"José Justo
21 de janeiro às 21:08
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REMEMBER
Tenho imensas ESTÓRIAS de vida recordadas desde há decadas
!!
Esta, teria eu uns 8/9 anos, por ai !!
Das pessoas que mais adorei e que guardo com muito carinho
no coração, era minha querida avó materna, de seu nome; Conceição (foto 8).
Tratava-a por São e já como adulto Sãozinha.
Meu avô – ser humano fantástico – (foto 11) faleceu cedo no
Hospital de Marinha, ficando a avó viúva.
Embora nós os cinco vivesse-mos na mesma casa, nunca nada substituiria as saudades do muito amado marido.
Para quebrar a solidão e como nova motivação de vida,
dedicou-se à igreja, tanto religiosamente como participante ativa nas obras de
apoio social (foto 5).
Agora o problema!!... Eu e meu irmão começámos a ter contra vontade
“uma forçada vida religiosa muito ativa”!!.
Na nossa família a Igreja do Sacramento, no Chiado (fotos 6
e 7), tinha muitas tradições, pois foi lá que nossos pais casaram (fotos 3 e
3A), eu e meu irmão fomos batizados, 1ª comunhão, Comunhão Solene, Crisma…e
“assistentes forçados” em bastantes atos solenes nas datas de destaque
litúrgicos.
Missas dominicais - ainda em Latim - em bastante quantidade
!! Te Deum’s e Via Sacra !!!!
Lembro-me como eu e meu irmão sofríamos horrores com “estas
torturas” !!
Tanto as missas como estas duas cerimónias eram tão
longas…tão longas, tão monótonas…tão monótonas
e repetitivas!! que nos
desesperavam.
Nas Via Sacra, estávamos sempre “mobilizados” para
acompanhar todo aquele ritual das Estacões sempre à volta da igreja e nós os
dois de opa vermelha vestida (foto 1A) e tocha gigante acesa nas mãos (foto
00A), sempre ao lado do padre Carvalho (foto 4), que diga-se de passagem era
super antipático para a miudagem e nós por várias vezes ouvimos responsos da
avó por comportamentos inadequados logo à saída da igreja e em casa desta vez
pela mãe!!
Como em cada Estação lá tínhamos que nos ajoelhar de tocha
acesa na mão (foto 00A) enquanto ouvíamos a “ladainha”, eu tinha o vicio de
estar sempre a tirar bocadinhos de cera da tocha, fazia bolinhas e deitava para
o chão para junto das cadeiras dos fiéis !!…como dizia o outro: “criança não
pensa” mas eu pensava e fazia de propósito!!
Certa vez, por tanto mexer e raspar no suporte superior da tocha que era em madeira com uma grande mola interior, desenrosquei o suporte…salta a mola… e começa a oscilar “feita doida” com a vela a pingar cera por todos os lados!!... e foi o que se vê (foto 1).
O padre Carvalho e a avó São estavam petrificados - ainda
hoje recordo as expressões daqueles dois rostos - o meu irmão ria, ria…o
sacristão – outra pestezinha – de volta da tocha a tentar apagar a vela e meter
a mola dentro do corpo de madeira… enfim imagine-se!!
Querida avó São, tantas saudades.
Houve um período, quando trabalha nos Oulman na rua dos
Fanqueiros que ia almoçar todos os dias a casa da avó e pós almoço nos dias
bons, ficava-mos á janela do quarto dela a falar, a falar…das suas vivências,
do meu querido avô Jordão, do tempo de quando jovem, viveu em Inglaterra e
tantas vezes sobre religião, admitindo ela que a minha maneira de pensar talvez
tivesse origem na forçada, mas inocente presença e influência religiosa.
Sendo ela católica praticante bastante devota, aceitava sem
comentários criticos, as minhas linhas de pensamento - sendo eu já na altura
Agnóstico Ateísta - embora à época, sem o saber exatamente.
Estou certo e hoje compreendo os tempos e as circunstâncias
de então – os pais também adorariam aquele período da casa vazia só para eles
!! LOL – .
Tenho as minhas convicções anti religiões dogmáticas de uma
maneira global, fortemente vinculadas em oito ou nove livros temáticos, e não
só.... “Os dogmas são se discutem, ou se acreditam ou não”!!.
Triste e saudosamente, todos estes queridos “já da lei da
vida se libertaram” formaram lá no alto,
uma nova e bela constelação.
…Quando me for lembrando de algo caricato ou interessante,
que ache valer a pena, eu “pranto aqui” depois já sabem: passem ao boneco
seguinte e esqueçam !! Cuidem-se.
Abraços e Beijinhos.
José Justo"
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