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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Alferes Nuno Freitas Martins, completa mais um aniversário

 O nosso alferes Nuno Freitas Martins, da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.

Muitos Parabéns companheiro e muita saúde  junto dos familiares e amigos.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.

 






O PRIMEIRO TIRO EM TITE 23 JANEIRO DE 1963 - depoimento de alguns naturais ...


Inicio da guerra colonial em Tite, enviado pelo amigo e companheiro José Costa., a quem muito agradecemos.
Apesar de parte ser narrado em crioulo, dá para perceber que há coisas que não condizem com um relato inicial que temos publicado no blog do bart1914, e que fazem parte dum trabalho do Jornal Expresso. Publicamos aqui esse trabalho agradecendo novamente ao Jornal Expresso e seus Jornalistas e Foto-Jornalistas. O nosso muito obrigado.

Leandro Guedes.
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23 DE JANEIRO DE 1963, QUARTEL DE TITE

É difícil explicar a geografia da Guiné a quem nunca lá foi. Afinal “aquilo tem o tamanho do Alentejo”. Mas é um engano. Todo o litoral é uma planície pantanosa que se abre à foz de vários rios. O que quer dizer que para descer o equivalente a 30 quilómetros em linha reta, teremos que utilizar um barco ou dar voltas por terra horas sem fim a contornar a boca de várias entradas de rios. E há o terreno de lama. A vegetação. O clima tropical. As chuvas. Os mosquitos. No início dos anos 60, a Guiné não era como as jóias da Coroa: Angola e Moçambique. Para o meio milhão de autóctones de dezenas de etnias, havia uns meros dois mil portugueses da Metrópole. Alguns deles militares, espalhados por quartéis nos principais pontos do país. A zona sul, que faz fronteira com Conacri, terrível em termos de geografia, e que seria comandada por Nino Vieira, iria ser o ponto de partida da guerra na Guiné. Tite, um quartel da tropa portuguesa, foi escolhido para a primeira investida noturna do PAIGC. É conhecido por ser o local do primeiro tiro. E ainda se comemora como tal. É uma data.

O quartel português de Tite ainda lá está. Mas em escombros. Restam as paredes e como sempre o mato vem reclamar o que lhe pertence. Ainda foi ocupado pela tropa guineense, mas abandonado em 1994. A poucos metros, impassível, está um poilão, uma magnífica árvore sagrada com dezenas de metros de altura. À sua sombra, os velhos. E, com eles, a memória. Logo ali dois que lutaram no exército português. Pedro Ussumani, 66 anos; e Brema Jasse, 73. Foram tropa feijão-verde. Brema, aliás, passou de soldado ‘tuga’ a coordenador do PAIGC, e fala desses tempos com cumplicidades e risadas. “Querem um terrorista? Vamos a casa do grande bazuqueiro”, e lá caminhamos umas dezenas de metros até à casa de Braine Sane, 63 anos, o tal artista da bazuca. Tudo amigo. “Fomos soldados, não há rancores”, diz.

Ussumani vai adiantando “que depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase. Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto. “Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.

E o tal primeiro tiro, como foi? O homem que o deu morreu há poucos meses. E eis que chega à sombra do poilão Pape Dabo, 89 anos, um homem pequenino. Não sabe de ouvir dizer. Esteve presente no ataque de 23 de janeiro de 1963 e participou nas reuniões que decidiram a operação no quartel de Tite. Tiro? Não foi tiro. “Só tínhamos dez armas e a sentinela estava a dormir e, quando avançámos pela porta do quartel, matámos o homem com um canhaco.” Canhaco? É uma lança que se põe num arco. Mas foi com a mão. Perfurou-lhe o pescoço.

Ussumani vai adiantando “que depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase. Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto. “Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.

Mas voltemos um pouco atrás. Pape Dabo conta a história do ataque como já a terá repetido centenas de vezes. Não permite interrupções. Ele é o narrador e o dono da versão. Começa com ele e o irmão no quartel, a trabalharem como padeiros dos portugueses, e termina depois do ataque com ele a voltar a ser reconhecido pelos militares portugueses como um “dos bons” e, assim, a poder espiar. Pelo meio, o ataque: divididos em quatro grupos, só o primeiro entra no quartel; os portugueses acordam; os tiros; as mortes do lado dos ‘tugas’ terroristas (“terroristas eram vocês do PAIGC”, diz Pedro); depois, teve que voltar no outro dia, foi obrigado a ver os cadáver dos companheiros mortos e ter de fingir que não os conhecia. E recorda ainda quando o comandante alinhou a população na praça em frente ao quartel e disse:

 “A guerra começou.”

 

A guerra colonial na Guiné, começou em Tite há sessenta anos.

 Nesta foto tirada há poucos anos, estão alguns guerrilheiros que fizeram parte do primeiro ataque a Tite e que marca o inicio da Guerra colonial na Guiné - 23 de Janeiro de 1963.

"N o dia 23 de Janeiro de 1963, teve início a luta armada na Guiné. Neste dia o PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, fundado por Amílcar Cabral, através de um grupo de combatentes sob o comando de Arafam Mané (N'Djamba), atacou o quartel de Tite. A Guerra do Ultramar, começava na Guiné.

As várias equipas preparadas para atacar o quartel partiram de uma aldeia próxima de Nova Sintra. Reuniram-se numa mata próxima de Tite muito cedo, de manhã, à espera da hora para atacar. Havia apenas uma arma por cada dez homens, estando os outros combatentes armados com catanas e paus. O ataque iniciou-se apenas à uma hora da madrugada.

No rescaldo do ataque os combatentes do PAIGC tiveram dois mortos e dois feridos.


Na foto de grupo em cima, tirada em Tite depois da Guerra, estão alguns dos guerrilheiros que participaram no primeiro ataque a Tite em Janeiro de 1963 (a devida vénia ao Expresso, aos seus Jornalistas e Foto-Jornalistas, pela partilha desta sua foto)

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

REGALIAS DOS SÓCIOS DA LIGA DOS COMBATENTES

 



José Costa

 Olá Guedes! Tudo bem por aí!

Olha, recebi este e-mail da Liga dos Combatentes aqui núcleo do Porto, dirigido aos sócios! Se achares por bem, dá a conhecer no nosso blog ou Facebook dessas regalias, embora seja para sócios ou alguém que se queiram fazer de sócio ainda vai a tempo!

Abraço

José Costa

 De: porto@ligacombatentes.org

Data: 29 de janeiro de 2024 às 15:31:12 WET

Para: porto@ligacombatentes.org

Assunto: REGALIAS DOS SÓCIOS DA LIGA DOS COMBATENTES

Estimado (a) Associado (a),

 Encarrega-me o Exmo. Senhor Presidente do Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes, Cor Jocelino Rodrigues, de enviar o presente e-mail para lhe dar conhecimento das REGALIAS DOS SÓCIOS DA LIGA DOS COMBATENTES:

 1.     Vários e diversificados protocolados a nível local, regional e nacional

 2.     Apoio médico, psicológico e social gratuito no Centro de Apoio Médico, Psicológico e Social

 3.     Consultas de medicina geral e familiar, cardiologia, psicologia, psiquiatria e de apoio social gratuitas;

 4.     Residências sénior no Porto e em Estremoz

 5.     Creche e pré-primária no Porto

 6.     Subsídios aos associados mais carenciados e necessitados, mediante processo rigoroso de seleção

 7.     Residência sénior, creche, pré-escolar e primária no complexo Nossa Senhora da Paz, vulgo quinta Amarela junto ao Carvalhido;

 8.     Residência sénior Estremoz;

 9.     Condições especiais, 20% de desconto, para associados e familiares diretos, pais, cônjuge e filhos, nos hospitais Luz da Póvoa do Varzim, Vila Real, Amarante e Cerveira (protocolo anexo;

 10.  Centro de Apoio Médico, Psicológico, Psiquiátrico e Social no CAMPS na N/ sede, sito na Rua Formosa, 133 // 4000-251 Porto;

 11.  Centro social, convívio e lazer na N/ sede;

 12.  Palácio Visconde Pereira Machado, nossa sede aberta ao público, bem como as coleções visitáveis da Grande Guerra, da Guerra do Ultramar e Biblioteca;

 13.  Até 30% de desconto nas farmácias do grupo Pombeiro (protocolo anexo - Nova Gaia e Magalhães (223746810) em VN de Gaia e Pombeiro no Porto (222 051 295). Referir que é sócio da Liga dos Combatentes e mediante os códigos da receita entregam os respetivos medicamentos ou produtos a adquirir no domicílio da parte da manhã ou tarde do esmo dia, sem qualquer custo adicional;

 14.  15% de desconto nos hotéis do Grupo Meliá & Tryp;

 15.  20% de desconto na empresa Barcadouro (opera no rio douro com diversos programas, incluindo viagens até Barca D’ Alva);

 16.  20% de desconto na Funerária Salgueiro Lda (Grande Porto);

 17.  20% de Desconto na Funerária Moreira (Grande Porto);

 18.  Protocolo com a Clínica Médica e Diagnóstico Corpo Santo, em Leça da Palmeira;

 19.  Protocolados a nível nacional;

 20.  Cartão Galp + com descontos na GALP em Portugal e Espanha até 8 Cêntimos por litro;

 21.  Aquashow Parque Aquático e Temático Outdoor com descontos de 10%;

 22.  Grupo NORAUTO, com descontos de 5% (entre outras vantagens), com Centros em vários locais do país, sendo necessário também solicitar o cartão do grupo;

 23.  Jardim Zoológico, em Lisboa, com desconto de 50%;

 24.  Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com desconto de 25% (mais 10% se o pagamento for feito por débito direto em conta) na aquisição do cartão CCB que disponibiliza outros descontos para os espetáculos e entidades presentes no complexo do CCB, incluindo; estacionamentos; restaurantes; lojas; exposições, etc;

 25.  Santa Casa de Misericórdia de Canha, com descontos de 3% a 5%, em Canha;

 26.  Grupo Saúde Claro, com descontos de 15% nas suas clínicas médicas, centros de imagiologia/radiografia, análises clínicas e laboratório patológico localizados na área da Grande Lisboa, Centro do País, Alentejo e Algarve.

 27.  Grupo Hotéis Vila Galé, com descontos de 12% em todos os serviços prestados nos seus hotéis em vários locais do país. Nota: é necessário possuir o cartão virtual - "Cartão Vila Galé Corporate - Liga dos Combatentes" que deve ser obtido seguindo as instruções descritas no nosso SITE. Com esse cartão é que se pode gerir as reservas e usufruir dos descontos;

 28.  Grupo Hotéis Pestana, com descontos de 15% em todos os serviços prestados nos seus hotéis e pousadas em vários locais do país. Nota: é necessário possuir o cartão virtual - "Pestana Corporate Elite Plus" que deve ser obtido da mesma forma que o anterior;

 29.  Fundação INATEL, com descontos de 10% em todos os seus hotéis, pousadas, parques de campismo e instalações que integra, em vários locais do país. Trata-se de um protocolo antigo, assinado pela Sede em 2010, sobre o qual não havia muita informação. De referir que poderá haver instituições da INATEL que não tenham conhecimento deste protocolo, Se isso acontecer na altura do nosso sócio solicitar uma reserva, o melhor será pedir uma cópia do protocolo à Sede ou aqui ao Núcleo;

 30.  Calçado Guimarães, com descontos de 10%, em vários locais do país. Quem pretender comprar on-line deverá ir ao nosso SITE da LC e obter o código respetivo;

 31.  Hospital Nossa Senhora da Arrábida, com descontos de 30% e 40%, em Brejos de Azeitão;

 32.  Farmácias GAP com descontos de 12%, em Lisboa (Avª do Uruguai e na Rua escola politécnica) e na Charneca da Caparica (Rua da Brieira) e no Pinhal Novo;

 33.  Clínicas CPE, com descontos de 20%, em Setúbal (Avª dos Combatentes da GG), Lisboa (Rua D. Luís de Noronha e Avª António Augusto Aguiar) e Oeiras (Rua Marechal Costa Gomes);

 34.  Apoio Jurídico para sócios combatentes carenciados;

 35.  Apoio Fiscal para todos os sócios da Liga dos Combatentes;

 36.  Entrega gratuita trimestralmente no domicílio, via correio normal, da Revista “Combatente”;

 37.  Tratamos, ainda de toda a documentação relativa a obtenção do Cartão do Antigo Combatente e Viúva do Antigo Combatente, requisição de Medalhas das campanhas e de feridos em combate;

 38.  Acesso à capacidade sobrante mediante candidatura as messes e espaços de lazer do Exército português;

 39.  Organizamos eventos, nomeadamente visitas a Unidades Militares, Almoços e Jantares comemorativos e de Natal e cerimónias militares associadas aos antigos Combatentes.

 Obrigada por se juntar a nós.

 Com os melhores cumprimentos,

 Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes

Cátia Moura

Assistente Técnico

Rua formosa, nº 133

4000-251 Porto

Telef. / Fax : 222  006 101

Móvel: 913 060 168

E-mail: porto@ligacombatentes.org

NIB: 0035 07300002578823028

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Obrigado José Costa pelo envio deste email.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Mais um aniversário do Carlos Pires.

 O nosso amigo Carlos Vaz Pires, completa hoje mais um aniversário.

Que contes muitos companheiro, com saúde junto dos teus.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.




quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

As Carquejeiras

" AS CARQUEJEIRAS – AS ESCRAVAS DO PORTO

Poucos conhecem, por certo, a história destas mulheres de trabalho escravo...

"Desde o século XIX existiam, no Porto, as “Carquejeiras”. As carquejeiras do Porto eram mulheres que para “comer o pão de cada dia”, para si e seus filhos, subiam a calçada ingreme entre os Guindais e as Fontainhas, levando às costas, nesta via dolorosa, de 220 metros, molhos de carqueja pesando cerca de 50 Kg e depois as distribuíam pelos fogões das padarias e casas particulares, servindo como acendalhas, para coser pão ou aquecer as casas dos senhores do Porto, mais endinheirados. A carqueja chegava em barcos e nos Guindais era desembarcada e colocada às costas das carquejeiras – mulheres e tantas vezes crianças -, que lá iam pela Calçada da Corticeira – agora chamada Calçada da Carquejeira, como homenagem a estas mulheres -, até ao destino fosse a Boavista, fosse o Carvalhido ou tantos lugares. Durou este trabalho um século, tendo terminado em 1960. Agora uma associação, constituída para tal, inaugurou uma estátua evocativa da Carquejeira, nas Fontainhas. Pagavam a elas quantas viagens fossem capazes de fazer e pela distância, indo de 1$50 a 15$00.

A Carquejeira não tinha segurança social, nem postos de atendimento de saúde, e o que conheciam desde meninas, era acartar a carga, o mais vezes possível, fazer o jantar e nem davam conta que o homem as engravidava. Subindo a escarpa, quase não se viam os olhos, mas elas lá iam, perante o rizo da rapaziada, que não muitas vezes as apalpava, elas fugiam, era uma calçada com muitas curvas. Apesar do seu dia a dia duro e desumano, também iam às igrejas da cidade pedir pelos seus, e que tivessem muito trabalho. Era descalças que faziam o seu trabalho, não lhes restava mais que confiar e ter fé em Deus, que lhes desse muita saúde para calcorrear o maior número de vezes, para ganhar mais dinheiro, que era tão pouco que mal dava para a comida; os medicamentos eram as ervas que arranjavam e estudar nem sabiam o que era.

É bom que saibamos que existiam mulheres destas, autênticas santas e virgens. Santas porque se davam como sacrifício para que as suas famílias tivessem pão e sopa, os seus filhos crescessem, e virgens porque se davam completamente à causa das suas famílias, sem pretenderem nada para elas. O sacrifício que tantos de nós não conhecemos. Pois, aqui fica!"

Por Joaquim Armindo

Realizando um trabalho de “besta”, substituído pelo ser humano em uma época na qual a sobrevivência era uma questão de luta, as escravas do Porto se viam obrigadas a carregar às costas até 60 quilos de carqueja para conseguirem se sustentar diariamente.

No dia 1 de março de 2020,

Foi inaugurada a estátua em homenagem às Carquejeiras do Porto, por iniciativa da “Associação Homenagem às Carquejeiras do Porto”.

A “Maria”, nome da estátua da autoria do escultor José Lamas.


HOMENAGEM ÀS CARQUEJEIRAS, AS ESCRAVAS DO PORTO.

Pesquisa de Clarisse Marques

Fotografia de Álvaro Ferreira

Escultura: Da CIDADE às CARQUEIJEIRAS - de JOSÉ LAMAS

Alameda das Fontaínhas - Bonfim - Porto

Nota Pessoal - Há muito tempo que queria fazer esta publicação. Uma história do Porto que nunca foi e nunca será linda de viver... É como a vida, de dias de sol e dias cinzentos, com chuva e nevoeiro...Como a rosa que é linda e perfumada, mas têm espinhos...As Carquejeiras, de certa maneira, representam a MULHER PORTUGUESA, que no passado trabalhou exaustivamente. Como a Alcina, a rapariga mais linda da Aldeia que adoeceu e morreu de tanto trabalhar - A MINHA MÃE! ❤❤🥲🥲❤❤"

Joaquim Armindo, obrigado.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O funeral do Senhor Sotero

A Direção do CSMA informa que o funeral do Vice-presidente António Diogo Sotero será amanhã dia 23 de Janeiro pelas 10h na Capela da Mina de São Domingos, seguindo depois para o cemitério da localidade.

O corpo  encontra-se  em câmara ardente, na casa Mortuária da Mina de São Domingos.



domingo, 21 de janeiro de 2024

JACINTO CORREIA, PRIMEIRA VÍTIMA OFICIAL DOS EXÉRCITOS DE NAPOLEÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA, em 25-01-1808.

 Foto: ACONTECEU HÁ 205 ANOS!
JACINTO CORREIA, PRIMEIRA VÍTIMA OFICIAL DOS EXÉRCITOS DE NAPOLEÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA, FOI FUZILADO EM MAFRA EM 25-01-1808. 
ESTE MÁRTIR / HERÓI RESIDIU NA FREGUESIA DE ATOUGUIA DA BALEIA DE 1785 A 1802. 
Natural da Zambujeira, freguesia e concelho da Lourinhã. Casou na Atouguia de Baleia com Umbelina Rosa, em 30 de Maio de 1785, e residiu na Azenha de Baixo e na Azenha do Penteado, onde nasceram os seus 8 filhos. 
Já residindo em Mafra, onde estava ao serviço dos frades do Convento, por ocasião da chegada das tropas invasoras, encontrou, nas imediações dos Gorcinhos, arredores daquela vila; quando transportava um feixe de lenha às costas e um cabaz de fruta seguro pelo braço; dois soldados franceses que, com violentas e perigosas ameaças, o tentaram roubar. Jacinto Correia, muito embora perturbado com a injustiça do assalto, ainda teve a serenidade precisa para recordar que, na sua frente, se encontravam, além de gatunos, dois abusivos devassadores do território nacional. E, cego de raiva, resistiu, matando os dois soldados com uma foice roçadoura. 
Sem demora, Jacinto Correia foi preso e levado para Mafra, quartel-general do General Loison, e julgado num conselho de guerra. Como matara em legítima defesa, tudo se fez no sentido de se obter um perdão. A condessa da Ega, que participou naquelas improfícuas tentativas, não conseguiu, também, abrandar a irritação de Junot.
No tribunal, Jacinto Correia respondeu com serenidade e coragem às perguntas que lhe eram feitas. Surpreendido com tanta audácia, o general de divisão Loison, que assistia ao julgamento, determinou ao intérprete que fosse perguntado ao réu se o arrependimento já teria exercido algum efeito no seu espírito.
Jacinto Correia, dominado por fervoroso patriotismo e em atitude que só é peculiar dos heróis, respondeu que: “Se todos os portugueses fossem como eu, não restaria um só invasor”.
Confundido com tão inesperada e pronta resposta, apressadamente traduzida pelo intérprete, o general Loison apresentou visíveis indícios de cólera e, por forma brusca e peremptória, ordenou ao tribunal o fuzilamento do réu, sem apelo.
Na manhã de 25 de Janeiro de 1808, na alameda sul do Convento de Mafra, em ambiente apropriado, pois a tristeza do tempo não desmentia a dor dos homens, compareceu uma escolta militar francesa, na frente da qual, pouco depois, foi colocado Jacinto Correia.
Seis ruídos próximos e agudos se propagaram no espaço. E, por esta maneira, caiu, para jamais se erguer, um valente português. 
O general Loison, temendo, certamente, as consequências da atitude heróica de Jacinto Correia, que podia excitar ódios ou estimular ânimos para análogas façanhas, mandou publicar, sete dias depois do fuzilamento, uma notícia na Gazeta de Lisboa, na qual, no sentido de intimidar, dava conhecimento da condenação que sofrera o pacato e bom trabalhador que, no exercício das suas funções, calcorreara pelos imensos e longos corredores do Convento de Mafra. 
Nota: na foto apresenta-se o monumento da homenagem prestada em Mafra em 2008.

ACONTECEU HÁ 205 ANOS!

JACINTO CORREIA, PRIMEIRA VÍTIMA OFICIAL DOS EXÉRCITOS DE NAPOLEÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA, FOI FUZILADO EM MAFRA EM 25-01-1808.

ESTE MÁRTIR / HERÓI RESIDIU NA FREGUESIA DE ATOUGUIA DA BALEIA DE 1785 A 1802.

Natural da Zambujeira, freguesia e concelho da Lourinhã. Casou na Atouguia de Baleia com Umbelina Rosa, em 30 de Maio de 1785, e residiu na Azenha de Baixo e na Azenha do Penteado, onde nasceram os seus 8 filhos.

Já residindo em Mafra, onde estava ao serviço dos frades do Convento, por ocasião da chegada das tropas invasoras, encontrou, nas imediações dos Gorcinhos, arredores daquela vila; quando transportava um feixe de lenha às costas e um cabaz de fruta seguro pelo braço; dois soldados franceses que, com violentas e perigosas ameaças, o tentaram roubar. Jacinto Correia, muito embora perturbado com a injustiça do assalto, ainda teve a serenidade precisa para recordar que, na sua frente, se encontravam, além de gatunos, dois abusivos devassadores do território nacional. E, cego de raiva, resistiu, matando os dois soldados com uma foice roçadoura.

Sem demora, Jacinto Correia foi preso e levado para Mafra, quartel-general do General Loison, e julgado num conselho de guerra. Como matara em legítima defesa, tudo se fez no sentido de se obter um perdão. A condessa da Ega, que participou naquelas improfícuas tentativas, não conseguiu, também, abrandar a irritação de Junot.

No tribunal, Jacinto Correia respondeu com serenidade e coragem às perguntas que lhe eram feitas. Surpreendido com tanta audácia, o general de divisão Loison, que assistia ao julgamento, determinou ao intérprete que fosse perguntado ao réu se o arrependimento já teria exercido algum efeito no seu espírito.

Jacinto Correia, dominado por fervoroso patriotismo e em atitude que só é peculiar dos heróis, respondeu que: “Se todos os portugueses fossem como eu, não restaria um só invasor”.

Confundido com tão inesperada e pronta resposta, apressadamente traduzida pelo intérprete, o general Loison apresentou visíveis indícios de cólera e, por forma brusca e peremptória, ordenou ao tribunal o fuzilamento do réu, sem apelo.

Na manhã de 25 de Janeiro de 1808, na alameda sul do Convento de Mafra, em ambiente apropriado, pois a tristeza do tempo não desmentia a dor dos homens, compareceu uma escolta militar francesa, na frente da qual, pouco depois, foi colocado Jacinto Correia.

Seis ruídos próximos e agudos se propagaram no espaço. E, por esta maneira, caiu, para jamais se erguer, um valente português.

O general Loison, temendo, certamente, as consequências da atitude heróica de Jacinto Correia, que podia excitar ódios ou estimular ânimos para análogas façanhas, mandou publicar, sete dias depois do fuzilamento, uma notícia na Gazeta de Lisboa, na qual, no sentido de intimidar, dava conhecimento da condenação que sofrera o pacato e bom trabalhador que, no exercício das suas funções, calcorreara pelos imensos e longos corredores do Convento de Mafra.

Nota: na foto apresenta-se o monumento da homenagem prestada em Mafra em 2008. 

Jacinto Correia foi um resistente aos invasores franceses na primeira das 3 invasões a Portugal decretadas por Napoleão Bonaparte, por isso pagou com a vida a sua rebeldia, foi o 1º condenado à morte em Portugal pelas forças estrangeiras e executado por fuzilamento Em Mafra no dia 25 -01-1808 por ordem dos generais Junot e Loison este o célebre maneta que deu origem ao ditado popular ainda hoje em voga (olha que vais para o maneta) 

Na celebração do 2º centenário da nossa vitória total obtida nas linhas de Torres Vedras foi-lhe erigido em Mafra no local da sua execução um mausoléu e todos os anos pela data do seu falecimento aí lhe é prestada homenagem por altas individualidades civis e militares, depois de alguns anos sem ter aparecido qualquer descendente na sua homenagem, por desconhecimento total desses descendentes, com o divulgar da sua História muito pela persistência do seu sobrinho-neto Doutor Paulo Ferreira autor do livro  (As Lides do Talaia) que nesta obra divulga e dedica várias páginas sobre a História do seu tio-avô Jacinto Correia e porque não dizê-lo pela minha também, hoje já temos regularmente todos os anos alguns descendentes na sua homenagem quase todos da sua quinta geração.

Há muitos anos e porque gosto muito de História li em alguns livros que na  primeira das 3 invasões ao nosso País feitas por Napoleon Bonaparte houve um patriota natural da Lourinhã que lhes deu luta e que por isso pagou com a vida a sua ousadia sendo por isso fuzilado em Mafra às mãos do General invasor Junot, alguns autores da época falam nisso não como um grande feito, mais em jeito de nota de rodapé, na altura jamais associei essa personagem à minha ascendência, primeiro não pensava ter raízes na Lourinhã uma vez que toda a minha família paterna e materna é originária da Atouguia da Baleia, nada me levava a pensar ter raízes deste grande patriota. Como já disse gosto muito de História e depois de me reformar comecei a estudar a História da família aprendendo a fazer procura geneológica aparecendo-me na minha ascendência na Atouguia da Baleia Jacinto Correia  nascido na Quinta de Dona Máxima junto ao lugar da Azambujeira na freguesia de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã e eu fiquei desconfiado, mesmo assim nada me dizia que se tratasse da mesma personagem mencionada nos livros de História, há uns anos atrás começou a febre do facebook   e para não fugir à regra também comecei a aceder regularmente quando e um dia vejo numa página do Grupo Atouguia da Baleia a foto do Mausoléu e toda a história de Jacinto Correia que coincidia em tudo com a do meu quinto avô que eu tinha na minha ascendência, o autor dessa publicação era o  historiador senhor João Luís Alves Francisco natural  do lugar de  Azenhas dos Tanoeiros Mafra  e com o qual entrei em contacto tirando-me ele todas as dúvidas ficando eu com a certeza de que era mesmo seu descendente. Mais tarde e conversando com a Dona Maria Matos incansável diretora da coletividade da Zambujeira acerca disto ela convidou-me a ir à Lourinhã  ao  lançamento do livro (As Lides do Talaia) de Paulo Ferreira também ele sobrinho-neto de Jacinto Correia e que no mesmo livro dedica algumas páginas ao seu tio-avô, uma das coisas que o ouvi dizer ao referir-se a Jacinto Correia era de que tinha muita pena de não conhecer qualquer descendente direto do mesmo, no final apresentei-me como tal o que acabou por ser  uma alegria para os dois e já juntos fomos em 25/01/2017  os primeiros descendentes a marcar presença na sua homenagem, fomos passando a palavra e nos anos seguintes começaram a aparecer mais e hoje  já somos alguns, penso que a semente está lançada e que Jacinto Correia não mais deixará de ter os seus  descendentes em Mafra no dia do aniversário da sua morte em que é homenageado pelo seu ato de coragem e patriotismo.

 Jacinto Correia foi batizado no dia 21-10-1759 na freguesia de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã e nasceu no dia 30-09-1759 na Quinta de Dona Máxima perto do  lugar de Azambujeira freguesia de Nossa Senhora da Anunciação da Lourinhã, casou em Atouguia da Baleia e viveu nessa localidade desde 1785 até 1802 isto baseando-me no nascimento do seu último filho na freguesia de Atouguia da Baleia, depois terá ido viver para a vila de Mafra onde esteve ao serviço dos frades do convento, isto se aquilo que dizem Júlio Ivo e Pinheiro Chagas, de que ele vivia em Mafra ao serviço dos frades do convento ao tempo da primeira invasão francesa o que eu duvido,  faleceu em Mafra no dia 25-01-1808 fuzilado, depois de ter sido condenado à morte pelas tropas francesas da primeira das três invasões ao nosso País comandadas pelo general Junot.

Júlio Ivo no livro El Rei Junot de Raúl Brandão diz que ele terá sido estudante quando jovem dos frades do convento de Mafra e que viveria em Mafra ao tempo dos acontecimentos ao serviço dos mesmos frades e que no regresso do seu trabalho terá sido surpreendido por dois soldados franceses quando transportava às costas um cabaz de fruta e um cesto de lenha e tendo estes tentado roubá-lo agredindo-o, ele se defendeu matando-os com uma foice roçadora ferramenta que usava no seu trabalho diário.

Pinheiro Chagas diz que ele embora tenha nascido na Zambujeira da Lourinhã, terá estudado em jovem nos frades do convento e que teria alguma instrução, que  terá fixado residência em Mafra e que nesta vila casara onde tinha filhos, duas crianças de tenra idade, que em Mafra trabalhava à data dos acontecimentos por conta dos frades nos jardins do cerco e na vasta horta da tapada quando Junot na sua marcha invasora sobre a capital assentou arraiais em Mafra e arredores na primeira invasão francesa.

Estas versões são as mais relatadas nos anais da História e as que mais são faladas nos dias de hoje, mas existe uma outra versão dos factos relatada de forma muito diferente por José Acúrcio das Neves e na qual eu acredito como mais realista de como tudo se terá passado, há factos nas versões anteriores que para mim estão desajustados, se não vejamos como podia Jacinto Correia ter sido estudante em jovem no Convento como diz Júlio Ivo, ou ter instrução e conhecer os Lusíadas como diz Pinheiro Chagas se ele não sabia ler? No seu registo de casamento na freguesia de Atouguia da Baleia ele não assina por não saber assinar, nos registos paroquiais ele regista 7 dos seus 8 filhos em Atouguia da Baleia e um na Lourinhã, não tem em 1808 apenas 2 filhos de tenra idade e vive em Mafra, para mim ele nunca viveu em Mafra mas sim sempre na freguesia de Atouguia da Baleia onde executou  trabalhos difíceis nas azenhas do Penteado e na de Baixo ou ainda como lavrador no Casalinho perto de Ribafria onde penso que ele vivia à data dos acontecimentos e nunca terá sido estudante, inclino-me mais para que fosse analfabeto, talvez sim um lavrador ou trabalhador rural com dotes de liderança e um patriota em quem os seus vizinhos confiavam fazendo dele um líder, terá sido preso em Peniche  por Taunier comandante das forças invasoras em Peniche e levado de seguida para Mafra por ser onde estava sediado o quartel-general de Junot para aí ser julgado, aí foi condenado e executado para servir de exemplo a outros que lhe quisessem seguir os passos.

José Acúrcio das Neves descreve-nos doutra maneira para mim mais realista como as coisas se terão passado, Jacinto Correia era um honesto lavrador de Atouguia da Baleia que teria sido roubado pelas primeiras tropas francesas da primeira invasão que passaram para a praça de Peniche e querendo defender-se dos seus inimigos que julgava também serem os inimigos da Pátria inflamado pelas queixas dos seus vizinhos que tinham também sido roubados como ele, foi imediatamente à vila de Óbidos pedir auxílio às tropas do regimento do Coronel Freire de Andrade que ali se achava estacionado dizendo-lhe que a sua intenção era dar a morte a todos os franceses que continuassem a passar na sua terra. Ninguém ousara dizer a este pobre rústico que está a cometer  um erro de entendimento, mas o seu erro nascia de um verdadeiro patriotismo e o que é bem digno de lamentar-se foi julgado por um grande crime pelo juízo dos mesmos portugueses, porque o próprio Coronel Freire de Andrade nessa altura já está ao serviço dos franceses partindo depois para França com a sua Legião Portuguesa e em vez  de o instruir como ignorante, foi delatá-lo como rebelde aos franceses e por isso caindo o infeliz Jacinto Correia nas garras do brigadeiro Taunier comandante da Praça de Peniche, poucos dias depois foi morrer arcabuzado em Mafra por sentença duma comissão militar francesa. Esta para mim a narração verdadeira dos factos, Jacinto Correia terá vivido sempre na freguesia de Atouguia da Baleia na altura destes acontecimentos, penso que viveria junto ao lugar de Ribafria dessa freguesia, há documentos que indicam que ele aí viveu e foi aí que continuou a viver a sua viúva até voltar a casar de novo perto dum ano depois da sua morte. Uma coisa é certa e todos os historiadores confirmam o seu acto de patriotismo, sabendo que a sua resposta poderia condená-lo à morte continuou firme como um grande português e respondeu ao célebre general Loison (se todos os portugueses fossem como eu não restaria um só invasor em Portugal).

enviado por Jacinto Borges, a quem agradecemos.

Faleceu António Diogo Sotero

 É com grande tristeza que a Direção do Centro Social dos Montes Altos, vem comunicar o falecimento do Sócio Fundador e Vice-Presidente António Diogo Sotero.

Em nome dos Corpos Sociais, funcionários e utentes enviamos as mais sentidas condolências à sua família.

Assim que possível daremos informações sobre as cerimónias fúnebres.

Do Raul Pica Sinos:

“Sentidas condolências à família. Sotero um homem de grande generosidade para todos que com ele conviveram exemplo disso foi o nosso saudoso camarada Pedro. Até amanhã Sotero.”




Sentidas condolências à família e a todos os utentes e direção do Centro Social dos Montes Altos , nesta hora triste.

Leandro Guedes.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Noite fria, gélida...

 Amigos meus Queridos

Reponho, hoje, uns versos, feitos vão já 5 (cinco) anos, neste preciso dia! E o tempo que tem feito jus faz ao teor deles...

Abraço-vos, com fraterna amizade.

Lêde, ou relêde-os...7

(LMD,16.01.24)

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NOITE FRIA, GÉLIDA...

Porque o dia, especialmente no seu findar e para a noite, que já caiu, têm estado extremamente frios, na nossa região de frio húmido, conquanto não chova para já, deu-me para discorrer, versejando, sobre o tema.n

Assim, Vos presenteio, Queridos Amigos meus, com umas bem geladas linhas, de modo a lhe apreciardes o sabor, e qual a textura da frialdade... Após o lerdes, dizei-me algo. Anseio pelas vossas mui desejadas palavras. 

Beijos e abraços, como é meu uso Vo-los distribuir.

Agora, à leitura...

(LMD, 16.01.19)

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Noite fria, gélida, insensível...

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Noite fria, gélida, cinzentona e triste

Cai, sem dó nem piedade, e em riste.

Obtusa, a pérfida, descamba e gela

Quem, por montes, aos animais vela!

Noite crua, de matar, de húmido frio

A gelar corpos quentes e almas a fio...

Ó noite ingrata, quem te deu o ser?

E de longe, célere, vens aqui morrer?

Teu corpo esguio, de beldade sem dó,

Quisera ter seguro, preso bem com nó!

&

Malvada, que me estragas a dedilhação,

Não vês, tu, que me páras a circulação?ko

Tenho sangue forte, fluindo ruborado...

Mora em mim, inteiro, pouco estragado!

Nas mãos tuas, de gelo, frialdade pura,

Quem consegue ter-se, e tem estrutura

Para vivo, cálido, de compleição dura

Te enfrentar, sereno, com compostura?

Noite gelada, com dor as cores minas,

A energia sugas, a mãos e faces minhas!  

Noite fria, de morrer, há deserto em tudo.

Será que o geral fim desejas, contudo?

Cinzenta bruma, soturna, gélida, pungente,

Vai-te, ó insensível noite! Aqui, mora gente!

LMD, 16.01.19.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Vila de Frades já não tem Abades | Grupo de Cante os Filhos do Alentejo

Vinho de Talha

 Vinho de Talha 🍷

 Uma grande parte das tabernas do Alentejo (e entre elas muitas que se transformaram em restaurantes famosos) mantém a produção do vinho de talha.


Restaurante O País das Uvas

Antonio Vilão, celebra hoje mais um aniversário

 


O Antonio Vilão completa hoje mais um aniversario.
Muitos parabéns amigo, que tenhas muita saude e que celebres este dia com muita alegria junto dos teus.
Um forte abraço 
Leandro Guedes 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Dom Francisco da Mata Mourisca - Padre Misionário Franciscano e Bispo de UIJE/Angola

 A respeito dos Senhores padres que estiveram no velho Convento dos Capuchinhos no Tronco, hoje Paróquia do Amial, e sem tirar mérito aos demais sacerdotes, há um que me ficou mais na memória que foi o Padre Francisco da Mata Mourisca. Tenho gratas recordações do Senhor Dom Francisco da Mata Mourisca. Conheci-o na que é hoje, Igreja Paroquial do Amial, há 70 anos atrás e com ele convivi até ser homem.

Era uma pessoa de excelente dom de palavra, atraía multidões quando era previsto ser ele o pregador. Pessoa de forte presença, era escutado por todo o lado, fosse na Igreja, nas Missas, na Catequese ou nas Procissões que por lá se faziam, principalmente no mês de Fátima, em que as mesmas saíam da Igreja dos Capuchinhos do Amial e tinham o seu final no Jardim em frente à Escola Primária do Bairro da Azenha.

Foi ordenado sacerdote na Capela do Convento do Tronco (Porto), no dia 20 de janeiro de 1952

Tocador de Órgão exímio, a sua voz forte e melodiosa entoava cânticos que a todos deliciavam.

D. Francisco da Mata Mourisca, foi missionário português, padre Franciscano Capuchinho e primeiro bispo do Uíje, tendo por lá ficado durante 41 anos.

Faleceu aos 94 anos, “vítima de doença”, tendo nascido na Mata Mourisca, localidade perto da Figueira da Foz.

Foi o que se pode chamar, um Bom Pastor.

Descanse em Paz.

Leandro Guedes.



sábado, 13 de janeiro de 2024

Cerimónia de Homenagem aos Antigos Combatentes, em Bissau


 

... e os outros não fizeram !


 

Imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas de Combatente da Guerra do Ultramar.

 Imposição  de Medalhas Comemorativas das Campanhas de Combatente da Guerra do Ultramar.

Lembramos àqueles companheiros que ainda não têm a Medalha e que gostavam de a ter, que devem solicitá-la, assim como o cartão e o crachá do antigo Combatente.

Se quiserem a minha ajuda digam-me para eu a solicitar ao Ministério do Exercito.

Não podemos deixar esquecer o que por lá passamos...

Saudações séniores.

Leandro Guedes.







DIA DO EXÉRCITO


 

Apoios aos antigos Combatentes

 Da revista "COMBATENTE", da Liga dos Combatentes, transcrevemos este apelo  ao Governo de Portugal e Assembleia da República, com os APOIOS AOS ANTIGOS COMBATENTES pretendidos.

Entendemos que faltam aqui a inclusão de apoios específicos em Entidades Medicas  ou Hospitalares, que o SNS não apoia, e que por isso  deviam estar contemplados, e que tratam doenças especificas dos homens ou de consequência de trauma pós traumático, nomeadamente:

 - Tremor Essencial, tremor das mãos,  (não Parkinson), que é em Portugal unicamente tratado no Hospital da Ordem de São Francisco no Porto - Sistema HI-FU. Esta doença é associada à vivencia em clima de guerra durante largos periodos.

- HBPróstata, (Hiperplagia benigna da Próstata) - Tratado na Cruz Vermelha Portuguesa. Sistema Aquabeam, não subsidiado pelo SNS.

- Acesso livre e ilimitado ao Hospital Champalimaud, nomeadamente na área do Cancro.

Estas valências são fundamentais para a saúde dos Combatentes e seus familiares.

-  E também a atualização imediata da pensão de reforma que atualmente está nos 8,33 Euros por mês.., (100 € por ano), já inscrito neste apelo.

- Acesso aos Hospitais das Forças Armadas, também já inscrito neste apelo.

Leandro Guedes.



quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Domingos Monteiro - 80º aniversário

 O nosso amigo Domingos Monteiro, celebra hoje mais um aniversário, o 80º. Bonita idade.

Parabéns companheiro, que contes muitos com saúde, junto dos teus familiares.

Um forte abraço

Leandro Guedes.







quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Arqueologia Industrial - As Minas de Carvão de São Pedro da Cova, Gondomar

AS MINAS E OS MINEIROS DE SÃO PEDRO DA COVA

As minas de carvão de São Pedro da Cova, no concelho de Gondomar (terra do nosso amigo Beselga), iniciaram a sua atividade nos finais do sec. dezoito, 1795, tendo finalizado a sua atividade em 1972.

O carvão extraído desta mina alimentava as mais diversas atividades, fosse para a industria ou para o caminho de ferro e produção de eletricidade, incluindo o consumo caseiro.

A mina fechou e ficaram as recordações que aqui se relatam, num pequeno folheto que é distribuído na mina.

A Casa da Malta é uma espécie de Casa do Povo por onde andam atualmente os mineiros reformados, muitos deles doentes dos pulmões, vitimas duma doença crónica laboral incurável,  a silicose e consequente tuberculose, devido ao pó da mina.

A Casa da Malta dava-lhes  apoio durante a laboração e agora dá apoio na reforma, aos trabalhadores e seus familiares.

É comum informarem os visitantes sobre o funcionamento da Mina.

Vale a pena a visita.!


É fácil chegar à Mina através da morada acima.


 











as cestas para o transporte aéreo até ao Porto e Rio Tinto.


vagoneta para o transporte do carvão dentro da mina até ao exterior


Vagonetas que transportavam o carvão extraído da Mina



Em 1914, foi instalado um cabo aéreo para transporte das cestas de carvão, com a extensão de 9 quilómetros que transportava as cestas de carvão de S. Pedro da Cova em Gondomar, até ao Monte Aventino no Lugar das Antas, no Porto,  e também para a Estação dos Combóios de Rio Tinto... Ainda me lembro bem disso.

Zorra elétrica para o transporte do carvão até ao Porto por diversos locais





Roda de tração do cabo aéreo que suportava os cestos que transportavam o carvão via aérea

Maqueta do exterior da  Mina


No site indicado abaixo, do BLOG HISTORIAS DE BOLSO,  relata a história da Mina muito mais completa. Vale a pena visitar este site, para quem se interessa pelo assunto:

www.https://historiasdebolso.home.blog/2019/01/09/as-minas-de-carvao-da-maior-exploracao-do-pais-quando-em-atividade/

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E a seguinte crónica no Jornal Público:

https://www.publico.pt/2015/03/29/local/noticia/a-historia-da-vila-que-guarda-uma-mina-dentro-1690395

Desta crónica transcrevemos com a devida vénia ao Publico e seus Jornalistas aqui indicados, a seguinte parte dum excelente texto.:

A história da vila que guarda uma mina dentro

Enquanto descia às profundezas da terra, gasómetro na cabeça e saco de farnel na mão, os 16 anos de vida de Manuel Reis não puderam amparar-lhe a tremeliqueira das pernas. De repente, o rosto cândido e pálido enegreceu-se até à cor do carvão. Até à cor do medo. Lá no fundo, onde a luz não chega, passaram-lhe para a mão uma pá e pronunciaram meia dúzia de palavras. E ele começou a acartar carvão. Foi a primeira vez de um vaivém de duas décadas nas profundezas das minas de São Pedro da Cova. Manuel regressa agora ao complexo mineiro, 45 anos depois do dia que ninguém apaga da memória: 25 de Março de 1970, a data de encerramento das minas. As pernas já não tremem, mas os olhos humedecem quando recorda a “vida de escravidão”. Durante os quase dois séculos em que funcionaram, as minas de carvão foram o principal sustento de famílias inteiras nesta freguesia de Gondomar. Mas foram também sinónimo de miséria e de fome, de doença e de morte. E mudaram para sempre São Pedro da Cova.

Nesta terra mineira a 20 quilómetros do Porto, nunca quiseram enterrar as dores de outros tempos. A exploração a que milhares de trabalhadores foram sujeitos desde 1795, quando o carvão de pedra (antracite) foi descoberto na freguesia, escreve-se a letras garrafais. Recordar para não esquecer. Para Serafim Gesta, investigador local que adoptou o pseudónimo de Mazola e é autor de vários livros sobre São Pedro da Cova, as minas não são apenas um objecto de estudo. Estão-lhe gravadas no ADN há gerações, desde os “pioneiros do carvão”. “Tenho das minas as memórias mais tristes que pode haver. Memórias de morte. Estou a ver o meu avô morrer, com uma medalha ao peito, mas pobre, cansado, miserável, tuberculoso. O meu pai tísico, depois de muitos anos de mina. E a minha mãe a perder a vida à minha frente, a sujar os lençóis de sangue. Silicose: 100% de pó.”

Jornalistas Mariana Correia Pinto (texto) e Manuel Roberto (fotografia)

https://www.publico.pt/2015/03/29/local/noticia/a-historia-da-vila-que-guarda-uma-mina-dentro-1690395

Vale a pena ler.