GASTRONOMIA
A cozinha tradicional guineense não nos deixa indiferentes
pela palete de sabores, aromas, ingredientes e cores que usa. Uma cozinha
simples mas surpreendente, resultante do cruzamento da cultura gastronómica
ancestral africana - com produtos da terra como
legumes ou fruta que só ali encontramos - com as matizes da cozinha
tradicional portuguesa.
As ostras de raiz ou de rocha são abundantes na Guiné-Bissau
e convidam a um bom convívio debaixo do mangueiro. os camarões de Farim são
outra iguaria a não perder.
A lima, a malagueta, o óleo de palma ou o caldo de mancarra
(amendoim) são omnipresentes na cozinha guineense caracterizada por sabores
intensos e temperados. a acompanhar o “mafé” - o conduto composto por molhos e
caldos de carne, marisco ou peixe -
encontramos invariavelmente o arroz. os peixes como a Bica são muito apreciados
e normalmente comem-se grelhados com um molho feito à base de cebola, limão e
malagueta. e claro, arroz!
Como pratos mais característicos, de referir o Caldo de
Chabéu (feito com óleo de palma, quiabos, carne ou peixe), o Caldo de Mancarra
(caldo de amendoim com carne ou peixe), siga (confecionado com quiabos, carne
ou peixe e camarões), Pitche-Patche de ostras (arroz de ostras), Cafriela
(galinha da terra ou carneiro grelhados com molho de limão, malagueta e
cebola), caldeirada de cabrito ou cabra grelhada. De referir que há etnias que
comem macaco, o que constitui uma verdadeira ameaça para algumas espécies, e a
etnia Papel come cão.
Os sumos naturais também são aqui muito famosos e destacamos
o sumo de cabaceira (feito com o fruto do embondeiro), o sumo de onjo (com
folhas de bagitche), o sumo de veludo (fruto avermelhado conhecido por ter
algumas características medicinais), o sumo de fole (fruto de uma árvore
trepadeira), o sumo de farroba (fruto da árvore pé de barroba), sumo de
mandiple (feito com um fruto amarelo proveniente de um arbusto com o mesmo
nome) e os sumos de papaia, manga ou goiaba. estes sumos naturais são muitas
vezes demasiadamente doces pelo que aconselhamos que se peça que seja
adicionado pouco açúcar.
Nas frutas destacamos a papaia, a manga, a pinha, a banana,
o ananás, o fole e o caju fresco que é também muito apreciado na Guiné-Bissau.
(IN GUIA TURISTICO À DESCOBERTA DA GUINÉ-BISSAU, de Joana
Benzinho e Marta Rosa, com a devida vénia)
-
nota -
Quem não se lembra duma bela e farta petiscada de ostras, no
destacamento do Enxudé, sentados naquela mesa longa de madeira, só em calções e
chinelos de dedo, calor abrasador, acompanhados pela boa cerveja fresca. Parece impossível como é que daquelas águas tão barrentas do rio, saíam ostras e camarões tão grandes e saborosos. Os
companheiros que estavam por lá destacados, arranjavam sempre maneira de
presentear os amigos que de vez em quando os iam visitar, fosse para
descarregar um barco, fosse após uma picada da estrada. Eram dos bons momentos
que se passavam naquelas paragens.
Leandro Guedes.
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Comprava-se agarradas a um pau, e depois cozinhavam-se e
acompanhadas com cerveja de litro ,maravilha.
Jorge Gouveia
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Eu também as comi no Enxudé e com bastante vontade, porque
adoro as ostras et me lembro que as comi também no quartel na oficina da mecânica.
Bons tempos, que já não voltam!!!
Fernando Santos
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Uma saca de sarapilheira das batatas cheia de ostras,
custava 20 "pesos!" - 20$/10 cent. Nunca cheguei a enjoar, mas estive
quase. Não deve existir nenhuma maneira de as comer, que não tivéssemos
experimentado. Vinham do Enxudé. :)
José Justo
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