.


“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

-

"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

-

“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

-

Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
---

“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

---

Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
----------------------

"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


.

.
.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Guerra colonial

Zé Justo

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O pessoal de Tite sempre foi muito avançado para a época ! Já em 67, fazia Graffitis nas paredes e paliçadas do quartel.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

DAR VIDA SEM MORRER !

Próxima quinta-feira dia 26 de Fevereiro, na RTP 1.
Após o Jornal da noite, a Catarina Furtado vai apresentar um programa com este título, falando sobre o estado actual da Guiné-Bissau.
Aqui fica o aviso para quem quiser assistir.

Reforma dos ex-Combatentes

A quem souber, solicitamos informações sobre as pensões/reformas que estão a ser pagas aos ex-Combatentes, se é que estão a ser pagas e qual a sua periodicidade - mensal, anual, etc . A divulgação do valor que recebem é facultativo, apenas se pedem informações uteis. Também é util saber se o pagamento é incluido na Reforma normal ou se tem um pagamento à parte e qual a entidade pagadora. Este assunto passa a ter Etiqueta própria para que seja mais fácil a qualquer um, consultar este assunto que é do maior interesse de todos. Nesta Etiqueta irão sendo arquivadas todas as considerações e comentários que forem feitos. Poderão responder a este assunto todos aqueles que já estão Reformados, transmitindo a sua experiencia, e também aqueles que em virtude das suas profissões estão dentro destes assuntos. Podem também tecer as considerações que acharem interessantes e úteis para todos os Companheiros. Abraços. *************************
INFORMAÇÃO...............
Este Complemento de Reforma, é pago anualmente e no meu caso é de 170,84 € !
É óptimo, e estou muito agradecido aos Srs. da ideia, porque me facilita a troca de carro todos os anos, e ainda sobram uns trocos.
Recebemos uma carta-aviso, informando do pagamento e do montante a pagar.
É depositado em conta, junto com o valor da nossa Reforma.
Qualquer dúvida, perguntem.
Zé Justo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Relembrando o MADUREIRA... pelo Pica Sinos e Zé Justo.

SEGUNDO UM VELHO DE ALFAMA O MADUREIRA JÁ NÃO ESTÁ ENTRE NÓS Véspera do dia de Carnaval, a tarde está bonita, soalheira, sem vento, adivinha-se a primavera, os foliões esfregam as mãos de contentes, mas não me convidem, não sou muito feito a carnavais. Não que não goste, fazem me rir os trapalhões, mas não estou para aí virado. Prefiro dar um passeio na baixa da minha terra natal, há muito que não ando de barco. O rio fascina-me! Sentado, embalado pelo rasgar das ondas, avisto o estuário, com alguns, poucos barcos, lá longe, o Barreiro, os fornos da Quimigal. Enxergo também a abóbada da Igreja de Stª Engrácia/Panteão Nacional, a velha Sé que foi mandada construir por D. Afonso Henriques. No cimo o majestoso Castelo de São Jorge e todo a casario que o acompanha na colina. A Praça do Comércio está perto do meu olhar, veio-me à ideia o Madureira, aquele que foi 1º Cabo Rádio-Montador em Tite. Não hesito, vou procurar por ele no Campo das Cebolas, lá para os lados da parte baixa de Alfama. Do Cais do Sodré, vou a pé pela rua do Arsenal, recordo com saudade tempos idos onde por lá trabalhei, o Rei do Bacalhau, a Casa Testa/Casa das Moedas, a Mercearia Pérola do Arsenal, são estabelecimentos que não “envelheceram” ainda resistem. Direito à Rua dos Bacalhoeiros, atravesso as arcadas da Praça do Comércio, não poso deixar de tomar um café no Martinho da Arcada, passo pela frente Casa das Vassouras e das Rolhas, hoje estabelecimento muito pró fino, Já no Campo das Cebolas paro e entro na tasca onde há tempos largos encontrei o Madureira. À senhora que estava por detrás do balcão perguntei, diga-me por favor, (os homens jogavam às cartas) conhece um “rapaz” da minha idade que dá pelo nome de Madureira? Era estivador nos frigoríficos da carne ali no porto. Perante a sua incerteza disse-lhe que tinha umas orelhas bem desenvolvidas. …Ah esse retorquiu, é arrumador de carros ali na frente! Olhe, lá está ele sentado na cadeira pela sombra… Pé ligeiro, sorridente, lá vou ao encontro da personagem que me foi apontada, mas quanto mais me aproximava, mais dúvidas me sobressaltavam, até que na minha frente, vejo um homem alto, magro, mas reparo que parecido com o Madureira só nas orelhas por muito grandes. A conversa com o Sr. José Martins foi muito interessante! Fiquei triste por me dizer que fisicamente o nosso grande amigo e camarada já não está entre nós, aliviando aos poucos o desconforto, pela forma de estar e de comunicar deste velho arrumador de carros: …Claro que conheci o Madureira. Muito bom rapaz e falador! ….Dei-lhe muito trabalho de estivador quando eu era empregado na Casa das Sacas, agora há anos que está fechada…Sim é verdade ele tinha umas orelhas tão grandes como as minhas, mas não era meu familiar. …era muito bom rapaz…ao almoço, ele, de certeza que não vai…mas não se preocupe um dia vamos encontrá-lo… Deste homem, natural do Bairro de Alfama, despedi-me com amizade. Pica Sinos

.....................................................

Mais uma vez as preciosas buscas por antigos companheiros de armas, feitas pelo Pica Sinos, me levaram a meditar. Como lamento o desaparecimento físico, mas não na lembrança, de mais um camaradão. O Madureira “Velhinho” como todos o tratava-mos com afecto, era de facto daqueles seres humanos de eleição. Era, dos com quem mais acompanhava no nosso dia a dia em Tite. Fazia também parte da família das Transmissões, pois era Rádiomontador, e muitas vezes era ele que me desenrascava, à revelia do furriel Rosa... uma ou outra ferramenta para as minhas permanentes engenhocas. Lembro que tinha um quarto contíguo à oficina dos rádios, também protegido por cima com sacos de terra e tinha como “missão” ser mais um abrigo durante os ataques. Foi nesse quarto, onde estava-mos vários abrigados num dos muitos ataques, que entrou a tal granada pelo telhado de lusalite ou chapa (não recordo) e se espetou numa das bancadas incendiando uns desperdícios, mas por grande sorte nossa, não deflagrou. Foi um dos grandes sustos !! Gostava mesmo do Madureira, era um excelente rapaz. Achei curioso a referência do Pica às orelhas dele...francamente, se eram grandes, não me lembro. Grande era a sua alma, disso estou certo. Muito pacato, sempre prestável, óptimo conversador, mas já naquele tempo me apercebia que tinha uma vida um pouco complicada. No entanto, nunca lhe ouvi um queixume ou alguma palavra de revolta, e misturado com agradáveis e longas conversas, compartilhamos muitos petiscos. Penso que não tinha família muito chegada, ou se a tinha, nunca falava de ninguém. Revi as fotos em que estou com ele, logo nos primeiros tempos de Guiné, quando ainda tinha-mos gosto por, aos fins de semana, vestir roupa civil e dar uns passeios ao redor do quartel, mas sempre nos perímetros do arame farpado...para evitar “surpresas desagradáveis” !! Recordo-o com muita saudade, mas tenho a certeza, que como merece, é mais uma estrela no firmamento. Um abraço “Velhinho”.

Zé Justo

Falando de munições... pelo Zé Justo

Associação Portuguesa de Coleccionadores de Munições http://apcm.home.sapo.pt/ Existem muitos temas de Coleccionismo, mas este não há dúvida que não deixa de ser original...coleccionar munições !! Estarão todas inertes ?!! A Associação tem por fim: 1 – O coleccionismo, estudo, investigação, restauração, conservação, catalogação, divulgação e defesa do património, na perspectiva histórica, científica e tecnológica, bem como a exposição recreativa ou museológica, das munições, cartuchos, projecteis, invólucros/cápsulas e pentes ou clips de carregamento, bem como de simples amostras dos diversos tipos de pólvoras usadas no fabrico de munições, nas diferentes épocas. 2 - O intercâmbio de informação, publicações e estudos, relacionados a estas actividades, com associações congéneres existentes no país ou no estrangeiro. 3 - Associar todas as pessoas e/ou organizações interessadas nestes fins. Contactos: Rua Sebastião José Costa nº14,2º Esq. 2925 Brejos de Azeitão (só para Correspondência) mailto:apcmuni@gmail.com?subject=Comentário Zé Justo

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Os Milicianos... pelo Pica Sinos

foto tirada junto ao abrigo/base do Morteiro
EM TITE – OS MILICIANOS - FORAM OS VERDADEIROS COMANDANTES Na crónica “Espólio de Guerra” publicada, no Blog, em Abril de 2008, escrevo que desde a constituição (do Batalhão) até à data da guia de marcha para embarque, 08 de Abril de 1967, a nível dos militares oficiais do quadro e milicianos, a designação para comando das companhias operacionais agrupadas, registou alguns ajustamentos nas nomeações, não sendo pacífica pelo menos uma…
Digamos que o autor sabe da contenda, mas ainda não tem criada a “vontade” para a sua divulgação, contudo, não quer deixar de opinar sobre factos que de algum modo podem (ou não) terem simultaneidade, a exemplo; a observada prática de comando e a vivencia no dia-a-dia no teatro das operações, da maior parte dos oficiais do quadro indigitados para nos comandar, para concluir, e no mínimo dizer que a “sorte” não nos bafejou, dada a incompetência e a prepotência da maior parte dos ditos oficiais.
Sabemos quão deficiente foi a preparação das NT para a especificidade da guerra colonial, e as dificuldades iniciais que encontrámos no desenvolvimento da actividade operacional que nos foi destinada, não fora a bravura no comando das operações dos oficiais e dos furriéis milicianos, creio que o nosso espólio de guerra em termos de vidas e sofrimento humano seria muito mais penoso, comparativamente com aquele que infelizmente assistimos, e que jamais esquecerei.
Lembro ouvir dizer que, entre esses oficiais, havia quem defendesse, ainda antes da partida, que se deviam distribuir aos militares raquetes de ténis, para devolver as granadas de mão que o IN eventualmente remessasse.
Ou um outro, que só tinha olhos para as alfaces, debaixo de forte flagelação ao aquartelamento, no silo dos morteiros, se agachou com as mãos na cabeça, tremendo como varas verdes, estorvando o melhor funcionamento para o contra ataque, óbvio será dizer que do mato só conheciam o nome.
Um outro não gostava que o incomodassem durante e quando dormia para lhe serem entregues mensagens de carácter urgente, chegando mesmo a ameaçar, cobardemente, com acções de violência física.
Não permitia, fosse qual fosse o militar, sentar-se ao seu lado no jeep que o fazia transportar.
Ou mandava “desencostar” da sua secretária, quem quer que fosse se com um dedo nela se apoiasse.
Este homem, anos mais tarde, cruzou-se comigo no Teatro Tivoli, em Lisboa, por ocasião de um sarau de ballet, onde minha filha e a sua participaram.
Teve a coragem de virar a cara para evitar o cumprimento.
Quero finalizar dizendo que estas breves palavras, não foram fruto de qualquer conversa ou recolha de informação prévia, mas somente a percepção de quem esteve no terreno, conhecedor dos factos e observador atento.
Correndo o risco de estar a ser injusto ou ter falhas na precisão, não posso nem devo esquecer aqueles - tenho a certeza que muitos dos meus camaradas partilham da mesma opinião - homens que foram oficiais e furriéis milicianos como os verdadeiros comandantes na guerra em que participei. Para eles o meu maior respeito e admiração.
Pica Sinos

O António Mestre de Mertola mandou mais fotografias

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carlos Martins, da Pedrulha, Coimbra

Mais um camarada foi encontrado - o Carlos Martins.
Com estas fotos, que a sua filha Cristina me enviou, toda a gente se lembra dele.
Vou transcrever a carta que dele recebi em 26 de Janeiro e que só agora divulgo por ter estado à espera das fotos.
Quem ficará concerteza contente será o cap. Paraiso Pinto, pois o Carlos Martins foi o seu braço direito quando era preciso conduzir.
.
"Caro amigo
Em resposta à sua carta escrevo-lhe para o informar que também estive em Tite entre 1967 e 1989, no mesmo Batalhão por si referido, pertencendo à CCS, 4º. grupo e de facto chamo-me Carlos Martins (eu tinha-lhe escrito uma carta à procura do Carlos Reguila...)
Desempenhava funções de condutor de Comandante de Companhia, Capitão Paraiso Pinto. Durante o dia desempenhava a função de remover o lixo com o jeep.
Mais tarde fui transferido para Bissau, para condutor do Delegado de Batalhão, função esta ocupada pelos furrieis Serafim e Jorge Claro.
Efectivamente também pertenci à equipa de futebol.
Envio os meus dados
Carlos Martins
Rua do Leitão, 23 - Pedrulha
3025-087 Coimbra.
tlm - 91 86 404 15
.
(quem lhe quiser escrever ou telefonar, aqui ficam os seus contactos.)
------------------
Segundo informação recenteda sua filha, o Carlos Martins já veio a alguns almoços organizados no centro do país, que como sabemos foram poucos.
De qualquer maneira promete ir ao de Ovar.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Carnaval de Torres Vedras, está à porta...

"Grandioso e impressionante" monumento ao Carnaval de Torres 2009 Oh Costa, isto é para te fazer inveja... toma lá ! Este é o programa oficial do Carnaval de Torres 2009 Sexta-Feira 20 Fevereiro 2009 a Quarta-Feira 25 Fevereiro 2009 Vários locais da Cidade de Torres Vedras A abrir com milhares de crianças a colorir as ruas da cidade, no Corso Escolar de dia 20 de Fevereiro, o Carnaval de Torres está de regresso subordinado ao tema “profissões”. Serão 6 dias de euforia constante com milhares de foliões a trazer alegria aos concursos de máscaras de Sábado à noite, aos corsos diurnos de Domingo e Terça-Feira, às ruas de Torres Vedras até de madrugada. Não poderá perder esta festa que todos os anos traz cerca de 300 mil pessoas a uma terra que se prepara a preceito para realizar o Carnaval mais português de Portugal. Carros alegóricos, cabeçudos e os famosos “Reis do Carnaval”, todos fazem parte deste cenário… Programa: 7 FEVEREIRO » Sábado 12h00 » Inauguração do Monumento do Carnaval Praça da República 16 FEVEREIRO » Segunda-feira22h00 » Espectáculo apresentação Carnaval Praça RepúblicaOrganização: Real Confraria do Carnaval Torres 17 FEVEREIRO » Terça-feira 22h00 » Espectáculo apresentação Carnaval Praça RepúblicaOrganização: Real Confraria do Carnaval Torres 18 FEVEREIRO » Quarta-feira22h00 » Espectáculo apresentação Carnaval Praça RepúblicaOrganização: Real Confraria do Carnaval Torres 19 FEVEREIRO » Quinta-feira 22h00 » Entronização dos Reis de Carnaval Praça RepúblicaOrganização: Real Confraria do Carnaval Torres 20 FEVEREIRO » Sexta-Feira 09h30 » Corso Escolar Ruas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior)22h00 » Chegada Reis Carnaval Largo da Estação até Praça RepúblicaOrganização: Real Confraria do Carnaval Torres 22h30 » Dj’s Carnaval Party I Palco da Praça Machado Santos (Praça da Batata) / Palco Ocean Spirit ( Jardins Santiago) 21 FEVEREIRO » Sábado16h00 » “Um Cheirinho a Carnaval” com TócandarRuas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior)21h00 » Corso Nocturno, Concurso Grupos Mascarados e Tocandar Ruas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior)22h30 » Dj’s Carnaval Party IIPalco da Praça Machado Santos (Praça da Batata) / Palco Ocean Spirit ( Jardins Santiago) 00h30 » Tócandar com “Banda Baco” 22 FEVEREIRO » Domingo 14h00 » Corso Diurno – TocandarRuas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior)16h30 » Tócandar com “Banda Baco”22h30 » Dj’s Carnaval Party IIIPalco da Praça Machado Santos (Praça da Batata) / Palco Ocean Spirit ( Jardins Santiago) 23 FEVEREIRO » Segunda-Feira15h00 » Baile Máscaras Expotorres21h00 » Corso Trapalhão, Tocandar » Ruas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior) 22h30 » Dj’s Carnaval Party IV Palco da Praça Machado Santos (Praça da Batata) / Palco Ocean Spirit ( Jardins Santiago) 00h00 » Tócandar com “Banda Baco” 24 FEVEREIRO » Terça-Feira14h30 » Corso Diurno – Tocandar Ruas do Centro da Cidade (Rua Henriques Nogueira, Av.5 de Outubro, Rua Santos Bernardes e Rua José Augusto Lopes Júnior) 16h30 » Tócandar com “Banda Baco” 25 FEVEREIRO » Quarta-Feira21h00 » Enterro do Entrudo com fogo de artifícioLargo junto ao Império e Largo junto Tribunal Preços: Entrada simples para cada Corso - Corso (Corso Nocturno de Sábado, Corso Diurno de Domingo e Corso Diurno de Terça-Feira ) = 5€/cada Livre Trânsito para os três Corsos (Corso Nocturno de Sábado, Corso Diurno de Domingo e Corso Diurno de Terça-Feira ) = 10€

domingo, 15 de fevereiro de 2009

As meditações do Pica Sinos...

Meus Amigos
Tenho vindo a escrever factos da vida real em Tite, colocando para "detrás das costas" tudo o que foi, era verdadeiramente mau - a guerra -!
Quem lê as crónicas que venho produzindo até parece que a nossa vida naquela terra era um paraíso que não havia problemas, que era inexistente o sofrimento.
Um dia deste escrevo sobre isso, mas nada impede que seja um de vocês a fazer tal critica. Não é que não me lembre desses episódios.
Esses até estão muito mais "vivos" na minha memória do que os demais, mas não sou capaz de os relatar, o melhor não os quero relatar,não os quero recordar, e os que recordo não posso deixar de colocar, nesses escritos, uma ponta de humor.
Quero que me entendam por não descrevo esses momentos, mas tão só aqueles que me dão gozo e menos tristeza, se bem por entre linhas o sofrimento, a solidão, as incertezas, estão lá.
Camufladas é certo, mas estão lá. Mas tenho dúvidas que seja bem interpretado por alguns de nós e sobretudo por quem não viveu os momentos que nós vivemos e passamos.Talvez o Guedes, como mentor do blog, tivesse o cuidado em escrever um texto sobre esta forma de estar, tenho receio que alguns digam que foi "bom viver" em Tite.
Pica Sinos
------------
Este apontamento do Pica Sinos, é muito contundente, embora não pareça. Chama-nos à realidade, puxa por nós, desafia-nos para a luta... Na verdade, como ele diz, todos temos histórias para contar, situações mais ou menos militares, ou mais ou menos civis. Acho que possa ter havido alguém que tenha gostado de viver em Tite - ou porque tivesse tido uma vida difícil na Metrópole e ali tinha cama, mesa e roupa lavada, porque os havia;
ou porque o seu alheamento da situação era tanto que mal se apercebiam do sofrimento dos camaradas ali desterrados deixando muitos deles mulheres e filhos, para combaterem e morrerem por uma causa que não passou dum bluff, com medo, sofrimento, lágrimas e morte, um certo jogar às guerras por parte de militares do quadro e dos politicos;
ou porque simplesmente a sua (in) consciência não lhes permitia o desvio da trajectória duma bala, para eles tanto fazia. Cada um deles à sua maneira gostaram de estar em Tite, ou simplesmente não se “aperceberam” onde estiveram… As histórias têm surgido. As descrições também. Não estão em causa as suas gentes, pese embora a cumplicidade que em muitos casos era visível entre a população e o IN. Cumplicidade com o IN até do Branco e do Jamil, únicas lojas existentes. Mas eu, tal como o Pica, também tenho receio que alguém possa dizer que foi "bom viver" em Tite…! Mesmo assim, arrisco continuar a pedir aos nossos camaradas que tragam as suas histórias ao de cima. Desabafem, expludam, partam a loiça toda. Estamos cá, todos, para a luta ! Um abraço. Leandro Guedes
...................................................................
Amigos Li, reli, e fiquei a pensar nestas vossas sábias palavras. Sois bons cronistas, parafraseando o nosso Amigo Minhoto, Cavaleiro.
Qualquer guerra, tem e esconde sempre secretos e tremendos interesses e ambições. Arrasa vidas, desmembra famílias, causa morte e traumas para toda a vida. No desespero de defender a própria vida, a guerra põe “igual contra igual” mata gentes das mesmas condições, com os mesmos problemas, medos e até as mesmas esperanças. Matamos filhos de pais como os nossos...que os vão chorar, como os nossos nos chorarão. No meu caso, estive lá, porque a isso fui obrigado, (o Presídio de Elvas era a alternativa) porque não tinha formação política (quantos a teriam?), nem conhecimentos da própria realidade da guerra, nem coragem para “dar o salto” e escapar aquele inferno de três anos.
Dei à dita “Mãe Pátria” três longos anos da minha juventude...nada mais lhe devo. Na Veiga Beirão, íamos vendo todos os anos, os colegas de curso mais velhos a serem mobilizados, mas também os havia que garantiam ir dar o “piro heróico” assim o fazendo alguns.
Já com alguns meses de Guiné, muitas vezes nas longas noites de serviço no Centro Cripto, e entre o decifrar de duas “secretas” me interrogava; como era possível, nós continuarmos com as Colónias em África, quando já tinham sido “empurrados” para fora daquele Continente, países como a Inglaterra, França, Espanha, Bélgica etc. Devia-mos ser muito grandes e especiais ou muito estúpidos!! A propaganda espalhava, que o nosso Colonialismo era diferente...mais soft...mais humano... estavam estes territórios em franco desenvolvimento... a vivência entre brancos e negros era normal e amistosa...todos tinham as mesmas oportunidades etc...etc... Num aspecto estou de acordo, até acredito na “boa convivência”. Como alguém disse, “foram os Portugueses que inventaram o mulato”...porque nesse campo, sempre “tivemos boa boca” !! Terei sempre presente a imagem de quando entrei pela primeira vez no quartel de Tite. Estavam junto à porta de armas dois indígenas muito novos e extremamente magros, rodeados pelo nosso pessoal, e um deles, com uma raiva enorme, desferia coronhadas nas cabeças de ambos com a G3. Ainda me soa aos ouvidos, tantos anos passados, o som das pancadas, como que, se tivesse a bater com um pau num coco rachado...eram exactamente assim. Impressionou-me o facto de...não ouvir um único gemido ou queixume da parte dos supostos guerrilheiros!! Mais tarde, vim a verificar, que mesmo presos, sobre apertados interrogatóris e espancamentos, poucos eram os rasgos de dor nos seus semblantes. Revoltou-me aquele espectáculo brutal. Tentei saber o porquê e um dos “velhinhos” de Lisboa que entretanto conheci, me informou que se tratava de dois guerrilheiros, que foram capturados escondidos na Bolanha e que tinham detonadores. Vi na prisão perto dos duches, um elemento IN capturado, que tinha sido atingido um pouco acima da cintura, por um estilhaço das nossas granadas de morteiro, com uns 30 cm, que lhe cortou a parte esquerda do tronco de um lado ao outro.
Como único tratamento, tinha um pano ensanguentado enrolado à cintura, estava impávido !!.
Reparei que a carne dos africanos, abaixo da pele escura é de um rosa claríssimo, exactamente como a nossa. Quando nos fitava, o seu olhar de profundo ódio e raiva, era impressionante, mas nunca disse uma palavra. Passados uns meses, depois de vários ataques ao aquartelamento, ver camaradas com quem na véspera tinha-mos jogado ás cartas e bebido umas cervejas, mortos, feridos, amputados, todo aquele sentimento de revolta e dó pelas coronhadas, se tinha desvanecido, e sentia um tremendo ódio a quem nos causava tanta dor e sofrimento. Tinha-se criado o sentimento de desprezo pela vida dos outros, e era “Matar para não ser Morto”, o eterno lema de todas as malditas guerras. Como dizem companheiros, momentos muito difíceis por nós passaram, durante aqueles dois longos anos. Tantas noites, sempre a pensar quando seria a minha hora...se chegaria à Metrópole e se "viria inteiro"... Sempre disse e assumi, que se não fosse algum efeito de álcool, nunca teria suportado com o mínimo de sanidade mental todo aquele tempo em permanente tensão. Não encontrava outra forma de atenuar os pânicos e pesadelos nocturnos. Fazia por me deitar sempre tarde, e um pouco grogue, para adormecer rápido e não ter a cabeça a latejar.
Exceptuando os dias de serviço, ou momentos de mais responsabilidade, a cerveja tornou-se o lenitivo de eleição para me abstrair dos medos, da realidade das temíveis e longas noites, sempre à espera de mais um ataque. Tudo isto já se passou, e hoje só de quando em vez me vêm estes maus momentos à lembrança, no entanto os bons, recordo-os muito. Tudo, menos a guerra, em África é lindo para mim !! Minha mulher, há anos, foi ver o filme bastante badalado “África Minha” não a acompanhei, o que ela estranhou ? Falas tanto da beleza de África, que gostavas de lá voltar! Este filme tem paisagens lindas, porque não te desperta interesse, não gostavas de recordar ? Respondi que o filme não me recordaria nunca o que mais me marcou...os cheiros daquela terra !!
Em 1992, proporcionou-se fazer uma Feira Internacional em Luanda. Seria uma estadia de um mês de novo em África, o que me agradou. Estava desfeito e saturado da longa viagem (viajar para mim sempre foi uma penitência), mas ao sair do avião, senti um enorme bafo quente...e então de novo...os cheiros...avivaram-me a alma. Senti uma sensação, misto de estranha e agradável, que me fez recuar o metabolismo aos antigos tempos de Guiné. Na Guiné, as cores da terra, aquele vermelhão, quiçá tantas vezes impregnado de sangue e lágrimas; As árvores de largos e enormes troncos; O odor característico e sensual das Bajudas, que como dizia Fernando Pessoa “Ao princípio estranha-se, mas depois entranha-se”. Os pássaros exóticos multicor de longa cauda, com o seu esvoaçar ondulado; Os "Jagudis", abutres horríveis feiosos de aspecto, mas tão úteis para a limpeza do solo (era crime punido o abater alguma destas aves);
Os mangos da India, com aquele sabor único, misto de marmelo e resina;
A mancarra já descascada (amendoim) que era vendida pelos miúdos em todo o lado; Nos cafés de Bissau aquelas sandes em pão de farinha de arroz, que ao apertar um pouco se desfaziam nas mãos;
Os céus nocturnos, que pela pouca luz em redor, nos mostravam biliões de estrelas; O café com leite e torradas com manteiga dos Açores (deliciosa) que eu e o Pica fazia-mos no nosso quarto, que nos sabiam pela vida, mesmo por vezes tendo que raspar e sacudir as formigas que tinham chegado primeiro ao banquete; As músicas gravadas em fita de bobine, no bruto gravador profissional AKAI do alferes Carvalho. Grandes programas da "Rádio Local de Tite" coordenados pelo Pica Sinos, com entrevistas, canções regionais dos TMS, anedotas etc. O prazer de no dia certo receber a roupa lavada e primorosamente engomada da minha lavadeira, por sinal linda, Sábado de seu nome (também haviam as de nome Quinta e Terça); As noitadas de Poker com o alferes Carvalho, grande mestre na arte da jogatina. Não sabia sequer o valor das cartas, e com ele aprendi a jogar a tudo !!; A grande admiração que aprendi a ter pelos Paraquedistas.
Homens super corajosos, operacionais de primeira água e super disciplinados, que noite dentro, conseguiam sair do nosso quartel, armados e equipados para montar emboscadas sem que ninguém desse por eles.
Autênticos fantasmas deslizando no Éter !!
Curioso e significativo o facto de quando em zona de combate, tinham que ter ordem específica para descalçar botas – sempre operacionais, de seu lema “Que nunca por vencidos se conheçam”. A “pesca a tiro” nos pontões da estrada do Enxudé, pelo eficaz método de disparo de uma curta rajada de G3 para o rio e esperar calmamente que os peixinhos começassem a vir ao de cima com as barriguinhas para o lado, mesmo a pedir frigideira. Tinha-mos também a variante da granada para dentro do rio, quando a pescaria se pretendia mais abundante; A deslumbrante luminosidade dos dias e o tremendo calor, que espicaçava os neurónios sensuais; Ver uma quantidade enorme de nativos Muçulmanos vestidos ricamente, pois iriam fazer a viagem da sua vida até Meca; A estranheza que me faziam os vegetais e frutos serem todos muito pequenos: Bananas, Tomates e outros, tinham dimensões ridículas comparando aos nossos. Até o gado era magríssimo; Chuvadas repentinas e diluvianas, com o forte ribombar dos trovões, que tão depressa surgiam, como findavam, deixando a terra vermelha fumegando, com aquele cheiro característico, sempre os cheiros; Os banhos a céu aberto com essas mesma chuvas, pois corria a crença que “preveniam e coravam as impinges” OS CHEIROS...óh os cheiros...como recordo os “doces” odores daquela terra;
Os rituais indígenas de alegria e morte, com os seus batuques durante um dia inteiro, a vaca morta no chão para compartir com todos os convivas, o correr da aguardente de cana pelas goelas ressequidas, que os fazia atacar os enormes tambores de troncos ocos, com redobrado frenesim; A beleza das “Bajudas” (nativas muito novas) com as suas peles de ébano imaculadas. O olhar das “Mulheres Grandes” (nativas mais velhas); As conversas de fim de tarde com os companheiros, cada qual recordando vivências e as saudosas terras que os viram nascer, e quiçá alguns não mais veriam;
Os petiscos, peça de substância para equilibrar a triste alimentação que nos impunham; As Suecadas no “Branco”...”quem perde paga a rodada”; O regalo para a nossa vista que era a maravilhosa imagem da “Branca”, que tantos pensamentos libidinosos nos sugeria e embelezava os sonhos; O que me impressionou e fez lacrimejar, tropeçar numa revista vinda da Metrópole o Bar Gingão no Bairro Alto...onde tive a minha primeira “namorada”...o Luso, o Lua Nova, nosso "escritório nocturno" durante anos. Que saudades já tinha daquela vida que me parecia ter sido à longos anos atrás; O receber correio das Madrinhas de Guerra, dos familiares, dos amigos; O tirar fotos “compostinhas” para enviar à família, como se tudo fosse um Paraíso, pois preocupações e temores já eles os tinham de sobra; O assistir, quase por favor, ao enterrar dos mortos na religião Muçulmana (maioritária na Guiné-Bissau), onde as covas eram abertas na vertical e lateralmente em forma de “L” onde então era depositado o corpo, envolto num pano branco.
Hoje sabe-se que uma das formas de propagação da Cólera na Guiné-Bissau é através do estranho e quase bárbaro ritual dos familiares e amigos, beberem da água que serviu para lavar o corpo do falecido !!??; As calorassas de 40 e tal graus, em que se abria um ovo sobre uma chapa de “lusalite” e em poucos segundos, como que por milagre, aparecia uma omoleta; Os duches colectivos, onde nós brancos e soldados negros da milícia gozava-mos com as pilas uns dos outros, e que mal acabava-mos de nos secar, logo reaparecia a suadeira; O ritual de levar as revistas de foto-novelas “Capricho” para os WC...sabe-se lá com que secretas intenções;
O ouvir os insectos nocturnos no seu eterno desafio cantante; O admirar a destreza dos Costureiros nativos (sempre homens), agarrados a velhas máquinas de costura, no fabrico de calções de chita em cores garridas, que todos vestia-mos por tão frescos e leves; As “lerpadas” nas mesas do refeitório, algumas vezes com os “Paras” como parceiros; O comprar de sapatilhas de “meter o dedo” quase todos os meses, pois rompiam-se todas;
O milagroso Lion Brand, eficaz repelente de insectos.
Uma espiral verde, que à noite se acendia na ponta e se consumia lentamente, aniquilando os malvados mosquitos, devoradores e sempre sequiosos de sangue; O tabaquinho SG Filtro, vindo da Metrópole, pois a Guiné não tinha fabrico próprio; A fruta em lata que nos davam no refeitório, mas que a maior parte do pessoal da província não gostava e que trocava-mos pela nossa ração de vinho (que diziam ter cânfora misturada, para quebrar os “ímpetos da juventude”); Os paradisíacos por-do-sol, com o imenso céu raiado de majestosos vermelhos, roxos e azuis; O prazer de desenhar no cinto de lona, um sinal, símbolo que mais um mês tinha passado naquele inferno; O sentir verdadeiramente o peso e significado da palavra Saudade, quando tudo aquilo a que era indiferente e detestava em Lisboa, aparecia com outra roupagem.
O ouvir com prazer, de músicas que não imaginava algum dia apreciar.
Com o passar dos meses, a milhares de quilómetros de distância, cada vez mais tudo assumia outra e maior importância: O Fado, a música folclórica, os cantores ditos românticos da época, fotos de lugares por onde passava diariamente e que agora me pareciam tão longínquos. A partir de um ano de comissão, tudo começava a tornar-se muito mais penoso, e os medos do não retorno aumentavam. A constante tensão, a má e pobre alimentação do quartel, (eu e o Pica lá nos safava-mos, e éramos bastante faltosos às vitualhas regimentais no refeitório) o arrastar lento dos dias, a saturação das repetitivas conversas, tudo contribuía para o massacrar do corpo e da mente.
No regresso à Metrópole, findos os intermináveis dois anos, a bordo do Uige, ver no horizonte começar a desenhar-se a Ponte Sobre o Tejo...com os olhos repletos de lágrimas, que por falta de forças não chegaram a escorrer... ao sentir-me inteiro no magro corpo...então tive a certeza de estar a viver o dia mais feliz da minha vida. Estas recordações, são para mim como a Paixão quando se apaga, dá lugar ao Amor e depois à sublimação da Ternura e da Veneração. Tudo o que foi bom, fez no meu arquivo da memória, apagar os horrores da guerra... Várias vezes me dispus a voltar a Tite, só com amigos ou com a minha mulher.
A vida agitada e sempre super-ocupada profissionalmente, levou-me sempre a protelar e nunca concretizar esta viagem. Seria talvez a única que faria com imenso gosto. Tenho pena !!
Amigos e Companheiros, afinal, para mim, sempre ficou algum bocadinho bom daquelas longas paragens. Durante 13 arrastados anos, milhares e milhares de jovens, pouco mais que crianças, foram forçados a uma Guerra que provavelmente se podia ter evitado...e que cimentou ódios e indiferenças, mesmo depois de terminada. Mas de uma coisa estou certo: Passamos de meninos a homens num forcing de situações e vivências que nos tornaram mais duros e responsáveis, embora feridos por dentro e revoltados por vezes. Creio que a nossa geração, fez o melhor para que os filhos tivessem tudo, até talvez em demasia. Tenho receio pelos sinais que todos conhecemos, que muitos se tornem egoístas e egocêntricos, e que todos os nossos sacrifícios foram em vão...
Que também para vós tenham acontecido bons momentos, e que os partilhem com todos no vosso Blog. Zé Justo fotos Google JJ arquivo e edição fotos