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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Faleceu José Batista da Mota

?

 É com pesar que vos informo que O Mota faleceu.

Falei há pouco com o seu filho José, que me contou que o seu Pai, 

se sentiu mal um mês antes da Páscoa, foi hospitalizado e faleceu 

no Domingo de Páscoa.

O Mota pertencia à equipa dos condutores-auto.

As nossas sentidas condolencias à familia.

Que descanse em Paz!



Pelotão Daimler 2044 - 1º. cabo Cardadeiro

 Bom dia amigos

Falei hoje com o Cardadeiro, que era 1º. Cabo do Pelotão Daimler 2044 e que fazia parte daquela lista que me enviaste há tempos. Mora em Olho Marinho, concelho de Óbidos e o telefone é 915 685 879. O Cardadeiro trabalhava na Messe de Oficiais.

Estivemos a falar sobre várias coisas.

Disse-me que faleceram dois em combate, já depois de virmos embora: Manuel Bernardo Sequeira e José Jacinto Costa Dias, vitimas duma mina anti-carro que partiu a Daimler em duas. Entretanto depois do regresso já faleceu o Joaquim Matos Bernardino. Ficou muito admirado por o alf. Vaz Pinto já ter falecido em 2006. Não sabia.

Diz que tem um pequeno livro que foi feito, talvez pelo alf. Vaz Pinto e que me vai enviar para acerto de datas.

Posteriormente vamos dar uma ajuda para elaborarem o Livro de Memórias deles.

Disse ainda que está muito interessado em participar em almoços do BART.

Manda um abraço para todos os companheiros de Tite.

Obrigado pela tua ajuda, Hipólito

Abraço.


quarta-feira, 28 de abril de 2021

Cartão do antigo Combatente


 O ministro da Defesa Nacional anunciou este domingo que o Governo está a trabalhar junto de outros ministérios e das autarquias para assegurar em pleno o estatuto do antigo combatente e adiantou que em breve os titulares recebem o cartão.

 "Está, atualmente, em fase de produção o cartão do combatente. A senhora secretária de Estado visitou a Casa da Moeda para se inteirar sobre o progresso nesta matéria. Com este cartão que em breve chegará às mãos dos antigos combatentes, haverá maior facilidade no reconhecimento automático do conjunto de direitos consagrados para os antigos combatentes que são reconhecidos no cartão como titulares do reconhecimento da nação", precisou João Gomes Cravinho.

O ministro falava em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu, numa cerimónia de homenagem aos antigos combatentes no Dia da Liberdade e, perante uma assembleia de militares e civis, e diversas associações de combatentes, apresentou o "imenso e complexo trabalho" do Governo na concretização do estatuto do antigo combatente, aprovado em Assembleia da República, em 01 de setembro de 2020.

 Depois de lembrar o trabalho junto dos ministérios da Saúde e da Cultura para conseguir a isenção das taxas moderadores e a entrada em museus e monumentos nacionais aos antigos combatentes e às viúvas, João Gomes Cravinho disse o que falta fazer.

 "Será importante continuar este diálogo, agora com as autarquias para que também elas possam seguir este caminho nos espaços museológicos da sua responsabilidade à semelhança do que já sucede com museus e núcleos museológicos da Defesa Nacional", disse.

 Atualmente, continuou, o Ministério da Defesa está também "num diálogo intenso com os Ministérios das Finanças e das Infraestruturas com vista ao cumprimento do compromisso relacionado com a gratuitidade nos transportes interurbanos".

 "Vamos também adotar medidas de natureza económica e social que resultam num aumento do valor do complemento social de coesão e na intervenção junto dos antigos combatentes em situação de sem abrigo de forma articulada entre diversas entidades", declarou.

 O ministro destacou também "a importância do poder local" no que confere a "um dos direitos consagrados para os antigos combatentes em situação de sem abrigo" como "é precisamente o direito de preferência da distribuição da habitação social".

 João Gomes Cravinho respondia assim ao presidente da Liga de Combatentes, que tinha discursado minutos antes, na cerimónia, que decorreu no Cineteatro Jaime Gralheiro, devido às incertezas climatéricas, e que pedia "o melhoramento do reconhecimento material que está previsto na lei".

 O tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, que elogiou o testemunho de um antigo combatente sampedrense, Cassiano Martins, pediu à comunidade para "vigiarem o monumento" hoje inaugurado e desejou que "ninguém tenha coragem de lhe tocar".

 O monumento inaugurado este domingo em São Pedro do Sul é um memorial aos combatentes sampedrenses falecidos na Guerra do Ultramar e, na pedra situada a meio da Avenida da Ponte, junto à entrada do parque Urbano das Nogueira, estão 23 nomes e as respetivas freguesias de origem e, em frente, está também agora uma chaimite (veículo militar blindado).

 "Um chaimite é um ícone do 25 de abril e faz a separação entre aquilo que era o antigo regime que levou os nossos jovens para África e ao fim ao cabo aquilo que é uma nova vaga, uma nova era, que fez com que pessoas como eu e como o senhor ministro já não tivéssemos que ir combater para África", defendeu o presidente da Câmara Municipal de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo.

in Radio Renascença, online

terça-feira, 27 de abril de 2021

O discurso escrito, do Senhor Presidente da Republica no 25 de abril.

 Discurso, escrito, 
do Presidente da República na Sessão Solene Comemorativa do 47.º aniversário do 25 de Abril

25 de abril de 2021

"Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhora e Senhores Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça, do Tribunal Constitucional, do Supremo Tribunal Administrativo e do Tribunal de Contas,
Senhor Presidente António Ramalho Eanes,
Senhores membros do Governo,
Digníssimos convidados,
Senhoras e Senhores Deputados,
Portugueses,

Passaram, há um mês, sessenta anos sobre o início de um tempo que haveria de anteceder e determinar a data de hoje, aquela que aqui evocamos, 25 de Abril de 74.

Um tempo feito de vários tempos e modos que para sempre marcou a vida de mais de um milhão de jovens saídos das suas terras para atravessarem mares e viverem e morrerem noutro continente ou dele regressarem alguns com traços indeléveis na sua saúde.

Que para sempre marcou a vida das suas famílias, dos seus lugares, das suas aldeias, das suas vilas e mesmo das suas cidades, no fundo de todo um Portugal durante treze anos ou um pouco mais.

Que para sempre marcou a vida daqueles que, por opção de princípio, recusaram aquela partida e rumaram a outros destinos continuando ou iniciando uma luta contra o que estava e queria permanecer.

Que para sempre marcou a vida dos que já lá vivendo idos eles ou os seus antepassados de terras daquém mar de lá vieram, no termo desses longos anos, ou lá ficaram e estão para ficar.

Que para sempre marcou a vida dos que viveram e morreram do outro lado da trincheira para conquistarem o que alcançaram definitivamente depois do 25 de Abril de 74.

Que para sempre marcou a vida de famílias, de lugares, de aldeias, de vilas e mesmo de cidades de Pátrias afirmadas como Estados independentes após treze anos ou um pouco mais de um tempo ainda não tão vizinho de nós e todavia já tão longínquo para tantas gerações.

Que não foi um tempo desprendido de outros tempos. Foi o que foi porque as décadas que o precederam, o século que o precedeu, os cinco séculos que o precederam criaram ou prolongaram contextos que o haveriam de definir e condicionar.

E por isso é tão difícil dir-se-ia até impossível explicar qualquer que seja a visão de cada qual esses treze anos ou um pouco mais sem falar do Portugal dos anos 20 aos anos 70; do Portugal do final do século XIX aos anos 20; do Portugal dos vários pequenos ciclos de que se fizeram o Império Colonial e as relações coloniais nele vividas.

Olhar com os olhos de hoje e tentar olhar com os olhos do passado que as mais das vezes não nos é fácil entender sabendo que outros, ainda, nos olharão no futuro de forma diversa dos nossos olhos de hoje.

Acreditando muitos, nos quais me incluo, que há no olhar de hoje uma densidade personalista, isto é, isto é de respeito da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos, na condenação da escravatura e do esclavagismo, na recusa do racismo e das demais xenofobias que se foi apurando e enriquecendo, representando um avanço cultural e civilizacional irreversível.

Acreditando muitos, nos quais também me incluo, que o olhar de hoje não era nas mais das vezes o olhar desses outros tempos.

O que obriga a uma missão ingrata: a de julgar o passado com os olhos de hoje, sem exigir, nalgumas situações, aos que viveram esse passado que pudessem antecipar valores ou o seu entendimento para nós agora tidos por evidentes, intemporais e universais, sobretudo se não adotados nas sociedades mais avançadas de então.

Se esta faina é ingrata para séculos remotos que não se pense que ela é desprovida de dificuldades para tempos bem mais recentes.

Continua a ser complexo entendermos tantos olhares do fim do século XIX quando os impérios esquartejaram a regra e esquadro o continente africano ou do começo do século XX quando o império monárquico passou a império republicanos

Mais óbvio é pelo contrário o juízo sobre o passado ainda mais recente quando outros impérios terminaram e o império português retardou, por décadas, o processo descolonizador recusando-se a ouvir conselhos da História e apenas extinguindo o indigenato nos anos 60, ou seja, uma dúzia de anos antes de 74.

Este revisitar da história aconselha algumas precauções. A primeira é de não levarmos as consequências do olhar de hoje, sobre os olhares de há 8,7,6,5,4,3, 2 séculos ao ponto de passarmos de um culto acrítico triunfalista exclusivamente glorioso da nossa história, para uma demolição global e igualmente acrítica de toda ela, mesmo que a que a vários títulos é sublinhada noutras latitudes e longitudes.

Monarcas absolutos e portanto ditatoriais aos olhos de hoje, e foram a maioria, seriam globalmente condenados independentemente do seu papel na Fundação, na unificação territorial, na Restauração, na diplomacia europeia intercontinental.

Com monarcas e governantes no liberalismo, que os houve, prospetivos na história que fizeram ou refizeram no século XIX às vezes com a singularidade improvável de um Príncipe Regente no Brasil, filho primogénito do nosso Rei, que declarou a independência dessa potência do presente e do futuro sendo o seu primeiro Imperador e vindo a lutar pela liberdade e a morrer em Portugal, no mesmo quarto onde nascera trinta e cinco anos duas coroas e uma independência antes. Ou personalidades do liberalismo republicano importantes no centro ou na periferia do Império como Norton de Matos.

Segunda precaução: é de aprendermos a olhar, em particular quanto ao passado mais imediato, com os olhos que não são os nossos, os do antigo colonizador, mas os olhos dos antigos colonizados, tentando descobrir e compreender, tanto quanto nos seja possível, como eles nos foram vendo e julgando, e sofrendo, nomeadamente onde e quando as relações se tornaram mais intensas e duradouras e delas pode haver o correspondente e impressivo testemunho.

Terceira precaução: essa a mais sensível de todas por respeitar a tempos muito, muito presentes nas nossas vidas. Aqueles de nós portugueses que têm menos de 50 anos não conheceram o Império colonial nem nas lonjuras nem na vivência, aqui, no centro. O seu juízo é naturalmente menos emocional, menos apaixonado. Admito que assim não seja, porém, em muitos jovens das sociedades que alcançaram a independência contra o Império Português e viveram depois décadas conturbadas pelos reflexos de vária natureza da anterior situação colonial.

Já para os portugueses com mais de 50 ou 55 anos o revisitarem a infância ou a juventude é mais desafiante. É uma mistura de recordações, de novos mundos descobertos, de desenraizamentos ou novos enraizamentos, de primeira desertificação do interior do Continente, de migrações e muitas mais imigrações, de transformações pessoais, familiares, comunitárias, de mortes choradas, de sinais na saúde e na vida, de traumas os mais diversos e em momentos diferentes por aquilo que sonharam e se fez, por aquilo que sonharam e se desfez, pelo que sofreram e ficou, pelo que esperaram aguentaram e sentem nunca ter tido reconhecimento bastante.

Para todos eles e muitos mais o juízo é tão complexo como complexa foi a mudança histórica que neste dia evocamos, na sua abertura para a Descolonização, para o Desenvolvimento, para a Liberdade, para a Democracia. Desenvolvimento, Liberdade e Democracia, sabemo-lo todos, sempre foram imperfeitos e por isso não plenos. Porque nunca tendo resolvido uma pobreza estrutural de dois milhões de portugueses e desigualdades pessoais e territoriais, e desinstitucionalizações, que aqui referi em 2016 e 2018, que a pandemia veio revelar e acentuar.

Mas foi complexa essa mudança histórica em 74. Fruto da resistência de muitas e muitos durante meio século com os seus seguidores políticos sentados neste hemiciclo. Ela ganhou o seu tempo e o seu modo decisivos no gesto essencial dos Capitães de Abril, aqui qualificadamente representados pela Associação 25 de Abril e que saúdo, reconhecido, em nome de todos os portugueses. Esses Capitães de Abril não vieram de outras galáxias, nem de outras nações, nem surgiram num ápice naquela madrugada para fazerem história. Transportavam consigo já a sua história, as suas comissões em África, uma, duas, três, alguns quatro, anos seguidos nas nossas Forças Armadas, tendo de optar todos os dias entre cumprir ou questionar, entre acreditar num futuro querido ou que outros definiam ou não acreditar, entre aceitar ou a partir de certo instante romper, tudo em situações em que a linha que separa o viver e morrer é muito ténue apesar dos princípios, das regras, dos ditames escritos por políticos e juristas em gabinetes, que não são os cenários em que a coragem se soma à sobrevivência e à solidariedade na camaradagem. Pois foram estes homens, eles mesmos, não outros, os heróis naquela madrugada do 25 de Abril.

Como haviam sido eles e muitos, muitos mais os combatentes ano após ano nas longínquas fronteiras do Império. Como foram eles quem acabou por aceitar para símbolos públicos face visível da mudança oficiais mais antigos encimados pelos que haveriam de ser os dois primeiros Presidentes da República na transição para a Democracia. Que não eram, não tinham sido militares de alcatifa. Tinham sido grandes chefes militares no terreno e nele responsáveis por anos de combate, de coordenação com serviços de informação e de atuação anti guerrilha, de proximidade das populações.

Foi assim aquele dia 25 de Abril antes de suscitar o Processo Popular Revolucionário que o seguiu e apoiou. Antes de ser hoje património nacional em que o seu único soberano é o povo português.

Foi no seu eclodir resultado de décadas de resistência e depois crucialmente grito de revolta de militares que tinham dado anos das suas vidas à Pátria no campo de luta e que sentiam estar a combater sem futuro político visível ou viável presididos eles, e todos nós, por dois Chefes Militares um após outro que tinham conhecido intensa e prolongadamente o que é a guerra de guerrilha em missões militares e cargos politico ou militares os mais relevantes.

Eis por que razão é tão justo galardoar os Militares de Abril tendo merecido já uma homenagem muito especial aquele, de entre eles, que depois de ter estado no terreno veio a ser peça chave na mudança de regime e primeiro Presidente da República eleito da democracia portuguesa, e que sempre recusou o Marechalato que merecia e merece, o Presidente António Ramalho Eanes.

Eis também porque é tão difícil o juízo sobre uma história tão recente salvo naquilo que é de mais óbvio consenso: o consenso naquilo em que o Império não entendeu o tempo que o condenara. A ditadura não podia entender o tempo que a tinha condenado de forma irrefragável e ainda mais evidente a partir de 58 e da saga de Humberto Delgado e a relação colonial não conseguira entender a raiz da inevitabilidade da sua inconsequência.

Estas reflexões são atuais porque nada como o 25 de Abril para repensar o nosso passado quando o nosso presente ainda é tão duro e o nosso futuro é tão urgente.

E ainda porque a cada passo pode ressurgir a tentação de converter esse repensar do passado em argumento de mera movimentação tática ou estratégica num tempo que ainda é será de crise na vida e na saúde e de crise económica e social encaremos com lúcida serenidade o que pode agitar o confronto político conjuntural, mas não corresponde ao que é prioritário para os portugueses. E além de não ser prioritário nestes dias de crises é duvidoso que o seja alguma vez.

É prioritário estudar o passado e nele dissecar tudo: o que houve de bom e o que houve de mau. É prioritário assumir tudo, todo esse passado, sem autojustificações ou autocontemplações globais indevidas, nem autoflagelações globais excessivas.

E no caso do passado mais recente assumir a justiça largamente por fazer ao mais de um milhão de portugueses que serviram pelas armas o que entendiam ou lhes faziam entender constituir o interesse nacional. Aos outros milhões que cá ou lá viveram a mesma odisseia. Aos milhões que lá e cá a viveram do outro lado da história combatendo o Império colonial português batendo-se pelas suas causas nacionais ou a viveram do mesmo lado, mas ficaram esquecidos, abandonados por quem regressou e condenados por quem nunca lhes perdoou o terem alinhado com o oponente.

Aos muitos, e eram quase um milhão, que chegaram rigorosamente sem nada depois de terem projetado uma vida que era ou se tornou impossível. Aos muitos, e eram milhões, que sofreram nas suas novas Pátrias conflitos internos herdados da colonização ou dos termos da descolonização.

Até por respeito para com todas estas e a todos estes, que se faça história e história da História, que se retire lições de uma e de outra sem temores nem complexos, com a natural diversidade de juízos, própria da democracia. Mas que se não transforme o que liberta, e toda a revisitação o mais serena possível e liberta ou deve libertar em mera prisão de sentimentos, úteis para campanhas de certos instantes, mas não úteis para a compreensão do passado a pensar no presente e no futuro.

O 25 de Abril foi feito para libertar, sem esquecer nem esconder, mas para libertar e os que o fizeram souberam superar muitas das suas divisões durante a Revolução e depois dela a pensar na unidade essencial da mesma Pátria tomando os termos simplificadores desses tempos sensibilidades diferentes no Movimento das Forças Aramadas que se chocaram então não deixaram de entender depois que a unidade essencial de uma rutura depois feita Revolução ela própria composta de várias revoluções tudo o mais sobrepuja. Nações irmãs na língua têm sabido encontrar-se connosco e nós com elas e têm sabido julgar um percurso comum olhando para o futuro ultrapassando séculos de dominação política, económica, social, cultural e humana.

Que os anos que faltam até ao meio século do 25 de Abril sirvam a todos nós para trilharmos um tal caminho como a maioria dos portugueses o tem feito nas décadas volvidas fazendo de cada dia um passo mais no assumir as glórias que nos honram e os fracassos pelos quais nos responsabilizamos, e bem assim no construir hoje coesões e inclusões e no combater hoje intolerâncias pessoais ou sociais.

Quem vos apela a isso mesmo é o filho de um governante na Ditadura e no Império, que viveu na que apelida de sua segunda Pátria o ocaso tardio inexorável desse Império, e viveu depois, como constituinte, o arranque do novo tempo democrática. Charneira como milhões de portugueses, entre duas histórias da mesma História e nem por exercer a função que exerce olvida ou apaga a história que testemunhou. Como nem por ter testemunhando essa história deixou de ser eleito e reeleito pelos portugueses em democracia. Democracia que ajudou a consagrar na Constituição que há 45 anos nos rege.

Que o 25 de Abril viva sempre, como gesto libertador e refundador da história. Que saibamos fazer dessa nossa história lição de presente e de futuro, sem álibis nem omissões, mas sem apoucamentos injustificados querendo muito mais e muito melhor.

Não há, nunca houve um Portugal perfeito.

Como não há, nunca houve um Portugal condenado.

Houve, há e haverá sempre um só Portugal. Um Portugal que amamos e nos orgulhamos para além dos seus claros e escuros também porque é nosso.

Nós somos esse Portugal.

Viva o 25 de Abril!

Viva Portugal!

Marcelo Rebelo de Sousa"

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Discurso do Senhor Presidente da Republica, no 25 de Abril

Pela sua importância e pela referencia constante  sobre a guerra do Ultramar, aqui se publica o discurso de Sua Excelência o Senhor Presidente da Republica, discurso este na Assembleia da Republica, durante a Sessão Solene Comemorativa do 25 de abril de 1974.

Copia o "site" abaixo e cola-o no google

ou então seleciona o site abaixo até ficar ativo, clica no botão direito do rato e aparece a indicação de "ir para https://..." Clicas aí

https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2021/04/sessao-solene-comemorativa-do-47-o-aniversario-do-25-de-abril/





Sacristão e SPM, mas bom rapaz.

Era uma vez...!!!


 "Sr.,

Reparou, certamente, com o habitual, experiente e apurado sentido crítico que o caracteriza,

no estampado e estafado texto sobre o “vinho da missa”.

Propositadamente desformatado para “criôlo ou algaraviês”.

Obra, só pode, dos “galfarros” Bart 1914 e Raul Pica Sinos, com a conivência do n/cap.

Paraíso Pinto e acolitados, presumo, pelo António Cavaleiro e “sus muchachos”.

Tudo para, tentar, encobrir o crime de “lesa ecclesia”, por eles e outros perpetrado,

comprometidos e enterrados, como estão, até ao pescoço e tentando, capciosamente,

“sacudir a água do capote”.

Falta de consideração para com uma pesquisa e maturação que me consumiu uns dois

meses, se não mais, de trabalho afincado.

Só para análise e efeitos de contraditório, tomo a liberdade de transcrever o original, sem tirar nem pôr:

“Vinho da Missa...

Ufa ! . . .

Finalmente, alijei o anátema de “escorrepicha-garrafas” que arrostava, desde Tite, e que,

alguns “esdrúxulos”, embora poucos, me imputam, em autoria moral e material . . .

Tanto andei e desandei, porfiadamente, que a verdade, sendo como o azeite, vem sempre à

tona . . .

Até acordei, hoje, leve como uma alface, depois de, ontem, ter visitado o n/capelão, padre

Luís, que muito considero e respeito, e de, gostosamente, o ter acompanhado num périplo

pelo circuito Peneda- Gerês, com o seu epílogo num repasto, em Castro Laboreiro,

saboreando o melhor bacalhau com broa do mundo (como reza o placard de marketing aí

exposto). . .

E, enquanto digeríamos a broa (um tudo-nada pesadota) do bacalhau, subindo e descendo,

em penitência, a escadaria do templo da Senhora da Peneda, fui sacando:

- Sabe, meu alfero/capelão, ando acabrunhado aí com umas “balelas” que, certos e

determinados mau-feitios, lá da nossa tropa, vêm propalando aos quatro ventos, sobre o

gamanço e falsificação do vinho para a missa e que, temo,se tornem em jurisprudência

firmada.

Lembra, não lembra, da zurrapa que nos chegava, naquelas garrafinhas com rótulo

“Ferreirinha”?

- Se lembro! . . . lembro e não te apoquentes . . . eu sei de tudo . . . os tentáculos da igreja

chegam a todo o lado. Não adianta esses meninos atirarem poeira ao ar . . .

- Ah ! . . . ainda bem . . . como assim? . . .

- Sabes. Há coisas sigilosas que não devo revelar, por dever de ofício . . .

- Oh meu alfero/capelão ! . . . por quem me toma ? . . . sabe que sou como um túmulo . . daqui não sai nada . . . conte, conte . . .

- Não sei se deva. Mas já que insistes e está em jogo uma questão de honra ao teu bom

nome, que sempre dignificaste e honraste, aí vai, com a promessa de não passar daqui.

- Esteja tranquilo . . . nem por cima do meu cadáver alguém fica a saber uma vírgula que seja - adianto, antes que se arrependa.

- Bem. . . Como sabes, todos os meses eram-me destinadas duas garrafolas daquele néctar

para o meu mister. E também, como sabes, a secreta aproveitava para, dissimuladamente,

enrolando as ditas, enviar umas mensagens criptadas e confidencialíssimas que iam

direitinhas aos op. cripto para deciframento e posterior entrega.

- Hum!? . . . já estou a manjar . . . prossiga . . . prossiga . . . p.f.

- Uma das garrafas era, logo ali, também descriptada e aparecia com a dita zurrapa, pelos

dois criptos, de quem já não recordo o nome . . . esta memória já não funciona, embora,

paradoxalmente, retenha, que,ambos, tinham um nome de utensílio ligado às igrejas, e, outro, um nome bíblico . . .

- Ah ! . . . não seria um de nome Sinos e outro Jordão, rio onde, com a sua água, se faziam

baptismos (também de conteúdos de garrafas)? . . ., ajudo eu.

- Justamente. Isso mesmo. Tens boa memória e pontaria. Mas também, acolitados por um

outro moço, assim a modos que salta-pocinhas . . .

- Salta-pocinhas, talvez não, mas troca- tintas(CIN), como ainda hoje é lá para os lados de

Ovar, talvez . . .

- Talvez, talvez . . . e a outra garrafinha . . . sim, porque eram duas . . .

- E o Cavaleiro, que era o chefe deles, nada? . . . atalho eu, curioso, antes que esqueça . . .

- Esse moço alto e desengonçado, ali dos lados de Viana? Esse . . ., muito bom moço . . .

muito direitinho. Parece que, como navegava, como ora se diz, noutra galáxia, não se

apercebia da marosca que os insubordinados tramavam . . . embora, de quando em vez,

matasse o bicho com uma ou outra hostiasita, convicto pelos três da vigairada, de que era

quinino para o paneleirismo, perdão, paludismo . . .

- E a outra garrafola, padre? Indago, cada vez mais curioso e já passado do capacete . . .

- Como ia dizendo, a outra garrafa era entregue na secção de reabastecimentos, juntamente

com a mensagem, em conluio e pacto salomónico, entre aqueles três e um furriel que aí

firmava, assim meio espicha-canivetes, loirito, que andava sempre na psico na tabanca de

jeep, e a quem, a providência divina, recambiou, por castigo, do Porto para junto dos infiéis,

creio que lá para as linhas de Torres . . .

- Safa! . . . isto está a ficar bombástico, que nem o processo das escutas! . . . E essa garrafola, também aparecia só com a zurrapa . . ., pois claro? . . .

- É como dizes. Não havia volta a dar- lhe . . . Os quatro, pelo menos, sabem-no, tão bem ou

melhor que eu . . . não adianta derraparem nas curvas . . ., nem tentar comer a papa na

moleirinha . . .

- Obrigado, meu alfero. Tirou-me um peso cá da alma . . . até vou dormir melhor. . .

Convencidos, desta? Ou, ainda, será necessário um croquis a cores? . . .

Um xi para todos do Hipólito”

domingo, 25 de abril de 2021

25 de Abril - Salgueiro Maia

 


Dia 25 de Abril👉 Portugal🇵🇹 celebra o dia da Liberdade🌹

Há 47 anos, em Santarém, o Cap. Salgueiro Maia, falava assim aos seus soldados...

"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado: os Estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

📷 Alfredo Cunha"

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Parabéns Francisco Ramos, de Moura

Parabéns Francisco Ramos, pela passagem de mais um aniversário.
Votos de boa saúde e que te encontres bem.
Um abraço.
Leandro Guedes.



 

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Os Pais do Pica Sinos

"Guardo religiosamente a foto  do pequeno operário, com 10 anos (1955), encostado à sua mãe Georgina: No outro lado a sua madrinha a  Ti Esperança. Foto possivelmente batida/tirada num fim da tarde de um dia, na Rua dos Plátanos do velho Bairro das Furnas.

Pica Sinos"


O Pica com a Mãe D. Georgina, aos dez anos

O Pai do Pica

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Tem fotografias da Guerra Colonial? Partilhe o seu arquivo com o Expresso

 Tem fotografias da Guerra Colonial? Partilhe o seu arquivo com o Expresso

O Expresso convida os leitores a partilharem os seus arquivos pessoais da Guerra Colonial. Se tiver fotografias, partilhe e envie para o e-mail

fotografias@expresso.impresa.pt ou por correio tradicional para a

sede do Expresso, Rua Calvet de Magalhães, 242, 2770-022 Paço de Arcos

No momento em que se assinalam os 60 anos desde a chacina no norte de Angola que espoletou a guerra colonial, Jorge Calado reflete sobre o papel da fotografia na narrativa desse momento histórico. 'Fotograficamente a guerra colonial portuguesa ficou esquecida. Entalada entre a censura da ditadura e a vergonha do retorno inglório à pátria em 1974/75, acabou vítima de uma amnésia geral'. Ponto de partida para um convite do Expresso à partilha dos leitores dos seus arquivos pessoais, com a promessa de serem tratados pela equipa editorial do jornal e mais tarde publicados. Envie-nos as suas imagens digitalizadas ou por correio tradicional, com os dados principais para entrarmos em contacto.

E-mail: fotografias@expresso.impresa.pt

Endereço: Rua Calvet de Magalhães, 242, 2770-022 Paço de Arcos

https://expresso.pt/multimedia/2021-04-09-Tem-fotografias-da-Guerra-Colonial--Partilhe-o-seu-arquivo-com-o-Expresso-908b8864 



Insignia do Antigo Combatente

 De acordo com o Estatuto do Antigo Combatente, aos Antigos Combatentes que se enquadrem no âmbito do referido Estatuto é permitido o uso da “Insígnia Nacional do Antigo Combatente”.

“INSIGNIA - A insígnia é constituída por um alfinete de lapela em que se destaca o Monumento ao Combatente, que traduz “de forma simbólica, o reconhecimento de Portugal a todos os antigos combatentes”.

A portaria​​ que aprova o modelo e legenda desta insígnia foi publicada, em Diário da República, 4 de janeiro de 2021.​

De acordo com o Estatuto do Antigo Combatente, aos Antigos Combatentes que se enquadrem no âmbito do referido Estatuto é permitido o uso da “Insígnia Nacional do Antigo Combatente”.

Para o efeito, os Antigos Combatentes deverão submeter um formulário eletrónico para validação do direito e posterior envio da insígnia, podendo aceder ao formulário do pedido carregando AQUI.

https://bud.gov.pt/bud-old/avisos/avisos-ac/pedido-insignia-nacional.html

Se preferirem, os Antigos Combatentes poderão também enviar o pedido por carta para a morada:

SG/ DSCRP

Av. Ilha da Madeira n. º1 3º Piso

1400-204 Lisboa​

O Estatuto do Antigo Combatente, “aprovado com um amplíssimo consenso na Assembleia da República”, tem um artigo específico para a insígnia. Esta é “mais uma prova de reconhecimento” pela “coragem e abnegação” dos antigos combatentes e pelo “modo como cumpriram o dever que lhes foi imposto” nas campanhas militares entre 1961 e 1975, a insígnia pretende dar-lhes “o digno lugar na História que merecem”.

In Expresso



INSÍGNIA DO ANTIGO COMBATENTE

É permitido o uso desta insígnia, em traje civil, a todos os Antigos Combatentes identificados no Estatuto do Antigo Combatente (artigo 5º do Anexo I da Lei … * Lei n.º 58/2019, de 8


terça-feira, 20 de abril de 2021

Portugal em Direto - A Imagem Peregrina de Fátima, de João Heitor.

"Para quem não teve oportunidade de ver, partilho a entrevista que concedi hoje à RTP, entre o minuto 5.44 e até ao minuto 12.58.

Ou, nas horas do programa: entre as 17h e 56m e as 18h e 03m.

Divulgação o estudo, o livro, Fátima e o concelho de Ourém.

João Heitor".

Para ver o video clique aqui:
Portugal em Direto

A atualidade diária do nosso país. 'Portugal em Direto' é um espaço 
de informação nacional apresentado pela jornalista Dina Aguiar, que aposta na atua


segunda-feira, 19 de abril de 2021

Ter emprego não impede a pobreza

 Ter emprego em Portugal,  não impede a pobreza

Um terço das pessoas que vivem em situação de pobreza em Portugal, trabalha, na sua maioria com emprego estável e contrato de trabalho. Este e outros dados estão num estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, feito por 11 investigadores, que se basearam em dados do Instituto Nacional de Estatística anteriores à pandemia.


domingo, 18 de abril de 2021

Filho de Abdulai Seidi

 "Sou filho do sr Adulai Seidi nessa altura eu era que ia à 

frente da Mocidade Portuguesa que comandava o grupo, 

além do nosso Monitor que era Sr Luis Filipe, eu era o segundo. 

No vídeo estou perto dele. 

Com imensa tristeza que soube da morte dele.

Isufe Seidi".




Parabéns Luis Manuel Dias e irmão gémeo

 Para o nosso amigo Luis Manuel Dias (e seu irmão gémeo) enviamos o nosso abraço de parabéns, com votos de boa saúde. Que tenhas um excelente dia de aniversário.

O nosso abraço companheiro.

Leandro Guedes.





19 de Abril de 2021 – um dia após perfazer 78 anos!

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Boquiaberto, espantado e agradado de Vós, AMIGOS, estou!!!

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Finda a celebração familiar, modesta e intimista, sempre eivada da simplicidade intrínseca de quem Vos escreve – fala-escrevendo –, interpreto a bondade, a gentileza em me felicitardes, como prova da permanente AMIZADE que nos une, Camaradas?  

Emocionado ainda me encontro, por descortinar nos parabéns que me endereçaste, o desiderato e incentivo a continuar a Vos dar de mim quanto me vai na alma, escrevendo-vos.

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Decidi, dum modo simples, responder em geral, com abraços de fraterna, total AMIZADE a TODOS.

(A quem, entretanto, me enviou mensagem, procurarei responder).

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LMD, 19.04.21


sábado, 17 de abril de 2021

Taxas moderadoras e outros benefícios

Enviado pelo Jorge Gouveia, a quem agradecemos.
LG.




 Dicas:

Raul Pica Sinos:

Faltam os cartões sem cartões nada feito.

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João Manuel Pais Trabulo:

Já consegue com o cartão de cidadão alguns acordos... convem ler o texto....

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Jorge Gouveia:

E se for com o bilhete de identidade também se consegue

 -

Luis Manuel Dias:

Aqui, no Hosp de Ovar, já tive ''dispensa'' de pagamento de taxas. Apenas me disseram que, quando lá voltar ou se lá passar, leve doc militar - por ex a caderneta - para tirarem a parte identificadora e lá ficar o registo, até termos o ''tal'' cartão... Portanto, quem necessitar, proceda de igual modo e safa-se.

José Luis Patricio - as Memórias do BART 1914

 De José Luis Patricio:

"Acabei de ler as Memórias  e o  caderno complementar sobre a progressiva constituição e estruturação da CCS. Neste, é também apresentada a composição do PEL REC DAIMLER 1131, bem como a do PEL MORTEIROS 1208.

Fica lançado o desafio para um pequeno volume de Memórias de «factos de natureza mais pessoal e pormenorizada, em que alguns dos camaradas (...) se viram envolvidos».  A segunda parte do caderno, em apêndice, mostra, ainda, a GÉNESE DOS ENCONTROS ANUAIS  e as ACÇÕES DESENVOLVIDAS PÓS REGRESSO.

Aí uma semana depois de ter terminado o testemunho para o Hernâni (Blog Do Tempo da Outra Senhora) retomei e concluí a leitura das Memórias e do suplemento 50 anos depois..., há coisa de uma semana...

Ainda vou conviver com um ou outro ponto das Memórias. Há uma, meio inventada meio real, muito


real, mas com arte suficiente para não nos deixar deslindar os fios da fantasia, com o picante sempre de seguro efeito dos ingredientes eclesiásticos...; do nosso amigo Hipólito...

Parabéns, Leandro pelo seu papel em, no fundo, ter estabelecido as bases desta casa em que vieram confluir tantas colaborações, incluindo as do próprio Leandro...

***

O trabalho sobre o Hernâni era fácil e difícil, à partida, e assim continuou até ao fim, fazendo-me penar... Já foram publicados trinta e dois depoimentos, todos com alguns aspectos diferentes, alguns de grande qualidade, e todos interessantes, Um ou outro bem breves...

Um abraço

José Luis Patricio"

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Taxas moderadoras




 

O agricultor - Alfredo Alves

Este video é uma homenagem ao nosso companheiro Alfredo Alves, agricultor por vocação e que passa hoje mais um aniversário.
Produz o vinho "D. Alfredo", com o qual já tem brindado os seus companheiros.
Abraço Alfredo Alves.

Leandro Guedes.

Parabéns Alfredo Alves

 Meu caro Alfredo

Um grande abraço de parabéns neste dia do teu aniversário. Que tenhas um ótimo dia junto dos teus e que tenhas também muita saúde.

Abraço.

Leandro Guedes.




quarta-feira, 14 de abril de 2021

António Alves Heitor, faria hoje anos - a recordação de seu filho João (e a nossa)

 de João Caldeira Heitor

14 de abril às 12:45  ·

14/04/1943


Hoje o pai Heitor faria anos.

Aquele (meu herói) que na Guerra do Ultramar salvou vidas, cuidou das populações e me ajudou a ser o homem que sou.

Está presente no meu coração.



domingo, 11 de abril de 2021

A "Inha"

"A "Inha"… O furriel Carlos Barros, que nos deu indicações sobre a entrega de Bissássema ao PAIGC, enviou-nios a seguinte estória...:

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Registo:” Estórias” da Guiné

A cabrinha INHA:

Os militares da 2ª Companhia de Nova Sintra, com reforços de pelotões de Jabadá/Fulacunda, estiveram envolvidos na abertura da estrada Nova-Sintra –Fulacunda, em 1973.

Ao rasgar essa estrada, por entre mato denso, iriamos ter problemas com o inimigo , o que se veio a verificar já que fomos emboscados algumas vezes, tentando obstruir a nossa

progressão porque esse acesso a Fulacunda não interessava militarmente ao PAIGC.

O furriel Barros estava com o seu grupo de combate na segurança da estrada, com outro grupo, e estavam homens e mulheres africanas envolvidas na descapinagem do estradão.

Verifiquei, por mero acaso, que uma indígena tinha apanhado uma cabrinha à mão que se tinha perdido da mãe e perguntei-lhe o que iria fazer com o animal. Prontamente me respondeu, dizendo que a ia matar e depois comê-la!

Abeirei-me dela e pedi que ma vendesse por 50 pesos , o que concordou perante a minha alegria, vendo que o animal não seria morto. No regresso ao destacamento, trouxe a cabrinha para o quartel, arranjei e adaptei um biberão e comprava leite na cantina e assim a Inha era alimentada por mim com todo o carinho e protecção.

Foi crescendo, dormia debaixo da minha cama na caserna e na parada do destacamento seguia-me para todo o lado.

O Capitão Cirne , queria comprar a Inha mas confesso, que não a vendia por dinheiro nenhum porque gostava muito do animal. A cabrinha era acarinhada pelos soldados do meu grupo, sendo a coqueluche da companhia e passeava por todo o lado, sem ninguém a molestar.

Tinha chegado a hora do jantar e quando começávamos a comer o arroz com salsichas, vieram os soldados Cruz , Barros e Lurdes à messe e um deles disse-me:

- A INHA “adormeceu”…

Levantei-me a correr para a caserna e encontrei já morta a minha INHA, perante o meu desgosto…

O que aconteceu?

Um dos soldado deu-lhe cascas de manga e provavelmente , teve uma congestão já que só se alimentava de leite e não vi outra razão…

Perdi a vontade de jantar e peguei n cabrinha, enterrei-a junto à caserna e depois coloquei uma cruz com uma lápide com os dizeres:

- “Aqui jaz a INHA”…

Foi um dia triste para mim e para os meus companheiros do pelotão e, nesse mesmo dia, morreu à mesma hora, uma gazela selvagem que tinha sido apanhada pelos militares e que se encontrava num galinheiro - “Gazeleiro”- improvisado….Triste coincidência…

Nunca mais desejei nenhum animal comigo, já que eles querem viver em liberdade, como todos nós seres humanos que, felizmente, só a conseguimos obtê-la no dia 25 de Abril de 1974.

Nova Sintra maio de 1973 

Carlos Manuel de Lima Barros"

A entrega de Bissássema ao PAIGC, em 1974

 


"Sou o organizador dos Encontros anuais dos "Os Mais de Nova Sintra" desde 1981  até ao momento e já vamos no 46 Encontro/Convivio Anual. 

De 1975 até 1981  o organizador era o ex-furriel Sousa Gonçalves: BART  6520-2ª Cart 1972-74.

O meu grupo de combate (3º) esteve em Tite, Gampará-Nova Sintra onde assisti à entrega do destacamento ao PAIGC que foi recebido por nós, no dia 16 de julho de 1974 e entregamos o quartel no dia 17 de julho de 1974.

Fui companheiro de luta com o Alferes F. Teixeira. que esteve na entrega do destacamento e seguiu para Tite.

  Sobre Bissássema , nada sei , porque nunca estive lá.

Participei e comandei o meu grupo várias vezes na segurança Tite-Bissássema  e sobre  a entrega deste quartel ao PAIGC, mas desconheço pormenores quanto à entrega ao PAIGC.

Meu contacto: 914956 339

Carlos Manuel de Lima Barros

Rua Nossa Senhora da Graça; nº 56 - 3º esq.

4740  56 Esposende"

nota - o Alf. Fernandes Teixeira, acima referido, foi quem contactou o Pica Sinos por email e que, por esta mesma via, relatou as entregas de Nova Sintra e Tite ao PAIGC, em duas alturas diferentes. 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

8 de abril de 1967

 54 anos atrás, por esta hora, já íamos em mar alto, a caminho de Tite na Guiné. 8 de abril de 1967.

Saudações aos que connosco ainda convivem e homenagem aos que já partiram.

Leandro Guedes.



Recordando ...

 Recordando...

A partida para a Guiné - 8Abr1967 - no Uíge, tive uma lembrança!

Remexi papelada e revi ficheiros de poesia. Topei então, por acaso e a me tocar fundo, a que vos dou a lerdes e com ela lembrardes os vossos tempos lá. É, decerto, ingénua e cheia de fervor Pátrio, mais contido hoje, mas bem Luso.

PORTUGUÊS sou! E é bom que entre nós, ainda hoje e sempre, assim nos revejamos!

À leitura, Camaradas e Amigos:

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Poeta não sou, nem herói …

Do Restelo, o profeta

Não sou …

De Homem, as virtudes

Apenas, quero.



Nem Poeta,

Nem Herói …

- Peço ! -

Todo o bom

Em mim

Existente

- suma ilusão ! -

Da portentosa,

Hercúlea mole

Vem derivado …

Do fruto !

Da prole !

Da gente estóica !

Agigantada,

Nobre figura !

Da gente esforçada !

De poetas – reis,

De só – poetas !

De homens – de – Deus

E, com Deus, heróis ! …

Por isto, quero,

Sem capitular,

Nem desfalecer,

O brado alto

Meu lançar:

- Ser Português ! -

LMDias,06NOV68 (Tite,Guiné)

(LMD, 08.04.2021)

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Corpo clínico em Tite

 Neste dia Mundial da Saúde, é justo lembrar e homenagear aqueles heróis que se dedicaram em cenário de guerra, a cuidar da saúde dos seus companheiros e também a cuidar da saúde da população de Tite em geral, fazendo até partos.

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Serviços de Saúde:

- Pavilhão da Enfermaria e Consultório Médico, é o do lado direito



Corpo Clínico




Capitão Milº Medico Dr. Garcia, está no meio



Capitão Milº Médico Dr. Trindade



Furriel Milº Enfermeiro António Alves Heitor



1º. Cabo Auxiliar de Enfermagem João Carvalho da Silva



Soldado Maqueiro Francisco Inácio Amaro Peralta

Soldado Maqueiro António dos Santos

Soldado Maqueiro Guilherme Pinto Figueiredo



Soldado Maqueiro Manuel de Sousa Duque



Falta aqui acrescentar os elementos dos Serviços de Saúde da CART 1743 e CCAÇ 2314, além de outras Unidades que esporadicamente passaram por Tite e aquartelamentos dependentes.

Ficamos à espera de quem nos lembre os nomes.

Leandro Guedes.