''CANTIGA DE AMIGO'' - ao modo trovadoresco, dos tempos de Dom Dinis, Rei insigne de Portugal!
Há dias que
peno com o frio atroz, que em mim me reduz a mobilidade e a agilidade das mãos.
Logo me constrange na comunicação escrita! Hoje, contudo, decidi abrir a página
e lá deixar, inspirado no medieval modo de poetar, dos tempos em que reinava
Dom Dinis, o Poeta e Lavrador - de quem temos saborosas Cantigas de Amigo, de
Amor e de Escárnio e Maldizer! Fico-me por um arremedo do primeiro modelo, que
espero leiais e dele me digais o que vos aprouver, considerando o acima
exposto.
Fraterno, forte
abraço a todos vós - Amigos e Camaradas!
Cuidai-vos,
permanecendo abrigados em casa!
À leitura,
então:
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CANTIGA DE
AMIGO
(à moda de Dom
Dinis, dos trovadores medievos)
-
Quem me dera uns versos, um poema ou cante…
Levado me foi
tudo, arrasado, delido adiante
E amparo algum
de Camões, de Dinis ou Dante!
---
O meu amigo estremecido está longe
E a lonjura dele, daqui, é bastante.
=
Terei sequer
som alto, eco, um grito, que mais?
Sono há: à
volta se calou o mundo, parvo ante meus ais.
E não houve de
Camões apoio, ou de Dinis ou Dante!
---
O meu amigo
querido, esse, está longe
E a tristeza, do longe dele, é bastante!
=
Quisera asas
lograr, ave ser, voar o bastante
Para ao
encontro teu, amigo, ir avante.
Falta-me, oh
Deus, energia, o saber concomitante.
---
O meu amigo
bem-querido está longe,
Medeia-nos, para mal nosso, o quão é distante…
=
LMD, 19.01.21.
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