BISSASSEMA
Após o diálogo estabelecido com os três militares da CART 1743, em Conacri, Amílcar Cabral dá conta em comunicado escrito em francês, datado de 19 de Fevereiro de 1968, da identificação destes novos prisioneiros de guerra.
Exatamente seis meses depois do episódio da Tabanca de Bissássema, ou seja, em 3 de Agosto de 1968, Amílcar Cabral faz aos microfones da «Rádio Libertação», a sua emissora, nova referência aos prisioneiros de guerra do PAIGC. Por deferência deste, as palavras do seu secretário-geral foram gravadas em fita magnética, bem como as declarações de oito militares portugueses feitos prisioneiros nos primeiros seis meses desse ano, e retransmitidas em Argel, na rádio «A Voz da Liberdade», emissora da FPLN/Portugal [Frente Patriótica de Libertação Nacional]. O conjunto desses oito depoimentos foram editados no Caderno 1, da responsabilidade da FPLN, com o título “falam os portugueses prisioneiros de guerra” [vidé P16172]. [Infogravura nº 2]".
"Treze meses depois, em 3 de Março de 1969, António
Rosa com mais dois prisioneiros de guerra, António Lobato e José Vaz, levam à
prática um plano de fuga pensado entre si, sendo recapturados ao fim de seis
dias. Na sequência dessa evasão mal sucedida foram transferidos para um novo cativeiro
em Conacri [vidé P2095 e P7929]. [Infogravura nº 1, reproduzida acima[,
("Operação Mar Verde" decorreu entre 20 e 22 de
Novembro de 1970 durante a Guerra Colonial. Apesar de não ser reconhecida
oficialmente pelo Governo, foi ordenada por António de Spínola, Governador e
Comandante Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, comandada no terreno por
Alpoim Calvão, com o objetivo de libertar os prisioneiros de guerra
portugueses, em Conakry).
Vinte e sete anos depois, numa iniciativa do semanário
«Expresso», foi possível reunir em Lisboa, dezasseis desses prisioneiros. Na
capa da «Revista do Expresso, n.º 1.309, de 29 de Novembro de 1997, é possível
identificar, com a seta amarela, o Geraldino Marques Contino, camarada que
esteve no centro deste trabalho de pesquisa [Infogravura nº 4]. O texto da
reportagem é da autoria do jornalista José Manuel Saraiva.
(texto de Jorge Alves Araújo, furriel milº, a quem agradecemos.)
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