Tenho andado, por aqui, a aparafusar, comigo mesmo . . .
Havia-me, interiormente, prometido não gastar mais um cêntimo de cera com tais ruins defuntos . . .
Mas, nunca digas, desta água não beberei . . .
Já carcaço ressequido, mas ainda senhor de uma monumental voz para escrever à máquina, espicaçado e inspirado no post-cabeça de cartaz do rock in rio, gentileza do Justo, que me sensibilizou e envaideceu, desloquei-me, há dias, à capital do reino e dos algarves, em missão preparatória daquele iminente evento.
Qual o meu espanto!
Ao desembocar na rotunda do relógio (hoje, parece que rotunda do aeroporto), do outro lado desta, deparo com um vulto que, à primeira vista, me pareceu a estátua do cristo-rei.
Meio assarapantado, pensei com os meus botões:
Querem lá ver que, por mor da recente visita do papa, estes caramelos alfácicos deslocaram para aqui a estátua de Almada?! . . .
Hum! . . . Não é crível que tenham desfeito na sapientíssima e perspicaz ideia do cerejeira e salazar, ao “prantarem”, naquela sempre fidelíssima terra, em jeito de recompensa, por relevantes e comprovados serviços às causas religiosa e política da época, tal como agora, essa avantésmica manifestação de fidelidade ao altíssimo.
Intrigado com tal apocalíptica visão, porque não dobrara ainda o cabo das tormentas, fui-me acercando e, de facto, deparei-me, para minha surpresa, com o Contige, de braços abertos, não sei, ainda agora como, à minha espera.
Só vos digo. Uma cegada, todo o santo dia, não mais me largando, ele e a comandita dos arredores, talvez, (só pode!), na expectativa de obterem uns bilhetitos (de borliu) para o tal festival . . .
E para cúmulo, encaminharam-me, para almoçar, junto do verdadeiro cristo-rei, no terreiro do qual, fomos deparar com o Pica, voltado para oriente, os sapatos a seu lado, de cócoras e rabo pr'ó ar, alternadamente, a cumprir, a preceito, os rituais próprios dos indígenas de além Tejo, técnica, aliás, muito bem apreendida e aperfeiçoada em Tite.
Ah! . . . já esquecia. Da dolorosa, num rebate de consciência, providenciou o Contige . . .
Hipólito
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