RECORDANDO - HÁ QUATRO ANOS - em pleno confinamento do Covid!!!
LÊDE e RELEMBRAI...
A TODOS abraço, com total amizade.
(LMD, 20.03.24)
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HOJE - 20.03.20
Início da equinocial estação da Primavera.
Entre outros, é Dia da POESIA.
Lembro, em 1999, a jornada ‘’A Poesia está na Rua!’’ (alguns
saberão a que me refiro).
Assim, aqui me tendes, Amigas/os a vo-la propor!
Beijos e abraços, como costumo vo-los dar.
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VOLUNTARIAMENTE ENCLAUSURADO
O dia em que a Prima me-nos veio visitar
Alegre deveria ser, contudo, e a destoar,
Enfarruscado, tristonho, chuvoso foi e frio.
Distinta, veio de longe a saudar: era a Vera!
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Esta minha Prima, de quem mui gosto e amo,
A Primavera – pois então – entrou sem reclamo,
Sem parangonas nos periódicos, nem lustrada.
Simples, modesta na aparição, mas engraçada.
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A etérea sua beleza se configura com o mundo
De modo tal lúcilo, virente, gerador e profundo,
Que se escapa à mente a sua Vera designação
Pela graciosidade, alegria, frescor em transição.
-
Oh, eu? Voluntariamente enclausurado estou.
Não por receio, não! Nem suscepto de maleita,
Que abispado sou, do corrente vírus me abrigo.
Foi mui pensada, quiçá antecipada, a decisão.
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De curso sinuoso, com picos e baixos avulsos,
A corrente brava se nota que nos por aí roda.
Por ela só, sem temer, fechado me vejo agora
De voluntária, mas mental, operosa reclusão.
-
Nela me sinto, direi ao tempo, bem e mal.
Contraditório, oposição de termos, não tal.
É que cá por dentro tudo gira, corre e volta
Sem quaisquer menções, reparos de monta.
-
E mal, porque coarctado, curto, no defeito
Da acção, do vício do passeio, de sair a eito
Por aí, sem tino nem destino, em caminhada
Ou corrida de velha mas útil bicicleta amada.
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Confinado, longe de puros espantos, assomos
A entreabertas ou prenhes matas ou clareiras,
Sem mui quem lá passe, plenas de vida, chilreio
Colorido, destacado, em ritmos de puro enleio…
Tanto assim que tal me sinto deveras normal,
Sem em mim perscrutar sintomas, por sinal
Viroso, catafáltico, seja outro que fôr a meio,
Se respiro tranquilo o ar denso num passeio!
-
Voltando à real, crua verdade de tempo assim,
Aqui trancado estou, paredes nuas, só e vivo.
Seria mau, se abaixo por pouco me fosse, sim!
Todavia confiante, calmo, à espreita no postigo.
-
Além, donde espreito, me dou conta num lobrigo
Da parca gente que se afoita, anda por ser preciso,
Sem descurar conselhos de quem sabe e é amigo.
Eis tudo, então: recluído, não diminuto, cá me fico!
LMD, 20.3.20.
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