado de Angola casa com a Maria Filomena Pina das Neves, filha do Professora Primário Pina, na Escola Primária de Valverde (Fundão). Deste matrimónio nasceram duas filhas e um filho, este tragicamente falecido num acidente de viação. A esposa veio ter graves problemas de saúde, que se foram acentuando, que nem as idas ao estrangeiro conseguiram debilitar.

 Segue-se a segunda comissão militar para a Guiné, 1964 -1966, no posto capitão, comandante da Companhia Caçadores, 461 e 2ª Rep/QG



 Volta à Guiné com a terceira comissão da guerra ultramarina nos anos 1968-1969, capitão comandante da Companhia de Caçadores 2314, com o lema: “AGE QUOD AGIS”, (Faz bem aquilo que fazes), atuando em diversos teatros de operações militares guineenses, Tite, Foia, Fulacunda, Bissassema, Jufa, Chumael, Bedanda, Nova Sintra,(aqui além da sofrida fome, tiveram um morto e vários feridos, onde se incluiu o Capitão Joaquim de Jesus Neves, atingido por vários estilhaços de uma granada do IN, que nunca os médicos conseguiram subtrair. Na evacuação para o Hospital Militar, teve o cuidado de ser o último, por respeito aos restantes feridos. Gesto de um grande homem e comandante.

 Faleceu-lhe o Pai e não teve autorização para assistir ao funeral realizado na Metrópole em Pombal.

 Nas “Memórias “da Companhia da autoria de Joaquim Caldeira e Cor. Pais Trabulo, na página “O Comandante”, “se já era muito querido, passou a ser um dos nossos. Ou nós um deles. Temos a sua presença como a de um pai. Durante aqueles dias duros nunca se refugiou no acampamento para se esquivar às saídas para o mato e sempre nos incitou a ser bons combatentes, mas salvaguardando sempre a nossa integridade. Um Comandante que não precisava de impor-se…”

 Na consoada de 1968, o bom capitão tudo fez para que a consoada fosse mais parecida com a tradicional. Até conseguiu arranjar batatas, bacalhau, couves, nozes, castanhas, vinho. Após a ceia, seria projetada num lençol preso a uma das paredes de uma caserna descativada, uma película cinematográfica, cujo tema estava mesmo a conduzir: O Homem das Pistolas de Ouro.”

 Através das comunicações militares tem a boa notícia do nascimento da sua segunda filha, cujo acontecimento foi festejado por todos os militares.

 A última e quarta comissão é repetir a primeira, Angola, de 1972-1975, como capitão e mais tarde major, oficial do OI do Batalhão Caçadores 3870 e 3ª Rep/ZMN.

 Em 1976-1977 frequenta o CGCEM (Curso Geral Chefe Estado Maior), em Pedrouços.

 Em 1986 foi promovido a Coronel e é nomeado Segundo Comandante do Regimento de Infantaria de Castelo Branco, e entre 1987-1991, Comandante e entre 1991-1992, Chefe do Distrito de Reserva e Mobilização de Castelo Branco.

 Condecorações Militares tem averbadas Medalha de Mérito Militar de 1ª.2ª e 3ª Classes, Comportamento Exemplar de Ouro e Prata; D. Afonso Henriques, Patrono do Exército, 2ª Classe; Comemorativas de Angola e Guiné, com as respetivas legendas; doze louvores, oito de General, dos quais quatro são do General Chefe do Estado Maior do Exército.

 Em dezembro de 1991, tem a reforma antecipada, pela Lei nº15/92 e como civil, durante os anos de 1993 a 2002 foi representante da Prevenção Rodoviária Portuguesa, na Comissão Distrital da Segurança Rodoviária de Castelo Branco.

 Perdeu-se talvez um grande e competente médico humanista, mas a sociedade portuguesa ganhou um grande militar, bom, simples, honesto, humano, solidário, que prestou muitos serviços à Pátria, nunca esquecendo os seus comandados e subalternos.

 Este texto é uma homenagem póstuma a um amigo, que no dia 28 de agosto, em Castelo Branco, partiu para a perpetua comissão.

Fernando de Almeida"

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Adelino Ramiro Dias Neto - faleceu a 13 de Maio de 1968

 "NOVA SINTRA – O PÃO QUE O DIABO AMASSOU

O saudoso Ramiro Neto, destacado na cozinha do nosso Batalhão, dias antes da partida, disse: - …Meu Capitão Paraiso Pinto, eu tenho muito medo, não me deixe ir para N.Sintra, tenho um mau pressentimento… -

…Não sei? Vou falar com o Comandante, logo te digo…respondeu-lhe o Capitão. –

…Então meu Capitão já tem resposta para mim? –

…Tenho! O Comandante não abre excepções. Vão todos. Ninguém fica para trás…olha que insisti bastante…não consegui demovê-lo!

Aquando da flagelação IN, 7 dias depois de estacionadas as NT em Nova Sintra, o nosso bravo camarada morreu. Morte originada pelo estilhaço do rebentamento de uma granada de morteiro. Pensava ele estar protegido pela tampa da chapa de bidão, que colocou na vala-abrigo construída. O fragmento entrou pelo único buraco que deixou aberto. Foi a 13 de Maio de 1968.

Quem esteve por lá sabe que, na zona operacional do comando do Bart 1914, a tabanca de Tite, que ladeava a sul e a norte o aquartelamento das NT, era (a seguir a Bissássema com dimensão para além do triplo), o maior agregado populacional desta área, seguindo-se os das regiões de Jabadá e Fulacunda.

Também é do conhecimento que esta dispersão populacional, contornada por rios, bolanhas e matas, rica no cultivo orizícola, em pecuária (bovino) e na suinicultura (suínos), possibilitava, ao IN, grande mobilidade no desencadear acções de guerrilha, para flagelação aos nossos aquartelamentos, para controlo demográfico e político-administrativo das populações. Consequentemente, ainda permitia sacar, das populações, farto abastecimento em géneros e roupas (panos), e elevado recrutamento de carregadores. Com vistas a desencadear as já citadas flagelações, com armas pesadas, às nossas posições aquarteladas na região, nomeadamente em Tite, Enxudé, posto avançado e porto fluvial de Tite, Jabadá, Fulacunda, Empada e ainda em S. João, destacamento avançado de Bolama. Assim como na montagem de emboscadas, colocação de minas e armadilhas com vistas a barrar ou mesmo anular o avanço no território das NT. Toda esta magnificência operacional do IN, obrigava, no ponto de vista militar, a implementar um vasto e variado conjunto de operações, que foram em número de 117, até à ocupação do terreno de N. Sintra, visando desobstruir estradas e caminhos há muito emaranhados por denso matagal, possibilitando fácil acesso das NT ao patrulhamento, batidas, emboscadas e outras acções de confronto, com vistas ao enfraquecimento e despejo do IN da região.

Desobstruídas as estradas de terra batida, reparados, reconstruídos ou mesmo construídos os pontões, permitiu utilizar outros meios, até aí impossibilitados, nomeadamente os carros de combate – Daimlers – (jeeps blindados) e de transportes das tropas em viaturas ligeiras e pesadas, concludentemente a uma mais rápida ligação aos aquartelamentos implantados na região, proporcionando eficazes controlos territoriais e populacionais, fixar tropas e materiais de engenharia no terreno, nomeadamente em Nova Sintra, visando a construção de um novo quartel.

 

Dos nossos opositores, todas estas acções não podiam ficar sem resposta. Detentores do território, organizados, bem armados e municiados, procuravam, energicamente, impedir a progressão das NT, montando, por efeito de nomadização, várias emboscadas, colocando dezenas de minas no terreno e granadas accionadas por fio de tropeçar. Destruíram, por várias vezes, os pontões já implantados, colocavam abatizes armadilhados, obstáculos constituídos por grossos ramos de árvores, fortemente ligados ao solo com as extremidades aguçadas, tudo obviamente com vistas ao impedimento da progressão das NT.

Cumulativamente desencadearam, aos diversos aquartelamentos e posições agrupadas nas regiões afectas (exemplo Bissássema), 47 flagelações, com destaque para Fulacunda e Tite, causando às NT, até ao final de Março de 1968, 8 mortos (2 por afogamento) cerca de meia centena de feridos, alguns de muita gravidade e com necessidade de serem evacuados para o continente, e ainda 3 capturados.

Sabemos que as moedas têm duas faces, as guerras também. Até ao começo da implementação do quartel em Nova Sintra, – Maio de 1968 – nas operações, de diverso tipo, desencadeadas pelas companhias aquarteladas em Tite, Jabada, Fulacunda, Empada, pelo destacamento de S.João e por Companhias de Pára-quedistas (2 vezes), estima-se que foram mortos 128 guerrilheiros, feridos, mais do dobro, presos ou capturados 117, dos quais foram soltos por falta de interesse estratégico/militar 112. Destruído 3 de acampamentos militares, 12 canoas e capturadas várias toneladas de material de guerra, pesado e ligeiro, onde se inclui 1 canhão s/recuo.



Nestas fotos estão a imagem do Neto, no cemitério e a outra é da placa de Homenagem que já está pronta mas que por causa do covid ainda não foi possível colocar na campa. 

Após 50 anos o Hipólito conseguiu encontrar a campa do nosso amigo no cemitério de Penamacor, concelho de Paços de Ferreira, tendo falado com a familia e conseguido autorização para a colocação da placa. Obrigado ao Pica Sinos e ao Hipólito. 

Leandro Guedes.


quarta-feira, 12 de maio de 2021

O BELO E O BONITO

 Hoje, a todos, em jeito de soneto - ideado já a 3 de Janeiro -, aqui vos deixo a diferença que me vai na alma, o sentir-aquilatar de algo que afirmo ou aprecio como Belo e, de idêntico pé, o que apenas digo ser bonito! Não sei se me acompanhais, mas é o meu modo de 'olhar' para o que me rodeia.

Fraterno, muito amigo abraço.

(LMD, 11.05.21)

-

Parti, então, à leitura breve:

---

O BELO E O BONITO

Diz-se das coisas, todas, e das pessoas

Que belas são, olhando-as como tais

Enquanto entes-corpos, bens materiais,

Por máximo prazer, ou agrado, se boas.

-

Do bonito, com ‘’b’’ pequeno a toar,

Algo se diz de bem menor, a amar

Se, às vezes, melhor se não topar

Nem domínio da arte nele se achar.

-

Breve, então, expressa fica a dicotomia

Em qualquer soído, conexa algaravia,

Ou alto linguajar erudito, persistente.

-

Noção do Belo retemos aumentativo,

Diverso é o senso do bonito: diminutivo.

Vale um mais; outro, apreço tem cadente.

-

LMD, 03.01.21.

sábado, 8 de maio de 2021

Nova Sintra - uma permanência feita de sofrimento, sangue, suor e lágrimas

 CCaç 2314 - Age Quod Agis

21 h  ·

NOVA SINTRA – GUINÉ

Faz hoje 53 anos que foi o início do aquartelamento de Nova Sintra, na Península de Gantangó, Guiné Portuguesa.

Na madrugada de 6 de Maio de 1968, a CCAÇ 2314 e a CART 1802 saiam de Tite e São João, respetivamente, com destino à região de Nova Sintra, para a construção de um aquartelamento.

A CCAÇ 2314 atinge o objetivo, pelas 9 horas e 30 minutos e a CART 1802, pelas 15 horas, com uma coluna de 17 viaturas carregadas de material diverso necessário à sua construção, que ocorreu até 31 de maio.

Esta acção tinha tido inicio com trabalhos de abertura e desmatação da estrada que ligava Tite a Nova Sintra, entre 17 de março e 4 de Maio de 1968 e as operações de reconhecimento em 19, 23 e 30/31 de março.

A CCAÇ 2314, a 31 maio 1968, regressa a Tite, fazendo-se acompanhar de 5 viaturas GMC, tendo atingido Tite pelas 9 horas, sem qualquer contato com o IN e a Cart 1802 permaneceu em Nova Sintra.

Esta permanência em Nova Sintra foi bastante penosa quer para a CCac 2314 bem como para a CArt 1802, onde sofreram ataques ao aquartelamento em 10MAI, com um morto soldado nativo e 10 feridos, a 12, 14 e 19 de Maio, sem consequências, e finalmente no dia 26 de Maio com um ferido.

Outras companhias se seguiram no melhoramento das condições e defesa destas instalações.

Assim, verificamos que no historial de Nova Sintra, consta:

- O aquartelamento foi construído pela CCAC 2314 e pela Cart 1802 entre 6 e 31 de Maio de 1968;

- A Cart 1802, ‘Os Pioneiros de Nova Sintra' permaneceram depois até Outubro de 1968;

- A CArt 1743, esteve entre outubro de 1968 e Março de 1969;

- A CCav 2483, os ‘Cavaleiros de Nova Sintra', esteve entre Março de 1969 e Setembro de 1970;

- A CCav 276, 'Pica na Burra', esteve entre Setembro de 1970 e 8 de Dezembro de 1970;

- A CArt 2771, os ‘Duros de Nova Sintra', entre 8 de Dezembro de 1970 e 16 de Setembro de 1972;

- Finalmente, a 2ª CART do  BART 6520, permaneceu em Nova Sintra entre 16 de Setembro de 1972 e 17 de Julho de 1974, data em que entregou o aquartelamento ao PAIGC.

Desse dia, diz-nos Carlos Barros: 

“Quando os guerrilheiros do PAIGC estavam perto do arame farpado, portões das bananeiras, criou-se suspense de quem os iria receber. Os furriéis Barros e Ferreira, desarmados e em calções, assumiram corajosamente esse papel, e foram para junto do portão de acesso ao destacamento, onde os guerrilheiros/as e a população afeta ao PAIGC entraram, conviveram connosco, tiramos fotografias, jantaram, dormiram e afinal cheguei a uma conclusão: - Eles e nós estávamos fartos da guerra e desejávamos a paz e, acima de tudo, a libertação da Guiné”.

Diz-nos, também, que ajudou a oferecer livros e outras lembranças, tendo sido para ele ‘um momento marcante da história da Guerra Colonial, em Nova Sintra’.

Ajudou a arrear a bandeira portuguesa, mas o PAIGC não hasteou a sua porque não tinha bandeira.

Ficou com uma recordação dessa bandeira portuguesa da qual guardou dois pedaços como lembrança da História Real ou Virtual da Guerra. Bandeira que já estava em muito mau estado, diz ...

Uma das fotografias, publicada por José Pires, é um documento histórico da entrega formal do quartel de Nova Sintra (BART 6520 de Tite) ao PAIGC, em 17 de Julho de 1974, onde vemos o Alf. José Pires, o Ten. Cor. Almeida Mira e o Cap. de Nova Sintra, pela parte portuguesa.

O Furriel Miliciano Carlos Barros, da 2ª. CART do  BART 6520, relata-nos assim como foram os últimos dias da presença portuguesa em Nova Sintra, na Província  Ultramarina da Guiné, situada na região de Gantangó, Quinara.

Este relato é ‘o princípio e o fim” de uma permanência feita de sacrifícios, sangue, suor e lágrimas e até da própria morte, quer do lado das Forcas Armadas Portuguesas, quer do PAIGC.

Nova Sintra estava situada na parte sul do Setor de Tite, na Península de Gantangó,  Quinara. Era uma região abundante em cajueiros e mangueiros, onde se fazia o cruzamento da estrada internacional que tinha início  no Enxudé, porto no rio Geba, e ligava Tite a Bolama por São João e Fulacunda até Buba e Catió.

Presentemente, segundo informações, o local encontra-se completamente abandonado e as instalações desaproveitadas cobertas pelo mato.

Gouveia, 6 de Maio de 2021.

Cor. JMPTrabulo





sexta-feira, 7 de maio de 2021

Nova Sintra - As Memórias

 CCaç 2314 - Age Quod Agis

Ontem às 11:51  ·

NOVA SINTRA – GUINÉ

Foi na madrugada de 6 de Maio de 1968 que a CCAÇ 2314 partia do aquartelamento de Tite rumo à região de Nova Sintra, em Gantangó, onde chegou pelas 9 horas e 30 minutos para ali construir um novo aquartelamento em conjunto com a CART 1802 que também tinha saído do aquartelamento de São João, tendo chegado, cerca das 15 horas, acompanhada de 17 viaturas carregadas de material diverso para a construção do Quartel.

Aberto o itinerário de Tite para Nova Sintra entre 17 de março e 4 de Maio de 1968 e terminados os trabalhos de abertura e desmatação e as operações de reconhecimento em 19, 23 e 30/31 de março, ali permaneceu onde nomadizou, com a finalidade de construir uma proteção afastada aos trabalhos do novo aquartelamento e coadjuvar a CArt 1802 na construção e na defesa do novo aquartelamento onde aquela companhia ficaria instalada.

A CCAÇ 2314 esteve em Nova Sintra entre 06 maio a 31 maio 1968, data em que regressou a Tite, fazendo-se acompanhar de 5 viaturas GMC, tendo atingido Tite pelas 9 horas, sem qualquer contato com o IN.

A Cart 1802 permaneceu em Nova Sintra.

Esta permanência em Nova Sintra foi bastante penosa, quer para a CCac 2314 bem como para a CArt 1802, onde sofreram ataques ao aquartelamento em 10MAI, com um morto soldado nativo e 10 feridos, a 12, 14 e 19 de Maio, sem consequências, e finalmente no dia 26 de Maio com um ferido.

Por ali, outras companhias permaneceram para a 2ª. CART do  BART 6520, fazer a passagem do destacamento de Nova Sintra de Portugal para o PAIGC, no dia 17 de julho de 1974.

6 de Maio de 2021.

Cor. Pais Trabulo




terça-feira, 4 de maio de 2021

O casamento de D. Emilia e Pica Sinos - há 50 anos.

 


Na igreja da aldeia do Pombalinho em pleno coração do Ribatejo, Aos quatro dias do mês de Maio de 1969, faz 52 anos, que se celebrou o casamento entre o Raul Pica Sinos e a Maria Emília

São 52 anos de amor e de felicidade, Com altos e baixos é certo mas sempre com entendimento mútuo, estima e respeito.

Deste amor nasceram duas filhas que adoram. A Sofia e a Catarina, que os brindaram com três filhotes.

Hoje com 75 anos de idade esperam viver com felicidade e saúde até que a morte os separe.

Carlos Bernardes, por José Luis Patrício


 Carlos Bernardes, (11-03-1968 – 03-05-2021)

Fiquei triste, quando soube do falecimento de Carlos Bernardes.

Um dia, em uma ou duas linhas referi-me negativamente à sua tese de doutoramento, que me pareceu não ser adequada à obtenção de tal grau… Acrescentei a pergunta, mais ou menos nestes termos: «Mas que necessidade terá um bom presidente de Câmara de ter um doutoramento?» Foi com mágoa que o fiz, já então tinha boa impressão dele e continuei a ter, depois.

Senti tensão, para dizer o mínimo, perante a tragédia que envolveu o seu desaparecimento, que toca a todos, como membros da mesma comunidade. O texto que transcrevo do «momento de reflexão» de Carlos Bernardes, em aparente postura de luto premonitório (ver vídeo divulgado por TORRES VEDRAS ANTIGA), é impressionante.

As palavras que seguem são reproduzidas na sua oralidade, o que deve perdoar algum aparente erro. Merecem ficar na memória dos torrienses.

Tínhamos Homem…

++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

(Transcrição do vídeo publicado em 4 de Maio de 2021)

Sempre quero partilhar convosco uma pequena reflexão que…, daquele homem que está à vossa frente, que tem cinquenta e dois anos, se deus quiser dia onze de Fevereiro faço cinquenta e três…, nasci na maternidade Alfredo da Costa, vivi até aos oito anos em Caneças, os meus pais nasceram no casal das Naculas e no casal Cochim na freguesia da Silveira, são pessoas honradas… e a honra das pessoas… não podem ser… desta forma. E com oito anos viemos, vivíamos em Caneças e viemos viver para o Turcifal, onde vivemos até aos dias de hoje. Foi aí que fez até à minha primeira quarta classe e depois fiz os meus estudos até ao ensino secundário, onde terminei a minha actividade enquanto aluno. O meu pai teve uma doença grave em 1987 e vi-me obrigado a ir trabalhar. E esta pessoa que está na vossa presença, com dezanove anos, era responsável por um conjunto de actividades profissionais que hoje tenho muito orgulho de as ter exercido. Por um lado, especializei-me enquanto medidor orçamentista, e foi aí que comecei a minha carreira na Câmara Municipal de Torres Vedras, com dezanove anos…, mas também com dezanove anos tive que ir à procura de ganhar mais dinheiro, para sobreviver e ajudar a minha família e com essa tenra idade já coordenava transporte internacional entre Lisboa, Málaga, Torremolinos, onde fui responsável por essa linha durante sete anos no grupo Euro Lines, onde a empresa Intercentro era uma das associadas para o qual estava o meu serviço. Nessa minha vida, tive oportunidade, ainda, de, face aos escassos recursos, ser desenhador na área da electricidade no gabinete do arquitecto Joaquim Esteves, da nossa cidade, onde aí após o serviço laboral de sair às cinco da tarde até à meia-noite, uma, duas da manhã, produzia desenho técnico de electricidade até aos meus vinte e cinco anos. O período em que trabalhei no grupo Euro Lines, onde, para além de ser responsável pela linha Lisboa-Torremolinos, transportei milhares e milhares de pessoas, comuniquei com muita gente, muitos contactos, e comecei a realizar, enquanto homem. E nessa dimensão, tive oportunidade de no período da minha vida dos dezanove aos vinte e cinco, entre o mês de Maio e o mês de Outubro, trabalhar ininterruptamente todos os dias da semana, os sete dias da semana, entre as oito da manhã, sensivelmente, e a meia-noite. E, portanto, aquilo que é trabalho, aquilo que é dedicação, aquilo que é abnegação o Carlos Bernardes tem feito isso ao longo da sua vida. E ao longo da sua vida teve oportunidade de contrair matrimónio e ter um filho, quando tinha vinte e cinco anos. Portanto, desse ponto de vista, é assim que a vida vai evoluindo e podermos fazer aquilo que gostamos. E nesse mesmo percurso tive oportunidade de ser dirigente desportivo, tive oportunidade de ser autarca de freguesia, autarca dum concelho vizinho, autarca em Torres Vedras e, com quarenta anos, decidi voltar a estudar. Dos quarenta aos quarenta e sete fiz a minha licenciatura, fiz o meu doutoramento e sempre depois da hora do serviço, nunca colocando o serviço em causa, nunca deixando nada para trás. E, digamos, o percurso de vida continuou e foi com muito gosto que nesta mesma sala no dia 1 de Dezembro de 2015 que assumi a presidência da Câmara Municipal de Torres Vedras. Em 2017, fui com a minha equipa eleito presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras. É para mim um enorme orgulho, uma grande abnegação poder enquanto cidadão ter uma missão pública, de prestar aquilo que nós, do ponto de vista do ser humano podemos fazer, dar algo ao próximo. E é nessa dimensão que efectivamente hoje aqui estou a partilhar convosco este momento de reflexão…

Dr Carlos Miguel fala sobre Dr Carlos Bernardes

 "O Carlos Bernardes  faleceu...

Foi ontem, segunda feira, quando regressava de Belmonte que o telemóvel tocou e o Comandante Barão, com dificuldade, deu a triste noticia.

São longos segundos vazios, preenchidos de imagens e uma dor de alma imensa.

Entrei para o executivo da Câmara em 2002, como número dois do Jacinto Leandro e, nessa altura, desafiamos o Carlos Bernardes,  então Vereador no Sobral,  a integrar a equipe e a assumir o pelouro das obras municipais.

Em 2004, depois da inauguração do Parque Verde da Várzea o Jacinto Leandro renúncia ao mandato, eu assumi a presidência e o Carlos Bernardes foi por mim nomeado Vice Presidente, cargo que manteve até 2015, altura em que passa a Presidente, com a minha ida para o Governo.

Foram treze anos de muito trabalho, muita lealdade, muita cumplicidade, muita camaradagem, muita realização.

O Carlos Bernardes foi o melhor Vice que um Presidente pode ter e eu tive essa felicidade.

Fazedor incansável,  sempre pronto e disponível, competente, hábil a lidar com situações inesperadas e com uma paixão enorme pela nossa terra. Era um elemento determinante na equipe.

Se eu e a minha equipe fomos felizes no exercício dos nossos mandatos, muito devemos ao Carlos Bernardes.

Assumiu a presidência da Câmara em 2015, fez naturais ajustamentos na equipa que lhe era mais próxima e continuou a fazer aquilo que sabia fazer: trabalhar por Torres Vedras.

Aliás, o seu lema era: trabalhar, trabalhar, trabalhar.

E esse trabalho vê-se na cidade, vê-se no concelho e é reconhecido.


Recentemente tivemos alguns desencontros políticos pela forma e pelo tempo, como a lista do PS à Câmara foi elaborada e apresentada.

Porém, este desencontro não esvazia nem ofusca os muitíssimos encontros que tivemos ao longo da nossa vida autárquica.

Torres Vedras e os Torrienses perdem o homem e o autarca que melhor conhecia o Município.

Todos estamos desolados e ocos, embora cheios de boas lembranças.

À Angélica e ao Rafael, aos pais do Carlos Bernardes,  um abraço fraterno,  solidário, amigo...

Ao Carlos Bernardes,  obrigado por tudo e até um dia destes...

Carlos Miguel"

Carlos Bernardes - cerimónias fúnebres

 O corpo do presidente Carlos Bernardes chegará esta quarta-feira, dia 5 de maio, à Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Torres Vedras. O velório público decorrerá das 18h00 às 22h00 de quarta-feira e das 9h00 às 10h30 de quinta-feira na nave principal da igreja.

 Na quinta-feira, dia 6 de maio, terá lugar às 10h30 a missa de corpo presente, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, seguida de cortejo até ao edifício da Câmara Municipal de



Torres Vedras, onde será prestada homenagem. A cerimónia será transmitida online em direto no site e redes sociais da autarquia.

 O corpo de Carlos Bernardes seguirá então para a Igreja de Santa Maria Madalena, no Turcifal, onde terá início o cortejo para o cemitério da vila, espaço que estará reservado à família do autarca.

in boletim da CMTVedras

Carlos Bernardes, o Homem

 Carlos Bernardes, o Homem!

Torres Vedras entardeceu, em choque, na tarde desta 2ª feira.

O Presidente da Câmara tinha falecido, em circunstâncias ainda não devidamente esclarecidas, embora tudo aponte para suicídio.

Antes de ser presidente, conheci Carlos Bernardes noutras ocasiões.

Em três delas, por volta de 1990, realizámos juntos três visitas de estudo com alunos de Torres Vedras, uma a Sevilha, outra a Ceuta e outra à Mealhada, Almeida e Salamanca, eu como professor acompanhante de turmas e alunos, no primeiro caso, e como júri de um concurso sobre as invasões francesas nos dois outros, ele como responsável da Câmara.

Carlos Bernardes foi sempre um simpático, alegre e bom companheiro, e , desde então, sempre nos


fomos encontrando por aí, com respeito e amizade.

Mais tarde, já com ele como vereador, tive a honra de ser seu professor numa disciplina de História da Arte da licenciatura de Turismo, revelando-se aluno inteligente, atento, curioso e empenhado, homem alegre e simples, mas já então um pouco tímido, tratando-me sempre, a partir daí, de forma carinhosa, com um “como vai professor?”.

Não partilhando as mesmas posições política, embora não tão distantes como isso, tal nunca impediu uma relação de respeito mútuo.

Cometeu alguns erros, como o de se deixar deslumbrar pelo título de “Doutor”, mais por ingenuidade e para se afirmar no meio de “tubarões da política”, do que pela necessidade real de provar o quer que fosse.

De facto, ele não precisava do “título” para chegar onde chegou. Bastava o seu entusiasmo, entrega e empenho em tudo o que fazia na Câmara, em prol daquilo que ele acreditava que era o melhor para os torrienses.

Foi um empenhado militante em defesa das questões ambientais, muito antes de estas se tornarem a “moda” nos nossos dias.

Apesar dos erros,  deu sempre provas de uma grande entrega à comunidade, como se revelou neste últimos meses pelo modo como dirigiu o combate local à epidemia, o que lhe custou ter sido  ele próprio contaminado e  sofrer um grave acidente de automóvel, devido ao desgaste do stress causado pela grave situação sanitária em que vivemos.

Por trágica ironia,  quis o destino  que um dos seus últimos actos públicos tenha sido a inauguração do popularmente designado “Museu do Carnaval”, uma causa que o motivava e onde colocou todo o seu empenho e entusiasmo. Mesmo assim não escapou à polémica.

Ultimamente, vivia uma situação de grande desgaste político, devido a cisões no seio da sua família política e a um confronto directo e violento com elementos da sua vereação.

Teve razão em afastar uma vereadora, por suspeitas, não esclarecidas e provavelmente infundadas, de corrupção, quando devia ter sido a própria vereadora a colocar o seu lugar à disposição, até ao devido esclarecimento dos factos , mas falhou ao não permitir, ou outro por si, o devido esclarecimento público da situação.

A tudo isso temos de juntar o efeito nefasto das redes sociais, onde, em vez de se discutirem ideias e projectos e se recorrer à crítica fundada, Carlos Bernardes, homem sensivel, era vítima constante de autêntico “bulling”, com ataques e insultos boçais e tentativas de humilhação pessoal.

Estes eram alguns dos momentos tensos que se viviam em Torres Vedras, que podem ter contribuído para uma situação de excessivo strees, que conduziu a tão trágico desfecho.

Como cidadão, espero que os motivos próximos desta tragédia sejam devidamente esclarecidos.

Como amigo, ficarão sempre na memória os momentos de leal e são convívio vividos no passado.

Que tenha encontrado a paz que procurava.

Os sentidos pêsames à família.

Venerando Aspra de Matos

do blog Pedras Rolantes”

Faleceu o Presidente da Camara Municipal de Torres Vedras, Dr Carlos Bernardes

 Autitv

É com grande pesar que assistimos à partida abrupta de quem tanto sonhou e trabalhou para elevar a nossa cidade e concelho.

AUTITV solidária na dor, manifesta à família enlutada, sentidas condolências por tão grande perda.

Obrigado Exmo Senhor Presidente Carlos Manuel Bernardes pela consideração e amizade que sempre manifestou pela AUTITV.

O seu nome não será esquecido!

Descanse em Paz.

------------------------
Embora este blog seja público, mas dedicado a um grupo militar que esteve na guerra colonial, na Guiné, não podemos deixar de referir este triste acontecimento com o nosso Presidente da Camara Municipal de Torres Vedras, Dr. Carlos Bernardes,
Eterno descanso !


Tite é uma memória em ruínas que se vai extinguindo ...

Partilhado do Facebook da CCaç 2314 - Age Quod Agis, a quem agradecemos

Tristezas de Tite que o tempo nos trás e os naturais não souberam aproveitar... como nos documentam as fotos de Francisco Silva e o comentário de Floriano Rodrigues, do BART 6520/72:

Quando "Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para "outra comissão" e quando isso nos acontecer a todos seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história..."

Monumento na Parada interior atualmente

O mesmo Monumento, na Parada interior em 1968 (Carlos Martins)


rua de Tite

interior do Quartel

interior do Quartel

interior do Quartel

Depósito da água que incluía bomba elétrica elevatória

interior do Quartel

interior do Quartel

interior do Quartel 

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Bissássema e o Doutor Camais Blinque Nafanda

Do blog da CCaç 2314 - Age Quod Agis, partilhamos a seguinte noticia e a quem agradecemos:.

 O DESTINO…

de CAMAIS BLINQUE NAFANDA

Como tem sido referido, na madrugada de 3 de fevereiro de 1968, o PAIGC obrigou uma força do Exército Português a abandonar a tabanca de Bissássema que ocupava, há três dias.

Há anos soube através do ex-furriel Fernando Almeida que conhecia e era amigo de um guineense que terá nascido nessa data. Que era médico e vivia em Londres.

Vim a saber pelo próprio o sucedido e que se trata de Camais Blinque Nafanda, atualmente, médico cirurgião ortopédico e traumatologista.

Referiu que sua mãe, grávida, teve que fugir aquando do ataque a Bissássema. Andou cerca de 10 kms a pé e foi até Foía onde deu à luz uma criança de sexo masculino na madrugada de 4 de Fevereiro de 1968, ao qual deu o nome de Camais Blinque Nafanda.

Nafanda trabalhou no hospital Pedro Hispano, de 21 de outubro de 1999 a 2 de Fevereiro de 2009, e no hospital São Pedro, em Matosinhos, de 23 de Outubro de 2001 a 2 de Fevereiro de 2009 e no hospital Santa Maria Maior, em Barcelos,  de 1 de Dezembro de 2009 a Dezembro de 2013.

As consequências de uma guerra e a sua força de vontade modificaram uma vida…

Sobre a Guiné-Bissau, diz-nos:

"Na minha opinião conseguir um sistema político que possa adequar as nossas realidades socio-políticas, podia ser uma alternativa válida a este ciclo vicioso da crónica Instabilidade que o país está mergulhado há mais de duas décadas e sem fim à vista.”

10 de Março de 2021.

JT

Doutor Nafanda


talvez a sua Mãe



Bissássema

ainda menino

Doutor Nafanda

----------------

Esta é a história dum menino de Tite, que ao que percebo chegou até nós através do nosso amigo Fernando Almeida da CCAÇ 2314 e cujo sucesso se deve à persistência e consciência de sua Mãe. Faz-me lembrar o nosso saudoso amigo Embaixador Malan Djassi, cuja história é muito semelhante - também ele ficou a dever o seu sucesso à consciência e empenho de sua Mãe. Grandes Mães, grandes Senhoras. E todos nós sabemos como era dificil naquele ambiente de guerra, alguém ter objetivos de futuro e ter consciência suficiente para retirar os filhos daquele meio e encaminhá-los para estudar, para a vida. Bem hajam !

Outras histórias haverá de outros meninos de Tite. 


Capitão Paraíso Pinto agradece

O nosso capitão Paraíso Pinto, encarrega-me de agradecer a todos os amigos que se lembraram dele no dia do seu 87º aniversário, através de mensagens do telemóvel, de "gostos" no facebook e também àqueles que lhe telefonaram. Para todos manda um abraço com votos sinceros de boa saúde.



domingo, 2 de maio de 2021

O nosso capitão Paraíso Pinto faz hoje 87 anos.

 O nosso capitão Paraíso Pinto faz hoje 87 anos. Bonita idade.

Para o nosso capitão um grande abraço de parabéns e que continue com saúde são os nossos mais sinceros votos.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.





Parabéns Joaquim Caldeira

 Parabéns Caldeira, que contes muitos mais anos, com saúde são os nossos votos.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.