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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Feliz Ano Novo 2022


Para todos os nossos amigos, companheiros, familiares e visitantes

 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

CART 1690 / BART 1914

 O Hipólito alertou-me para o facto de haver alguns textos no blog do Luís Graça & Camaradas da Guiné, que citam a CART 1690, Companhia que pertencia ao Bart 1914 e que muito sofreu durante a sua permanência na Guiné. Obrigado Hipólito.

Publico aqui parte do que lá é escrito e quem quiser saber mais deve consultar o blog deles  https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search...

Do blog Luis Graça & camaradas da Guiné (LG), transcrevemos os seguintes excertos, com a devida vénia ao blog Luis Graça & Camaradas da Guiné. O nosso muito obrigado.

"Vd. poste de 24 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14514: Memória dos lugares (288): Gentes do Geba, parte I (A. Marques Lopes, coronel inf, DFA, na situação de reforma, ex-alf mil da CART 1690, Geba, 1967; e da CCAÇ 3, Barro, 1968)

(**) Último poste da série > 25 de setembro de 2014 > Guiné 53/74 - P13650: In Memoriam (195): Cap art Manuel Carlos da Conceição Guimarães (1938-1967), morto na estrada Geba-Banjara, região de Bafatá... As suas irmãs, Teresa e Ana descobrem agora, emocionadas, as referências sobre ele no nosso blogue e encontraram-se há dias, em Lisboa, com o Coronel A. Marques Lopes, seu amigo e companheiro de infortúnio.

A CART 1690 foi mobilizada pelo RAL 1, fazendo parte do BART 1914 (Tite, 1967/1969). Partiu para a Guiné em 8/4/1967 e regressou à Metrópole em 3/3/1969. Esteve em Geba e em Bissau. Comandantes: Cap Art Manuel Carlos da Conceição Guimarães (morto em combate), e Cap Mil Art Carlos Manuel Morais Sarmento Ferreira.

Esta subunidade tem um dos mais trágicos historiais da guerra da Guiné: 10 mortos em combate, incluindo o Cap Art Guimarães, 2 alferes milicianos e um furriel miliciano; 12 militares "retidos pelo IN" (e levados para Conacri), dos quais 2 morreram no cativeiro; 5 militares, feridos em combate, e evacuados para o Hospital Militar Principal, da Estrela, em Lisboa, incluindo dois alferes milicianos, o A. Marques Lopes e o Domingos Maçarico (meu parente afastado). (LG)"

Nota - no blog Luis Graça aparece algumas vezes a sigle LG que pertence às iniciais deste próprio nome.

Emblema da CART 1690

Alf. Moreira, que passou a comandar a CART 1690, após o falecimento do cap. Guimarães

Capitão de Artilharia Manuel Carlos da Conceição Guimarães, comandante da CART 1690, morto em combate

João Alves Aguiar, da freguesia de Estourãos, da CART 1690, morto em combate em 11/04/1968.
Seu nome consta desta placa de Homenagem em Ponte do Lima.


Esta lápide faz  parte do Monumento de Homenagem aos Herois da Guerra do Ultramar, que se encontra em Ponte do Lima.



Coronel A. Marques Lopes, alf milº da CART 1690 e que escreve parte dos artigos sobre a mesma 
CART 1690

Alô Peniche - Parabéns Joaquim Henriques

 O nosso amigo Joaquim Henriques, recentemente chegado ao facebook, completa hoje mais um aniversário.

Muitos parabéns companheiro, que contes muitos mais com saúde e bem estar.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.








sábado, 25 de dezembro de 2021

José da Costa, completa hoje mais um aniversário

 O nosso companheiro José da Costa, completa hoje mais um aniversário.

Muitos parabéns amigo, que contes muitos com saúde. junto dos teus.

Feliz Natal.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.







terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Nova Sintra- a visita do Sr. General Spínola em Junho de 1968

 


Bart 1914, Tite - Guiné

"Há pouco em conversa com o Pica Sinos, ele fez-me recordar a importância desta foto, não só pelos militares ali presentes, mas também pela importância estratégica do aquartelamento que ali ia ser construído e ainda pelos mortos e feridos que ali se verificaram, em circunstâncias verdadeiramente dramáticas, conforme tem sido amplamente referido noutros escritos tanto no blog do BART 1914, como neste e noutros facebook's, por vários militares intervenientes. Esta foto que o alf. Vaz Alves me enviou em Agosto de 2011, relata uma visita do Comandante Chefe da Guiné General António Spniola a Nova Sintra, em 5 de Junho de 1968, data esta que está escrita no verso da foto, pelo ten-cor Helio Felgas.. Esta foto vinha acompanhada da seguinte carta do alf. Vaz Alves, dirigida a mim. Repare-se na descontração da indumentária dos militares em pleno teatro operacional, embora perfilados... Para quem conheceu o Gen. Spinola sabe que isto só muito raramente era permitido.: - 

"Amigo Guedes

Um abraço antes de mais e as desculpas por só agora ir ao encontro do que me solicitaste. Já tinha há tempos o “rascunho” feito desta história, mas perdi-lhe o sitio onde o tinha guardado. Ontem, ao passar a vista no blog, envergonhei-me ao ler a tua carta e prometi a mim mesmo que de hoje não passava a história da foto do comandante Spínola.

Não sei se a foto tem alguma data no verso mas ela anda à volta do dia 7 de Junho de 1968.

A minha referencia vai para essa data uma vez que tinha passado um mês sobre o inicio da construção de Nova Sintra. (esta data confirma-se, escrita pelo então Ten-Cor. Hélio Felgas).

Nesse dia o comandante Felgas disse-me que no dia seguinte viria a Nova Sintra a Companhia Operacional de Tite e por sua vez a Companhia de Nova Sintra ia a S.João buscar reabastecimentos. Nessa altura a ementa estava limitada a arroz com chouriço e chouriço com arroz.

A chegada dos helicópteros com a poeira do quartel ainda em construção, encheu-nos a panela de areia e arroz. Ao mastigar é que notávamos a diferença.

O comandante Spínola viu a situação e no dia seguinte enviou alguns helis com frango e outros alimentos.

A situação era um pouco “gágá” em termos de segurança, uma vez que fiquei só no quartel, a fazer a defesa e a segurança aos helicópteros, com alguns cozinheiros e elementos do meu pelotão, num total de cerca de uma dúzia de homens. Isto porque o meu pelotão (Nativos 66) tinha sido reduzido por ferimentos no 1º. ataque ao quartel, em 10 de Maio.

Nesse ataque vi uma série de granadas de morteiro a explodirem nas árvores em frente ao meu abrigo.

Essas que explodiram em cima das árvores, espalhavam os estilhaços e atingiam as pessoas em especial na cabeça. Uma das que não explodiu em cima, veio pela árvore abaixo, atingir o Sapador Neto, que faleceu dali a dois dias.

Algumas dessas granadas, pelo que me disse o rádio telegrafista, que estava com o meu pelotão, andaram por bem perto de mim, com os estilhaços a ficarem marcados na árvore do meu abrigo.

Nesta dia, melhor, a esta hora lembrei-me de Bissássema e até a sombra dos baga-baga, lembravam alguém a rastejar na nossa direcção. Aliás nesse ataque os “turras” chegaram a tropeçar no arame farpado.

Nesse período de Bissássema, eu não estava em Tite, porque fui destacado pelo Quartel General, para fazer exames aos que tivessem 3ª. ou 4ª. classe, como se dizia na altura.

Foi o período negro do Batalhão em que, além de Bissássema com a captura pelo IN do Alf. Rosa e dos Soldados Contino e Capítulo, (da CART 1743) rapazes das transmissões, aconteceram a morte do Alf. Carvalho, do Soldado Victor e do furriel Rato, que trabalhava ao meu lado na sala de operações, em Tite.

da esquerda para a direita: Rato, Vaz Alves e Bagulho

Durante esses quatro meses o Comandante Felgas pressionou o Quartel General de tal maneira que tive de voltar a Tite. Ele argumentava que eu lhe fazia falta, mas o que é certo é que logo a seguir me mandou para Nova Sintra, como que “castigado”, embora eu nada fizesse para sair para os exames. Conheci no entanto vários pontos da Guiné e cheguei a pernoitar em Madina do Boé (o Algarve da Guiné...).

Com estas e com outras já não te falava na foto.

Em primeiro plano estão o Alf. Domingos Sá, um antigo colega meu do Liceu de Braga e que faleceu num dos ataques a Nova Sintra, em finais de 1968.

Logo a seguir aparece o Cap. Vicente que estava a comandar a Companhia Operacional 1802 em Nova Sintra, a substituir um Capitão que tinha sido apanhado por uma mina anti-pessoal.

Voltando ao caso da foto, queres saber o porquê da foto com toda a gente em calções e tronco nu? É simples. Era assim que se andava há um mês, com barba por fazer, vestidos o mais aligeirado possivel. Ninguém avisou da ida do Gen. Spínola e os guarda fatos estavam “fechados”, com as fardas nº. 1.

Aliás, o nosso banho era tomado com uma mangueira não sei de quantos polegadas e um motor a puxar água dum charco. Tenho a impressão que no meu album, que há tempos vos enviei, existe lá uma foto do banho, penso que com o Cap. Vicente, o Alf. Sá e eu.

Sem mais, aí vai mais um abraço e telefona quando receberes este “arrazoado.

Vaz Alves".

domingo, 19 de dezembro de 2021

FULACUNDA - pela CCAÇ 2314








 CCaç 2314 - Age Quod Agis

Memórias de uma guerra…

FULACUNDA – 07AGO68/30JUN69

 A CCAÇ 2314 chegava a Fulacunda, ida de Tite a 7 de Agosto de 1968, onde permaneceu até 30JUN1969 para regressar novamente a Tite, tendo sido rendida pela CCAC 2482.

Após os trágicos acontecimentos de Bissássema e a instalação do aquartelamento de Nova Sintra precedida pela abertura e desmatação do itinerário que a ligava a Tite,  à CCAÇ 2314 foi determinada a sua ida para Fulacunda a fim de substituir a companhia que ali se encontrava e que terminava a sua comissão.

Assim, os militares da companhia embarcaram em duas LDM's e, depois de uma breve passagem por Bolama, chegavam a Fulacunda, via marítima, a 7 de Agosto de 1968 para render a CCAÇ 1624.

Durante este período, é enviado em 06NOV68, o 4°. Pelotão de reforço à  CCAÇ 6, em Bedanda, que ali permaneceu até 31 de Dezembro de 1968, para regressar a Fulacunda o que não viria a acontecer. Pois estando em Bissau, foi desviado para a região do Saltinho para organizar tabancas em autodefesa. A este pelotão juntou-se o 3°. para reforçarem o BCAÇ 2852 até 20MAI69, data em que estes dois pelotões regressam a Fulacunda.

O PAICG, tendo conhecimento que os efetivos estavam reduzidos em Fulacunda, exerceram um esforço em ataques ao aquartelamento, sendo de destaque o ocorrido na noite de 24 de Dezembro de 1968.

A este fato, refere-o a história da Unidade:

"Em 241900DEZ68, um grupo IN, estimado em 100 elementos, flagelou o aquartelamento de Fulacunda durante 1 hora e 10 minutos, fazendo uso de 7 can. s/r, mort. 82, 5 LGF e armas automáticas das direções N, NE, E e SE.  As NT sofreram 7 feridos ligeiros e 3 mortos africanos e o PAIGC sofreu vários  feridos e mortos, segundo informações posteriores, tendo este ataque ter sido comandado pelo chefe da frente sul, 'Nino', João Bernardo Vieira."

A Companhia regressou a Tite em 30JUN69, a pé, integrada numa operação, tendo sido rendida pela CCAC 2482.

Subunidades que estiveram em Fulacunda (1961/74):

CCAÇ 153 -  27Mai61/06Fev63

CCAÇ 274 – 06Fev63/18Dez63

Cart 565 – 18Dez63/10Ago65

CCAÇ 1420 – 10Ago65/08Jan66

CCAÇ 1487 – 08Jan66/15Jan67

CCAÇ 1624 – 15Jan67/07Ago68

CCAÇ 2314 - 07AGO68/30JUN69

CCAC 2482 – 30Jun69/14Dez70

Cart  2772 – 23Dez70/24Set73

3ª C/BART 6520/72 – 24Set73/08Set74

Fulacunda era uma Vila e Circunscrição, na região de Quinara, sede de uma Administração e de um Regulado. Situada a uma altitude de 28 metros, num cruzamento de estradas que fazia ligação para norte a Garsene e a Ganjauara, junto ao rio Geba, para este, a Buba e para oeste ao Enxudé, Tite e São João, através do cruzamento de Nova Sintra.

Existiam forte indícios de ter sido uma importante localidade colonial, não só pelas habitações desse tipo, algumas ainda em bom estado de habitabilidade e casa de comércio, mas também pelos arruamentos, uma ampla e eletrificada avenida que servia de ligação à pista de aviação. Era composta pelas instalações militares, vedadas por arame farpado, uma tabanca, habitações coloniais e um campo desportivo. Tinha uma capela dentro do aquartelamento e abastecimento de água através de um furo.

O aquartelamento era eletrificado, cuja energia era produzida por um gerador.

Em Fulacunda praticamente não existia atividade agrícola, cultivava-se apenas junto ao arame farpado que rodeava a tabanca, alguma mancarra, milho painço, pescava-se muito pouco, apanhavam-se cestos de ostras rnum dos braços do rio e, de vez enquando, lá ia um nativo à caca de uma gazela com munições fornecida pela “tropa”. O abastecimento logístico era feito por via marítima através do rio Fulacunda que distava cerca de 5 kms. Semanalmente, uma avioneta civil 'visitava' a localidade, transportando, especialmente, o correio.

Havia um monumento com mastro para a bandeira nacional, onde apenas se conseguia ver uma Cruz de Cristo, com a inscrição, em cima, “Descoberta” e por baixo: “Ocupação”.

19 de Dezembro de 2021.

JT

Salgados d'Ouro - Patrícia Beselga


"Salgados da Patricia

Os Salgados D'ouro já estão no Mercado de Natal em São João da Pesqueira

Apareçam e venham provar os nossos rissois de chocolate 🍫"

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D. Patrícia Beselga, é filha do nosso amigo Beselga.

Desejamos-lhe Muito sucesso nesta sua nova atividade. Esperamos prová-los no nosso almoço anual. Feliz Natal, Boas Festas para todos vós.

Leandro Guedes


Feliz Natal para o Povo de Tite

 FELIZ NATAL PARA O POVO DE TITE, GUINÈ

Para todos, sem exceção, naturais, residentes, velhos e novos, homens grandes, mulheres grandes e demais Gentes de Tite, de todas as Raças e Cores, o nosso voto de Feliz Natal.

Convosco passámos dois Natais (1967 e 1968), e não os esquecemos…, não só porque estivemos longe das nossas famílias, mas também porque à vossa maneira, independentemente das vossas etnias, nos acolheram a todos, compreenderam as nossas “Festas”…, e connosco confraternizaram naquela época em que a distância e as circunstâncias da guerra faziam com que sentíssemos, ainda mais, a ausência dos que nos eram queridos….

Queremos agora RENOVAR para todos vós os nosso votos para que este Natal seja um símbolo de amor e paz….!!!

Para vós, Gentes de Tite, votos sinceros de um Santo e Feliz Natal, repleto de harmonia e que o Novo Ano de 2022 vos traga paz, tranquilidade e progresso.

Feliz Natal.

Leandro Guedes




O Abreu completa hoje mais um aniversário

 

Nesta foto estao os furrieis Sousa, Fereira, Guedes e Abreu, a bordo do Uìge.



O nosso companheiro Manuel Rodrigues Abreu, completa hoje mais um aniversário. Parabéns amigo, votos de boa saúde e bem estar junto dos teus.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Boas Festas, pelo Luis Dias

 BOAS FESTAS! BOM NATAL!

São votos, mai-lo poema...

Que vos auguro, sentidamente, passeis nos já prestes dias festivos, em feliz paz e familiar harmonia!

O soneto escrevi-o passam hoje 2 anos (2019), como adrede natalícia prenda, se dessa arte aceite fôr, camaradas e Amigos!

Abraços de fraterna amizade, do coração dados.

Lêde então o soneto e, dele, dizei de vossa justiça.

(LMD, 17.12.21)

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SOMBRA RALA, QUE ME LEVANTA!

Tonto me sinto, zonzo, deveras combalido,

A voz fraca, tremida, distante, num sumiço.

Faço-me de forte, embora lasso, esmaecido

E , sim, quero dar-me apto, lúcido, decidido!

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O coração urge, bate-se-me descompassado,

Em ritmo ora doído, ora cavalar, estonteado,

Nuns bruscos saltos inadvertidos de corrente

Às vezes furibunda, célere, a passo no restante.

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A escrita sai-me baça, descolora-se-me turva

E passeia-se, andarilha sem dó, na penumbra

Que me escapa, íris azul-amarela densa e curva.

-

Que direi de mim, que me perturba e espanta?

Sinto-o, francamente sim, como negra sombra.

Curioso! Directa, rala, não consome, até levanta!

LMD, 17.12.19.

A TRAGEDIA DE BISSASSEMA - pela CCAÇ 2314

 





CCaç 2314 - Age Quod Agis

Memórias de uma guerra…

A TRAGÉDIA DE BISSÁSSEMA

Tínhamos acabado o treino operacional e a CCAÇ 2314 estava em condições de rumar até Jabadá para assumir a sua área de responsabilidade.

O Furriel  Fernando Almeida, responsável logístico pela companhia, deslocara-se para aquele aquartelamento a fim de preparar a ida da Companhia.

Enquanto isso, a Companhia iria participar numa operação para instalar uma força que iria construir o aquartelamento na região da Península de Bissassema, situada na margem sul do rio Geba em frente de Bissau.

Muito se tem dito sobre a "HISTÓRIA DE BISSÁSSEMA".

Cada uma tem um fundo de verdade  no relato desse fatídico mês e consoante a vivência de cada um nessa ocorrência.

A história da Unidade da CCAÇ 2314 refere que “a Península de Bissássema, se situava na região de Quinara, do lado oposto à cidade de Bissau tendo o rio Geba de permeio, era uma região essencialmente rica em arroz, cultivado nas extensas bolanhas que a rodeavam e onde o PAIGC se movimentava com facilidade, controlava e recebia apoio logístico da população e onde exercia intensa ação psicológica. Face à sua situação estratégica, tendo em conta aquela, tornava-se necessário ocupar a região de modo a evitar possíveis flagelações a Bissau e, por isso, subtrair ao PAIGC o controlo da região, evitando o recrutamento de meios humanos e, também, o reabastecimento de alimentos das suas bases naquele regulado. Era portanto, necessário instalar, assim, uma força naquela região e a consequente construção de um aquartelamento.”

O início de Bissássema ocorreu nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro, ao se ter realizado naquela região uma operação com a finalidade de instalar essa força. A operação coube à  CCAÇ 2314 em conjunto com a CART 1743, reforçadas com elementos da CCS do Bart 1914. Decorreu aparentemente, sem incidentes significativos e, no local, foi deixada a força comandada pelo Alferes Milº. Rosa, com e seu pelotão de europeus e mais 2 pelotões de milícias para guarnecer e controlar a região, um de Tite e o outro de Jabadá.

No regresso a Tite, no dia 1 de Fevereiro, a CCAÇ 2314 teve o primeiro contato com guerrilheiros do PAIGC e sofreu os dois primeiros feridos, na região de Brandãozinho.

Pensou-se que ocupar Bissássema não seria assim tão fácil. Tratava-se de uma tabanca de onde as forças do PAIGC tinham desaparecido sem deixar rasto, mas, na madrugada do dia 3 de fevereiro, desencadeou um forte ataque a Bissássema. Meia hora depois, o tiroteio parecia ter acabado. Foi esperança de pouca dura, pois logo a seguir, começou um novo ataque. Poucas horas depois, soube-se que a força do PAIGC entrou no dispositivo de defesa lançando granadas e semeando o pânico. Em consequência da forte flagelação, o PAIGC expulsou as forças existentes e fez como prisioneiros o Alferes António Rosa e mais dois militares. Os restantes militares puseram-se em debandada para salvar a vida. Na retirada ficaram desaparecidos um furriel e um sargento e este, mais tarde, foi encontrado morto no rio Geba.

Nessa noite, estava em Tite o Conjunto João Paulo.

Diz a História da CCaç 2314: “Depois do ataque IN, em 030000FEV68, a BISSÁSSEMA, as posições das NT que se encontravam naquela tabanca ficaram desguarnecidas. Encontrando-se esta C. CAÇ. em TITE, recebeu ordem para se deslocar para BISSÁSSEMA a fim de socorrer as NT que se encontravam nessa tabanca. Á chegada a BISSÁSSEMA, verificou-se que o IN já havia retirado, apenas se encontravam na tabanca um pequeno número de elementos da população. Foi dada ordem a esta Companhia para guarnecer BISSÁSSEMA a fim de proteger a população.”

Eram três  da manhã. Face as informações sobre o ataque referido, um “pelotão de voluntários”, cujos elementos mais tarde iriam constituir o grupo “Os Brutos”, incluindo um Pelotão de nativos, “Os Boinas Verdes”, avançaram de imediato para Bissássema para se inteirarem da situação e, principalmente, em reforço das forças ali estacionadas. Entretanto, o resto do efetivo da CCAÇ 2314 preparou-se para se dirigir também para aquela região, tendo encontrado a força inicial posicionada nas imediações da tabanca, que aguardava o resto da companhia. Constata-se que a enorme tabanca estava praticamente abandonada, sem militares, sem forças do PAIGC e sem população. Contudo no percurso foram sabendo do que tinha acontecido e o que ia observando, era evidente que a situação era extremamente grave e imprevisível.

Face à situação, foram distribuídos setores de defesa aos pelotões e ordenado que rapidamente fossem construídos abrigos e campos de tiro. Mas isto não acabou por aqui, o PAICG não queria perder aquela posição estratégica e a todo custo desenvolveu ações no sentido de recuperar a tabanca.

Assim, na noite do dia 4 e, após 4 horas, na madrugada do dia 5 de fevereiro, desencadeou ações com armas de fogo com a finalidade de experimentar e recolher informação sob o posicionamento dos militares ali instalados em abrigos e valas construídos apressadamente. E 10 minutos antes da meia-noite do mesmo dia 5 de fevereiro, desencadearem uma forte flagelação, que apenas durou cerca de 25 minutos por, ao pretenderem tomar de assaltos as nossas posições, sofreram consequências drásticas (baixas) o que os levou a retirar. Mas no dia 9 de fevereiro, pela 1 da manhã, regressaram com muito mais efetivos e melhor armamento, talvez comandado por Nino Vieira, com a vontade de novo tomar de assalto, capturar e desalojar as posições defensivas da C. CAÇ. 2314. Conseguiram abrir uma brecha no dispositivo de defesa em consequência de terem sido feridos 4 elementos de um abrigo e penetrado no interior do dispositivo de defesa. Mas a forte reação das NT obrigou as forças do PAIGC a retirar com pesadas baixas, deixadas no local, abandonando grande quantidade de material de guerra e, apressadamente, transportaram grande quantidade de feridos que sofreram no ataque. Finalmente, passados cerca de 15 dias, no dia 25 de fevereiro, o PAIGC voltou a desencadear mais uma ação violenta de flagelação, agora com menor efetivo e armamento, tendo retirado, novamente, com varias baixas.

Em face do falhanço na efetivação da instalação de um aquartelamento e tendo em consideração os resultados que se registaram no início, foi decidido abandonar a tabanca de Bissássema.

No dia 10 de março, procedesse à recolha de arroz, e ao reordenamento das populações para seguirem para a região a norte de Tite. Por isso, foram destruídas todas as moranças das tabancas, bem como os próprios abrigos que tínhamos construído para a defesa de Bissássema. Nunca mais lá voltámos.

Mais tarde, precisamente três anos depois, em 15 de janeiro de 1971, a CCAV 2765, com apoio de um destacamento de engenharia do BENG 447, deram início às obras da construção  do quartel da nova tabanca de BISSÁSSEMA.

Em 12 de Novembro de 1971, a CCaç 3327 fez deslocar dois pelotões para Bissássema onde foram substituir a CCav 2765. Para efeitos operacionais, em Bissássema, a CCaç 3327/BII17 tinha adido os Pelotões de Milícias 294 e 295.

Para além da proteção das tabancas da sua zona a Companhia tinha como missão principal a construção de 100 casas no reordenamento, construir ainda uma escola, um furo artesiano, eletrificar o perímetro do aquartelamento e uma Cooperativa Agrícola, entre outras iniciativas e ordens recebidas.

Esta CCaç 3327/BII17 seria substituída em Bissássema pela CArt 6252/Bart 6520/72, tendo cessado as suas funções no T.O. da Guiné no dia 14 de Dezembro de 1972.

Mais uma vez entendemos recordar e divulgar o sacrifício que estes jovens militares portugueses tiveram no cumprimento do seu dever que, embora lhes tenha sido imposto, o desempenharam com o sacrifício da própria vida, para bem das populações autóctones e do País.

Na madrugada de 22 de novembro de 1970, no decurso da operação “Mar Verde”, estes e outros os prisioneiros portugueses, no total de 26, foram libertados da prisão Montanha por um grupo de combate do Destacamento de Fuzileiros Especiais (Africanos) n. 21, numa ação armada efetuada pelas Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Conakry, sob o comando de Alpoim Galvão.

António Júlio Rosa, Alferes Miliciano, natural da Abrunhosa, Mangualde, e mais dois seus militares, cabo cripto Geraldino Marques Contino e soldado Victor Manuel Jesus Capitulo, da CArt. 1743, foram feitos prisioneiros, na madrugada de 3 de Fevereiro de 1968, por forças do PAIGC.

Sobre essa noite fatídica de Bissássema  no seu livro 'Memórias de um prisoneiro de guerra", alferes miliciano António Júlio Rosa, entretanto falecido, relata-nos:

 "Seria meia-noite, quando, quem estava já dormindo, e era o meu caso, foi despertado violentamente!... Os 'turras' estavam a atacar!... Ouviam-se rebentamentos e muitas rajadas. Era um fogo contínuo e feroz. O ataque tinha sido desencadeado, a sul, no lado da mata... Estavam lá os africanos de Tite e alguns de Empada. O tiroteio manteve-se muito intenso durante cerca de meia hora. Depois... diminuiu até cessar completamente.

Quando o tiroteio acabou, ficámos convencidos de que o ataque tinha sido repelido. Contactei o Maciel para darmos uma volta pelos abrigos e ver se tudo estava bem. Deslocámo-nos até ao último abrigo do meu pelotão, situado a uns cinquenta metros e verificámos que tudo estava normal.

Íamos prosseguir a nossa ronda para sabermos dos africanos, quando, a uns cinquenta metros, se ouviu uma rajada de pistola-metralhadora. O som parecia vir de dentro do nosso perímetro. Ficámos os dois perplexos porque não tínhamos armas que “cantassem” assim!... Regressámos de imediato, à zona do comando e alertámos para a possibilidade do inimigo se achar no meio das nossas forças. Dentro do posto de comando encontrava-me eu, o Maciel, o Cardoso, o Gomes e três operadores das transmissões. De repente, apareceu, transtornado, o comandante da milícia de Tite. Só teve tempo de nos dizer que os ‘turras’ estavam dentro do perímetro e se dirigiam para o local onde nos encontrávamos. Mal acabou de falar fomos atacados. Não deu sequer tempo para se tentar encontrar uma solução!...

Rapidamente, procurámos sair para o exterior. Quando cheguei à porta, seguido pelo Geraldino e pelo Capitulo, rebentou uma granada ofensiva mesmo à nossa frente. Com o sopro da explosão fui empurrado para trás e não via nada pois tinha os olhos cheios de terra. Com o estrondo, fiquei surdo!...

Foi uma sensação horrível!... Pensei que ia morrer!... Foi impressão instantânea que passou em segundos. Entretanto, tive outra sensação!... Tive o pressentimento que ia ser abatido!... Sinceramente fiquei preparado para morrer!...

… Senti-me agarrado, ao mesmo tempo que alguém me socava, violentamente, mas não sentia qualquer dor. Estava prisioneiro!... O Dino e o Capitulo tiveram a mesma ‘sorte’!... Seriamos levados para Conakry…”

Sobre o assalto a Bissássema pelo PAIGC, segundo conta o Contino: “2 dias após a chegada ao terreno, pouco minutos a faltarem para a meia-noite, mais precisamente no dia 2 de Fevereiro de 1968, (sexta-feira), um numeroso grupo IN, investiu em direção ao extenso e mal programado perímetro das nossas tropas, pelo lado do pelotão das milícias. Estes não aguentando o ímpeto do ataque, acabaram por abandonar os seus postos, permitindo abrir brechas na defesa do terreno e possibilitar o cerco ao improvisado posto de comando. A confusão surpreende as NT e, permite a captura dos europeus, o Geraldino Marques Contino, o Alf. António Rosa e o Victor Capítulo.”

Ainda hoje, temos no nosso pensamento a visão dolorosa do estado dos nossos camaradas em fuga para Tite, bem como as lágrimas que corriam nas suas faces, os olhos cobertos de lama e a maioria descalços, ou mesmo nus, parecendo figuras de filmes de terror, apenas com forças para agarrarem, desesperadamente, a arma, a sua única salvação para manter a vida, quando em redor somente havia a morte…

Sabe-se que esta intervenção, em Bissássema, foi um fracasso para ambos os lados e que o PAIGC sempre ocultou no seu historial. Se pelo lado português, para além dos prisioneiros e dois desaparecidos e feridos não se conseguiu concretizar os objetivos propostos; para o lado do PAICG, o elevado números de baixas, levou a que o PAIGC sempre escondesse as suas consequências tendo, inclusivamente, ter sido considerado por alguns, como um dos maior desaires que sofreu no seu movimento de libertação da Guiné.

Hoje podemos questionar-nos, será que valeu a pena o sacrifício e a vidas destes jovens?…

Eles não merecem ser esquecidos, cumpriram com o seu dever para com a Pátria!

Procurámos dar a conhecer o que viveram os militares da CCAÇ 2314, e completá-la o mais fiel possível com elementos de quem lá esteve de modo a dar a conhecer o ocorrido. Socorremo-nos da História da Unidade, do livro do saudoso Alferes Rosa e de relatos do libertado cabo Contino como é referido no texto.

17 de Dezembro de 2021.

Cor. Pais Trabulo

sábado, 11 de dezembro de 2021

Bissassema e Nova Sintra

 No Correio da Manhã de hoje, foi publicado o restante da entrevista dada anteriormente pelo furriel sapador de Minas e Armadilhas Domingos Monteiro, da CCS do BART 1914.

O nosso agradecimento ao Correio da Manhã e sua Jornalista D. Manuela Guerreiro.

Voltamos a lembrar que os elementos da CART 1743, CART 1802 e CCAÇ 2314, podem também se assim o entenderem, dar testemunho das suas vivências em terras da Guiné.

Obrigado Domingos Monteiro pela tua disponibilidade.




quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

NOVA SINTRA - GUINÉ


A construção do aquartelamento de Nova Sintra, na Península de Gantangó, Guiné Portuguesa, teve início na madrugada de 6 de Maio de 1968.

A CCAÇ 2314 e a CART 1802 saiam de Tite e São João, respetivamente, com destino à região de Nova Sintra, para a construção de um aquartelamento. A CCAÇ 2314 atinge o objetivo, pelas 9 horas e 30 minutos e a CART 1802, pelas 15 horas, com uma coluna de 17 viaturas carregadas de material diverso necessário à sua construção, que ocorreu até 31 de maio.

Esta acção tinha tido inicio com trabalhos de abertura e desmatação da estrada que ligava Tite a Nova Sintra, entre 17 de março e 4 de Maio de 1968 e as operações de reconhecimento em 19, 23 e 30/31 de março. Entretanto,  em 1967, já o Comando do Bart 1914 tinha feito uma tentativa da abertura do itinerário para Nova Sintra que foi suspensa por dificuldades na obtenção de objetivos previstos.

A CCAÇ 2314, a 31 maio 1968, regressa a Tite, fazendo-se acompanhar de 5 viaturas GMC, tendo atingido Tite pelas 9 horas, sem qualquer contato com o IN e a Cart 1802 permaneceu em Nova Sintra.

Esta permanência em Nova Sintra foi bastante penosa quer para a CCaç 2314 bem como para a CArt 1802, onde sofreram ataques ao aquartelamento em 10MAI, com um morto soldado nativo e 10 feridos, a 12, 14 e 19 de Maio, sem consequências, e finalmente no dia 26 de Maio com um ferido.

Outras companhias se seguiram no melhoramento das condições e defesa destas instalações, onde passaram sacrifícios e privações com ataques frequentes do PAIGC que teimava em não permitir o controlo da área de Gantangó.

Assim, verificamos que no historial de Nova Sintra, consta:

- O aquartelamento foi construído pela CCAC 2314 e pela Cart 1802 entre 6 e 31 de Maio de 1968;

- A Cart 1802, ‘Os Pioneiros de Nova Sintra' permaneceram depois até Outubro de 1968;

- A CArt 1743, esteve entre outubro de 1968 e Março de 1969;

- A CCav 2483, os ‘Cavaleiros de Nova Sintra', esteve entre 5 de Março de 1969 e Setembro de 1970;

- A CCav 2765, 'Pica na Burra', esteve entre Setembro de 1970 e 8 de Dezembro de 1970;

- A CArt 2771, os ‘Duros de Nova Sintra', entre 8 de Dezembro de 1970 e 16 de Setembro de 1972;

- Finalmente, a 2ª CART do  BART 6520, permaneceu em Nova Sintra entre 16 de Setembro de 1972 e 17 de Julho de 1974, data em que entregou o aquartelamento ao PAIGC.

Desse dia, diz-nos Carlos Barros: 

“Quando os guerrilheiros do PAIGC estavam perto do arame farpado, portões das bananeiras, criou-se suspense de quem os iria receber. Os furriéis Barros e Ferreira, desarmados e em calções, assumiram corajosamente esse papel, e foram para junto do portão de acesso ao destacamento, onde os guerrilheiros/as e a população afeta ao PAIGC entraram, conviveram connosco, tiramos fotografias, jantaram, dormiram e afinal cheguei a uma conclusão: - Eles e nós estávamos fartos da guerra e desejávamos a paz e, acima de tudo, a libertação da Guiné”.

Diz-nos, também, que ajudou a oferecer livros e outras lembranças, tendo sido para ele ‘um momento marcante da história da Guerra Colonial, em Nova Sintra’.

Ajudou a arrear a bandeira portuguesa, mas o PAIGC não hasteou a sua porque não tinha bandeira. Ficou com uma recordação dessa bandeira portuguesa da qual guardou dois pedaços como lembrança da História Real ou Virtual da Guerra. Bandeira que já estava em muito mau estado, diz ...

Uma das fotografias, publicada por José Pires, é um documento histórico da entrega formal do quartel de Nova Sintra (BART 6520 de Tite) ao PAIGC, em 17 de Julho de 1974, onde vemos o Alf. José Pires, o Ten. Cor. Almeida Mira e o Cap. de Nova Sintra, pela parte portuguesa.

O Furriel Miliciano Carlos Barros, da 2ª. CART do  BART 6520, relata-nos assim como foram os últimos dias da presença portuguesa em Nova Sintra.

Este relato é ‘o princípio e o fim” de uma permanência feita de sacrifícios, sangue, suor e lágrimas e até da própria morte, quer do lado das Forcas Armadas Portuguesas, quer do PAIGC.

Nova Sintra estava situada na parte sul do Setor de Tite, na Península de Gantangó,  Quinara. Era uma região abundante em cajueiros e mangueiros, onde se fazia o cruzamento da estrada internacional que tinha início  no Enxudé, porto no rio Geba, e ligava Tite a Bolama por São João e Fulacunda até Buba e Catió.

Presentemente, segundo informações, o local encontra-se completamente abandonado e as instalações desaproveitadas cobertas pelo mato.

Gouveia, 6 de Maio de 2021.

Cor. JMPTrabulo — em Gouveia Municipality

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Estatisticas das visitas ao blog

 Estatística das visitas ao blog:

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Ontem - 259

Este mês – 1.537

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sábado, 4 de dezembro de 2021

Os filhos, dos nossos amigos já falecidos


 

OS FILHOS, DOS NOSSOS AMIGOS JÁ FALECIDOS:

Quando por vezes se revêm fotos do nosso tempo de guerra, surgem na memória os filhos, dos nossos amigos já falecidos.

Como simpaticamente diz o João Heitor, são todos "primos":

O Gonçalo, filho do Arrabaça, da Nazaré

O João Heitor, filho do nosso amigo Heitor, de Ourém

A filha do Vitor Barros, de quem não sei o nome, da Marinha Grande

A Carla Pinto, filha do Pintassilgo, de V.N.Gaia

A filha do nosso capitão Vicente, Évora

As filhas do Luis Filipe

As filhas do Alf. Rodrigues, Esmoriz

Filho do José Batista da Mota, de quem também não sei o nome, mas com quem falei há tempos a pedir autorização para colocar uma placa na campa do pai.

A filha Eunice e o filho Nuno, do Gentil, Vila Verde dos Francos

Filha do Marinho, de que não sei o nome, Lisboa

O filho do Traquino, idem idem, Algarve

O filho do Viana, de Pedras Rubras – também não sei o nome. Antes dele morrer tinha falecido a filha, que o ajudou bastante a organizar o almoço anual em Pedras Rubras

Para todos eles e suas famílias, e também para todos os outros que por desconhecimento aqui não estão mencionados, a certeza de que não esqueceremos os seus pais.

Para todos um Feliz Natal, com saúde.

São os votos dos amigos e companheiros de vossos pais.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Parabéns António Vieira Pinto

 


O nosso companheiro António Vieira Pinto da CCAÇ 2314, completa hoje mais um aniversário.

Para ti companheiro o nosso abraço de parabéns e que contes muitos mais com saúde, junto dos teus.Um forte abraço.

Leandro Guedes.

Doutor João Caldeira Heitor, completa hoje mais um aniversário

 O João Caldeira Heitor, filho do nosso saudoso amigo Heitor, completa hoje mais um aniversário. Publicamos aqui um pequeno e lindo texto de sua filha:

"Parabéns pai!!

Há 46 anos o mundo passou a ser um lugar melhor, um lugar com mais vida.

Desde pequenina, sempre tive uma admiração pela pessoa que és, um exemplo para mim.

Contigo passei os momentos mais marcantes da minha vida, foste tu quem me levaste ao meu primeiro concerto (Xutos e Pontapés)…

O que sou hoje, é devido, à tua dedicação, ao teu carinho, ao teu amor…

Estou aqui para ti, para sempre, amo-te mais do que tudo! "

Parabéns João o nosso abraço com votos de muita saúde.

Leandro Guedes.


Os Pais do João



Elmiro Barbeiro - 2 livros publicados.

 O Elmiro Barbeiro, esteve em Fulacunda durante os anos de 1970 a 1972. Fez parte da Companhia 2771  e do Batalhão 2924. Tem dois livros escritos, um deles faz referencia a Guiné. Quem estiver interessado deve contactá-lo pelo email indicado e sobre o preço também.

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TESTEMUNHOS  SOBRE A LEITURA DO LIVRO : FRAGMENTOS DE VIDA

Tenho recebido vários testemunhos sobre o meu livro Fragmentos de Vida.

Para conhecimento, dou-vos nota de um deles:

“Fiquei encantado com a surpresa. Mais um livro que fez vir a lume uma interessante obra poética.

Consegue congregar em si mesmo duas veias de tendência literária, prosando e poetando. É muito valorizável, pois se uma é cativante, a outra é arrebatadora.

Vivências traduzidas em verso, neste seu novo livro de poemas “FRAGMENTOS DE VIDA”, reproduzidas em verso, cada um deles constitui um retorno ao passado. É o mito do “Eterno Retorno”.

Também este seu livro me transporta aos meus tempos de “menino e moço” em que apenas se vive o presente, não cuidando do futuro. Tudo é belo e maravilhoso e nem damos conta, e ainda bem, das contrariedades do futuro.

Viver uma infância feliz e transportá-la para a dureza da vida no percurso da mesma é notório e valorativo.

Recebi o livro na tarde de 6ª Feira passada. Não o li… fui meditando em cada palavra, em cada verso, em cada estância, em cada poema. Começando a leitura, vem o entusiasmo e só quando acabam as folhas a leitura cessa. O livro, o seu conteúdo arrebata-nos e somos maquinalmente levados pelo pensamento do autor.

Bom, leitura muito agradável, acompanhados de quadros vivos de uma realidade que, sendo passada está sempre presente”

Muito boa noite meu caro Leandro Guedes

Conforme solicitado informo que já publiquei 2 livros, sendo um de prosa e outro de poesia e a saber:

-CONVERSAS DE VIAGENS - Contos, Histórias e Poemas.

 Relata algumas passagens pela Guiné.

Preço: 13€ (Portes Incluidos)

 -FRAGMENTOS DE VIDA- Poemas

Preço: 15€ (Portes incluídos)

Junto alguns testemunhos sobre os livros.

Se estiverem interessados podem pedir para o meu email: elmiro.barbeiro@gmail.com.

Muito obrigado

Abraço

Elmiro Barbeiro