DIVIDE-SE PELAS CIDADES DE
AMORA, ABRANTES E BRAGANÇA E AINDA PELA AUSTRALIA
Depois do contacto telefónico, o nosso encontro ficou marcado para 17 de Janeiro, pelas 11,30 horas, num qualquer “café” na cidade, onde em 1403, D. Nuno Alvares Pereira mandou edificar o primeiro moinho de maré do concelho do Seixal e, que dá pelo nome de Corroios!
No referido dia, ao contrário das manhãs anteriores, esta, estava bonita, não chovia, sem nuvens e muito soalheira. O transito automóvel, não sei se derivado da crise ou por razões financeiras em meio de mês, não era frenético como acontece na maior parte dos dias, quando em passo ligeiro, rápido e sorridente, vindo da direcção de Amora, cidade onde reside, avisto um homem de meia estatura,
magro q.b., de cabelo branco que facilmente reconheço, embora não o visse pelo menos há 40 anos.
Já sentados começamos a nossa conversa, estando eu longe de nesta agradável manhã, ter uma “lição” de electrotecnia avançada. Não é difícil constatar que conversa se desenvolve com o ex. Furriel Ernesto Bento Rosa, rádio montador em Tite, hoje Eng.º Electrónico, jubilado, pai de 2 filhos (um rapaz e uma rapariga) e com 3 netos (dois rapazes e uma rapariga) dividindo o seu tempo a visitá-los, ao rapaz em Bragança e à filha na Austrália, não sem antes passar por Abrantes onde tem as suas raízes desde 1940.
Depois, animado, transmite-me que quando regressamos a Lisboa, foi admit
ido na então Emissora Nacional, com a profissão de Rádio Técnico Montador. Aprofundou o estudo da área e formou-se mais tarde como Engenheiro Electrotécnico.
Como recordamos Tite e as peripécias! Ele que numa bela tarde, com mais 2 Sargentos e todo o seu pessoal, quis montar uma antena, para os novos rádios transístorisados, com 12 metros em altura, junto ao depósito da água, espiada e com a ajuda de um Unimogue, depois de largas horas gastas nas tentativas da montagem, não o conseguiu, na medida em que a estrutura se dobrava. Acabando por montar, “em meia hora”, uma antena apenas com 3 metros, no cimo do citado depósito de água, com igual ou superior desempenho na captação/retransmissão em rádio.
Rir a bom rir, foi recordarmos os “saltos, as nevróticas coçadelas e o arrancar de cabelos” do Comandante “raquetes” e do M
ajor “hortelão”, no dia em que Tite ficou sem transmissões de qualquer espécie, por culpa deste “aspirante a engenheiro à data”, dado que pensou que poderia poupar a “vida” das baterias ligadas entre si, baixando para 12 voltes a voltagem da central de baterias (que ficava junto ao Centro de Cripto) quando a devia manter nos regulares 14 voltes. Resultado: Energia para os rádios “cá tinha”, salvou a situação (enquanto as baterias não voltaram a carregar), um pequeno rádio retransmissor para eventualidades de recurso guardado na secção STM (Serviço Telefónico Militar).
Com a barriga a dar “horas”, preparamos as despedidas não sem antes recordamos vários amigos: O Mestre Luís Filipe, o Madureira e o Vítor Hugo, o primeiro infelizmente já falecido e os outros dois com o paradeiro desconhecido.
O Ernesto Rosa despede-se finalmente de mim com um até “breve” em Ovar,
Pica Sinos
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