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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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sexta-feira, 27 de maio de 2016

GUINÉ BISSAU - Um retrato do País


UM RETRATO DA GUINÉ-BISSAU
GEOGRAFiA

a república da Guiné-Bissau situa-se na África ocidental, entre o senegal (a norte), a Guiné Conacri (a leste e sul) e o oceano atlântico (a oeste). É constituída por uma parte continental e outra insular, o arquipélago dos Bijagós, com cerca de noventa ilhas, das quais apenas dezassete são habitadas. ocupa uma extensão de aproximadamente 36.125 Km². Graças ao baixo nível médio face às águas do mar e à vasta rede de rias e vales, cerca de 1/3 do seu território fica inundado na época das chuvas, entre meados de maio e de outubro. o país possui oito rios principais: o rio Mansôa, o rio Cacheu, o rio tombali, o rio Cumbijã, o rio Buba, o rio Geba, o rio Corubal e o rio Cacine.  
CLIMA

a Guiné-Bissau tem um clima predominantemente tropical com características marítimas, sendo muito quente e húmido e com duas estações distintas: a estação seca, de novembro a abril e a estação das chuvas, de maio a outubro. a temperatura média anual no país é de 26,8 graus. na Guiné-Bissau, os meses mais frescos são os de dezembro e de janeiro e os mais quentes de março a maio. Já os meses mais pluviosos são os de julho e de agosto.
DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO TERRITÓRIO

em termos administrativos, a Guiné-Bissau divide-se em oito regiões: Bafatá, Biombo, Bolama/Bijagós, Cacheu, Gabú, oio, Quinara e tombali e um setor autónomo, o de Bissau. estas regiões dividem-se em 36 setores e estes, por sua vez, em várias secções, compostas por tabancas (aldeias), muitas marcadas pela distância da capital, Bissau, devido à ausência de acessibilidades ou à precariedade destas. tomando em consideração a geografia do país e a quantidade de rias e rios, muitas vezes o que em linha reta representa uma curta distância, demora horas a percorrer por estrada, considerando a necessidade de fazer grandes desvios para se chegar ao destino.
DEMOGRAFIA

segundo os últimos censos, a população da Guiné-Bissau é de 1.530.673 habitantes e caracteriza-se por ser maioritariamente jovem: cerca de 49,6% da população tem menos de 18 anos e a esperança média de vida ronda os 52,4 anos. a taxa de alfabetização é de cerca de 43,7%, sendo que o abandono escolar é elevado por motivos económicos, sociais e culturais.
ETNIAS

existem entre 27 e 40 grupos étnicos. as etnias com maior expressão na Guiné-Bissau, segundo os censos de 2009, são: a Fula (28,5%), que vive essencialmente no leste do país – Gabú e Bafatá, seguida da etnia Balanta (22,5% da população) que se encontra principalmente nas regiões sul (Catió) e norte (oio), a Mandinga com 14,7%, no norte do país, a Papel com 9,1% e a Manjaca com 8,3%. Com expressão mais reduzida encontramos ainda as etnias Beafada (3,5%), Mancanha (3,1%), Bijagó (como o próprio nome indica vive no arquipélago dos Bijagós e representa 2,15% da população total), Felupe com 1,7%, Mansoanca (1,4%) ou Balanta Mane com 1%. as etnias nalu, saracole e sosso representam menos de 1% da população guineense e 2,2% assume não pertencer a qualquer etnia. a sua distribuição geográfica tem razões históricas mas também se relaciona intimamente com as atividades tradicionalmente praticadas por cada uma delas. os Balantas, os Manjacos, os Mancanhas e os Papeis encontram-se predominantemente nas zonas costeiras e cultivam o arroz nas bolanhas. os Papeis são os grandes produtores de caju, por excelência, uma das maiores fontes da economia nacional. Por sua vez os Fulas dedicam-se essencialmente ao comércio e à criação de animais. os Bijagós são pescadores por excelência, já os Mandingas trabalham principalmente no comércio e na agricultura.

 (IN GUIA TURISTICO À DESCOBERTA DA GUINÉ-BISSAU, de Joana Benzinho e Marta Rosa, com a devida vénia)

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