"Poema de Domingo Aos Domingos as ruas estão desertas e parecem mais largas. Ausentaram-se os homens à procura de outros novos cansaços que os descansem. Seu livre arbítrio alegremente os força a fazerem o mesmo que fizeram os outros que foram fazer o que eles fazem. É assim as ruas ficaram mais largas, o ar mais limpo, o sol mais descoberto. Ficaram os bêbados com mais espaço para trocarem as pernas e espetarem o ventre e alargarem os braços no amplexo de amor que só eles conhecem. O olhar aberto às largas perspectivas difunde-se e trespassa os sucessivos, transparentes planos. Um cão vadio sem pressas e sem medos fareja o contentor tombado no passeio. É domingo. E aos domingos as arvores crescem na cidade, e os pásssaros, julgando-se no campo, desfazem-se a cantar empoleirados nelas. Tudo volta ao princípio. E ao princípio o lixo do contentor cheira ao estrume de vacas e o asfalto da rua corre sem sobressaltos por entre as pedras levando consigo a imagem das flores amarelas do tojo, enquanto o transeunte, no deslumbramento do encontro inesperado, eleva a mão e acena para o passeio fronteiro onde não vai ninguém. António Gedeão"
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biabisa disse... Olá amigo!
Neste poema, António Gedeão esqueceu-se da solidão dos idosos.O comércio que os diverte, fecha. Os filhos nem sempre aparecem, ou quase nunca. Não passeamos a pé porque somos esquecidos. E mesmo com ruas larguíssimas a solidariedade é pouca e louca. Ainda por cima se não pudermos ler, ou se, financeira ou físicamente, não se puder ir ao Centro Comercial ou ao cinema, marcamos muito demais o sofá, deixando-nos matraquiar todo o dia por uma TV que nada nos diz, mesmo com 40 ou 60 canais.
Atenção a isso amigo! Nem todos temos família e os amigos, cada vez menos, se acham com vontade de nos aturar.
Luísa
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Raul Pica Sinos disse... Biabisa
Com o devido respeito, não sei se concordo totalmente consigo quando refere, “António Gedeão esqueceu-se neste poema, da solidão dos idosos”.Não sei se foi “ele” que se esqueceu? Não terão sido os filhos, O Estado, A sociedade?
Gota de Agua
Eu, quando choro,Não choro eu.
Chora aquilo que nós homens Em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas Mas o choro não é meu!
António Gedeão
Tenha um bom domingo.
2 comentários:
Olá amigo!
Neste poema, António Gedeão esqueceu-se da solidão dos idosos.
O comércio que os diverte, fecha. Os filhos nem sempre aparecem, ou quase nunca. Não passeamos a pé porque somos e4squecidos. E mesmo com ruas larguíssimas a solidariedade é pouca e louca. Ainda por cima se não pudermos ler, ou se, financeira ou físicamente, não se puder ir ao Centro Comercial ou ao cinema, marcamos muito demais o sofá, deixando-nos matraquiar todo o dia por uma TV que nada nos diz, mesmo com 40 ou 60 canais. Atenção a isso amigo! Nem todos temos família e os amigos, cada vez menos, se acham com vontade de nos aturar. Luísa
Biabisa
Com o devido respeito, não sei se concordo totalmente consigo quando refere, “António Gedeão esqueceu-se neste poema, da solidão dos idosos”.
Não sei se foi “ele” que se esqueceu?
Não terão sido os filhos, O Estado, A sociedade?
Gota de Agua
Eu, quando choro,
Não choro eu.
Chora aquilo que nós homens
Em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
Mas o choro não é meu!
António Gedeão
Tenha um bom domingo.
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