O Guedes pediu. Respondi “desta vez, passo”.
Reconsiderando, embora com atraso, aí vai.
Fui sempre, admito, um crente, pio, talvez a puxar um nadinha pr'ó tónho, bom-serás, e comido, de cebolada, por lorpa, até pela mais singela patranha ou garruço que me tentem enfiar.
Tanto assim é que, quando miúdo, e até tarde, sempre estive convicto de que, os padres, eram capados (castrados, para os mais púdicos).
Alicerçava essa convicção no visível facto de que as sotainas, então usadas pelos clérigos, não tinham “carcela”, por desnecessária, já que, os ditos, não fariam xi-xi (e outras actividades lúdicas), por desprovidos do indispensável artefacto evacuatório (ou, ejaculatório, se concordarem).
O que, como todos hoje, à saciedade, sabemos, não corresponde, minimamente, à realidade.
Como também não corresponderá o que, até ler os circunspectos comentários, por gente abalizada e arreigadamente bairrista, de ponte acima, cais de Alcântara abaixo, tinha como dogma.
Como adquirido, pelos vistos erradamente, assumira o meu disco rígido, de que havíamos embarcado e desembarcado no . . . ais do . . aralho abaixo (não sei se próximo de Conde d'Óbidos, se de Alcântara ou de Alcabideche).
E, também, de que teríamos passado, no tal paquete, de primeira, dourada para alguns, de segunda violinizada para outros, e de cagagésima classe, para a matula-carne para canhão, por debaixo duma pontezeca, pouco melhor que a ponte das barcas, baptizada e rebaptizada, mas que, era essa a minha convicção, teria sido demolida e substituída por uma outra, um tudo nada melhorzita e crismada (já eram batisos a mais) com outro nome.
E, ainda, mesmo sem vikipédia, já, na altura do regresso, me parecer que não regressámos a Lisboa ou à metrópole, mas, antes, a Portugal (se bem que, antes, como agora, muito mal frequentado e a pedir uma “barrela” das antigas).
Estou mesmo, daqui, a visionar a carinha do Guedes, ao ler este arrazoado e a pensar:
- Publico?! . . . não publico?! . . . Este crôco matarroano está-me a dar cabo dos quilhos . . . e a sair melhor que a encomenda . . .
34º almoço em 2025 - Figueira da Foz - Quinta da Salmanha.
.
“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
-
"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
-
“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
-
“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
---
"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
.
.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
A inocência do Hipólito.
O Guedes pediu. Respondi “desta vez, passo”.
Reconsiderando, embora com atraso, aí vai.
Fui sempre, admito, um crente, pio, talvez a puxar um nadinha pr'ó tónho, bom-serás, e comido, de cebolada, por lorpa, até pela mais singela patranha ou garruço que me tentem enfiar.
Tanto assim é que, quando miúdo, e até tarde, sempre estive convicto de que, os padres, eram capados (castrados, para os mais púdicos).
Alicerçava essa convicção no visível facto de que as sotainas, então usadas pelos clérigos, não tinham “carcela”, por desnecessária, já que, os ditos, não fariam xi-xi (e outras actividades lúdicas), por desprovidos do indispensável artefacto evacuatório (ou, ejaculatório, se concordarem).
O que, como todos hoje, à saciedade, sabemos, não corresponde, minimamente, à realidade.
Como também não corresponderá o que, até ler os circunspectos comentários, por gente abalizada e arreigadamente bairrista, de ponte acima, cais de Alcântara abaixo, tinha como dogma.
Como adquirido, pelos vistos erradamente, assumira o meu disco rígido, de que havíamos embarcado e desembarcado no . . . ais do . . aralho abaixo (não sei se próximo de Conde d'Óbidos, se de Alcântara ou de Alcabideche).
E, também, de que teríamos passado, no tal paquete, de primeira, dourada para alguns, de segunda violinizada para outros, e de cagagésima classe, para a matula-carne para canhão, por debaixo duma pontezeca, pouco melhor que a ponte das barcas, baptizada e rebaptizada, mas que, era essa a minha convicção, teria sido demolida e substituída por uma outra, um tudo nada melhorzita e crismada (já eram batisos a mais) com outro nome.
E, ainda, mesmo sem vikipédia, já, na altura do regresso, me parecer que não regressámos a Lisboa ou à metrópole, mas, antes, a Portugal (se bem que, antes, como agora, muito mal frequentado e a pedir uma “barrela” das antigas).
Estou mesmo, daqui, a visionar a carinha do Guedes, ao ler este arrazoado e a pensar:
- Publico?! . . . não publico?! . . . Este crôco matarroano está-me a dar cabo dos quilhos . . . e a sair melhor que a encomenda . . .
Sem comentários:
Enviar um comentário