A todos os nossos companheiros, amigos, familiares e visitantes, desejamos uma Páscoa Feliz, com votos de boa saúde para todos.
33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
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domingo, 31 de março de 2013
Votos de Páscoa Feliz
A todos os nossos companheiros, amigos, familiares e visitantes, desejamos uma Páscoa Feliz, com votos de boa saúde para todos.
sábado, 30 de março de 2013
O Raul Soares foi mais uma vez à Guiné!
Mudança da hora!
Parabens Amador!
Ao nosso companheiro Amador, que hoje faz anos, os nossos votos de Parabens e que tenha muita saúde bem como os seus familiares
terça-feira, 26 de março de 2013
Ainda a ida à Campa do Rato
... eoutras do almoço que se seguiu.
sábado, 23 de março de 2013
Fomos hoje à Campa do furriel Graciano de Sousa Rato.
Cap. Paraiso Pinto, Victor Barros, Carlos Ramos e Esposa, Domingos Monteiro, José da Costa, Gentil Félix Lourenço, Henriques, Arrabaça e Guedes.
Segundo aqueles Senhores, os pais do nosso amigo Graciano Rato, eram naturais da Moita, perto da Marinha Grande, mas como tinham a profissão de Resineiros, deslocavam-se para os locais onde havia trabalho nesta área específica. E foi assim que, em dada altura, foram viver para Viseu onde nasceram os seus dois filhos – O nosso companheiro e o seu irmão.
quinta-feira, 21 de março de 2013
Chegou a Primavera!
Tem hoje inicio a Primavera.
Esperemos que com a sua chegada, os nossos companheiros que estão doentes, melhorem, bem como os familiares de alguns que também se encontram doentes.
Para todos os nossos votos de rápidas melhoras, a tempo de estarem presentes no nosso almoço anual em Maio.
Um abraço.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Noticias da CCAÇ 2314
Sob comando do capitão de infantaria Joaquim de Jesus das Neves, em 15Jan68 desembarcou ao largo de Bissau, para uma LDG que a transportou até à ponte-cais no canal do Enxudé, dali seguindo para Tite, em cujo sector fez a IAO sob orientação do BArt1914, mantendo-se seguidamente em reforço à quadrícula operacional daquele batalhão, e do sucessor BCav2867 (com sede em Tite).
Em 06Ago68 foi transferida para Fulacunda.
Em 30Jun69, por troca com a CCav2482, regressou a Tite.
Em 20Out69 foi substituída pela CCav2484 e iniciou o deslocamento, em escalões, para Bissau, onde se manteve até à torna-viagem, iniciada em 23Nov69 no "NTT Uíge".
A citada subunidade, tem um blogue > ccac2314.blogspot.pt
Contacto de veterano da CCac2314 – Joaquim Caldeira:
- Joaquim Caldeira (ex-furriel milº, residente no Porto): mailbox <joaquimcaldeira@netcabo.pt>; tlm 933 538 890
Qual a sua Unidade Militar naquela ex- Província Ultramarina (*): c.cac 2314
Qual o período de tempo (ano/ano) na referida ex-Província Ultramarina (*): 1968/1969
Indique o seu e-mail, telefone ou ambos que devem figurar no anúncio online (*):
910208624 anajesus-mendes@hotmail.com
Texto do anúncio a publicar (*): procuro colegas da c.cav 2314 que prestaram servi�o militar na guine (tite / fulacunda)entre 1968/1969
terça-feira, 19 de março de 2013
Dia do Pai!
José Justo
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Do Victor Barros recebemos também este video, que encaixa muito bem na celebração do dia do Pai:
segunda-feira, 18 de março de 2013
Ida à Campa da Rato.
ENCONTRO JUNTO AO ESTÁDIO MUNICIPAL DA MARINHA QUE FICA PERTO DA SAIDA DA AUTOESTRADA A8 E EM FRENTE AO CONTINENTE. Por voltas das 10,30 / 11 horas.
- O almoço será num restaurante perto da Marinha Grande.
- O Pica está a preparar um pequena lápide, para ficar na campa
- Os interessados devem avisar da sua vinda por telefone ou email, para que o Victor Barros possa marcar mesa no restaurante.
Acerca do artigo do Pica Sinos, sobre a sua primeira noite fora de casa...
Amigo, começaste a meter o pé na argola mais cedinho que eu, rapaz!!
Lembro-me bem dos “bailaricos”...Alunos Ápolo, Casa do Minho, Casa do Alentejo e outras, por onde um grupo do pessoal do Café Nacional gostava de cirandar aos fins de semana (agora é sem hífens).
Eu com a dança agarradinho, sempre tive o mesmo problema que com o futebol...os dois pés esquerdos!!...e daí tropeçar muito e passar a noite a pedir desculpa às damas pelas pisadelas!!
Safou-me a mim e muitos trengos como eu, o aparecimento do Twist...Uáu!! agora é comigo, chegou a minha hora, e que horas!!...foi a desforra!!
Aproveitei os anos de paralisia inábil dançante para congeminar uma vingança, que resultou num nunca mais parar nas tardes e noites de bailarico da casa do Alentejo casadoalentejo, pois era a casa que mais gostava, e que durante décadas frequentei.
Adorava passear-me por aquelas recantos e contemplar aquele primoroso estilo árabe puro Hispânico.
Cada vez que revia uma sala, sempre achava pormenores novos. Click no endereço que vale a pena.
Bons jantares de paparocas Alentejanas, e outras, sempre bem regadas e conversadas com os amigos, por vezes noite fora, embora pró escondidinho, mas isso não se pode contar.
Como parece que sempre acontece onde se come bem, nos últimos anos em que frequentei aquele belo espaço, a coisa ficou mais fraquinha.
Mais um rastilho para inflamar mais uma recordação...
A tua aventura com o velho “Anglia Prefecta”.
Teria os meus 15 anos, e trabalhava comigo na firma dos Oulman, também com a patente de “office boy”...à época, e na linguagem tuga: “paquete”.
O colega e amigo de juventude R. era uns anitos mais velho, e os pais tinham algumas disponibilidades, pois eram donos de uma alfaiataria, o que lhe proporcionou a compra de um carrito em segunda ou terceira mão.
Era o seu sonho bastante antigo, dizia que havia de ter um automóvel antes dos vinte anos, e passava a vida a falar de carros. Estou certo que devia saber a marca e as performances de tudo o que tivesse quatro rodas.
Certa noite, e na base “Café Nacional” estava-mos nos entretenimentos do costume, quando aparece o R. eufórico.
O que é, o que não é??!!...- Bem, vamos dar uma volta no meu carro!! – O quê?????
- Embora, já disse. Está mesmo aqui à porta. E lá vai o pessoal em correria ver a bomba nova do nosso amigo.
Ficou tudo de boca aberta!!...mesmo ali frente aos nossos olhos um “bruto” Citroën 15 CV preto reluzente, com os estofos castanho escuro...um espanto. E como era comprido o raio do carro!!
-Vamos a Torres Vedras, embora malta.
Quem vai, quem não vai?...acabamos por nos enfiar seis dentro da “arrastadeira” como era designada a peça andante.
Claro que a viagem foi uma “tourada”. Chegados a Torres Vedras, parou-se o “bólide” numa zona que penso seria para os lados do terminal das camionetas, e a ideia era procurar uma tasquinha para petiscar, pois o pessoal nos tenros anos, estava sempre esfomeado!!
Terminado o repasto, já a noite tinha entrado na madrugada, deu-nos para as cantigas e vai de coro roufenho, até aparecer o guarda-noturno com ar de poucos amigos para terminar a chinfrineira. Toca a voltar a Lisboa. Tudo dentro do carro, recomeço do coro com “A loja do mestre André, mas numa versão para adultos!!”, chave na ignição...um abanão no Citroën 15 CV...e nada??!! Nova tentativa de ignição e nem um sinal de marcha??!!
Tudo calado...- Então, não dás com o buraco? – É pá isto não dá nada, não tenho motor de arranque!!! Toca tudo a sair do “bólide”, vai de abrir o capô duplo, isqueiros acesos, e tentativa de ver a origem do problema. O R. até tinha noções de mecânica, tal o gosto pelos carros. – Não se vê nada, vamos tentar levar o carro para perto daquele candeeiro.
Carro destravado, e o 15 cavalos, passou por breves minutos a ser 6 cavalos!!...
- É pá, foi o motor de arranque que colou quando dei a “mise-en-marche”, estamos lixados, e agora??
- Tudo a opinar, tudo a fazer força para desengatar o motor de arranque, várias e esforçadas tentativas, mas o raio do motor não descolava...nem se movia um milímetro.
- Se houvesse um pé de cabra, talvez se conseguisse desengatar este gajo!! – Alto!!...está ali uma obra, é capaz de se arranjar um bocado de varão de ferro daqueles grossos. Pesquisa na obra, mas ferro nem cheiro. – Olha este barrote, deve entrar no espaço entre o motor de arranque e o bloco.
Em resumo e conclusão; todos os repetidos esforços foram infrutíferos até que o barrote acabou por partir. Desespero total. Já perto das três da manhã e o pessoal alí. Naquela idade todos vivíamos em casa dos pais, e adivinha-se o que nos estaria a passar pelas cabecinhas. Pela minha parte já estava a sentir a “compreensão paterna nos dois lados da cara”.
Uns dentro do carro, outros na rua, a congeminar forma de resolver o assunto, e todos excluía-mos a ideia de esperar pela manhã em busca de um mecânico.
A boa disposição tinha-se desvanecido e nem se ouvia um pio. O R. ao volante, de vez em quando numa vâ esperança, lá dava a voltinha na chave, mas nada...a maldita “arrastadeira” continuada muda e queda.
De repente, sai do carro, volta a abrir o capô, curva-se sobre o motor. Todos o acompanhamos, espantados com o seu pulo e saída rápida do carro. Tudo a olhar, ele com as mãos todas pretas a mexer na parte de baixo junto á correia da ventoinha, e de repente TRÁZ...um grande estalido??!!...o motor de arranque tinha-se separado!!
O meu amigo e colega subiu mais vinte pontos na minha admiração!!...que carola...
O que ele fez foi exercer pressão para cima e para baixo na correia até conseguir rodá-la pouco a pouco, o suficiente para soltar o motor e voltar ao lugar.
Tudo aos berros e abraços, toca para dentro da “arrastadeira” e desta vez com os 15 CV e a ignição a funcionar, ruma-mos a Lisboa.
Cheguei a casa já o sol raiava, com o pai e mãe á minha espera...bonita comissão de boas vindas...
Precisei de um certo apoio psicológico depois da “galheta” com a pesada mão do Justo pai!!...e o resto conto noutra ocasião.
Pica, olha, seria um comentário e deu nisto!!
Um abraço
Justo
domingo, 17 de março de 2013
Requiem para um saudoso Amigo - pelo Justo
Com nostalgia revi várias vezes as fotos do Cavaleiro onde está o saudoso furriel Rato. Há pessoas com o quase divino dom de criar empatias logo aos primeiros contactos.
O Rato era um homem com quem facilmente se sentia simpatia e com quem apetecia conversar.
Era a antítese de alguns, poucos, mas ilustres desconhecidos, que se viam com umas divisas e a dar ordens, e logo lhes provocava um tremendo inchaço no pequenino ego!
Anteriormente neste Blog, já contei uma história sobre um desses cromos, numa cena com o Pica Sinos, que reflecte bem a mentalidade atávica, de alguns indivíduos da classe de sargentos. Eles aperceberam-se “que elas não trazem nome” frase corrente no quartel.
Grande verdade, e que passado pouco tempo de Guiné, sentiriam na pele com o primeiro e forte ataque que sofremos.
Das muitas coisas que me fizeram odiar a “tropa” e as regras militaristas, era sem dúvida: o avaliar a pessoa pelo primeiro olhar directo aos ombros...a outra; o ser tratado por “tu” por marmanjos que nunca tinha visto na vida...nem conhecia de lado nenhum.
Como isso mexia comigo !! Já findo o tormento da farda, curiosamente, mesmo colegas com quem trabalhei durante anos, não logo tratava e mesmo detestava que me tratassem por “tu”, até, claro, que a admiração e amizade, a isso levassem. Provavelmente reflexo dos tristes anos de tratamento cavalar e suplício militar.
Meu irmão era da Força Aérea e este hábito do “tu” e “meu este, meu aquele” não se praticava. Esses termos caricatos “avis rara” não existiam, e ao que penso, só eram utilizados no exército.
O furriel Rato era moderado, mas alegre, de fino trato e um camaradão nas pequenas farras que durante os dias que estivemos no quartel da Parede fazia-mos antes de embarcarmos para a Guiné.
Já em Tite, eram longas as conversas de grupo, onde facilmente ele se incluía. acompanhou connosco num pequeno grupo que naturalmente se criou, sem sabermos bem como.
Eu o Pica Sinos, o furriel Bagulho e furriel Rato e mais uns poucos que infelizmente não recordo, sempre que podia-mos dar uma escapadela, lá rumávamos a um café na baixa da Parede, para umas conversas e claro uns petiscos bem regados, para fazer esquecer o que breve nos esperava.
Lembro que num desses dias, as conversas estavam um pouco tristonhas, talvez pela proximidade do embarque, e das saudades que já começavam a doer.
O Rato fixou-se num fado da fadista, então muito em voga, a Ada de Castro, que tocava na velha Jukebox.
Qual presságio..., muito calado, ouvia o fado super concentrado, findo o disco, levantou-se e meteu nova moeda e de novo ouvimos o fado. Repetiu-se esta cena várias vezes, e por estranho que pareça, e quase contra natura, ninguém comentou, pois quase todos éramos de Lisboa, e para nós, fado era coisa que não entrava !!
Ninguém se insurgiu e todos ouvimos as vezes que se repetiram os versos tristes daquela “despedida”, sem um comentário. O furriel Rato tinha os olhos lacrimejantes, e continuava muito calado e pensativo.
Parece que algo no seu íntimo fazia adivinhar o seu prematuro e infeliz desaparecimento na Guiné. Faleceu poucos dias depois de ter regressado de um mês de férias na Metrópole.
Recordo ainda hoje aquele fado da Ada de Castro...e a tal premunição que o Rato parecia sentir!!
Todas as mortes dos nossos amigos foram dolorosas, mas para mim, a deste companheiro de armas, fez-me doer muito, e deixou-me muitas saudades.
A sua simpatia natural e simplicidade ficaram na memória de muitos de nós.
Estarei em pensamento com os camaradas que NO PRÓXIMO SÁBADO DIA 23 DE MARÇO, irão deslocar-se á sua campa no cemitério da MARINHA GRANDE e colocar uma placa, símbolo das recordações ainda vivas que deixou. (os interessados devem contactar o Victor Barros).
Dos vários livros sobre a Guerra do Ultramar, numas páginas com fundo negro, onde constam os nomes dos milhares de mortos da guerra, lá encontrei o do nosso amigo.
De pouco consolo servirá para os familiares e amigos que o recordam, mas pelo menos, o seu nome está perpetuado no Monumento aos Mortos da Guerra em Belém.
José Justo
sábado, 16 de março de 2013
Parabens ao Serafim!
Para ele um grande abraço de Parabens, com votos de boa saúde.
Graciano de Sousa Rato
Um abraço.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Ainda o Dia da Mulher - do Justo
Um aroma suave
exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação perfeita produziu.
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade como Ele quer!
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!"
Ivone Boechat
quarta-feira, 13 de março de 2013
Relembrando o encontro com o Pedro, em Março de há quatro anos atrás
do Francisco Ramos que seguiu noutra direcção rumo a Moura, ofertando-nos uma garrafa de vinho do ano de 2006. …Este vinho é da adega onde trabalhei, bebam-no à minha saúde….Disse! O sol procura esconder-se e ainda estávamos nas terras do Mestre. Ele queria mostrar a sua casa o “buraco onde esconde as orelhas”, como ele diz. Queria mostrar o seu cultivo, o porco preto, as cabras, em especial a “menina”, as máquinas e o carro (na categoria de pesado) com que trabalha. Ele queria que nos sentássemos novamente à mesa para comermos o coelho frito que a sua mulher confeccionou propositadamente. Ele queria e nós não resistimos a comer mais queijo fresco, feito pela sua filha Graça, alternando com o presunto que, o Guedes “elogiava” por gulosa satisfação, acompanhado por pão e vinho tinto caseiro. Mestre já é noite…digo! …Tenham calma dizia ele…têm muito tempo… eu levo-os até ao “tapete de alcatrão” (IP2). …. Vão levar umas coisas (vinho, queijo fresco e seco, chourição e mel) para comerem e beberem mais tarde. Um perdigão para cada um, (Escuta Pica…tás a ver aqui o espigão, é perdigão não confundas, compreendes?) … Encantados despedimo-nos da família do Mestre e, como o prometido é devido, lá foi connosco por nenhures até à IP2, acompanhado do seu netinho com 5 anos que dá pelo nome de João. Pica Sinos ------------ “TIVE SEMPRE UMA VIDA DIFICIL” --Por gentileza da revista Noticias de Montes Altos— "José Pedro de Sousa, conhecido por todos nós com Tio Zé, protagoniza uma situação peculiar. Natural de São Bartolomeu, concelho de Castro Marim, iniciou a ligação ao Centro como trabalhador, passando depois a integrar a empresa de inserção de construção civil, sendo ao mesmo tempo abrangido pelo serviço de apoio domiciliário. Promiscuidade? Seguramente não. Complementaridade? Certamente. O Tio Zé, que apresenta notórias limitações pessoais e sociais, foi ao longo da vida um sem-abrigo, sem eira nem beira, a dormir onde calhava, enxotado de vários lados: “Comecei desde pequeno a trabalhar, para aí com 10 anos, a tratar de vacas. Depois de deixar os bichos era descarregador no mercado, da fruta. Apanhava cenoura também. Teve sempre uma vida difícil”. Porventura um comentário muito ligeiro, para quem viveu sempre abaixo do limiar da dignidade (referimo-nos a condições de vida e não a comportamentos).
Com pouco mais de 60 anos, sem casa, sem emprego, sem família, sem amigos, sem nada, incapaz de realizar algumas tarefas simples de higiene pessoal, como fazer a barba (incapaz devida ao facto de nunca ter aprendido), o Tio Zé encontra em Montes Altos mais do que um apoio. Tem tudo o que não tinha nem poderia ter nem sonhar, o que confirma a vocação do Centro Social de Montes Altos para ir muito mais além do que são estritamente as suas atribuições. Acerca de estar aqui, num sítio onde não tem raízes, o Tio Zé comenta “aqui estou protegido”. Mas protegido significa também sedentarismo, circunstancia menos fácil de aceitar para um nómada, uma pessoa para quem o viver e errar se confundiram. Talvez por isso, o tio Zé revele alguma impaciência e desejo de evasão."