.


“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

-

"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

-

“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

-

Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
---

“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

---

Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
----------------------

"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


.

.
.

domingo, 31 de agosto de 2014

PORTO. ELÉCTRICOS NA LINHA 7 EM PONTE DA PEDRA/S. MAMEDE DE INFESTA 1930


PORTO. ELÉCTRICOS NA LINHA 7 EM SÃO MAMEDE DE INFESTA/PONTE DA PEDRA. Excerto de filme de 35mm da Cinemateca Nacional.

Encontrei este video no facebook da minha irmã:
https://www.facebook.com/natercia.guedesleite?fref=tl_fr_box

Na verdade este vídeo é uma autentica relíquia. Não imaginei que houvesse em arquivo tamanha maravilha. Parabens.

Achei interessante ver os cavalheiros vestidos de calça e casaco, com gravata e colête. As senhoras também bem vestidas. Os tempos eram outros. Lembro bem, já com os meus responsáveis 10 anos de idade ir com familiares de eléctrico até à Ponte da Pedra, para poder dar um passeio de barco e usufruir do indispensável piquenique. A minha irmã relembra isso mesmo com minucia.
Mas ao passarmos por aquela ponte, não imaginamos a importância que teve no passado, pois era a ligação privilegiada entre Lisboa, Porto e Braga e ainda a Galiza, desde o século segundo d.C.

E perguntarão alguns,o que terá a ver com este blog, o acontecimento em causa?
Tem! Primeiro porque nem só de guerra vive o homem e depois  porque muitos dos nossos companheiros são das zonas circundantes  – S. Mamede de Infesta, Leça do Balio, Maia, Vermoim e Moreira,  Matosinhos, Gondomar e a parte norte do Porto e com certeza se lembrarão da Ponte da Pedra.

Convém lembrar que este acontecimento o DA INAUGURAÇÃO DA LINHA DO ELÉCTRICO 7 ATÉ À PONTE DAPEDRA, teve lugar em 1930, segundo informação dos STCP. Daí se verem automóveis tão antigos.

Da página da Camara Municipal de Matosinhos, recolhemos a seguinte informação:

“O Rio Leça que atravessa ao longo de toda a sua extensão o concelho de Matosinhos foi, desde a antiguidade cruzado por importantes vias de comunicação que ligavam o Porto aos principais centros do Noroeste Peninsular, nomeadamente a Braga, Tuy e Santiago de Compostela. Já desde a época romana que foram sendo construídas pontes sobre o Rio Leça de forma a facilitar a circulação de pessoas e mercadorias nestas vias.

Ponte da Pedra
Ponte da Pedra (Leça do Balio): Integrada na estrada romana que ligava a cidade de Olisipo (atual Lisboa) à capital da região da Callaecia a cidade de Bracara Augusta (Braga) passando por Cale (Porto), a sua construção remonta ao século II d.C. É uma ponte com tabuleiro plano construída com um único arco de volta perfeita. Embora no decorrer dos séculos tenha sofrido diversas reparações e reconstruções ainda são visíveis, na sua parte inferior, diversas “pedras almofadadas” características da arquitetura romana.”

nota- como nota final teremos que referir que o rio Leça desagua no Porto de Leixões, importante via maritima para as importações e exportações nacionais e do norte em particular.
Mais uma vez os parabens à minha irmã e a quem descobrir esta reliquia.

O Centro Social dos Montes Altos, faz hoje 21 anos


Faz hoje 21 anos de existencia, o Centro Social dos Montes Altos.
Para a sua direcção na pessoa do sr. Domingos Sotero, seus funcionários na pessoa do sr. Mário e todos os utentes na pessoa do nosso companheiro Zé Pedro, enviamos votos sinceros de longa vida e um agradecimento sempre presente pela obra desenvolvida.
A todos muito obrigado.
Bem hajam!
Muitos Parabens.

Hoje é o dia mundial do BLOG

in Joel.com

Hoje é o dia mundial do BLOG.
O nosso teve o seu início em 2008 e já tem mais de 190.000 visitantes com cerca de 1.900 artigos publicados.
É, como todos sabem, um BLOG direccionado para um grupo de amigos que esteve na tropa, em Tite na Guiné Bissau. A ele se têm associado generosa e simpaticamente familiares, amigos e visitantes, de todo o mundo, desde a Alemanha, Angola, Austrália, Brasil, Estados Unidos, França, Guiné, Holanda, Moçambique, Rússia, Ucrânia, Venezuela e muitos outros, além de todos os pontos de Portugal Continental e Insular.
Muitos deles têm deixado os seus amáveis comentários aos artigos publicados.
Através deste BLOG temos reencontrado muitos companheiros e assim continuaremos sempre na procura de todos os outros que já não vemos há 45 anos.
Tem sido gratificante.
Gostaríamos de mais participação, mas nem tudo é como desejamos.

A todos o nosso muito obrigado.

Hipólito Sousa
José Costa 
José Justo
Leandro Guedes
Pica Sinos

O inferno em FULACUNDA !

CAMARADAS "BOINAS NEGRAS"
HOMENAGEM ÀQUELES CAMARADAS QUE NÃO VOLTARAM.

O dia 30-8-1969 ficará para SEMPRE gravado na memória daqueles que (como EU) viveram aquela trágica manhã. Quero aqui recordar aqueles camaradas da 15ª Companhia de Comandos que connosco conviveram durante 1 mês e que não tiveram a nossa sorte... regressar. 
Vou aqui reproduzir aquilo que escrevi no meu diário.

 - DIA VERDADEIRAMENTE TRÁGICO. A COMPANHIA DE COMANDOS (15ª) REGRESSAVA HOJE A BISSAU E O TRANSPORTE ERA NUMA LDM. COMO DE FULACUNDA AO CAIS A DISTÂNCIA AINDA É GRANDE O TRANSPORTE É FEITO EM VIATURAS. UMA DAS TRÊS VIATURAS (UNIMOG) QUE SEGUIAM CARREGADAS DE PESSOAL E BAGAGENS, ACCIONOU UMA MINA A/C FICANDO COM A PARTE TRAZEIRA COMPLETAMENTE DESFEITA. OS CAMARADAS QUE NELA SEGUIAM FORAM PROJECTADOS PELOS ARES DEVIDO AO GRANDE IMPACTO DA MINA.


EM FULACUNDA FICARAM 5 MORTOS; FORAM EVACUADOS 9 CAMARADAS (dos quais vieram a falecer mais 2 em Bissau). FOI PRESTADA TODA A ASSISTÊNCIA POSSÍVEL AOS FERIDOS ATÉ À CHEGADA DOS HÉLIS PARA EVACUAÇÃO (UM CAMARADA DAS TRANSMISSÕES MORREU NAS MINHAS MÃOS). O CHOQUE FOI BRUTAL PARA TODOS NÓS E ESTÁ A SER MUITO DIFICIL ESTE MOMENTO.

Augusto Inácio Ferreira

In facebook
https://www.facebook.com/augustoinacio.ferreira/posts/994952287196906?comment_id=995345447157590ebook:



sábado, 30 de agosto de 2014

General Spinola- curiosidades


Todos se lembrarão que, antes da chegada à Guiné do Gen. Spinola, à noite não havia aviões de combate, quando éramos atacados e dificilmente ia ao mato um heli buscar feridos graves ou mortos. 
E também se lembrarão que muitas vezes estivemos sem alimentos básicos, armas e munições, porque as lanchas não conseguiam atracar ao Enxudé, devido às marés.
Pois bem.
Estou a ler um livro do Coronel de Cavalaria, Carlos Alexandre de Morais, que foi colaborador intimo do General, na Guiné. E a certo ponto ele conta o momento exacto em que tudo mudou para melhor, 
É esta a descrição do autor:

" ... Já várias vezes me referi ao ambiente dos briefings da noite (eram diários, para avaliação da situação militar em todo o território), no Comando-Chefe. Na realidade surgiam sempre situações que atraíam a nossa atenção, pelo estilo que Spínola lhes imprimia.
Um dos sectores prioritários da politica economica e social por ele instituida, era a construção de aldeamentos, impulsionada pela Repartição de Reordenamento das populações do Comando-Chefe. Esta actividade estava a cargo da Marinha, utilizando as lanchas que subiam a complexa rede de rios e canais da Guiné.
Um dia voltou a colocar-se este tema. O Comando Naval voltou uma vez mais a justificar estes atrasos da sua missão, como consequência das marés. Contudo, tais demoras estavam a ter sérios reflexos na realização do planeado. E foi assim que, na reedição da discussão do problema, o General Spínola resolveu a questão: 
barcaça de reabastecimentos

«A partir de amanhã deixa de haver marés na Guiné»...

... E quanto à Força Aérea, foi referido pelo Coronel Comandante da Zona Aérea, que havia oitenta por cento de probabilidades de insucesso nas deslocações nocturnas de helicópteros (ou aviões), uma delas em que próximamente iria o General.
No fim deste briefing, o General dirigiu-se ao Coronel e disse-lhe com a maior naturalidade: 
- Mantenha a hora de partida do helicóptero e você trate lá de baixar essa percentagem de risco...
E assim 
aviões de combate Fiat, muito utilizados na Guiné

«assim, os dias deixaram de ter noites, quando se tratava de ir em auxilio de tropas em dificuldades nas matas e bolanhas da Guiné, durante a noite..."

in "António de Spínola, o Homem", 
de Carlos Alexandre de Morais.




quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Almoço com o PEDRO nas Minas de S. Domingos (Mértola)









Mais um almoço de amigos teve hoje lugar nas Minas de S. Domingos, lá para os lados dos Montes Altos,  no Baixo Alentejo, bem perto de Mértola
O Hipólito, o Pires, o Mestre e o Carlos Reguila, acompanhados das esposas, foram almoçar com o Pedro. Pelo que me disseram foi um óptimo almoço que a todos agradou.
Foi bem animado e pelo ar turvo das fotos, se depreende que o fotógrafo já não estaria muito apurado.
Durante o almoço houve várias intervenções e uma delas foi do Pedro, que cantou um fadinho para alegrar - OH TEMPO VOLTA PARA TRÁS... Foi muito aplaudido!
Mas como ao almoço não ficaram bem atestados, ainda foram para casa do Mestre comer um lanche/ajantarado que durou até às tantas...
Bem hajam companheiros por terem ido visitar o Mestre e o Pedro, que estão geogràficamente tão afastados.
Um abraço.
____________

Gostei de ver a foto do Pedro, do Ti Zé como o chamam nos Montes Altos. Parece-me bem, tenho pena pela falta do desenvolvimento de melhores comentários neste seu dia de confraternização, com alguns dos muitos, que com ele partilharam momentos de vivencia em terra distante. Lembro o lindo dia de verão que vários de nós o abraçamos carregados de lágrimas por satisfeitos ao desenganar o pensamento mais negativo que nos assolava. Lembram-se?
...Mestre ...Guedes... Ramos...entre outros. Nesse dia houve no almoço que se seguiu, no Centro Lar onde vive recolhido, um misto de tristeza e de alegria que não esqueço.
Não esqueço a história contada pelo Mário um jovem que se interessou pela sua vida quando o encontrou na labuta pelos campos do Alentejo.
O Pedro merecia não ser um sem-abrigo e, o Mário lutou por isso. Foi acolhido no Centro Social dos Montes Altos que por todos é estimado. Bem hajam. Tenho saudades de o abraçar.
Pica Sinos
____________________ 



Na verdade o Pedro não merecia ser um sem abrigo.
Foi apurado para a tropa, por um inconsciente, mobilizado para a Guiné por outro inconsciente e por fim abandonado pela Pátria.
Após a desmobilização foi trabalhar para as obras no Algarve, onde o mantinham quase como escravo e não lhe pagavam salário. Tinha mãe, tinha irmãs. Onde? Ele não sabia. E não sabia (não sabe) ler nem escrever, mal sabia contar o dinheiro.
Abandonado por tudo e por todos apenas tinha companheiros que pensavam em si e se interrogavam sobre a sua sorte. Não sabiam dele e as informações que tinham era de que teria já falecido.
Em boa hora o jovem Mário, funcionário dos Montes Altos o encontrou e apresentando o caso ao Sr. Diogo Sotero, dirigente desse Lar, depressa o trouxeram para as suas instalações.
Quando tivemos conhecimento pelo Ramos e pelo Mestre onde ele se encontrava, fomos ao seu encontro e foi inesquecivel esse momento.
Tem carinho, companhia, medicação, alimento e dormida e quem se preocupa com ele. E até tem ordenado pois faz tarefas de interesse para o Lar.
O Pedro hoje é um homem feliz. E nós também por sabermos que ele está bem.

LG.

QUEM NOS VISITA

Com certeza já repararam que o contador de visitas do blog, estava parado há algum tempo. Não sei o motivo.
Mas o google tem um contador próprio para cada blog e o nosso aponta para um numero superior a 189.000 visualizações.
Este contador é automático e sem qualquer interferência externa.
E é esse contador que passa a vigorar no nosso blog.
Abraço.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA

Para comemorarmos dignamente o Dia Mundial da Fotografia, publicamos a seguir várias fotos de Tite, já de todos conhecidas, de vários autores e vários motivos. São fotos com mais de 45 anos.











quinta-feira, 14 de agosto de 2014

OS AVÓS... - do blog do Pica Sinos

Os avós vêm de muito, Muito longe…
E vêm cansados. De tão longa caminhada. Cheios de pó, metem dó!
E vêm vergados. Por tantos anos vividos a trabalhar.
Também vêm sós. Tudo perderam pelo caminho: A Elegância, a Formosura, toda a frescura, os mais belos sonhos, anos risonhos, os seus amigos, os seus parentes. Mesmo seus maiores afectos
Apenas lhes resta o coração.
Esse, guardam-no religiosamente - Para amar, e para dar de presente...
...Aos seus netos


(do blog Educação de Infancia, mas de autor desconhecido.)

Os cinco violinos... amigos na guerra, amigos para sempre!

Cinco marmanjos (e respectivas Consortes) juntaram-se ontem na casa do Pires em Cascais,  para um animado convivIo, acompanhado dum belo repasto comido e bebido. Tiveram a gentileza de me ligar e com todos eles falei, sendo testemunha da animada cavaqueira que por ali grassou.
A todos um grande abraço e que façam boa viagem até suas casas, especialmente para aqueles que vieram de tão longe, só para estarem com os amigos.
AMIGOS NA GUERRA, AMIGOS PARA SEMPRE!

Pires, de Cascais

Carlos Reguila, de Lourel, Sintra

Contige, de Lisboa

Ferreira, de Lamego

Hipólito, de Baltar

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Vitor Santos, coronel reformado - opinião

UMA VERGONHA
1. Especialistas ingleses e norte-americanos estudaram comparativamente o esforço das Nações envolvidas em vários conflitos em sirnultáneo, principalmente no que respeita à gestão desses mesmos conflitos, nos campos da logística. geral , do pessoal , das economias que os suportam e dos resultados obtidos.
Assim , chegaram à conclusão que em todo a Mundo só. havia 2 Países que mantiveram 3 Teatros de Operações em simultâneo; a poderosa Grã-Bretanha , com frentes na Malásia ( a 9..300 Kms de 1948 a 1960)-, no Quénia ( a 5.700 Kms de 1952 a 1956) , e em Chipre ( a 1000 Kms de 1.954 a 1959)- , e o pequenino Portugal., corn frentes na Guiné ( a 3.400 Kms ), Angola ( a 7300 Kms ) e Moçambique ( a 10300 Krns y de 1961 a 1974 ( 13 anos seguidos ). Estes especialistas chegaram à conclusão que Portugal dadas as premissas económicas , as dificuldades logísticas para abastecer as 3 frentes , bem como a sua distancia , a vastidão dos territórios em causa , e a enormidade das suas fronteiras, foi aquele que melhores resultados obteve.
Consideraram por ultimo, que as performances obtidas por Portugal , se devem sobretudo à capacidade de adaptação e sofrimento dos seus recursos humanos e à sobrecarga que foi possível exigir a um grupa reduzido de quadros dos 3 Ramos das Forças Armadas, comissão atrás de comissão, com intervalos exíguos de recuperação física e psicológica. Isto- são observadores internacionais a afirmá-lo.
Conheci em Lisboa oficiais americanos com duas comissões no Vietnam. Só que ambos com 3 meses em cada comissão , intervalados por períodos de descanso de outros 3 meses no Hawaii.
Todos os que serviram a Pátria e principalmente as gerações de Oficiais , Sargentos e Praças. dos 3 Ramos das Forças Armadas que serviram durante 13 anos na Guerra do Ultramar , nos 3 Teatros de Operações, só pelo facto de aguentarem este estorço sobreh.umano que se reflecte necessariamente em debilidades de saúde precoces , mazelas para toda a vida , invalidez total ou parcial , e morte, tudo ao serviço da Pátria , merecem o reconhecimento da Nação , que jamais lhes foi dado.

2.- Em todo o Mundo civilizado , e não só, em Países Ricos ,cidadãos protagonistas dos grandes conflitos e catástrofes com eles relacionados, vencedores ou vencidos, receberam e recebem por parte dos seus Governos , tratamentos diferenciados do comum dos cidadãos , sobretudo nos capítulos sociais da assistência na doença , na educação , na velhice , e na morte, como preito de homenagem da Nação àqueles que lutaram pela Pátria, com exposição da própria vida,
Todos os que 'Vestiram a farda da Grã-Bretanha, França, Rússia ,Alemanha, Itália e Japão têm tratamento diferenciado idem para a Polónia e Europa de Leste, bem como para os Brasileiros que constituíram o Corpo Expedicionário destacado na Europa,
Idem para os balaios, Australianos, Filipinos ,Neo-zelandeses e soldados profissionais indianos. 
Nos EUA a sua poderosíssima "Veterans War " não depende de nenhum Secretário de Estado , nem do Congresso , depende directamente do Presidente dos EUA , com quem despacha quinzenalmente. Esta prerrogativa referendada por toda uma Nação , permite que todos aqueles que deram a vida pela Pátria repousem em cemitérios espalhados por todo o Mundo , duma grandiosidade , beleza e arranjo impares, ou todos aqueles que a serviram , tenham assistência médica e medicamentosa para eles e família, condições especiais de acesso às Universidades , bolsas de estudo, e outros benefícios sociais durante toda a vida.
Esta excepção que o povo americano concedeu a este tipo de cidadãos é motivo de orgulho de todos os americanos.
O tratamento privilegiado que todo o Mundo concedeu aos cidadãos que serviram a Pãtria em combates onde a mesma esteve representada , é sufragado por leis normalmente votadas por unanimidade.
Também os civis que ficaram sujeitos aos bombardeamentos , quer em Inglaterra , quer em Dresden , quer em Hiroshima e Nagasaki , têm tratamento diferenciado.
Conheço de perto o Irão. Até o Irão dá tratamento autónomo e especifico aos cidadãos que combateram na recente Guerra. Frã.o-Iraque, onde morreram 1 milhão de iratijanDS.
Até Países da Africa terceiro rnundista e subdesenvolvida , COMO o Quénia , atribuiu aos ex-maus-maus , esquemas de protecção social diferentes dos outros cidadãos.
Em todo o Mundo , menos era Portugal.
No meu Pais , os Talhões d Combatentes dos vários cemitérios , estão abandonados, as centenas de cemitérios espalhados pela Guiné , Angola , Moçambique , índia e Timor, abandonados estão, quando não , profanados. É simplesmente confrangedor ver a estado de degradação onde se chegou.. Parece que a única coisa que está apresentável é o monumento do Bom Sucesso-Torre de Belém, possivelmente porque está à vista e porque é limpo uma vez por ano para a cerimónia publica que lá se realiza. Até grande parte dos monumentos municipais aos Mortos da Guerra do Ultramar vão ficando abandonados.
No meu Pais , a pouco e pouco , foi-se retirando a dignidade devida aos que combateram pela Pátria, abandonando os seus mortos , e retirando as poucas' migalhas" que ainda tinham diferentes do comum dos cidadãos ,a assistência médica e medicamentosa ,para ele e cônjuge, alinhando-os "devidamente" por baixo.

ATÉ  NISTO  CONSEGUIMOS  SER  DIFERENTES  DE TODOS OS OUTROS.
No meu Pais, os políticos confundem dum modo ignorante ou acintoso , militares com policias e funcionários públicos ( sem desprimor para as profissões de policias e funcionários públicos, bem entendido )
Por ignorância ou leviandade os políticos permanentemente esquecem que o estatuto dos militares não lhes permite , nem o direito de manifestação nem de associação sindical ,alem de ser o único que obriga o cidadão a dar a vida pela Pátria.
Até na 1a Republica , onde grassava a indisciplina generalizada, a falta de autoridade, o parlamentarismo balofo, as permanentes dificuldades financeiras e as constantes crises econômicas, não foram esquecidos todos aqueles que foram mandados combater pela Pátria na ia Guerra Mundial( 1914-18), decisão poUtica muito difícil, mas patriótica, pois tinha a ver coma defesa estratégica das possessões ultramarinas.
Foram escassos 18 meses o tempo que durou a Guerra para os portugueses, mas todos aqueles que foram mobilizados , e honraram Portugal, tiveram medidas de apoio social suplementares diferentes de todos os outros cidadãos portugueses, alem duma recepção ímpar por todo o Governo da Nação em ambiente de Grande Festividade Nacional.
Naquela altura os políticos portugueses dignificaram a sua função e daqueles que combateram pela Pária.
Foram criados Talhões de Combatentes em vários cemitérios públicos, à custa e manutenção do Estado, foram construídos monumentos grandiosos em memória dos que deram a vida pela Pátria, foi concebido um Panteão Nacional para o Soldado Desconhecido na Sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha com Guarda de Honra perman-ente 24 sobre 24 horas, foram criadas pensões especiais para os mutilados , doentes e gaseados, foram criadas condições especiais de assistência médica e medicamentosa para os militares e famílias nos Hospitais Militares, numa altura em que ainda não havia assistência social generalizada como há hoje, foi criado um Lar especifico para acolher a terceira idade destes militares em Runa ( é importante relembrar que em 1918 se decidiu receber e tratar os jovens, com 20 anos em 1918 , quando estes tivessem mais de 65 anos de idade), e por ultimo foi criada a Liga dos Combatentes que de certo modo corporizava todo este apoio especial aos combatentes , diferente de todos os . outros cidadãos , e era o seu porta-voz junto das instancias govemamentais.i uma espécie de "Veteran's War " à portuguesa.)

Foi toda uma Nação , com os políticos à frente, que deu tudo o que tinha àqueles que combateram pela Pátria ,apesar da situação económica desesperada e de quase bancarrota..
Na altura seguimos naturalmente o: exemplo das demais nações.
Agora somos os únicos que não seguem os exemplos generalizados do tratamento diferenciado aos que serviram a Pátria em combate.
E SIMPLESMENTE UMA VERGONHA.
Haveria: muito mais para dizer para chamar a atenção deste Ministro da Defesa ,e deste Primeiro-Ministro , ambos possivelmente com carências de referencias desta índole nos meios onde se costumam movimentar, sobretudo no- que respeita à comparação dos vencimentos ,regalias e mordomias dos que expuseram ou deram a vida peta Pátria e aqueles ,que antes pelo contrário, sempre fugiram a essa obrigação. 

Vítor Santos
Coronel Reformado
4 Comissões de Serviço no Ultramar
10 anos de Trópicos
Deficiente das Forças Armadas por doença adquirida e agravada era Campanha Quase 70 anos de idade

Sem acumulação de cargos
Sem Seguro de Saúde pago pelo Estado ou EP
Sem direito a Subsidio de Reinserção
Sem cartão de crédito dourado sem limite de despesas a expensas do Estado Sem filhos empregados no Estado por conhecimentos pessoais •
Sem o direito a reformas precoces de deputada ou autarca
Sem reformas precoces e escandalosas estilo Banco de Portugal ou CGD
Sem contratos que prevêem indemnizações chorudas
Sem direito a ficar com os carros de. borla e que o Estado pagou em Leasing
Sem fazer contratos de avenças chorudos como os que se fazem com Gabinetes de Advogados e Economistas
Sem Pensão de Reforma acima do ordenado do Pres. da Republica

Com Filhos desempregados

nota - com a devida vénia ao autor e à revista ou jornal onde o mesmo veio publicado. Este artigo foi-nos enviado por um visitante do nosso blog, sem ser feita qualquer referencia ao autor e à publicação.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Parabens ao Coronel João Trabulo, da CCAÇ 2314


Embora com algum atraso, enviamos hoje os parabens ao alf João Trabulo (hoje coronel ref.) que fazia parte da então CCAÇ 2314.
O seu aniversário foi a 27 de Julho.
Que continue com saúde junto dos seus, são os nossos sinceros votos.
Um abraço.

sábado, 2 de agosto de 2014

Um companheiro da CART 1802



Caros amigos do batalhão 1914

Eu fui soldado condutor da companhia 1802 e estive em Nova Sintra desde o primeiro dia tive o prazer de conviver com alguns de vós durante o tempo em que construímos o quartel, eu era o Capela e tenho a dizer que tivemos um salutar convívio entre todos como dizem eram 100 metros quadrados de terror, mas conseguimos sempre repelir os ataques do PAIGC.

 Quero mandar um grande abraço a todos os homens do Batalhão 1914 sobretudo aqueles que estiveram em Nova Sintra.


 Capela