Na verdade este almoço de Ovar, proporcionou a aparição de
grandes escritores, que infelizmente se ficaram pela rama, pois deixaram de
escrever. Este escrito logo após o almoço de Ovar, é mais uma prova desse valor escondido…
Esta historia romanceada , escrita pelo Pica Sinos tem um
fundo de verdade, mas na sua maior parte, pelo que sei e vi, é na verdade um
romance. Mas está bem escrito e é muito descritivo, imaginativo.
Aconteceu que o dito fumador de cachimbo, infelizmente já
falecido, solicitou por aerograma à sua namorada, o envio duma peça de roupa íntima
(dela), o mais íntima possível, para que ele se sentisse menos só…
E se ele foi rápido a pedir, mais rápida foi ela a enviar.
Daí para a frente, outro colega nosso, o Arrabaça, infelizmente também já falecido, e que contava
este episódio com muita graça rindo-se à gargalhada e fazendo rir, e ainda, o Abreu, o Rosas e o Ramos, faziam a cabeça em
água ao pobre namorado que se desfazia em carinhos com a sua (dela) peça de
roupa intima, passeando pela caserna.
Em momentos de grande aflição, quando os turras atacavam,
servia-lhe de amuleto e protecção.
Por motivos óbvios, não vou falar aqui nos nomes, mas quem
viveu de perto esta situação, sabe de quem se fala e o quanto tudo isto serviu
para momentos bem passados e descontraídos.
Este episódio para o comum dos mortais, não tem graça
nenhuma, mas para aqueles cento e tal homens, enfiados no mato, sempre à espera
da próxima hora, era delicioso e alegrava a mente.
Para os nossos amigos já falecidos, grandes protagonistas
destas cenas, a nossa saudade e o lamento profundo de que já não estejam perto
de nós.
Que estejam em Paz!.
Obrigado Pica Sinos, que pena escreveres tão pouco!
____________________________
A “PASSERELL” DA CUECA AINDA HOJE É RECORDADA
As coisas são como são, confesso que escrever sobre cuecas
não é a minha especialidade, mas, vem a intenção a propósito (e à memória),
resultante de uma conversa escutada abusivamente, diga-se, no passado Almoço
Convívio realizado em Ovar. Ou seja, segundo me apercebi, alguém dizia que em
Tite, na caserna dos furriéis, afortunados mirones, assistiram durante
considerável período de tempo, a ”passagens de langerie”, certames organizados
por um dos companheiros, não só no intuito do aprazimento, mas também para
instigar invejas aos que por perto sabia que o observavam. E não se pense que a
galhofa ficava só por aquele espaço, havia outros, também, ansiosos por saber o
que se “mirava” em tal pavilhão, mas azarados, só tinham direito aos
comentários produzidos na “ primeira página” no jornal da caserna. Dizem os
entendidos que a “roupa” íntima dos homens data desde a era das cavernas. O
couro era moldado como um triângulo, amarrado em redor do quadril e laçado por
fitas entre as pernas, voltando a ser amarradas novamente no quadril. Já no
século XII, com o desenvolvimento das novas tecnologias (armaduras), há época,
tal roupa, já moldada em faixas de linho, era usada como protecção contra o
metal que era áspero e mais tarde já não atada ao quadril, mas sim amarradas
abaixo dos joelhos. É certo que a moda feminina acompanhou sempre, até diria,
na vanguarda, a estilização “cuecal”, qual estorvados espartilhos do século
XIX. Hoje nem sequer e bem, as nalgas são protegidas/tapadas, mas passemos à
história em Tite. O nosso protagonista fumava cachimbo, certamente motivado
também pela nostalgia, lembrou-se de solicitar à então namorada o envio de umas
cuecas femininas, que compreensível e nada ofendida, satisfez tal pedido com e
da melhor confecção em seda e, de corte do mais sexy então existente. Diziam,
no almoço, então as más línguas, que era vê-lo encostar tal tecido à sua face
ou machucando-o nas mãos, ou ainda, ostentando tal ornamento tapando a boca e
nariz (qual bailarina de ventre) rindo disfarçadamente daqueles que sabia que o
miravam, imaginando certamente, que os vértices das divisas amarelas da classe
dos sargentos, colocadas nos ombros, passam a linha recta mais parecendo as
divisas da classe dos alferes.
Pica Sinos “
Sem comentários:
Enviar um comentário