33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
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quinta-feira, 17 de junho de 2010
O caldo de vaginas, de Porfirio Ramos
O caldo de vaginas de Porfírio Ramos
Sábado, 29 Maio, 2010 in Alfaiates, Gastronomia/Bebidas, Livros, Sabores Literários | Tags: porfírio ramos, caldo de vaginas, memórias de alfaiates | by leitaobatista
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Era frugal mas de grande valor alimentício, a comida de antigamente do povo português, sobretudo ao nível das calorias, muito necessárias para quem trabalhava duro. Na raia sabugalense a população comia em abundância e variava a sua alimentação, embora servindo-se apenas do que a terra dava.
«Deve ser muito difícil encontrar uma região com uma culinária tão variada e tão original», revelou Porfírio Ramos no seu livro «Memórias de Alfaiates», onde retrata a raia sabugalense nos tempos idos da sua infância.
Porfírio Ramos é, sem margem para dúvidas, o maior colector das ementas tradicionais das terras da raia. O seu livro dedica um longo capítulo à gastronomia tradicional sabugalense, descrevendo em pormenor o rico sabor das ementas que o povo preparava para alimento de todos os dias. E, tenha-se em atenção, aborda apenas a alimentação quotidiana, deixando de lado os pratos de maior sumptuosidade, que a dona da casa confeccionava apenas nos chamados dias nomeados, que era quando havia festa na aldeia e tinha de receber visitas de portas a dentro.
O autor adverte desde logo que tudo era preparado com o que o aldeão produzia: «Têm a característica de serem pratos de confecção barata e simples, parecendo, alguns, com um certo aproveitamento de restos ou das peças mais baratas de animais como o porco. Mas, acima de tudo, são pratos de uma originalidade extrema.»
E a maior singularidade, está no chamado caldo de vaginas secas, nome que alguns revelam dificuldade em pronunciar o que sucede por simples ignorância. E explica: «Acertemos que vagens, grandes ou pequenas, são sempre vagens e que feijão é sempre feijão. O que não tem jeito nenhum e virem chamar feijão às vagens, como fazem em Lisboa e Porto, onde chamam sopa de feijão verde à sopa de vagens de feijão. Ora estas muitas vezes nem feijão chegam a ter porque, para se poderem comer têm de ser colhidas ainda tenrinhas, isto é, enquanto são ainda vagens pequeninas, ou, dito de outra forma mais simples, empregando o respectivo diminutivo, vaginas.»
Depois explica que as vaginas são colhidas e secas para assim se conservarem, sendo portanto este caldo prato para qualquer época do ano.
«Cozem-se com batatas às rodelas, como se faz com a sopa, e temperam-se como os vulgares pratos, convindo que seja com banha de porco e, claro, pimento espanhol.
Deve levar também pedaços de toucinho para ficarem ainda mais macias e para servir de apeguilho. Podem misturar-se pedacinhos de outras carnes ao gosto de cada um.»
Ora aqui temos um prato saboroso e de alto valor alimentício, bem revelador da boa gastronomia tradicional, e da originalidade que a mesma guarda.
O livro de Porfírio Ramos fala ainda de outras ementas raianas originais, hoje quase desaparecidas, como o caldo escoado, as batatas da gadanha, as migas e as sopas de cavalo cansado.
«Sabores Literários», crónica de Paulo Leitão Batista
Cavaleiro
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