O nosso alferes Nuno Freitas Martins, da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.
Muitos Parabéns companheiro e muita saúde junto dos familiares e amigos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
-
"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
-
“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
-
“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
---
"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
O nosso alferes Nuno Freitas Martins, da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.
Muitos Parabéns companheiro e muita saúde junto dos familiares e amigos.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
23 DE JANEIRO DE 1963, QUARTEL DE
TITE
É difícil explicar a geografia
da Guiné a quem nunca lá foi. Afinal “aquilo tem o tamanho do Alentejo”. Mas
é um engano. Todo o litoral é uma planície pantanosa que se abre à foz de
vários rios. O que quer dizer que para descer o equivalente a 30 quilómetros
em linha reta, teremos que utilizar um barco ou dar voltas por terra horas sem
fim a contornar a boca de várias entradas de rios. E há o terreno de lama. A
vegetação. O clima tropical. As chuvas. Os mosquitos. No início dos anos 60,
a Guiné não era como as jóias da Coroa: Angola e Moçambique. Para o meio
milhão de autóctones de dezenas de etnias, havia uns meros dois mil
portugueses da Metrópole. Alguns deles militares, espalhados por quartéis nos
principais pontos do país. A zona sul, que faz fronteira com Conacri,
terrível em termos de geografia, e que seria comandada por Nino Vieira, iria
ser o ponto de partida da guerra na Guiné. Tite, um quartel da tropa
portuguesa, foi escolhido para a primeira investida noturna do PAIGC. É
conhecido por ser o local do primeiro tiro. E ainda se comemora como tal. É
uma data.
O quartel português de Tite
ainda lá está. Mas em escombros. Restam as paredes e como sempre o mato vem
reclamar o que lhe pertence. Ainda foi ocupado pela tropa guineense, mas
abandonado em 1994. A poucos metros, impassível, está um poilão, uma magnífica
árvore sagrada com dezenas de metros de altura. À sua sombra, os velhos. E,
com eles, a memória. Logo ali dois que lutaram no exército português. Pedro
Ussumani, 66 anos; e Brema Jasse, 73. Foram tropa feijão-verde. Brema, aliás,
passou de soldado ‘tuga’ a coordenador do PAIGC, e fala desses tempos com
cumplicidades e risadas. “Querem um terrorista? Vamos a casa do grande
bazuqueiro”, e lá caminhamos umas dezenas de metros até à casa de Braine
Sane, 63 anos, o tal artista da bazuca. Tudo amigo. “Fomos soldados, não há
rancores”, diz.
Ussumani vai adiantando “que
depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era
entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase.
Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com
o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais
velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da
destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto.
“Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos
estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
E o tal primeiro tiro, como foi?
O homem que o deu morreu há poucos meses. E eis que chega à sombra do poilão
Pape Dabo, 89 anos, um homem pequenino. Não sabe de ouvir dizer. Esteve
presente no ataque de 23 de janeiro de 1963 e participou nas reuniões que
decidiram a operação no quartel de Tite. Tiro? Não foi tiro. “Só tínhamos
dez armas e a sentinela estava a dormir e, quando avançámos pela porta do
quartel, matámos o homem com um canhaco.” Canhaco? É uma lança que se põe
num arco. Mas foi com a mão. Perfurou-lhe o pescoço.
Ussumani vai adiantando “que
depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era
entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase.
Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com
o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais
velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da
destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto.
“Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos
estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
Mas voltemos um pouco atrás.
Pape Dabo conta a história do ataque como já a terá repetido centenas de
vezes. Não permite interrupções. Ele é o narrador e o dono da versão.
Começa com ele e o irmão no quartel, a trabalharem como padeiros dos portugueses,
e termina depois do ataque com ele a voltar a ser reconhecido pelos militares
portugueses como um “dos bons” e, assim, a poder espiar. Pelo meio, o ataque:
divididos em quatro grupos, só o primeiro entra no quartel; os portugueses
acordam; os tiros; as mortes do lado dos ‘tugas’ terroristas (“terroristas eram
vocês do PAIGC”, diz Pedro); depois, teve que voltar no outro dia, foi
obrigado a ver os cadáver dos companheiros mortos e ter de fingir que não os
conhecia. E recorda ainda quando o comandante alinhou a população na praça
em frente ao quartel e disse:
“A guerra começou.”
A guerra colonial na Guiné,
começou em Tite há sessenta anos.
Nesta foto tirada há poucos anos, estão alguns
guerrilheiros que fizeram parte do primeiro ataque a Tite e que marca o inicio
da Guerra colonial na Guiné - 23 de Janeiro de 1963.
"N o dia 23 de Janeiro de
1963, teve início a luta armada na Guiné. Neste dia o PAIGC - Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde, fundado por Amílcar Cabral, através
de um grupo de combatentes sob o comando de Arafam Mané (N'Djamba), atacou o
quartel de Tite. A Guerra do Ultramar, começava na Guiné.
As várias equipas preparadas para
atacar o quartel partiram de uma aldeia próxima de Nova Sintra. Reuniram-se
numa mata próxima de Tite muito cedo, de manhã, à espera da hora para atacar.
Havia apenas uma arma por cada dez homens, estando os outros combatentes
armados com catanas e paus. O ataque iniciou-se apenas à uma hora da madrugada.
No rescaldo do ataque os
combatentes do PAIGC tiveram dois mortos e dois feridos.
Na foto de grupo em cima, tirada em Tite depois da Guerra, estão alguns dos guerrilheiros que participaram no primeiro ataque a Tite em Janeiro de 1963 (a devida vénia ao Expresso, aos seus Jornalistas e Foto-Jornalistas, pela partilha desta sua foto)
José Costa
Olha, recebi
este e-mail da Liga dos Combatentes aqui núcleo do Porto, dirigido aos sócios!
Se achares por bem, dá a conhecer no nosso blog ou Facebook dessas regalias,
embora seja para sócios ou alguém que se queiram fazer de sócio ainda vai a
tempo!
Abraço
José Costa
Data: 29 de
janeiro de 2024 às 15:31:12 WET
Para:
porto@ligacombatentes.org
Assunto:
REGALIAS DOS SÓCIOS DA LIGA DOS COMBATENTES
Estimado (a) Associado (a),
Com os melhores cumprimentos,
Cátia Moura
Assistente
Técnico
Rua formosa, nº
133
4000-251 Porto
Telef. / Fax :
222 006 101
Móvel: 913 060
168
E-mail:
porto@ligacombatentes.org
NIB: 0035
07300002578823028
-------
Obrigado José Costa pelo envio deste email.
O nosso amigo Carlos Vaz Pires, completa hoje mais um aniversário.
Que contes muitos companheiro, com saúde junto dos teus.
Um grande abraço.
Leandro Guedes.
" AS CARQUEJEIRAS – AS ESCRAVAS DO PORTO
Poucos conhecem, por certo, a história destas mulheres de
trabalho escravo...
"Desde o século XIX existiam, no Porto, as
“Carquejeiras”. As carquejeiras do Porto eram mulheres que para “comer o pão de
cada dia”, para si e seus filhos, subiam a calçada ingreme entre os Guindais e
as Fontainhas, levando às costas, nesta via dolorosa, de 220 metros, molhos de
carqueja pesando cerca de 50 Kg e depois as distribuíam pelos fogões das
padarias e casas particulares, servindo como acendalhas, para coser pão ou
aquecer as casas dos senhores do Porto, mais endinheirados. A carqueja chegava
em barcos e nos Guindais era desembarcada e colocada às costas das carquejeiras
– mulheres e tantas vezes crianças -, que lá iam pela Calçada da Corticeira –
agora chamada Calçada da Carquejeira, como homenagem a estas mulheres -, até ao
destino fosse a Boavista, fosse o Carvalhido ou tantos lugares. Durou este
trabalho um século, tendo terminado em 1960. Agora uma associação, constituída para
tal, inaugurou uma estátua evocativa da Carquejeira, nas Fontainhas. Pagavam a
elas quantas viagens fossem capazes de fazer e pela distância, indo de 1$50 a
15$00.
A Carquejeira não tinha segurança social, nem postos de
atendimento de saúde, e o que conheciam desde meninas, era acartar a carga, o
mais vezes possível, fazer o jantar e nem davam conta que o homem as
engravidava. Subindo a escarpa, quase não se viam os olhos, mas elas lá iam,
perante o rizo da rapaziada, que não muitas vezes as apalpava, elas fugiam, era
uma calçada com muitas curvas. Apesar do seu dia a dia duro e desumano, também
iam às igrejas da cidade pedir pelos seus, e que tivessem muito trabalho. Era
descalças que faziam o seu trabalho, não lhes restava mais que confiar e ter fé
em Deus, que lhes desse muita saúde para calcorrear o maior número de vezes,
para ganhar mais dinheiro, que era tão pouco que mal dava para a comida; os
medicamentos eram as ervas que arranjavam e estudar nem sabiam o que era.
É bom que saibamos que existiam mulheres destas, autênticas
santas e virgens. Santas porque se davam como sacrifício para que as suas
famílias tivessem pão e sopa, os seus filhos crescessem, e virgens porque se
davam completamente à causa das suas famílias, sem pretenderem nada para elas.
O sacrifício que tantos de nós não conhecemos. Pois, aqui fica!"
Por Joaquim Armindo
Realizando um trabalho de “besta”, substituído pelo ser
humano em uma época na qual a sobrevivência era uma questão de luta, as
escravas do Porto se viam obrigadas a carregar às costas até 60 quilos de
carqueja para conseguirem se sustentar diariamente.
No dia 1 de março de 2020,
Foi inaugurada a estátua em homenagem às Carquejeiras do
Porto, por iniciativa da “Associação Homenagem às Carquejeiras do Porto”.
A “Maria”, nome da estátua da autoria do escultor José
Lamas.
Pesquisa de Clarisse Marques
Fotografia de Álvaro Ferreira
Escultura: Da CIDADE às CARQUEIJEIRAS - de JOSÉ LAMAS
Alameda das Fontaínhas - Bonfim - Porto
Nota Pessoal - Há muito tempo que queria fazer esta
publicação. Uma história do Porto que nunca foi e nunca será linda de viver...
É como a vida, de dias de sol e dias cinzentos, com chuva e nevoeiro...Como a
rosa que é linda e perfumada, mas têm espinhos...As Carquejeiras, de certa
maneira, representam a MULHER PORTUGUESA, que no passado trabalhou
exaustivamente. Como a Alcina, a rapariga mais linda da Aldeia que adoeceu e
morreu de tanto trabalhar - A MINHA MÃE! ❤❤🥲🥲❤❤"
Joaquim Armindo, obrigado.
A Direção do CSMA informa que o funeral do Vice-presidente António Diogo Sotero será amanhã dia 23 de Janeiro pelas 10h na Capela da Mina de São Domingos, seguindo depois para o cemitério da localidade.
O corpo encontra-se em câmara ardente, na casa Mortuária da Mina de São Domingos.
ACONTECEU HÁ 205 ANOS!
JACINTO CORREIA, PRIMEIRA VÍTIMA OFICIAL DOS EXÉRCITOS DE
NAPOLEÃO NA PENÍNSULA IBÉRICA, FOI FUZILADO EM MAFRA EM 25-01-1808.
ESTE MÁRTIR / HERÓI RESIDIU NA FREGUESIA DE ATOUGUIA DA
BALEIA DE 1785 A 1802.
Natural da Zambujeira, freguesia e concelho da Lourinhã.
Casou na Atouguia de Baleia com Umbelina Rosa, em 30 de Maio de 1785, e residiu
na Azenha de Baixo e na Azenha do Penteado, onde nasceram os seus 8 filhos.
Já residindo em Mafra, onde estava ao serviço dos frades do
Convento, por ocasião da chegada das tropas invasoras, encontrou, nas
imediações dos Gorcinhos, arredores daquela vila; quando transportava um feixe
de lenha às costas e um cabaz de fruta seguro pelo braço; dois soldados
franceses que, com violentas e perigosas ameaças, o tentaram roubar. Jacinto
Correia, muito embora perturbado com a injustiça do assalto, ainda teve a
serenidade precisa para recordar que, na sua frente, se encontravam, além de
gatunos, dois abusivos devassadores do território nacional. E, cego de raiva,
resistiu, matando os dois soldados com uma foice roçadoura.
Sem demora, Jacinto Correia foi preso e levado para Mafra,
quartel-general do General Loison, e julgado num conselho de guerra. Como
matara em legítima defesa, tudo se fez no sentido de se obter um perdão. A
condessa da Ega, que participou naquelas improfícuas tentativas, não conseguiu,
também, abrandar a irritação de Junot.
No tribunal, Jacinto Correia respondeu com serenidade e
coragem às perguntas que lhe eram feitas. Surpreendido com tanta audácia, o
general de divisão Loison, que assistia ao julgamento, determinou ao intérprete
que fosse perguntado ao réu se o arrependimento já teria exercido algum efeito
no seu espírito.
Jacinto Correia, dominado por fervoroso patriotismo e em
atitude que só é peculiar dos heróis, respondeu que: “Se todos os portugueses
fossem como eu, não restaria um só invasor”.
Confundido com tão inesperada e pronta resposta,
apressadamente traduzida pelo intérprete, o general Loison apresentou visíveis
indícios de cólera e, por forma brusca e peremptória, ordenou ao tribunal o
fuzilamento do réu, sem apelo.
Na manhã de 25 de Janeiro de 1808, na alameda sul do
Convento de Mafra, em ambiente apropriado, pois a tristeza do tempo não
desmentia a dor dos homens, compareceu uma escolta militar francesa, na frente
da qual, pouco depois, foi colocado Jacinto Correia.
Seis ruídos próximos e agudos se propagaram no espaço. E,
por esta maneira, caiu, para jamais se erguer, um valente português.
O general Loison, temendo, certamente, as consequências da
atitude heróica de Jacinto Correia, que podia excitar ódios ou estimular ânimos
para análogas façanhas, mandou publicar, sete dias depois do fuzilamento, uma
notícia na Gazeta de Lisboa, na qual, no sentido de intimidar, dava
conhecimento da condenação que sofrera o pacato e bom trabalhador que, no
exercício das suas funções, calcorreara pelos imensos e longos corredores do
Convento de Mafra.
Nota: na foto apresenta-se o monumento da homenagem prestada em Mafra em 2008.
Jacinto Correia foi um resistente aos invasores franceses na
primeira das 3 invasões a Portugal decretadas por Napoleão Bonaparte, por isso
pagou com a vida a sua rebeldia, foi o 1º condenado à morte em Portugal pelas
forças estrangeiras e executado por fuzilamento Em Mafra no dia 25 -01-1808 por
ordem dos generais Junot e Loison este o célebre maneta que deu origem ao
ditado popular ainda hoje em voga (olha que vais para o maneta)
Na celebração do 2º centenário da nossa vitória total obtida
nas linhas de Torres Vedras foi-lhe erigido em Mafra no local da sua execução
um mausoléu e todos os anos pela data do seu falecimento aí lhe é prestada
homenagem por altas individualidades civis e militares, depois de alguns anos
sem ter aparecido qualquer descendente na sua homenagem, por desconhecimento
total desses descendentes, com o divulgar da sua História muito pela
persistência do seu sobrinho-neto Doutor Paulo Ferreira autor do livro (As Lides do Talaia) que nesta obra divulga e
dedica várias páginas sobre a História do seu tio-avô Jacinto Correia e porque
não dizê-lo pela minha também, hoje já temos regularmente todos os anos alguns
descendentes na sua homenagem quase todos da sua quinta geração.
Há muitos anos e porque gosto muito de História li em alguns
livros que na primeira das 3 invasões ao
nosso País feitas por Napoleon Bonaparte houve um patriota natural da Lourinhã
que lhes deu luta e que por isso pagou com a vida a sua ousadia sendo por isso
fuzilado em Mafra às mãos do General invasor Junot, alguns autores da época
falam nisso não como um grande feito, mais em jeito de nota de rodapé, na
altura jamais associei essa personagem à minha ascendência, primeiro não
pensava ter raízes na Lourinhã uma vez que toda a minha família paterna e
materna é originária da Atouguia da Baleia, nada me levava a pensar ter raízes
deste grande patriota. Como já disse gosto muito de História e depois de me
reformar comecei a estudar a História da família aprendendo a fazer procura
geneológica aparecendo-me na minha ascendência na Atouguia da Baleia Jacinto
Correia nascido na Quinta de Dona Máxima
junto ao lugar da Azambujeira na freguesia de Nossa Senhora da Anunciação da
Lourinhã e eu fiquei desconfiado, mesmo assim nada me dizia que se tratasse da
mesma personagem mencionada nos livros de História, há uns anos atrás começou a
febre do facebook e para não fugir à
regra também comecei a aceder regularmente quando e um dia vejo numa página do
Grupo Atouguia da Baleia a foto do Mausoléu e toda a história de Jacinto
Correia que coincidia em tudo com a do meu quinto avô que eu tinha na minha
ascendência, o autor dessa publicação era o
historiador senhor João Luís Alves Francisco natural do lugar de
Azenhas dos Tanoeiros Mafra e com
o qual entrei em contacto tirando-me ele todas as dúvidas ficando eu com a
certeza de que era mesmo seu descendente. Mais tarde e conversando com a Dona
Maria Matos incansável diretora da coletividade da Zambujeira acerca disto ela
convidou-me a ir à Lourinhã ao lançamento do livro (As Lides do Talaia) de
Paulo Ferreira também ele sobrinho-neto de Jacinto Correia e que no mesmo livro
dedica algumas páginas ao seu tio-avô, uma das coisas que o ouvi dizer ao
referir-se a Jacinto Correia era de que tinha muita pena de não conhecer
qualquer descendente direto do mesmo, no final apresentei-me como tal o que
acabou por ser uma alegria para os dois
e já juntos fomos em 25/01/2017 os
primeiros descendentes a marcar presença na sua homenagem, fomos passando a
palavra e nos anos seguintes começaram a aparecer mais e hoje já somos alguns, penso que a semente está
lançada e que Jacinto Correia não mais deixará de ter os seus descendentes em Mafra no dia do aniversário
da sua morte em que é homenageado pelo seu ato de coragem e patriotismo.
Júlio Ivo no livro El Rei Junot de Raúl Brandão diz que ele
terá sido estudante quando jovem dos frades do convento de Mafra e que viveria
em Mafra ao tempo dos acontecimentos ao serviço dos mesmos frades e que no
regresso do seu trabalho terá sido surpreendido por dois soldados franceses
quando transportava às costas um cabaz de fruta e um cesto de lenha e tendo
estes tentado roubá-lo agredindo-o, ele se defendeu matando-os com uma foice
roçadora ferramenta que usava no seu trabalho diário.
Pinheiro Chagas diz que ele embora tenha nascido na
Zambujeira da Lourinhã, terá estudado em jovem nos frades do convento e que
teria alguma instrução, que terá fixado
residência em Mafra e que nesta vila casara onde tinha filhos, duas crianças de
tenra idade, que em Mafra trabalhava à data dos acontecimentos por conta dos
frades nos jardins do cerco e na vasta horta da tapada quando Junot na sua
marcha invasora sobre a capital assentou arraiais em Mafra e arredores na
primeira invasão francesa.
Estas versões são as mais relatadas nos anais da História e
as que mais são faladas nos dias de hoje, mas existe uma outra versão dos
factos relatada de forma muito diferente por José Acúrcio das Neves e na qual
eu acredito como mais realista de como tudo se terá passado, há factos nas
versões anteriores que para mim estão desajustados, se não vejamos como podia
Jacinto Correia ter sido estudante em jovem no Convento como diz Júlio Ivo, ou
ter instrução e conhecer os Lusíadas como diz Pinheiro Chagas se ele não sabia
ler? No seu registo de casamento na freguesia de Atouguia da Baleia ele não
assina por não saber assinar, nos registos paroquiais ele regista 7 dos seus 8
filhos em Atouguia da Baleia e um na Lourinhã, não tem em 1808 apenas 2 filhos
de tenra idade e vive em Mafra, para mim ele nunca viveu em Mafra mas sim
sempre na freguesia de Atouguia da Baleia onde executou trabalhos difíceis nas azenhas do Penteado e
na de Baixo ou ainda como lavrador no Casalinho perto de Ribafria onde penso
que ele vivia à data dos acontecimentos e nunca terá sido estudante, inclino-me
mais para que fosse analfabeto, talvez sim um lavrador ou trabalhador rural com
dotes de liderança e um patriota em quem os seus vizinhos confiavam fazendo
dele um líder, terá sido preso em Peniche
por Taunier comandante das forças invasoras em Peniche e levado de
seguida para Mafra por ser onde estava sediado o quartel-general de Junot para
aí ser julgado, aí foi condenado e executado para servir de exemplo a outros
que lhe quisessem seguir os passos.
José Acúrcio das Neves descreve-nos doutra maneira para mim
mais realista como as coisas se terão passado, Jacinto Correia era um honesto
lavrador de Atouguia da Baleia que teria sido roubado pelas primeiras tropas
francesas da primeira invasão que passaram para a praça de Peniche e querendo
defender-se dos seus inimigos que julgava também serem os inimigos da Pátria
inflamado pelas queixas dos seus vizinhos que tinham também sido roubados como
ele, foi imediatamente à vila de Óbidos pedir auxílio às tropas do regimento do
Coronel Freire de Andrade que ali se achava estacionado dizendo-lhe que a sua
intenção era dar a morte a todos os franceses que continuassem a passar na sua
terra. Ninguém ousara dizer a este pobre rústico que está a cometer um erro de entendimento, mas o seu erro
nascia de um verdadeiro patriotismo e o que é bem digno de lamentar-se foi
julgado por um grande crime pelo juízo dos mesmos portugueses, porque o próprio
Coronel Freire de Andrade nessa altura já está ao serviço dos franceses partindo
depois para França com a sua Legião Portuguesa e em vez de o instruir como ignorante, foi delatá-lo
como rebelde aos franceses e por isso caindo o infeliz Jacinto Correia nas
garras do brigadeiro Taunier comandante da Praça de Peniche, poucos dias depois
foi morrer arcabuzado em Mafra por sentença duma comissão militar francesa.
Esta para mim a narração verdadeira dos factos, Jacinto Correia terá vivido
sempre na freguesia de Atouguia da Baleia na altura destes acontecimentos,
penso que viveria junto ao lugar de Ribafria dessa freguesia, há documentos que
indicam que ele aí viveu e foi aí que continuou a viver a sua viúva até voltar
a casar de novo perto dum ano depois da sua morte. Uma coisa é certa e todos os
historiadores confirmam o seu acto de patriotismo, sabendo que a sua resposta
poderia condená-lo à morte continuou firme como um grande português e respondeu
ao célebre general Loison (se todos os portugueses fossem como eu não restaria
um só invasor em Portugal).
enviado por Jacinto Borges, a quem agradecemos.
É com grande tristeza que a Direção do Centro Social dos Montes Altos, vem comunicar o falecimento do Sócio Fundador e Vice-Presidente António Diogo Sotero.
Em nome dos Corpos Sociais, funcionários e utentes enviamos
as mais sentidas condolências à sua família.
Assim que possível daremos
informações sobre as cerimónias fúnebres.
Do Raul Pica Sinos:
“Sentidas condolências à família. Sotero um homem de grande
generosidade para todos que com ele conviveram exemplo disso foi o nosso
saudoso camarada Pedro. Até amanhã Sotero.”
Amigos meus Queridos
Reponho, hoje, uns versos, feitos vão já 5 (cinco) anos, neste preciso dia! E o tempo que tem feito jus faz ao teor deles...
Abraço-vos, com fraterna amizade.
Lêde, ou relêde-os...7
(LMD,16.01.24)
===
NOITE FRIA, GÉLIDA...
Porque o dia, especialmente no seu findar e para a noite, que já caiu, têm estado extremamente frios, na nossa região de frio húmido, conquanto não chova para já, deu-me para discorrer, versejando, sobre o tema.n
Assim, Vos presenteio, Queridos Amigos meus, com umas bem geladas linhas, de modo a lhe apreciardes o sabor, e qual a textura da frialdade... Após o lerdes, dizei-me algo. Anseio pelas vossas mui desejadas palavras.
Beijos e abraços, como é meu uso Vo-los distribuir.
Agora, à leitura...
(LMD, 16.01.19)
=== ===
Noite fria, gélida, insensível...
--
Noite fria, gélida, cinzentona e triste
Cai, sem dó nem piedade, e em riste.
Obtusa, a pérfida, descamba e gela
Quem, por montes, aos animais vela!
Noite crua, de matar, de húmido frio
A gelar corpos quentes e almas a fio...
Ó noite ingrata, quem te deu o ser?
E de longe, célere, vens aqui morrer?
Teu corpo esguio, de beldade sem dó,
Quisera ter seguro, preso bem com nó!
Malvada, que me estragas a dedilhação,
Não vês, tu, que me páras a circulação?ko
Tenho sangue forte, fluindo ruborado...
Mora em mim, inteiro, pouco estragado!
Nas mãos tuas, de gelo, frialdade pura,
Quem consegue ter-se, e tem estrutura
Para vivo, cálido, de compleição dura
Te enfrentar, sereno, com compostura?
Noite gelada, com dor as cores minas,
A energia sugas, a mãos e faces minhas!
Noite fria, de morrer, há deserto em tudo.
Será que o geral fim desejas, contudo?
Cinzenta bruma, soturna, gélida, pungente,
Vai-te, ó insensível noite! Aqui, mora gente!
LMD, 16.01.19.
Vinho de Talha 🍷
A respeito dos Senhores padres que estiveram no velho Convento dos Capuchinhos no Tronco, hoje Paróquia do Amial, e sem tirar mérito aos demais sacerdotes, há um que me ficou mais na memória que foi o Padre Francisco da Mata Mourisca. Tenho gratas recordações do Senhor Dom Francisco da Mata Mourisca. Conheci-o na que é hoje, Igreja Paroquial do Amial, há 70 anos atrás e com ele convivi até ser homem.
Era uma pessoa de excelente dom de palavra, atraía multidões
quando era previsto ser ele o pregador. Pessoa de forte presença, era escutado
por todo o lado, fosse na Igreja, nas Missas, na Catequese ou nas Procissões
que por lá se faziam, principalmente no mês de Fátima, em que as mesmas saíam
da Igreja dos Capuchinhos do Amial e tinham o seu final no Jardim em frente à
Escola Primária do Bairro da Azenha.
Foi ordenado sacerdote na Capela do Convento do Tronco
(Porto), no dia 20 de janeiro de 1952
Tocador de Órgão exímio, a sua voz forte e melodiosa entoava
cânticos que a todos deliciavam.
D. Francisco da Mata Mourisca, foi missionário português,
padre Franciscano Capuchinho e primeiro bispo do Uíje, tendo por lá ficado
durante 41 anos.
Faleceu aos 94 anos, “vítima de doença”, tendo nascido na
Mata Mourisca, localidade perto da Figueira da Foz.
Foi o que se pode chamar, um Bom Pastor.
Descanse em Paz.
Leandro Guedes.
Imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas de Combatente da Guerra do Ultramar.
Lembramos àqueles companheiros que ainda não têm a Medalha e
que gostavam de a ter, que devem solicitá-la, assim como o cartão e o crachá do
antigo Combatente.
Se quiserem a minha ajuda digam-me para eu a solicitar ao
Ministério do Exercito.
Não podemos deixar esquecer o que por lá passamos...
Saudações séniores.
Leandro Guedes.
Da revista "COMBATENTE", da Liga dos Combatentes, transcrevemos este apelo ao Governo de Portugal e Assembleia da República, com os APOIOS AOS ANTIGOS COMBATENTES pretendidos.
Entendemos que faltam aqui a inclusão de apoios específicos
em Entidades Medicas ou Hospitalares,
que o SNS não apoia, e que por isso
deviam estar contemplados, e que tratam doenças especificas dos homens
ou de consequência de trauma pós traumático, nomeadamente:
- Tremor Essencial,
tremor das mãos, (não Parkinson), que é
em Portugal unicamente tratado no Hospital da Ordem de São Francisco no Porto -
Sistema HI-FU. Esta doença é associada à vivencia em clima de guerra durante largos periodos.
- HBPróstata, (Hiperplagia benigna da Próstata) - Tratado na
Cruz Vermelha Portuguesa, Sistema Aquabeam, no Hospital Trofa-Saúde, Na CUF Tejo e Porto e no H.P.do Algarve nenhum deles subsidiados pelo SNS.
- Acesso livre e ilimitado ao Hospital Champalimaud,
nomeadamente na área do Cancro.
Estas valências são fundamentais para a saúde dos
Combatentes e seus familiares.
- E também a
atualização imediata da pensão de reforma que atualmente está nos 8,33 Euros
por mês.., (100 € por ano), já inscrito neste apelo.
- Acesso aos Hospitais das Forças Armadas, também já inscrito neste apelo.
Leandro Guedes.
O nosso amigo Domingos Monteiro, celebra hoje mais um aniversário, o 80º. Bonita idade.
Parabéns companheiro, que contes muitos com saúde, junto dos
teus familiares.
Um forte abraço
Leandro Guedes.
AS MINAS E OS MINEIROS DE SÃO PEDRO DA COVA
As minas de carvão de São Pedro da Cova, no concelho de Gondomar
(terra do nosso amigo Beselga), iniciaram a sua atividade nos finais do sec. dezoito, 1795, tendo finalizado a sua atividade em 1972.
O carvão extraído desta mina alimentava as mais diversas
atividades, fosse para a industria ou para o caminho de ferro e produção de eletricidade, incluindo o
consumo caseiro.
A mina fechou e ficaram as recordações que aqui se relatam,
num pequeno folheto que é distribuído na mina.
A Casa da Malta é uma espécie de Casa do Povo por onde andam atualmente os mineiros reformados, muitos deles doentes dos pulmões, vitimas duma doença crónica laboral incurável, a silicose e consequente tuberculose, devido ao pó da mina.
A Casa da Malta dava-lhes apoio durante a laboração e agora dá apoio na reforma, aos trabalhadores e seus familiares.
É comum informarem os visitantes sobre o funcionamento da Mina.
Vale a pena a visita.!
------------------------
E a seguinte crónica no Jornal Público:
https://www.publico.pt/2015/03/29/local/noticia/a-historia-da-vila-que-guarda-uma-mina-dentro-1690395
Desta crónica transcrevemos com a devida vénia ao Publico e seus Jornalistas aqui indicados, a seguinte parte dum excelente texto.:
A história da vila que guarda uma mina dentro
Enquanto descia às profundezas da terra, gasómetro na cabeça
e saco de farnel na mão, os 16 anos de vida de Manuel Reis não puderam
amparar-lhe a tremeliqueira das pernas. De repente, o rosto cândido e pálido
enegreceu-se até à cor do carvão. Até à cor do medo. Lá no fundo, onde a luz
não chega, passaram-lhe para a mão uma pá e pronunciaram meia dúzia de
palavras. E ele começou a acartar carvão. Foi a primeira vez de um vaivém de
duas décadas nas profundezas das minas de São Pedro da Cova. Manuel regressa agora
ao complexo mineiro, 45 anos depois do dia que ninguém apaga da memória: 25 de
Março de 1970, a data de encerramento das minas. As pernas já não tremem, mas
os olhos humedecem quando recorda a “vida de escravidão”. Durante os quase dois
séculos em que funcionaram, as minas de carvão foram o principal sustento de
famílias inteiras nesta freguesia de Gondomar. Mas foram também sinónimo de
miséria e de fome, de doença e de morte. E mudaram para sempre São Pedro da
Cova.
Nesta terra mineira a 20 quilómetros do Porto, nunca quiseram enterrar as dores de outros tempos. A exploração a que milhares de trabalhadores foram sujeitos desde 1795, quando o carvão de pedra (antracite) foi descoberto na freguesia, escreve-se a letras garrafais. Recordar para não esquecer. Para Serafim Gesta, investigador local que adoptou o pseudónimo de Mazola e é autor de vários livros sobre São Pedro da Cova, as minas não são apenas um objecto de estudo. Estão-lhe gravadas no ADN há gerações, desde os “pioneiros do carvão”. “Tenho das minas as memórias mais tristes que pode haver. Memórias de morte. Estou a ver o meu avô morrer, com uma medalha ao peito, mas pobre, cansado, miserável, tuberculoso. O meu pai tísico, depois de muitos anos de mina. E a minha mãe a perder a vida à minha frente, a sujar os lençóis de sangue. Silicose: 100% de pó.”
Jornalistas Mariana Correia Pinto (texto) e Manuel Roberto
(fotografia)
https://www.publico.pt/2015/03/29/local/noticia/a-historia-da-vila-que-guarda-uma-mina-dentro-1690395
Vale a pena ler.