"Memórias de um Prisioneiro de Guerra"
É bonito e comovente recordar o passado!
Camarada,Victor Barata,antes de mais quero dar-te os parabéns por criares este espaço que nos tem trazido apontamentos dignos de serem contados passados tantos anos, que,para além nos recordarem tempos antigos,têm passagens que só a Guerra nos proporcionou.
Ando algum tempo para entrar neste "NOSSO" Blogue,mas,embora tenha sido,com muito orgulho,ZÉ,fiz a comissão em Angola,e não sabia se seria possível entrar nesta,que agora digo,"Nossa" casa,mas depois de falar contigo,confirmei que continuamos a ser uma grande e unida família,OBRIGADO!
Fiquei surpreso com a mensagem anterior,desconhecia a existência de tal obra,mas já consultei a editora no intuito de me dizerem onde posso adquiri-la, em Gouveia ou se é possível enviar á cobrança.
Aproveito também para vos falar do Livro "Memórias de um Prisioneiro de Guerra" escrito por um camarada(1) do exército que foi capturado juntamente com mais dois companheiros.
É uma obra que é digna de ser lida para se poder avaliar o sofrimento destes homens que na flor da sua juventude, passaram alguns anos em cativeiro.
O local que lhes destinaram para ficarem prisioneiros,chamava-se"MAISON DE FORCE",em Kindia,era uma prisão de trabalhos forçados.
Na página 82/83 desse livro, pode ler-se isto:
"Os guardas daquele estabelecimento prisional,na Guiné Conacry,levaram-nos para o interior e fecharam-nos em celas individuais.Estas eram de tamanho muito reduzido e só deixavam ver um pátio central,através das grades,colocadas na parte superior da porta de ferro.Fiquei muito confuso e levantaram-se-me muitas dúvidas: Que mal teria eu feito àquele país,para me terem prisioneiro?!... Seria que nos iriam sujeitar a trabalhos forçados,como sugeria o nome da prisão?!...Estava deveras muito apreensivo
quando,inesperadamente,alguém abriu aporta da cela!...
Com espanto,vi um guarda acompanhado por um homem,de raça branca,com uma barba loira enorme.Pensei imediatamente:Só me faltava haver aqui cubanos!... Afinal estava enganado!... Estendeu-me a mão para me cumprimentar e perguntou-me se estava bom.A minha expectativa manteve-se!... Quem seria aquela personagem?...Ao apresentar-se-me dissiparam-se as dúvidas:
-"Sou o Lobato(2)!...Sou piloto da Força Aérea e estou aqui,como prisioneiro,há mais de quatro anos!..."
Vale a pena ler,hoje,o que os nossos Camaradas sofreram ontem,mas que felizmente,julgo estarem bem se saúde,que bem merecem.
Obrigado Victor.
Saudações ESPECIAIS!
António Ferreira OPC 2/68
(1) António Júlio Rosa,natural de Abrunhosa-a-Velha,Concelho de Mangualde.
Alferes Milº. Atirador/Artª.
(2)António Loureiro Sousa Lobato
Sargº.Pil.Av
VB-Ferreira tu e TODOS os militares,independentemente da província onde estiveram ou o RAMO DAS FORÇAS ARMADAS que representaram,têm sempre esta porta aberta para o que entenderem dever contar.
3 comentários:
Visito o seu blog porque acho útil dar-nos a conhecer o que se desconhecia. Talvez por ser proíbido e tendo tido 2 irmãos na guerra,não na Guiné, nunca me lembro de lhes ouvir histórias semelhantes. Porque regressaram sãos e salvos, talvez optassem por pôr uma pedra no assunto. E naquela altura, até talvez fosse melhor pois sabiam o que tinha sido doloroso para nós. Hoje e apesar dessa guerra ser uma parte negra da nossa história, que eu acho devemos esquecer, gosto dos relatos que fazem para ficarmos, na matéria, menos ignorantes.
Dos meus contactos com o Contino ficamos de escrever algo recordando o tempo do seua cativeiro em Conacry
Pica Sinos
Penso estar com o Contino em Salir do Porto e aí ver da possibilidade de o convencer para tal
Pica Sinos
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