ELE É O Nº 1 NO QUADRO DE HONRA DOS BOMBEIROS DE ALMADA
O encontro do Duque com o Pica Sinos, no Natal de 2008
Natural da cidade – onde o rio é mais azul, e em certos dias
tem a mesma cor do céu – Setúbal –, o Manuel Duque, o “Duque” com a
especialidade de maqueiro, como nós o conhecemos em Tite, veio para Almada aos
14 anos. Foi mecânico de balanças na antiga Casa Romão, e aos 17 anos abraça a
profissão de bombeiro.
O Manuel Duque, o Chefe Bombeiro, amado e respeitado por
todos que de perto com ele convivem, hoje, aos 63 anos de idade, é o nº 1 no
Quadro de Honra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Almada.
Perante o encerramento dos Estaleiros da Margueira
(Lisnave), e após 30 anos de serviço que ali dedicou como bombeiro, o Duque não
escolheu, nem estava, ou melhor não podia estar, no seu horizonte escolher um
outro caminho, senão o de soldado da paz! Ingressando, logo após o seu
despedimento, no quadro efectivo dos Bombeiros Voluntários de Almada,
Fui ao encontro do “Duque”! Já no quartel, envergando o fato
de trabalho, vejo-o a arrastar uma perna sofredora certamente por reumático,
vem acompanhado por um outro camarada do serviço – o Sargento Alberto -!
Apercebo-me que as suas palavras saem da sua boca “enroladas e em catapulta”
resultantes de um AVC que recentemente o vitimou, diz. Quando na parada é com
muito agrado que converso, neste primeiro encontro, com este nosso camarada.
Foi gratificante verificar as muitas fotografias da vida em Tite religiosamente
guardadas.
Dessas, uma particularmente mostrou – o Corpo clínico em
Tite – apontando um a um, com os olhos rasos de água, a custo lá disse “ a
maioria já se foi”. E uma outra, o seu inseparável amigo – o Joke – que para
todo o lado o acompanhava. Em Tite passou pelo Duque muitas histórias: com o
“JoKe” do Heitor, que não sendo o dono – mas sim tratador – eram inseparáveis.
Com as duas corujas enormes, de cor branca, cujo “funesto assobio” arrepiava
tudo o que era cabelo, não deixando dormir aqueles que por perto da
enfermaria/farmácia habitavam. Outras, ainda ligadas à sua especialidade, quer
em operações no terreno, quer no posto clínico.
Este camarada com um comportamento que lhe era peculiar –
educado, paciente e obstinado! - Uma vez, faz-me o Botas lembrar, consertou uma
bicicleta tipo “pasteleira” que num canto estava abandonada, onde nos dias de
folga, sobretudo aos domingos, aproveitava – vaidoso – para dar as voltas ciclo
turísticas pela tabanca, vestindo sempre uma tchart com motivos havaianos que
“desviou” dum monte de roupa usada destinada a distribuir pelos naturais. Uma
semana após o nosso primeiro encontro, com a presença do Comandante da
Associação (Vítor E. Santo), do Sargento Bombeiro (Alberto) e do Zé Santos
(Alcântara), no almoço que o Duque fez questão de nos presentear, apercebo-me,
mais, que este nosso companheiro, já reformado, com 46 anos de bombeiro, ainda
presta serviço nas áreas da manutenção e da conservação na instituição.
Apercebo-me do superior destaque dos feitos do Duque em bravura, e dos serviços
prestados à comunidade, não lhes cabendo no seu largo peito as medalhas – desde
o bronze ao ouro - que lhes foram merecidas ao longo dos anos, por muitas e
variadas entidades.
Bem hajas Duque! Pica Sinos
(NATAL2008)
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