33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
-
"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
-
“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
-
“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
---
"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2021
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
CART 1690 / BART 1914
O Hipólito alertou-me para o facto de haver alguns textos no blog do Luís Graça & Camaradas da Guiné, que citam a CART 1690, Companhia que pertencia ao Bart 1914 e que muito sofreu durante a sua permanência na Guiné. Obrigado Hipólito.
Publico aqui parte do que lá é escrito e quem quiser saber
mais deve consultar o blog deles
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search...
Do blog Luis Graça & camaradas da Guiné (LG),
transcrevemos os seguintes excertos, com a devida vénia ao blog Luis Graça
& Camaradas da Guiné. O nosso muito obrigado.
"Vd. poste de 24 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14514:
Memória dos lugares (288): Gentes do Geba, parte I (A. Marques Lopes, coronel
inf, DFA, na situação de reforma, ex-alf mil da CART 1690, Geba, 1967; e da
CCAÇ 3, Barro, 1968)
(**) Último poste da série > 25 de setembro de 2014 >
Guiné 53/74 - P13650: In Memoriam (195): Cap art Manuel Carlos da Conceição
Guimarães (1938-1967), morto na estrada Geba-Banjara, região de Bafatá... As
suas irmãs, Teresa e Ana descobrem agora, emocionadas, as referências sobre ele
no nosso blogue e encontraram-se há dias, em Lisboa, com o Coronel A. Marques
Lopes, seu amigo e companheiro de infortúnio.
A CART 1690 foi mobilizada pelo RAL 1, fazendo parte do BART
1914 (Tite, 1967/1969). Partiu para a Guiné em 8/4/1967 e regressou à Metrópole
em 3/3/1969. Esteve em Geba e em Bissau. Comandantes: Cap Art Manuel Carlos da
Conceição Guimarães (morto em combate), e Cap Mil Art Carlos Manuel Morais Sarmento
Ferreira.
Esta subunidade tem um dos mais trágicos historiais da
guerra da Guiné: 10 mortos em combate, incluindo o Cap Art Guimarães, 2 alferes
milicianos e um furriel miliciano; 12 militares "retidos pelo IN" (e
levados para Conacri), dos quais 2 morreram no cativeiro; 5 militares, feridos
em combate, e evacuados para o Hospital Militar Principal, da Estrela, em
Lisboa, incluindo dois alferes milicianos, o A. Marques Lopes e o Domingos
Maçarico (meu parente afastado). (LG)"
Nota - no blog Luis Graça aparece algumas vezes a sigle LG que pertence às iniciais deste próprio nome.
Alô Peniche - Parabéns Joaquim Henriques
O nosso amigo Joaquim Henriques, recentemente chegado ao facebook, completa hoje mais um aniversário.
Muitos
parabéns companheiro, que contes muitos mais com saúde e bem estar.
Um forte
abraço.
Leandro
Guedes.
sábado, 25 de dezembro de 2021
José da Costa, completa hoje mais um aniversário
O nosso companheiro José da Costa, completa hoje mais um aniversário.
Muitos parabéns amigo, que contes muitos com saúde. junto
dos teus.
Feliz Natal.
Um forte abraço.
Leandro Guedes.
terça-feira, 21 de dezembro de 2021
Nova Sintra- a visita do Sr. General Spínola em Junho de 1968
Bart 1914, Tite - Guiné
"Há pouco em conversa com o Pica Sinos, ele fez-me recordar a importância desta foto, não só pelos militares ali presentes, mas também pela importância estratégica do aquartelamento que ali ia ser construído e ainda pelos mortos e feridos que ali se verificaram, em circunstâncias verdadeiramente dramáticas, conforme tem sido amplamente referido noutros escritos tanto no blog do BART 1914, como neste e noutros facebook's, por vários militares intervenientes. Esta foto que o alf. Vaz Alves me enviou em Agosto de 2011, relata uma visita do Comandante Chefe da Guiné General António Spniola a Nova Sintra, em 5 de Junho de 1968, data esta que está escrita no verso da foto, pelo ten-cor Helio Felgas.. Esta foto vinha acompanhada da seguinte carta do alf. Vaz Alves, dirigida a mim. Repare-se na descontração da indumentária dos militares em pleno teatro operacional, embora perfilados... Para quem conheceu o Gen. Spinola sabe que isto só muito raramente era permitido.: -
"Amigo Guedes
Um abraço antes de mais e as
desculpas por só agora ir ao encontro do que me solicitaste. Já tinha há tempos
o “rascunho” feito desta história, mas perdi-lhe o sitio onde o tinha guardado.
Ontem, ao passar a vista no blog, envergonhei-me ao ler a tua carta e prometi a
mim mesmo que de hoje não passava a história da foto do comandante Spínola.
Não sei se a foto tem alguma data
no verso mas ela anda à volta do dia 7 de Junho de 1968.
A minha referencia vai para essa
data uma vez que tinha passado um mês sobre o inicio da construção de Nova Sintra.
(esta data confirma-se, escrita pelo então Ten-Cor. Hélio Felgas).
Nesse dia o comandante Felgas
disse-me que no dia seguinte viria a Nova Sintra a Companhia Operacional de
Tite e por sua vez a Companhia de Nova Sintra ia a S.João buscar reabastecimentos.
Nessa altura a ementa estava limitada a arroz com chouriço e chouriço com
arroz.
A chegada dos helicópteros com a
poeira do quartel ainda em construção, encheu-nos a panela de areia e arroz. Ao
mastigar é que notávamos a diferença.
O comandante Spínola viu a
situação e no dia seguinte enviou alguns helis com frango e outros alimentos.
A situação era um pouco “gágá” em
termos de segurança, uma vez que fiquei só no quartel, a fazer a defesa e a
segurança aos helicópteros, com alguns cozinheiros e elementos do meu pelotão,
num total de cerca de uma dúzia de homens. Isto porque o meu pelotão (Nativos
66) tinha sido reduzido por ferimentos no 1º. ataque ao quartel, em 10 de Maio.
Nesse ataque vi uma série de
granadas de morteiro a explodirem nas árvores em frente ao meu abrigo.
Essas que explodiram em cima das
árvores, espalhavam os estilhaços e atingiam as pessoas em especial na cabeça.
Uma das que não explodiu em cima, veio pela árvore abaixo, atingir o Sapador
Neto, que faleceu dali a dois dias.
Algumas dessas granadas, pelo que
me disse o rádio telegrafista, que estava com o meu pelotão, andaram por bem
perto de mim, com os estilhaços a ficarem marcados na árvore do meu abrigo.
Nesta dia, melhor, a esta hora
lembrei-me de Bissássema e até a sombra dos baga-baga, lembravam alguém a
rastejar na nossa direcção. Aliás nesse ataque os “turras” chegaram a tropeçar
no arame farpado.
Nesse período de Bissássema, eu
não estava em Tite, porque fui destacado pelo Quartel General, para fazer
exames aos que tivessem 3ª. ou 4ª. classe, como se dizia na altura.
Foi o período negro do Batalhão
em que, além de Bissássema com a captura pelo IN do Alf. Rosa e dos Soldados
Contino e Capítulo, (da CART 1743) rapazes das transmissões, aconteceram a
morte do Alf. Carvalho, do Soldado Victor e do furriel Rato, que trabalhava ao
meu lado na sala de operações, em Tite.
da esquerda para a direita: Rato,
Vaz Alves e Bagulho
Durante esses quatro meses o
Comandante Felgas pressionou o Quartel General de tal maneira que tive de
voltar a Tite. Ele argumentava que eu lhe fazia falta, mas o que é certo é que
logo a seguir me mandou para Nova Sintra, como que “castigado”, embora eu nada
fizesse para sair para os exames. Conheci no entanto vários pontos da Guiné e
cheguei a pernoitar em Madina do Boé (o Algarve da Guiné...).
Com estas e com outras já não te
falava na foto.
Em primeiro plano estão o Alf.
Domingos Sá, um antigo colega meu do Liceu de Braga e que faleceu num dos
ataques a Nova Sintra, em finais de 1968.
Logo a seguir aparece o Cap.
Vicente que estava a comandar a Companhia Operacional 1802 em Nova Sintra, a
substituir um Capitão que tinha sido apanhado por uma mina anti-pessoal.
Voltando ao caso da foto, queres
saber o porquê da foto com toda a gente em calções e tronco nu? É simples. Era
assim que se andava há um mês, com barba por fazer, vestidos o mais aligeirado
possivel. Ninguém avisou da ida do Gen. Spínola e os guarda fatos estavam
“fechados”, com as fardas nº. 1.
Aliás, o nosso banho era tomado
com uma mangueira não sei de quantos polegadas e um motor a puxar água dum
charco. Tenho a impressão que no meu album, que há tempos vos enviei, existe lá
uma foto do banho, penso que com o Cap. Vicente, o Alf. Sá e eu.
Sem mais, aí vai mais um abraço e
telefona quando receberes este “arrazoado.
Vaz Alves".
domingo, 19 de dezembro de 2021
FULACUNDA - pela CCAÇ 2314
CCaç 2314 - Age Quod Agis
Memórias de uma guerra…
FULACUNDA – 07AGO68/30JUN69
A CCAÇ 2314 chegava a
Fulacunda, ida de Tite a 7 de Agosto de 1968, onde permaneceu até 30JUN1969
para regressar novamente a Tite, tendo sido rendida pela CCAC 2482.
Após os trágicos acontecimentos de Bissássema e a instalação
do aquartelamento de Nova Sintra precedida pela abertura e desmatação do
itinerário que a ligava a Tite, à CCAÇ
2314 foi determinada a sua ida para Fulacunda a fim de substituir a companhia
que ali se encontrava e que terminava a sua comissão.
Assim, os militares da companhia embarcaram em duas LDM's e,
depois de uma breve passagem por Bolama, chegavam a Fulacunda, via marítima, a
7 de Agosto de 1968 para render a CCAÇ 1624.
Durante este período, é enviado em 06NOV68, o 4°. Pelotão de
reforço à CCAÇ 6, em Bedanda, que ali
permaneceu até 31 de Dezembro de 1968, para regressar a Fulacunda o que não
viria a acontecer. Pois estando em Bissau, foi desviado para a região do
Saltinho para organizar tabancas em autodefesa. A este pelotão juntou-se o 3°.
para reforçarem o BCAÇ 2852 até 20MAI69, data em que estes dois pelotões
regressam a Fulacunda.
O PAICG, tendo conhecimento que os efetivos estavam
reduzidos em Fulacunda, exerceram um esforço em ataques ao aquartelamento,
sendo de destaque o ocorrido na noite de 24 de Dezembro de 1968.
A este fato, refere-o a história da Unidade:
"Em 241900DEZ68, um grupo IN, estimado em 100
elementos, flagelou o aquartelamento de Fulacunda durante 1 hora e 10 minutos,
fazendo uso de 7 can. s/r, mort. 82, 5 LGF e armas automáticas das direções N,
NE, E e SE. As NT sofreram 7 feridos
ligeiros e 3 mortos africanos e o PAIGC sofreu vários feridos e mortos, segundo informações
posteriores, tendo este ataque ter sido comandado pelo chefe da frente sul,
'Nino', João Bernardo Vieira."
A Companhia regressou a Tite em 30JUN69, a pé, integrada
numa operação, tendo sido rendida pela CCAC 2482.
Subunidades que estiveram em Fulacunda (1961/74):
CCAÇ 153 - 27Mai61/06Fev63
CCAÇ 274 – 06Fev63/18Dez63
Cart 565 – 18Dez63/10Ago65
CCAÇ 1420 – 10Ago65/08Jan66
CCAÇ 1487 – 08Jan66/15Jan67
CCAÇ 1624 – 15Jan67/07Ago68
CCAÇ 2314 - 07AGO68/30JUN69
CCAC 2482 – 30Jun69/14Dez70
Cart 2772 –
23Dez70/24Set73
3ª C/BART 6520/72 – 24Set73/08Set74
Fulacunda era uma Vila e Circunscrição, na região de
Quinara, sede de uma Administração e de um Regulado. Situada a uma altitude de
28 metros, num cruzamento de estradas que fazia ligação para norte a Garsene e
a Ganjauara, junto ao rio Geba, para este, a Buba e para oeste ao Enxudé, Tite
e São João, através do cruzamento de Nova Sintra.
Existiam forte indícios de ter sido uma importante
localidade colonial, não só pelas habitações desse tipo, algumas ainda em bom
estado de habitabilidade e casa de comércio, mas também pelos arruamentos, uma
ampla e eletrificada avenida que servia de ligação à pista de aviação. Era
composta pelas instalações militares, vedadas por arame farpado, uma tabanca,
habitações coloniais e um campo desportivo. Tinha uma capela dentro do
aquartelamento e abastecimento de água através de um furo.
O aquartelamento era eletrificado, cuja energia era
produzida por um gerador.
Em Fulacunda praticamente não existia atividade agrícola,
cultivava-se apenas junto ao arame farpado que rodeava a tabanca, alguma
mancarra, milho painço, pescava-se muito pouco, apanhavam-se cestos de ostras
rnum dos braços do rio e, de vez enquando, lá ia um nativo à caca de uma gazela
com munições fornecida pela “tropa”. O abastecimento logístico era feito por
via marítima através do rio Fulacunda que distava cerca de 5 kms. Semanalmente,
uma avioneta civil 'visitava' a localidade, transportando, especialmente, o
correio.
Havia um monumento com mastro para a bandeira nacional, onde
apenas se conseguia ver uma Cruz de Cristo, com a inscrição, em cima,
“Descoberta” e por baixo: “Ocupação”.
19 de Dezembro de 2021.
JT
Salgados d'Ouro - Patrícia Beselga
"Salgados da Patricia
Os Salgados D'ouro já estão no Mercado de Natal em São João
da Pesqueira
Apareçam e venham provar os nossos rissois de chocolate 🍫"
D. Patrícia Beselga, é filha do nosso amigo Beselga.
Desejamos-lhe Muito sucesso nesta sua nova atividade. Esperamos
prová-los no nosso almoço anual. Feliz Natal, Boas Festas para todos vós.
Leandro Guedes
Feliz Natal para o Povo de Tite
FELIZ NATAL PARA O POVO DE TITE, GUINÈ
Para todos, sem exceção, naturais, residentes, velhos e
novos, homens grandes, mulheres grandes e demais Gentes de Tite, de todas as
Raças e Cores, o nosso voto de Feliz Natal.
Convosco passámos dois Natais (1967 e 1968), e não os
esquecemos…, não só porque estivemos longe das nossas famílias, mas também
porque à vossa maneira, independentemente das vossas etnias, nos acolheram a
todos, compreenderam as nossas “Festas”…, e connosco confraternizaram naquela
época em que a distância e as circunstâncias da guerra faziam com que
sentíssemos, ainda mais, a ausência dos que nos eram queridos….
Queremos agora RENOVAR para todos vós os nosso votos para que
este Natal seja um símbolo de amor e paz….!!!
Para vós, Gentes de Tite, votos sinceros de um Santo e Feliz
Natal, repleto de harmonia e que o Novo Ano de 2022 vos traga paz,
tranquilidade e progresso.
Feliz Natal.
Leandro Guedes
O Abreu completa hoje mais um aniversário
O nosso companheiro Manuel Rodrigues Abreu, completa hoje
mais um aniversário. Parabéns amigo, votos de boa saúde e bem estar junto dos
teus.
Um grande abraço.
Leandro Guedes.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Boas Festas, pelo Luis Dias
BOAS FESTAS! BOM NATAL!
Que vos auguro, sentidamente, passeis nos já prestes dias
festivos, em feliz paz e familiar harmonia!
O soneto escrevi-o passam hoje 2 anos (2019), como adrede
natalícia prenda, se dessa arte aceite fôr, camaradas e Amigos!
Abraços de fraterna amizade, do coração dados.
Lêde então o soneto e, dele, dizei de vossa justiça.
(LMD, 17.12.21)
=====
SOMBRA RALA, QUE ME LEVANTA!
Tonto me sinto, zonzo, deveras combalido,
A voz fraca, tremida, distante, num sumiço.
Faço-me de forte, embora lasso, esmaecido
E , sim, quero dar-me apto, lúcido, decidido!
-
O coração urge, bate-se-me descompassado,
Em ritmo ora doído, ora cavalar, estonteado,
Nuns bruscos saltos inadvertidos de corrente
Às vezes furibunda, célere, a passo no restante.
-
A escrita sai-me baça, descolora-se-me turva
E passeia-se, andarilha sem dó, na penumbra
Que me escapa, íris azul-amarela densa e curva.
-
Que direi de mim, que me perturba e espanta?
Sinto-o, francamente sim, como negra sombra.
Curioso! Directa, rala, não consome, até levanta!
LMD, 17.12.19.
A TRAGEDIA DE BISSASSEMA - pela CCAÇ 2314
CCaç 2314 - Age Quod Agis
Memórias de uma guerra…
A TRAGÉDIA DE BISSÁSSEMA
Tínhamos acabado o treino operacional e a CCAÇ 2314 estava
em condições de rumar até Jabadá para assumir a sua área de responsabilidade.
O Furriel Fernando
Almeida, responsável logístico pela companhia, deslocara-se para aquele
aquartelamento a fim de preparar a ida da Companhia.
Enquanto isso, a Companhia iria participar numa operação
para instalar uma força que iria construir o aquartelamento na região da
Península de Bissassema, situada na margem sul do rio Geba em frente de Bissau.
Muito se tem dito sobre a "HISTÓRIA DE
BISSÁSSEMA".
Cada uma tem um fundo de verdade no relato desse fatídico mês e consoante a
vivência de cada um nessa ocorrência.
A história da Unidade da CCAÇ 2314 refere que “a Península
de Bissássema, se situava na região de Quinara, do lado oposto à cidade de
Bissau tendo o rio Geba de permeio, era uma região essencialmente rica em
arroz, cultivado nas extensas bolanhas que a rodeavam e onde o PAIGC se
movimentava com facilidade, controlava e recebia apoio logístico da população e
onde exercia intensa ação psicológica. Face à sua situação estratégica, tendo
em conta aquela, tornava-se necessário ocupar a região de modo a evitar possíveis
flagelações a Bissau e, por isso, subtrair ao PAIGC o controlo da região,
evitando o recrutamento de meios humanos e, também, o reabastecimento de
alimentos das suas bases naquele regulado. Era portanto, necessário instalar,
assim, uma força naquela região e a consequente construção de um
aquartelamento.”
O início de Bissássema ocorreu nos dias 31 de janeiro e 1 de
fevereiro, ao se ter realizado naquela região uma operação com a finalidade de
instalar essa força. A operação coube à
CCAÇ 2314 em conjunto com a CART 1743, reforçadas com elementos da CCS
do Bart 1914. Decorreu aparentemente, sem incidentes significativos e, no
local, foi deixada a força comandada pelo Alferes Milº. Rosa, com e seu pelotão
de europeus e mais 2 pelotões de milícias para guarnecer e controlar a região,
um de Tite e o outro de Jabadá.
No regresso a Tite, no dia 1 de Fevereiro, a CCAÇ 2314 teve
o primeiro contato com guerrilheiros do PAIGC e sofreu os dois primeiros
feridos, na região de Brandãozinho.
Pensou-se que ocupar Bissássema não seria assim tão fácil.
Tratava-se de uma tabanca de onde as forças do PAIGC tinham desaparecido sem
deixar rasto, mas, na madrugada do dia 3 de fevereiro, desencadeou um forte
ataque a Bissássema. Meia hora depois, o tiroteio parecia ter acabado. Foi
esperança de pouca dura, pois logo a seguir, começou um novo ataque. Poucas
horas depois, soube-se que a força do PAIGC entrou no dispositivo de defesa
lançando granadas e semeando o pânico. Em consequência da forte flagelação, o
PAIGC expulsou as forças existentes e fez como prisioneiros o Alferes António
Rosa e mais dois militares. Os restantes militares puseram-se em debandada para
salvar a vida. Na retirada ficaram desaparecidos um furriel e um sargento e
este, mais tarde, foi encontrado morto no rio Geba.
Nessa noite, estava em Tite o Conjunto João Paulo.
Diz a História da CCaç 2314: “Depois do ataque IN, em
030000FEV68, a BISSÁSSEMA, as posições das NT que se encontravam naquela
tabanca ficaram desguarnecidas. Encontrando-se esta C. CAÇ. em TITE, recebeu
ordem para se deslocar para BISSÁSSEMA a fim de socorrer as NT que se
encontravam nessa tabanca. Á chegada a BISSÁSSEMA, verificou-se que o IN já
havia retirado, apenas se encontravam na tabanca um pequeno número de elementos
da população. Foi dada ordem a esta Companhia para guarnecer BISSÁSSEMA a fim
de proteger a população.”
Eram três da manhã.
Face as informações sobre o ataque referido, um “pelotão de voluntários”, cujos
elementos mais tarde iriam constituir o grupo “Os Brutos”, incluindo um Pelotão
de nativos, “Os Boinas Verdes”, avançaram de imediato para Bissássema para se
inteirarem da situação e, principalmente, em reforço das forças ali
estacionadas. Entretanto, o resto do efetivo da CCAÇ 2314 preparou-se para se
dirigir também para aquela região, tendo encontrado a força inicial posicionada
nas imediações da tabanca, que aguardava o resto da companhia. Constata-se que
a enorme tabanca estava praticamente abandonada, sem militares, sem forças do
PAIGC e sem população. Contudo no percurso foram sabendo do que tinha
acontecido e o que ia observando, era evidente que a situação era extremamente
grave e imprevisível.
Face à situação, foram distribuídos setores de defesa aos
pelotões e ordenado que rapidamente fossem construídos abrigos e campos de
tiro. Mas isto não acabou por aqui, o PAICG não queria perder aquela posição
estratégica e a todo custo desenvolveu ações no sentido de recuperar a tabanca.
Assim, na noite do dia 4 e, após 4 horas, na madrugada do
dia 5 de fevereiro, desencadeou ações com armas de fogo com a finalidade de
experimentar e recolher informação sob o posicionamento dos militares ali
instalados em abrigos e valas construídos apressadamente. E 10 minutos antes da
meia-noite do mesmo dia 5 de fevereiro, desencadearem uma forte flagelação, que
apenas durou cerca de 25 minutos por, ao pretenderem tomar de assaltos as
nossas posições, sofreram consequências drásticas (baixas) o que os levou a
retirar. Mas no dia 9 de fevereiro, pela 1 da manhã, regressaram com muito mais
efetivos e melhor armamento, talvez comandado por Nino Vieira, com a vontade de
novo tomar de assalto, capturar e desalojar as posições defensivas da C. CAÇ.
2314. Conseguiram abrir uma brecha no dispositivo de defesa em consequência de
terem sido feridos 4 elementos de um abrigo e penetrado no interior do
dispositivo de defesa. Mas a forte reação das NT obrigou as forças do PAIGC a
retirar com pesadas baixas, deixadas no local, abandonando grande quantidade de
material de guerra e, apressadamente, transportaram grande quantidade de
feridos que sofreram no ataque. Finalmente, passados cerca de 15 dias, no dia
25 de fevereiro, o PAIGC voltou a desencadear mais uma ação violenta de
flagelação, agora com menor efetivo e armamento, tendo retirado, novamente, com
varias baixas.
Em face do falhanço na efetivação da instalação de um
aquartelamento e tendo em consideração os resultados que se registaram no
início, foi decidido abandonar a tabanca de Bissássema.
No dia 10 de março, procedesse à recolha de arroz, e ao reordenamento
das populações para seguirem para a região a norte de Tite. Por isso, foram
destruídas todas as moranças das tabancas, bem como os próprios abrigos que
tínhamos construído para a defesa de Bissássema. Nunca mais lá voltámos.
Mais tarde, precisamente três anos depois, em 15 de janeiro
de 1971, a CCAV 2765, com apoio de um destacamento de engenharia do BENG 447,
deram início às obras da construção do
quartel da nova tabanca de BISSÁSSEMA.
Em 12 de Novembro de 1971, a CCaç 3327 fez deslocar dois pelotões
para Bissássema onde foram substituir a CCav 2765. Para efeitos operacionais,
em Bissássema, a CCaç 3327/BII17 tinha adido os Pelotões de Milícias 294 e 295.
Para além da proteção das tabancas da sua zona a Companhia
tinha como missão principal a construção de 100 casas no reordenamento,
construir ainda uma escola, um furo artesiano, eletrificar o perímetro do
aquartelamento e uma Cooperativa Agrícola, entre outras iniciativas e ordens
recebidas.
Esta CCaç 3327/BII17 seria substituída em Bissássema pela
CArt 6252/Bart 6520/72, tendo cessado as suas funções no T.O. da Guiné no dia
14 de Dezembro de 1972.
Mais uma vez entendemos recordar e divulgar o sacrifício que
estes jovens militares portugueses tiveram no cumprimento do seu dever que,
embora lhes tenha sido imposto, o desempenharam com o sacrifício da própria
vida, para bem das populações autóctones e do País.
Na madrugada de 22 de novembro de 1970, no decurso da
operação “Mar Verde”, estes e outros os prisioneiros portugueses, no total de
26, foram libertados da prisão Montanha por um grupo de combate do Destacamento
de Fuzileiros Especiais (Africanos) n. 21, numa ação armada efetuada pelas
Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Conakry, sob o comando de Alpoim Galvão.
António Júlio Rosa, Alferes Miliciano, natural da Abrunhosa,
Mangualde, e mais dois seus militares, cabo cripto Geraldino Marques Contino e
soldado Victor Manuel Jesus Capitulo, da CArt. 1743, foram feitos prisioneiros,
na madrugada de 3 de Fevereiro de 1968, por forças do PAIGC.
Sobre essa noite fatídica de Bissássema no seu livro 'Memórias de um prisoneiro de
guerra", alferes miliciano António Júlio Rosa, entretanto falecido,
relata-nos:
"Seria
meia-noite, quando, quem estava já dormindo, e era o meu caso, foi despertado
violentamente!... Os 'turras' estavam a atacar!... Ouviam-se rebentamentos e
muitas rajadas. Era um fogo contínuo e feroz. O ataque tinha sido desencadeado,
a sul, no lado da mata... Estavam lá os africanos de Tite e alguns de Empada. O
tiroteio manteve-se muito intenso durante cerca de meia hora. Depois...
diminuiu até cessar completamente.
Quando o tiroteio acabou, ficámos convencidos de que o
ataque tinha sido repelido. Contactei o Maciel para darmos uma volta pelos
abrigos e ver se tudo estava bem. Deslocámo-nos até ao último abrigo do meu
pelotão, situado a uns cinquenta metros e verificámos que tudo estava normal.
Íamos prosseguir a nossa ronda para sabermos dos africanos,
quando, a uns cinquenta metros, se ouviu uma rajada de pistola-metralhadora. O
som parecia vir de dentro do nosso perímetro. Ficámos os dois perplexos porque
não tínhamos armas que “cantassem” assim!... Regressámos de imediato, à zona do
comando e alertámos para a possibilidade do inimigo se achar no meio das nossas
forças. Dentro do posto de comando encontrava-me eu, o Maciel, o Cardoso, o
Gomes e três operadores das transmissões. De repente, apareceu, transtornado, o
comandante da milícia de Tite. Só teve tempo de nos dizer que os ‘turras’
estavam dentro do perímetro e se dirigiam para o local onde nos encontrávamos.
Mal acabou de falar fomos atacados. Não deu sequer tempo para se tentar
encontrar uma solução!...
Rapidamente, procurámos sair para o exterior. Quando cheguei
à porta, seguido pelo Geraldino e pelo Capitulo, rebentou uma granada ofensiva
mesmo à nossa frente. Com o sopro da explosão fui empurrado para trás e não via
nada pois tinha os olhos cheios de terra. Com o estrondo, fiquei surdo!...
Foi uma sensação horrível!... Pensei que ia morrer!... Foi
impressão instantânea que passou em segundos. Entretanto, tive outra
sensação!... Tive o pressentimento que ia ser abatido!... Sinceramente fiquei
preparado para morrer!...
… Senti-me agarrado, ao mesmo tempo que alguém me socava,
violentamente, mas não sentia qualquer dor. Estava prisioneiro!... O Dino e o
Capitulo tiveram a mesma ‘sorte’!... Seriamos levados para Conakry…”
Sobre o assalto a Bissássema pelo PAIGC, segundo conta o
Contino: “2 dias após a chegada ao terreno, pouco minutos a faltarem para a
meia-noite, mais precisamente no dia 2 de Fevereiro de 1968, (sexta-feira), um
numeroso grupo IN, investiu em direção ao extenso e mal programado perímetro
das nossas tropas, pelo lado do pelotão das milícias. Estes não aguentando o
ímpeto do ataque, acabaram por abandonar os seus postos, permitindo abrir
brechas na defesa do terreno e possibilitar o cerco ao improvisado posto de
comando. A confusão surpreende as NT e, permite a captura dos europeus, o
Geraldino Marques Contino, o Alf. António Rosa e o Victor Capítulo.”
Ainda hoje, temos no nosso pensamento a visão dolorosa do
estado dos nossos camaradas em fuga para Tite, bem como as lágrimas que corriam
nas suas faces, os olhos cobertos de lama e a maioria descalços, ou mesmo nus,
parecendo figuras de filmes de terror, apenas com forças para agarrarem,
desesperadamente, a arma, a sua única salvação para manter a vida, quando em
redor somente havia a morte…
Sabe-se que esta intervenção, em Bissássema, foi um fracasso
para ambos os lados e que o PAIGC sempre ocultou no seu historial. Se pelo lado
português, para além dos prisioneiros e dois desaparecidos e feridos não se
conseguiu concretizar os objetivos propostos; para o lado do PAICG, o elevado
números de baixas, levou a que o PAIGC sempre escondesse as suas consequências
tendo, inclusivamente, ter sido considerado por alguns, como um dos maior
desaires que sofreu no seu movimento de libertação da Guiné.
Hoje podemos questionar-nos, será que valeu a pena o
sacrifício e a vidas destes jovens?…
Eles não merecem ser esquecidos, cumpriram com o seu dever
para com a Pátria!
Procurámos dar a conhecer o que viveram os militares da CCAÇ
2314, e completá-la o mais fiel possível com elementos de quem lá esteve de
modo a dar a conhecer o ocorrido. Socorremo-nos da História da Unidade, do
livro do saudoso Alferes Rosa e de relatos do libertado cabo Contino como é
referido no texto.
17 de Dezembro de 2021.
Cor. Pais Trabulo
sábado, 11 de dezembro de 2021
Bissassema e Nova Sintra
No Correio da Manhã de hoje, foi publicado o restante da entrevista dada anteriormente pelo furriel sapador de Minas e Armadilhas Domingos Monteiro, da CCS do BART 1914.
O nosso agradecimento ao Correio da Manhã e sua Jornalista
D. Manuela Guerreiro.
Voltamos a lembrar que os elementos da CART 1743, CART 1802
e CCAÇ 2314, podem também se assim o entenderem, dar testemunho das suas
vivências em terras da Guiné.
Obrigado Domingos Monteiro pela tua disponibilidade.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
NOVA SINTRA - GUINÉ
A construção do aquartelamento de Nova Sintra, na Península
de Gantangó, Guiné Portuguesa, teve início na madrugada de 6 de Maio de 1968.
A CCAÇ 2314 e a CART 1802 saiam de Tite e São João,
respetivamente, com destino à região de Nova Sintra, para a construção de um
aquartelamento. A CCAÇ 2314 atinge o objetivo, pelas 9 horas e 30 minutos e a
CART 1802, pelas 15 horas, com uma coluna de 17 viaturas carregadas de material
diverso necessário à sua construção, que ocorreu até 31 de maio.
Esta acção tinha tido inicio com trabalhos de abertura e
desmatação da estrada que ligava Tite a Nova Sintra, entre 17 de março e 4 de
Maio de 1968 e as operações de reconhecimento em 19, 23 e 30/31 de março.
Entretanto, em 1967, já o Comando do
Bart 1914 tinha feito uma tentativa da abertura do itinerário para Nova Sintra
que foi suspensa por dificuldades na obtenção de objetivos previstos.
A CCAÇ 2314, a 31 maio 1968, regressa a Tite, fazendo-se
acompanhar de 5 viaturas GMC, tendo atingido Tite pelas 9 horas, sem qualquer contato
com o IN e a Cart 1802 permaneceu em Nova Sintra.
Esta permanência em Nova Sintra foi bastante penosa quer
para a CCaç 2314 bem como para a CArt 1802, onde sofreram ataques ao
aquartelamento em 10MAI, com um morto soldado nativo e 10 feridos, a 12, 14 e
19 de Maio, sem consequências, e finalmente no dia 26 de Maio com um ferido.
Outras companhias se seguiram no melhoramento das condições
e defesa destas instalações, onde passaram sacrifícios e privações com ataques
frequentes do PAIGC que teimava em não permitir o controlo da área de Gantangó.
Assim, verificamos que no historial de Nova Sintra, consta:
- O aquartelamento foi construído pela CCAC 2314 e pela Cart
1802 entre 6 e 31 de Maio de 1968;
- A Cart 1802, ‘Os Pioneiros de Nova Sintra' permaneceram
depois até Outubro de 1968;
- A CArt 1743, esteve entre outubro de 1968 e Março de 1969;
- A CCav 2483, os ‘Cavaleiros de Nova Sintra', esteve entre
5 de Março de 1969 e Setembro de 1970;
- A CCav 2765, 'Pica na Burra', esteve entre Setembro de
1970 e 8 de Dezembro de 1970;
- A CArt 2771, os ‘Duros de Nova Sintra', entre 8 de
Dezembro de 1970 e 16 de Setembro de 1972;
- Finalmente, a 2ª CART do
BART 6520, permaneceu em Nova Sintra entre 16 de Setembro de 1972 e 17
de Julho de 1974, data em que entregou o aquartelamento ao PAIGC.
Desse dia, diz-nos Carlos Barros:
“Quando os guerrilheiros do PAIGC estavam perto do arame
farpado, portões das bananeiras, criou-se suspense de quem os iria receber. Os
furriéis Barros e Ferreira, desarmados e em calções, assumiram corajosamente
esse papel, e foram para junto do portão de acesso ao destacamento, onde os
guerrilheiros/as e a população afeta ao PAIGC entraram, conviveram connosco,
tiramos fotografias, jantaram, dormiram e afinal cheguei a uma conclusão: -
Eles e nós estávamos fartos da guerra e desejávamos a paz e, acima de tudo, a
libertação da Guiné”.
Diz-nos, também, que ajudou a oferecer livros e outras
lembranças, tendo sido para ele ‘um momento marcante da história da Guerra
Colonial, em Nova Sintra’.
Ajudou a arrear a bandeira portuguesa, mas o PAIGC não
hasteou a sua porque não tinha bandeira. Ficou com uma recordação dessa
bandeira portuguesa da qual guardou dois pedaços como lembrança da História
Real ou Virtual da Guerra. Bandeira que já estava em muito mau estado, diz ...
Uma das fotografias, publicada por José Pires, é um
documento histórico da entrega formal do quartel de Nova Sintra (BART 6520 de
Tite) ao PAIGC, em 17 de Julho de 1974, onde vemos o Alf. José Pires, o Ten.
Cor. Almeida Mira e o Cap. de Nova Sintra, pela parte portuguesa.
O Furriel Miliciano Carlos Barros, da 2ª. CART do BART 6520, relata-nos assim como foram os
últimos dias da presença portuguesa em Nova Sintra.
Este relato é ‘o princípio e o fim” de uma permanência feita
de sacrifícios, sangue, suor e lágrimas e até da própria morte, quer do lado
das Forcas Armadas Portuguesas, quer do PAIGC.
Nova Sintra estava situada na parte sul do Setor de Tite, na
Península de Gantangó, Quinara. Era uma
região abundante em cajueiros e mangueiros, onde se fazia o cruzamento da
estrada internacional que tinha início
no Enxudé, porto no rio Geba, e ligava Tite a Bolama por São João e
Fulacunda até Buba e Catió.
Presentemente, segundo informações, o local encontra-se
completamente abandonado e as instalações desaproveitadas cobertas pelo mato.
Gouveia, 6 de Maio de 2021.
Cor. JMPTrabulo — em Gouveia Municipality
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
Estatisticas das visitas ao blog
Estatística das visitas ao blog:
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Hoje - 98
Ontem - 259
Este mês – 1.537
Mês Anterior – 12.578
sábado, 4 de dezembro de 2021
Os filhos, dos nossos amigos já falecidos
OS FILHOS, DOS NOSSOS AMIGOS JÁ FALECIDOS:
Quando por vezes se revêm fotos do nosso tempo de guerra,
surgem na memória os filhos, dos nossos amigos já falecidos.
Como simpaticamente diz o João Heitor, são todos "primos":
O Gonçalo, filho do Arrabaça, da Nazaré
O João Heitor, filho do nosso amigo Heitor, de Ourém
A filha do Vitor Barros, de quem não sei o nome, da Marinha
Grande
A Carla Pinto, filha do Pintassilgo, de V.N.Gaia
A filha do nosso capitão Vicente, Évora
As filhas do Luis Filipe
As filhas do Alf. Rodrigues, Esmoriz
Filho do José Batista da Mota, de quem também não sei o
nome, mas com quem falei há tempos a pedir autorização para colocar uma placa
na campa do pai.
A filha Eunice e o filho Nuno, do Gentil, Vila Verde dos Francos
Filha do Marinho, de que não sei o nome, Lisboa
O filho do Traquino, idem idem, Algarve
O filho do Viana, de Pedras Rubras – também não sei o nome.
Antes dele morrer tinha falecido a filha, que o ajudou bastante a organizar o
almoço anual em Pedras Rubras
Para todos eles e suas famílias, e também para todos os
outros que por desconhecimento aqui não estão mencionados, a certeza de que não
esqueceremos os seus pais.
Para todos um Feliz Natal, com saúde.
São os votos dos amigos e companheiros de vossos pais.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Parabéns António Vieira Pinto
O nosso companheiro António Vieira Pinto da CCAÇ 2314,
completa hoje mais um aniversário.
Para ti companheiro o nosso abraço de parabéns e que contes
muitos mais com saúde, junto dos teus.Um forte abraço.
Leandro Guedes.
Doutor João Caldeira Heitor, completa hoje mais um aniversário
O João Caldeira Heitor, filho do nosso saudoso amigo Heitor, completa hoje mais um aniversário. Publicamos aqui um pequeno e lindo texto de sua filha:
"Parabéns pai!!❤️
Há 46 anos o mundo passou a ser um lugar melhor, um lugar
com mais vida.
Desde pequenina, sempre tive uma admiração pela pessoa que
és, um exemplo para mim.
Contigo passei os momentos mais marcantes da minha vida,
foste tu quem me levaste ao meu primeiro concerto (Xutos e Pontapés)…
O que sou hoje, é devido, à tua dedicação, ao teu carinho,
ao teu amor…
Estou aqui para ti, para sempre, amo-te mais do que tudo!
"
Parabéns João o nosso abraço com votos de muita saúde.
Leandro Guedes.
Elmiro Barbeiro - 2 livros publicados.
O Elmiro Barbeiro, esteve em Fulacunda durante os anos de 1970 a 1972. Fez parte da Companhia 2771 e do Batalhão 2924. Tem dois livros escritos, um deles faz referencia a Guiné. Quem estiver interessado deve contactá-lo pelo email indicado e sobre o preço também.
-
TESTEMUNHOS SOBRE A
LEITURA DO LIVRO : FRAGMENTOS DE VIDA
Tenho recebido vários testemunhos sobre o meu livro
Fragmentos de Vida.
Para conhecimento, dou-vos nota de um deles:
“Fiquei encantado com a surpresa. Mais um livro que fez vir
a lume uma interessante obra poética.
Consegue congregar em si mesmo duas veias de tendência
literária, prosando e poetando. É muito valorizável, pois se uma é cativante, a
outra é arrebatadora.
Vivências traduzidas em verso, neste seu novo livro de
poemas “FRAGMENTOS DE VIDA”, reproduzidas em verso, cada um deles constitui um
retorno ao passado. É o mito do “Eterno Retorno”.
Também este seu livro me transporta aos meus tempos de
“menino e moço” em que apenas se vive o presente, não cuidando do futuro. Tudo
é belo e maravilhoso e nem damos conta, e ainda bem, das contrariedades do
futuro.
Viver uma infância feliz e transportá-la para a dureza da
vida no percurso da mesma é notório e valorativo.
Recebi o livro na tarde de 6ª Feira passada. Não o li… fui
meditando em cada palavra, em cada verso, em cada estância, em cada poema.
Começando a leitura, vem o entusiasmo e só quando acabam as folhas a leitura
cessa. O livro, o seu conteúdo arrebata-nos e somos maquinalmente levados pelo
pensamento do autor.
Bom, leitura muito agradável, acompanhados de quadros vivos
de uma realidade que, sendo passada está sempre presente”
Muito boa noite meu caro Leandro Guedes
Conforme solicitado informo que já publiquei 2 livros, sendo
um de prosa e outro de poesia e a saber:
-CONVERSAS DE VIAGENS - Contos, Histórias e Poemas.
Relata algumas
passagens pela Guiné.
Preço: 13€ (Portes Incluidos)
Preço: 15€ (Portes incluídos)
Junto alguns testemunhos sobre os livros.
Se estiverem interessados podem pedir para o meu email:
elmiro.barbeiro@gmail.com.
Muito obrigado
Abraço
Elmiro Barbeiro
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
Memórias da Guerra
Recordações várias
Rapado do Facebook do Justo, a quem agradecemos.
Tantas recordações nestas fotos, tantos amigos que já
partiram. tantas horas difíceis aqui representadas.
Obrigado companheiro.
Aquele abraço.
Leandro Guedes.