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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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sábado, 29 de janeiro de 2022

visita a Vila Verde dos Francos

video da autoria de Albertina Granja

VISITA A VILA VERDE DOS FRANCOS:

Em Maio de 2016, os alunos do Professor Manuel Granada, da disciplina de Cultura Geral, da qual eu fazia parte, da Universidade Sénior de Torres Vedras, foram fazer uma visita à Histórica Vila Verde dos Francos. É o resumo dessa visita a uma Vila que chegou a ser sede de Concelho, que aqui vos deixo, da autoria da nossa amiga Albertina Granja, a quem agradecemos com a devida vénia.

(ver seu blog diversidadesquecidas.blogspot.com)

“As ruinas do Castelo Medieval, o Palácio dos Marqueses de Angeja, a Capela da Misericórdia, boa companhia, descontracção, um delicioso cozido à portuguesa e belíssimas paisagens, foram os ingredientes para um dia perfeito...!!!

A visita foi extremamente interessante, pois permitiu "saborear" os aspectos históricos desta Vila doada por D. Afonso Henriques ao cavaleiro francês Alardo, em Janeiro de 1160.

Começámos pelas ruínas do Castelo medieval, classificado como "Imóvel de Interesse  Público", desde 1957, o qual, segundo alguns historiadores, foi edificado por ordem de D. Alardo...

Seguiu-se o Palácio dos Marqueses de Angeja, mandado construir, em meados do século XV, por D. Gonçalo de Albuquerque (pai de D. Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia), que ainda conserva a janela, onde, segundo a lenda, Luis de Camões se enamorou de Natércia...

Para terminar a visita, a Capela da Misericórdia, edificada por volta de 1627, deixou-nos deslumbrados pelos seus notáveis azulejos.

Muito obrigada Professor Novais Granada....

Albertina Granja”




Nota - o Professor Manuel Granada aqui citado, que tem 87 anos, encontra-se bastante doente.
Desejamos-lhe rápidas melhoras.

Gentil Félix Lourenço

este video é da autoria do Pica Sinos, durante o referido almoço em casa do Gentil, em 2010.

Damos as boas vindas à D. Eunice Maria Lourenço, que reencontramos recentemente. É filha do nosso saudoso amigo Gentil Félix Lourenço e irmã do Nuno, ambos residentes em Vila Verde dos Francos, no concelho de Alenquer, perto de Torres Vedras. A Mãe de ambos já faleceu.

Transcrevemos de seguida, um texto do Raul Pica Sinos, escrito na altura em que fomos convidamos pela familia Gentil Lourenço, para um agradável almoço em Vila Verde dos Francos, na sua casa em 2010:

"Finalmente a 16 de Outubro de 2010, chegou o grande dia para confraternização com o nosso companheiro Gentil, no objectivo de comemorar a vitória deste, sobre a recente doença que o queria vencer.

O nosso 1º Cabo em Tite, na Guiné-Bissau, era um dos responsáveis pela manutenção oficinal. Hoje já reformado, casado e com 2 filhos (uma jornalista e outro especializado em logística) tem um minimercado na rua principal na Vila Verde dos Francos terra onde reside.

Creio que foi cerca das 11 horas que o pessoal começou, aos poucos, por chegar. Precedidos do Pica Sinos (Corroios), Amador e o Botas (Barreiro), o Palma e mulher (Algés). Seguiram-se o Contige (Stª Iria d’Azoia) e o Zé Manuel (Cacém) acompanhados das respectivas mulheres. O Carlos Leite e a mulher (Lourel, Sintra); o Hipólito e a mulher (Baltar); o Viana e a mulher (Porto) chegaram, pelas 12 horas. O Costa chega de Ovar. O Barros e a mulher (Marinha Grande). Logo a seguir o Arrabaça da Nazaré e, o Guedes de Torres Vedras. Também o Carlos Marinho de Oeiras. Ainda houve uma réstia de esperança que o Cavaleiro mais a mulher (Viana do Castelo) se fizessem ao caminho, mas desta vez não lhes foi possível. Igualmente se passou com o Henrique (Peniche), o Régua (Amadora) e o Correia (Lourel, Sintra) que já depois dos “bilhetes comprados”, por afazeres familiares e profissionais tiveram que “perder espectáculo”.

Depois dos beijinhos e abraços, o anfitrião fez as honras da casa na Colectividade onde a festança foi feita. Começamos por conhecer os simpáticos filhos do Gentil, a sua amável mulher e demais família. Também tivemos a oportunidade de conhecer outros agradáveis amigos que vieram ajudar a montar todo o aparato que serviu o almoço. E enquanto a caldeirada apurava, visitamos as instalações da Associação Desportiva, Recreativa e Cultural de Vila Verde dos Francos, fundada em 1980, onde o Gentil foi o cicerone e dá a sua colaboração activa como Director.

Conforme ilustram as fotografias a festa foi rija e participada. Todos estavam muito felizes, em especial o Gentil e a família. No final para marcar a já citada vitória, oferecemos ao nosso amigo uma placa em vidro, acompanhada de um postal com muitas assinaturas de camaradas e amigos do Gentil. Outros, tendo em conta as distancias, não puderam estar fisicamente presentes, como foi o caso do Mestre (Monte Fialho, Beja), o Justo (Carnaxide) e o Ex-Cap. Paraíso Pinto (Algés) mas não deixaram de enviar mensagens de felicitações.

Até sempre Gentil

R.P.Sinos "

Votos de boa saúde para os manos Eunice e Nuno e sucessos pessoais.

Leandro Guedes.


Momento de confraternização


No rio Geba junto ao Enxudé

Foto na tabanca de Tite, com Henriques, alferes Óscar, Gentil, Rui Cautela e mais dois companheiros.


O Gentil recebendo uma lembrança das mãos da Esposa do Comandante Relvas de Lima, em Tite


Almoço nas Cldas, com o Alcantara, Gentil, Hipólito e dois amigos do Hipólito


Um jogo de futebol, em Tite

Nesta altura já o Gentil se encontrava em tratamentos

almoço em Serreira - o Marinho, também já falecido, o Gentil e o Contige.

Foto tirada num almoço organizado pelo nosso Capitão Paraiso Pinto, no Café Central na Serreira, perto da localidade do Sobral de Monte Agraço


Placa de Homenagem ao Gentil, que colocamos na sua campa, no cemitério de Vila Verde dos Francos

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Carlos Vaz Pires, mais um aniversário

Parabéns Carlos Pires pelo teu aniversário.
Que contes muitos amigo, com saúde e bem estar junto dos teus.
Um abraço.
Leandro Guedes.







 

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Este blog completa hoje 14 anos de vida - mensagem de João Godim, em 2019.


O Blog do BART 1914 completa hoje 14 anos de vida.

Teve inicio em janeiro de 2008 e durante todo este tempo recebeu 618.660 visitas e imensas participações através de mensagens, escritos vários onde a guerra nem sempre foi o tema, relatos sofridos e outros bem dispostos, fotografias, vídeos de companheiros, amigos, familiares e visitantes.

Muitos reencontros se verificaram durante este tempo.

Organizaram-se trinta almoços anuais em diversos pontos do País, interrompidos devido ao covid.

Foram dadas entrevistas à TV e Jornais sobre a nossa participação na Guerra do Ultramar.

Com base no Blog foram elaboradas as MEMÓRIAS DO BART 1914.       

O BLOG continua a ser um elo de união entre todos os Combatentes da CCS do BART 1914 e demais Unidades Militares estacionadas  em Tite, no Sector de Quinara, na Guerra do Ultramar/Colonial, (Bissassema, Nova Sintra, Jabadá, Enxudé,) entre outras localidades, principalmente no período de abril de 1967 a março de 1969.

Com a valiosa ajuda de todos, nestes 14 anos muita coisa está aqui plasmada, umas boas outras nem tanto, mas é sem duvida um testemunho da História.

Muito obrigado a todos.



Trabalho da autoria do José Justo

Nota do autor:

“Amigo, lembrei-me desta vez focar uma triste realidade que foi a destruição inútil da obra que de qualquer forma se construiu e poderia ter beneficiado, e muito a população de Tite.

Claro que poderá ser controverso

José Justo”. 24/01/2022.

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Aproveitamos para voltar a publicar uma mensagem enviada em 2019, pelo nosso amigo João Godim:

 "Boa tarde, caro amigo Leandro Guedes.

Antes de mais parabéns pelo XI aniversário do Blog da BART 1914. É dos blogues que conheço o que mais e melhor informação transmite sobre a guerra na Guiné. Entrar no blog da BART 1914 é aceder a um vasto conteúdo que nos situa, com todo o realismo, numa Guiné em guerra,

social e culturalmente pobre, vítimas de uma colonização desprezível, com milhares de jovens portugueses a combater em nome de uma Pátria que há muito tinha abandonado os territórios africanos.

 Como sabe, há muitos blogues mas, a maioria, poucas notícias revelam. Penso interpretar o v/desabafo no que se refere à pouca participação dos "v/camaradas" de armas, porém é uma contestação em todos os blogues de todas as áreas. É um mal menor! Pouco importa. Vivemos num tempo que tudo muda a todo o instante. Como escreveu Agostinho da Silva " o poder da palavra, contra a palavra do poder". A palavra escrita fica e perdura e tem muito poder. A escrita inserida no BART 1914 será sempre referência... em todos os séculos. Conheço quem tenha escrito um livro sobre a guerra na Guine a partir dos blogues.

 Mas, também reconheço, a linha noticiosa tende a manter os moldes de sempre. É difícil renovar, criar novas rubricas, mas passa por ai o clique para manter viva a chama de qualquer blogue, diário, televisão ou rádio. Sim, caro e prezado amigo, os blogus já fazem parte da denominada "Comunicação Social", é o veículo que mais leitores tem crescido nos últimos anos em todo o mundo. Renovar/inovar são imperativos, despertar e fazer acordar os "camaradas": Concursos, jogos, visitas, viagens (a baixo custo), com trimestralidade, enfim, pôr todos a mexer! Nem que seja para dar uma boa gargalhada.

Seja assim ou assado, fico grato pela informação que o blog da BART me tem  proporcionado.

Que dure por muitos e bons anos,

Uma cordial abraço

João Godim"

15/02/2019 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

José Justo - as memórias...


 

"José Justo

21 de janeiro às 21:08  ·

REMEMBER

Tenho imensas ESTÓRIAS de vida recordadas desde há decadas !!

Esta, teria eu uns 8/9 anos, por ai !!

Das pessoas que mais adorei e que guardo com muito carinho no coração, era minha querida avó materna, de seu nome; Conceição (foto 8). Tratava-a por São e já como adulto Sãozinha.

Infância, juventude e início da idade adulta, vivemos na casa, sua e do avô Jordão, na Calçada do Duque, que na realidade são umas escadinhas (fotos 9, 10 e 12).

Meu avô – ser humano fantástico – (foto 11) faleceu cedo no Hospital de Marinha, ficando a avó viúva.

Embora nós os cinco vivesse-mos na mesma casa, nunca nada substituiria as saudades do muito amado marido.

Para quebrar a solidão e como nova motivação de vida, dedicou-se à igreja, tanto religiosamente como participante ativa nas obras de apoio social (foto 5).

Agora o problema!!... Eu e meu irmão começámos a ter contra vontade “uma forçada vida religiosa muito ativa”!!.

Na nossa família a Igreja do Sacramento, no Chiado (fotos 6 e 7), tinha muitas tradições, pois foi lá que nossos pais casaram (fotos 3 e 3A), eu e meu irmão fomos batizados, 1ª comunhão, Comunhão Solene, Crisma…e “assistentes forçados” em bastantes atos solenes nas datas de destaque litúrgicos.

Missas dominicais - ainda em Latim - em bastante quantidade !! Te Deum’s e Via Sacra !!!!

Lembro-me como eu e meu irmão sofríamos horrores com “estas torturas” !!

Tanto as missas como estas duas cerimónias eram tão longas…tão longas, tão monótonas…tão monótonas  e repetitivas!!  que nos desesperavam.

Nas Via Sacra, estávamos sempre “mobilizados” para acompanhar todo aquele ritual das Estacões sempre à volta da igreja e nós os dois de opa vermelha vestida (foto 1A) e tocha gigante acesa nas mãos (foto 00A), sempre ao lado do padre Carvalho (foto 4), que diga-se de passagem era super antipático para a miudagem e nós por várias vezes ouvimos responsos da avó por comportamentos inadequados logo à saída da igreja e em casa desta vez pela mãe!!

Como em cada Estação lá tínhamos que nos ajoelhar de tocha acesa na mão (foto 00A) enquanto ouvíamos a “ladainha”, eu tinha o vicio de estar sempre a tirar bocadinhos de cera da tocha, fazia bolinhas e deitava para o chão para junto das cadeiras dos fiéis !!…como dizia o outro: “criança não pensa” mas eu pensava e fazia de propósito!!

Certa vez, por tanto mexer e raspar no suporte superior da tocha que era em madeira com uma grande mola interior, desenrosquei o suporte…salta a mola… e começa a oscilar “feita doida” com a vela a pingar cera por todos os lados!!... e foi o que se vê (foto 1).

O padre Carvalho e a avó São estavam petrificados - ainda hoje recordo as expressões daqueles dois rostos - o meu irmão ria, ria…o sacristão – outra pestezinha – de volta da tocha a tentar apagar a vela e meter a mola dentro do corpo de madeira… enfim imagine-se!!

Querida avó São, tantas saudades.

Houve um período, quando trabalha nos Oulman na rua dos Fanqueiros que ia almoçar todos os dias a casa da avó e pós almoço nos dias bons, ficava-mos á janela do quarto dela a falar, a falar…das suas vivências, do meu querido avô Jordão, do tempo de quando jovem, viveu em Inglaterra e tantas vezes sobre religião, admitindo ela que a minha maneira de pensar talvez tivesse origem na forçada, mas inocente presença e influência religiosa.

Sendo ela católica praticante bastante devota, aceitava sem comentários criticos, as minhas linhas de pensamento - sendo eu já na altura Agnóstico Ateísta - embora à época, sem o saber exatamente.

Estou certo e hoje compreendo os tempos e as circunstâncias de então – os pais também adorariam aquele período da casa vazia só para eles !! LOL – .

Tenho as minhas convicções anti religiões dogmáticas de uma maneira global, fortemente vinculadas em oito ou nove livros temáticos, e não só.... “Os dogmas são se discutem, ou se acreditam ou não”!!.

Triste e saudosamente, todos estes queridos “já da lei da vida se libertaram”  formaram lá no alto, uma nova e bela constelação.

…Quando me for lembrando de algo caricato ou interessante, que ache valer a pena, eu “pranto aqui” depois já sabem: passem ao boneco seguinte e esqueçam !! Cuidem-se. 














Abraços e Beijinhos.

José Justo"

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Homenagem ao Alf. Anónio Rosa

 


"CCaç 2314 - Age Quod Agis

21 h  ·Dia 19 de janeiro de 2022.

Hoje, cumpriu-se um desejo que ansiava. Recebi o relato do cativeiro de um amigo que escreveu após ter sido libertado a 22 de novembro de 1970.

Há precisamente 54 anos fazia o seu último registo fotográfico antes de ser feito prisioneiro em Bissassema na madrugada de 3 de fevereiro de 1968, pelo PAIGC na Guiné.

Uma recordação que guardarei com saudade...

Bem-hajas António Júlio Rosa, estejas onde estiveres!

O livro e a sua última foto antes de ser feito prisioneiro...

João Manuel Pais Trabulo – Coronel."

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Charles Aznavour - Charles Aznavour - J'avais 20 Ans (Tradução)


Canções de há 50 anos... do nosso tempo de Tropa na Guiné

domingo, 16 de janeiro de 2022

Parabéns António Vilão


 Mais um ano amigo.

Muitos Parabens e votos de boa saúde.

Um abraço.

Leandro Guedes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Parabéns Domingos Monteiro

 Mais um aniversário, desta vez o Domingos Monteiro. Parabéns amigo que contes muitos mais com saúde junto dos teus.

 Um grande abraço e que tenhas um óptimo dia. Cuida-te!

 Leandro Guedes.




segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Estatistica das visitas ao Blog

 Agora que começou o ano, vamos rever os números das visitas ao nosso Blog:

 

Desde sempre – 615254

Hoje - 525

Ontem - 582

Este mês - 3205

Mês Anterior - 8394

O LIVRO DO CATIVEIRO DE UM AMIGO !


 Histórias de uma guerra…

O LIVRO DO CATIVEIRO DE UM AMIGO

Finalmente, consegui adquirir o livro que o amigo António Júlio Rosa escreveu sobre o seu cativeiro que teve inicio na noite de 2/3 de Fevereiro de 1968, em que foi feito prisioneiro pelo PAIGC, em Bissassema, GUINÉ.

Era esse o meu desejo e após 50 anos, nos finais de 2018, consegui falar com ele. Perguntei-lhe como conseguiria adquirir o livro que escreveu. Deu-me várias pistas, que não tiveram êxito, pois estava esgotado. Estivemos a trocar impressões durante largo tempo pois muito havia para conversar. Combinámos encontrar-nos quando eu fosse a Lisboa ou ele viesse à sua terra, à Abrunhosa, Mangualde e que tinha cá uma foto para lhe dar, a última antes de ser feito  prisioneiro. Pelas circunstâncias da vida, já não se concretizou. Falou-me muito da sua vida, principalmente do seu cativeiro e, em especial da doença que, infelizmente, o afetava. Sofria de problemas respiratórios e, inclusivamente, a sua respiração já era ajudada por meios auxiliares. Disse-me que já não andaria por cá por muito tempo. Procurei animá-lo, mas ele tinha a perceção do que o esperava.

Era Alferes Miliciano da CArt 1743 e faleceu no dia 5 de Abril de 2019.

Agora que adquiri o seu livro, tenho uma recordação deste amigo para o recordar com SAUDADE...

10 de Janeiro de 2022.

JT

Faz hoje 54 anos que a CCAÇ 2314 embarcava no navio UIGE, rumo à Guiné.

 

CCAÇ 2314 – Rumo à GUINÉ

Faz, hoje, 54 anos que a CCAÇ 2314 embarcava no navio Uíge no cais da Rocha de Conde Óbidos, em Lisboa, com destino à PU da Guiné.

Na madrugada do dia 10, pelas 1 horas, partia de comboio da estação da CP de Tomar em direção à cidade de Lisboa, onde chegaram pelas 7 horas da manhã.

Seguiu-se a formatura em parada das Unidades, a distribuição de lembranças pelas Senhoras do Movimento Nacional Feminino e o respetivo desfile.

Finalmente, cerca das 12 horas, os militares embarcaram no navio UÍGE, com destino à Província Ultramarina da Guiné.

Passados que foram 54 anos, resta-nos a consciência e o orgulho do dever cumprido como “Portugueses” e de ter constituído uma “Família” que ainda hoje recordamos com saudade – a C. CAÇ 2314.

10 de Janeiro de 2022.

JT — em Gouveia Municipality

À Volta Da Península de Peniche em Fotografia 2021


Para os amigos de Peniche...

Video feito pelo amigo Francisco Germano Vieira, ( https://pinturasempeniche.blogspot.com/) com musica original do seu filho Marco Vieira, e dedicado a todos os amigos de Peniche, principalmente ao Jacinto Borges e o Joaquim Henriques.


Como adquirir o Livro do Alferes António Júlio Rosa - 2ª edição.

 


O Senhor Coronel Trabulo já adquiriu o Livro do Alf. Rosa - 2ª edição e informou-me dos tramites para o comprar:

Quem estiver interessado manda email para colibri@edi-colibri.pt a manifestar o seu interesse na compra.

custo - 12 €uros, com 10% de desconto

Podem adquiri-lo na Reitoria da Universidade de Lisboa, por este preço, ou seja 10,80 €uros. A Colibri tem lá uma Livraria.

Quem quiser o envio por CTT  - mais 2,50

Se for por transportadora - mais 3,85.

Boas leituras!

domingo, 9 de janeiro de 2022

... Os rapazes de Tite estão constantemente a ser atacados...!

 


Com a devida vénia ao Correio da Manhã e sua Jornalista Marta Martins da Silva e ao autor do artigo, Paraquedista José do Vale Pinto.

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Comentário do Raul Soares, furriel operacional da CART 1743:

"A descrição que o José Vale Pinto, faz em reportagem é somente compreendida, por quem esteve no terreno. Estive em Tite, Jabadá, Nova Sintra, (Agosto 67 a Junho/69), conhecia na altura muito bem a zona. Tenho que agradecer a estes bravos pela atitude que tiveram. A minha companhia CART 1743, saiu de Nova Sintra em Março de 1969, para Bissau e de
seguida, já com cerca de 19 meses de comissão, sempre no duro, fomos para a operação "LANÇA AFIADA", com saída do XIME, de madrugada em direcção á Ponta Luis Dias. Ás 8: da manhã houve contacto, felizmente sem problemas e depois começou o forró. Abraço a todos os combatentes, com votos de muita saúde.

Raul Soares".


 

sábado, 8 de janeiro de 2022

O Alfredo Alves recebeu a sua Insignia de Antigo Combatente.

 O Alfredo Alves, também já recebeu a sua Insígnia.


Rádio Comercial - Porto Sentido | Homenagem a Rui Veloso

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

A IGREJA NA VIDA DOS PRISIONEIROS DE GUERRA - O CASO DE GERALDINO MARQUES CONTINO DA CART 1743 - BISSASSEMA.

O Geraldino Marques Contino, à esquerda, com os seus dois filhos, e a esposa Luísa






 INTRODUÇÃO

Publicamos este trabalho do Furriel Milº Jorge Alves Araújo, com a devida vénia ao próprio e ao Blog de Luis Graça & Camaradas, das Op. Especiais/Ranger, da CART 3404, de l971/1974 - Xime-Mansambo.



 A primeira parte deste pequeno trabalho de investigação, partilhada recentemente neste espaço colectivo (*), inicia-se com as consequências do ataque à Tabanca de Bissássema, situada nos arredores de Tite, em 3 de Fevereiro de 1968, que antes já tinha sido uma base IN.

"Os Diabos"

Do ataque da madrugada desse dia, sábado, resultou terem ficado prisioneiros de guerra três militares de um Gr Comb da CART 1743 (1967/69), «Os Diabos», que tinha recebido a missão de aí se instalar e onde decorria já a construção de abrigos enquadrados na organização do seu sistema de defesa.

 Corolário desse ataque continuado, intercalado entre maior e menor intensidade, alguns guerrilheiros entraram no aquartelamento, lançando granadas e apanhando à mão o António Rosa, o Victor Capítulo e o Geraldino Contino, os quais foram levados para território da Guiné-Conacri.

 Primeiro atravessando a pé o corredor de Guileje (cerca de 200 km em 6 dias),  seguindo depois até Boké em viatura. Aí chegam à fala com Nino Vieira (1939-2009), e depois dirigem-se a Conacri onde são recebidos por Amílcar Cabral (1924-1973).  Segue-se nova viagem até à “Casa Forte de Kindia”.

Local onde foram aprisionados os elementos da CART 1743 (Bissassema)


Itinerário que os prisioneiros percorreram desde a fronteira Guiné Bissau/Guiné Conakry até à prisão de Kindia, na Guiné Conakry

 Treze meses depois, em 3 de Março de 1969, António Rosa com mais dois prisioneiros de guerra, António Lobato e José Vaz, levam à prática um plano de fuga pensado entre si, sendo recapturados ao fim de seis dias. Na sequência dessa evasão mal sucedida foram transferidos para um novo cativeiro em Conacri [vidé P2095 e P7929]. [Infogravura nº 1, reproduzida acima[,

 Após o diálogo estabelecido com os três militares da CART 1743, em Conacri, Amílcar Cabral dá conta em comunicado escrito em francês, datado de 19 de Fevereiro de 1968, da identificação destes novos prisioneiros de guerra.

 Exactamente seis meses depois do episódio da Tabanca de Bissássema, ou seja, em 3 de Agosto de 1968, Amílcar Cabral faz aos microfones da «Rádio Libertação», a sua emissora, nova referência aos prisioneiros de guerra do PAIGC. Por deferência deste, as palavras do seu secretário-geral foram gravadas em fita magnética, bem como as declarações de oito militares portugueses feitos prisioneiros nos primeiros seis meses desse ano, e retransmitidas em Argel, na rádio «A Voz da Liberdade», emissora da FPLN/Portugal [Frente Patriótica de Libertação Nacional]. O conjunto desses oito depoimentos foram editados no Caderno 1, da responsabilidade da FPLN, com o título “falam os portugueses prisioneiros de guerra” [vidé P16172]. [Infogravura nº 2]

 Citação:

 (1968), "Guiné 1 - Falam os portugueses prisioneiros de guerra", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_84394 (2017-10-30)

 Nesse caderno 1, na página 20, encontrámos os testemunhos de Geraldino Marques Contino, com respostas dadas a sete perguntas, conforme se reproduz abaixo. De relevar que das sete perguntas duas estão relacionadas com a comunicação com a família, depreendendo-se que seria para lhes dar conta da sua [nova] situação. Por exemplo, a 4.ª, “Você já escreveu à sua família)”; R: “Escrever ainda não escrevi, mas escreverei brevemente”; e a última, “Você vai escrever-lhes [aos pais]?”; R: Vou escrever-lhes, naturalmente”. Como se pode observar, o seu apelido está mal escrito [Contino e n não Coutinho}. [Infogravura nº 3]

 Infogravura nº 3


 Fonte: Casa Comum; Fundação Mário Soares.

Pasta: 04309.007.011.

Título: Guiné 1 - Falam os portugueses prisioneiros de guerra.

Assunto: Editado pela FPLN/Portugal, em Alger, exemplar 1 de publicação com declarações dos militares portugueses feitos prisioneiros pelo PAIGC. Pretende-se dar conhecimento da verdade às famílias, ao mesmo tempo que se acusa o governo português de os referir como desaparecidos (militares das incorporações de 1966). Este número inclui transcrição de uma comunicação de Amílcar Cabral, Secretário-Geral do PAIGC, aos microfones de “A Voz da Liberdade”, dirigida aos prisioneiros portugueses, no dia 3 de Agosto de 1968, com a promessa de fornecer em breve fitas magnéticas com testemunhos dos prisioneiros, bem como o tratamento que lhes é dado, quando feridos e ligação com a Cruz Vermelha Internacional, para o seu repatriamento para junto das suas famílias.

Data: 1968. Observações: Declarações gravadas em fita magnética e difundidas pela Rádio Libertação, pelo PAIGC, que autorizou retransmissão pela emissora da FPLN, a Voz da Liberdade. Fundo: Arquivo Mário Pinto de Andrade.

Tipo Documental: Documentos

 [com a devida vénia].

 Neste contexto, não é possível confirmar o que quer que seja quanto ao envio de “notícias para a metrópole”, como então se dizia. Só o próprio nos pode/poderá fazê-lo. Certamente que não foi nada fácil dizê-lo, e a existir algum atraso, ele seria perfeitamente compreensível, por necessidade de encontrar as palavras acertadas e estabelecer um fio condutor que não provocasse danos, nos dois sentidos. Por um lado aos destinatários, que nada sabiam acerca da nova realidade, por outro ao próprio remetente que estava “obrigado” e/ou “comprometido” em dizer-lhes a verdade. Mas, ao pensar referi-la, é aceitável que se tenha questionado, muitas vezes, sobre as consequências que esta notícia teria no seu seio? Como é que ela seria recebida? Aumentando a angústia e a dor nos seus pares ou desenvolvendo esforços no sentido de encontrar canais de comunicação alternativos? Provavelmente ambas as situações.

2. A IGREJA NA VIDA DOS PRISIONEIROS DE GUERRA (II) - O CASO DE GERALDINO MARQUES CONTINO

Geraldino Marques Contino, o ex-1.º Cabo Op.Crpt da CART 1743, feito prisioneiro naquele sábado, dia 3 de Fevereiro de 1968, na tabanca de Bissássema, certamente que passou pelas mesmas emoções, angústias, privações e sofrimentos relatados pelos seus camaradas de infortúnio, o António Rosa e o Victor Capítulo, desde que foi capturado, depois na prisão de Kindia, onde cinco dias após aí ter dado entrada completou o seu 23º aniversário (em 15 de Fevereiro) e, por último, na de Conacri.

Como referimos anteriormente, foi na busca de informações sobre a sua vida em cativeiro que tomámos em mãos essa tarefa, existindo uma só fonte onde poderíamos obtê-las, isto é «Do outro lado do combate». E a consulta recaiu, uma vez mais, no espólio da Casa Comum – Fundação Mário Soares, onde encontramos várias referências, umas já publicitadas acima, outras relacionadas com a troca de correspondência entre os responsáveis da Igreja Católica e Amílcar Cabral, na qualidade de secretário-geral do PAIGC.

E a causa/efeito para esse contacto nasce da falta de notícias do Geraldino Contino, o qual deixou de escrever aos seus familiares, em particular para os seus pais, depois do mês de Janeiro de 1970, muito provavelmente por volta do dia em que completava o seu 25º aniversário (o 3.º em cativeiro), data considerada para si e para os seus de muito importante. A ausência de liberdade, o permanente controlo dos seus movimentos, e a cada vez menor motivação para a escrita, levaram-no a cortar com o mundo exterior. Será que foi isso que aconteceu? Ou terão as cartas, também elas, ficado retidas/ prisioneiras?

Uma vez que a ausência de notícias se manteve durante alguns meses, os pais do Geraldino Contino tomam a iniciativa de escrever para o Vaticano, dando conta a Sua Santidade o Papa Paulo VI (1897-1978) da sua angústia por desconhecimento do destino do seu filho, feito prisioneiro pelo PAIGC. O Santo-Padre interessa-se por este caso e remete, em 10 de Setembro de 1970, uma carta dirigida ao Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo (1920-2011), solicitando informações concretas sobre a situação desse jovem militar. Este religioso, por sua vez, cumprindo o superior desejo de Paulo VI, escreve em 16 do mesmo mês uma nova missiva de teor semelhante, enviando-a ao cuidado de Amílcar Cabral, na qualidade de secretário-geral.

Recorda-se que estas duas cartas, escritas em francês, constam da Parte I. (*)

A este contacto formal do Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo, seguiu-se a resposta pronta de Amílcar Cabral, com data de 17 de Setembro, cujo conteúdo daremos a conhecer de seguida, a tradução e o original em francês, por esta ordem.

Tradução [de Jorge Araújo]:

Conacri, 17 de Setembro de 1970

Sua Excelência Monsenhor Raymond-Marie Tchidimbo, Arcebispo de Conacri Monsenhor,

Tenho a honra de acusar a recepção da vossa carta de 16 de Setembro, pela qual teve a gentileza de pedir para o pôr ao corrente sobre o conteúdo de uma carta remetida pela Secretaria de Estado da Cidade do Vaticano, por intermédio de Sua Excelência Monsenhor BENELLI, substituto desse mesmo Ministério.

A direcção nacional do nosso Partido está honrada de poder dar as seguintes informações acerca do prisioneiro de guerra Geraldino Marques Contino de acordo com o interesse de Sua Santidade o Papa Paulo VI.

- Nome: Geraldino Marques Contino

- Filho de Armando Contino e de Olinda Marques

- Nasceu em 15 de Fevereiro de 1945 em Envendos [Mação, Santarém]

- Profissão: estudante

- Situação na arma colonial: 1.º Cabo – RAL5

- N.º mecanográfico: 093526/66

- Feito prisioneiro em 3 de Fevereiro de 1968 em Bissássema (Frente Sul) a 17 quilómetros de Bissau, a capital.

O prisioneiro encontra-se bem, tanto física como moralmente. De acordo com os princípios humanitários da nossa luta, do respeito pela pessoa humana e de nunca confundir colonialismo português e povo de Portugal ou cidadãos portugueses, o melhor tratamento é concedido a este prisioneiro como a todos os outros. Toda a sua correspondência é enviada, no tempo, para o seu destinatário. É possível que o Governo português por necessidade da sua propaganda contra a nossa luta legítima, não quer que as famílias dos prisioneiros sejam informadas da situação na qual se encontram os seus filhos, cônjuges e irmãos.

A carta anexa, escrita pela mão do prisioneiro, e endereçada a seus pais, informará melhor que nós sobre a sua situação, a sua saúde e o seu estado de espírito.

À vossa inteira disposição para todas as informações úteis, por favor aceite, Monsenhor, a expressão dos nossos sentimentos de respeito e fraternal amizade.

Pel’ O Secretariado Político do PAIGC

Amílcar Cabral, Secretário-Geral

 


 Na volta do correio, o Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo, acusa a recepção das informações enviadas por Amílcar Cabral, em nova carta datada de 19 de Setembro, nos seguintes termos (primeiro a tradução, depois o original constituído por duas folhas dactilografas):

Tradução [de Jorge Araújo]

Senhor Amílcar Cabral

Secretário-Geral do PAIGC

Conacri

Deixe-me dizer obrigado – um obrigado muito simples mas não menos sincero – pela recepção dispensada à minha carta de 16 de Setembro e a resposta, tão rápida e atenciosa, que se dignou trazer.

Gostaria de ser gentil o suficiente por ter sido o interlocutor junto do Secretariado Político do PAIGC para o qual registo aqui a expressão da minha gratidão.

O SANTO-PADRE será em breve informado, por intermédio de Sua Excelência Monsenhor Substituto da Secretaria de Estado da Cidade do Vaticano, - Monsenhor BENELLI – do conteúdo da sua carta; ao mesmo tempo que será transmitida a relação de Geraldino Marques Contino a seus pais.

O seu gesto, Senhor Secretário-Geral, marca uma etapa decisiva da vossa luta para conseguir, finalmente, libertar a sua Pátria de toda a dominação; o Vaticano, singularmente atento às actividades dos Movimentos de Libertação do mundo inteiro, não vai deixar de apreciar o verdadeiro valor das intenções e dos esforços do PAIGC.

Queira aceitar, Senhor Secretário-Geral, com os meus agradecimentos repetidos, a expressão do meu bem fraterno e respeitosa amizade.

Conacri, 19 de Setembro de 1970

Raymond-Marie TCHIDIMBO,

Arcebispo de Conacri 

Fonte: Casa Comum; Fundação Mário Soares.

Pasta: 07069.111.023.

Assunto: Agradece a resposta à sua carta, em que dá conta da situação do prisioneiro de guerra Geraldino Marques Contino.

Remetente: Monsenhor Raymond-Marie Tchidimbo, Arcebispo de Conacri.

Destinatário: Amílcar Cabral, Secretário-Geral do PAIGC.

Data: Sábado, 19 de Setembro de 1970.

Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Relações com a Guiné-Conacri / Senegal 1960-1970.

Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral.

Tipo Documental: Correspondência.

 



Depois desta data nada mais foi encontrado relacionado com este tema. Desconhece-se, por isso, as consequências destes contactos. O que se sabe é que passados dois meses, naquele domingo, 22 de Novembro de 1970, Geraldino Marques Contino e os restantes vinte e quatro militares portugueses, prisioneiros de guerra em Conacri, às ordens do PAIGC, são libertados na sequência da «Operação Mar Verde», planeada e conduzida pelo Comandante Alpoim Calvão (1937-2014) [vidé postes P3244 e P1967].

Vinte e sete anos depois, numa iniciativa do semanário «Expresso», foi possível reunir em Lisboa, dezasseis desses prisioneiros. Na capa da «Revista do Expresso, n.º 1.309, de 29 de Novembro de 1997, é possível identificar, com a seta amarela, o Geraldino Marques Contino, camarada que esteve no centro deste trabalho de pesquisa [Infogravura nº 4]. O texto da reportagem é da autoria do jornalista José Manuel Saraiva.


 A foto abaixo é do Geraldino Marques Contino, publicada na Revista do Expresso n.º 1309, de 29 de Novembro de 1997, com a devida vénia.


A escassos dias de completar quarenta e sete anos, em que reconquistaram a liberdade na sequência da audaz «Operação Mar Verde» [Guiné-Conacri, 22 de Novembro de 1970], e a vinte anos da primeira reunião pública em grupo, em Lisboa, por iniciativa do Expresso, este trabalho é, também, a minha homenagem a todos eles, uma aprendizagem pessoal e, ainda, uma lembrança pelas duas efemérides.



Obrigado pela atenção.

Com um forte abraço de amizade… e muita saúde.

Jorge Araújo.

8NOV2017