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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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quarta-feira, 31 de março de 2010

O Hipólito já não é info-excluido...

Estou, progressivamente, rendido às virtualidades da internet . . . E, sobretudo, agradecido pelos conselhos que, por essa via, recebo e que, sem pestanejar, procuro seguir à risca. Um deles, o conselho para manter a forma física e elevar a auto-estima, difundido pelo Guedes no blog, veio a calhar. Para atingir esse desiderato, há 15 dias, aventurei-me na ciclópica tarefa de podar as únicas três pequenas árvores de “kiwis” do m/quintal. Arte em que, não é para me “gabar”, até porque um homem nunca-gaba outro, sou, sem réstea de dúvida, um exímio e afiançado intérprete. Mas, tarefa árdua e desgastante, a ponto de, por este andar, precisar de outros 15 dias, ou mais, para terminar tal tarefa, apesar da minha inata propensão para o trabalho. Paralelamente, culturalmente falando, usufruo das dicas do Pica, Justo e Guedes, e aproveito, no WC, todas as manhãs, para me deliciar com a melíflua leitura da cartilha de higiene militar de 1912 (este 1912, não confundir com a celebérrima obra musical). Por falar em música, antes que me “alembre” da malograda caldeirada, me abespinhe e me dê o badagaio - o falacioso contador do blog indica já 60 000 e muitas visitas -, mudemos de assunto. Inês é morta, ao que tudo leva a crer. Porém, Se dúvidas subsistiam, dissiparam-se. Confirma-se, na íntegra, o que aventei no último comentário, sobre o ataque à tabanca do Monte Fialho. Qual agente infiltrado, apanhei, aquela maltosa de Lisboa e arredores, com a boca na botija, num ensaio sectorial do coro do n/blog, enquanto saboreavam um peixinho do rio Sorraia (meia dieta), numa tasca do Pragal. E lá estavam os barítonos, os tenores, vulgo kanta-kucos (Pica, Botas, Carlos Azevedo, Justo, Palma, ora reforçados pelo voz do Contino), e os sopranos, ditos peso-pesados (Zé Manel e Contige), estes ainda desfalcados do Mestre e Ramos, por mor do que, a melodia do pum . . . pum . . . pum/pum, estava, nesse dia, a sair um tanto cacofoneira. Estou para ver e ouvir (talvez, só em gravação), a 27 próximo, o ensaio geral agendado para o Monte Fialho, aí, já, com a orquestra completa e afinada. E, a talho de foice, informaram-me de que vão ensaiar também para cantar na missa, se a houver, do nosso convívio. Abraço do Hipólito ------------------------------ Amigos O Hipólito tem vindo a construir mensagens no nosso blog de grande apreço. É assim que eu penso e, incentivo, outros a seguirem o seu exemplo.. Mesmo aqueles que nada escrevem mas criticam, de forma por vezes, pouco simpática, não devem ficar por aí. Pois quem diz que ...têm a memória curta..... decerto poderão acrescentar algo eventualmente esquecido nos textos publicados. Mas deixemos isso para dizer que o último comentário do Hipólito deu-me uma ideia: Porque não pedirem a musica que preferem ver "girar" no Blog? é só pedir companheiros a mim facilitam a tarefa de andar a escolher. Tenham uma boa noite E Todos a Penafiel Pica Sinos

Joaquim Caldeira - da CCAÇ 2314

Recebemos este email do ex-furriel Caldeira da CCAÇ 2314. Visitem a sua folha pois vão lá encontrar histórias, lugares e fotografias que a todos nós são familiares. O seu endereço electronico vai passar a fazer parte da nossa lista de SITES INTERESSANTES. (não pode ser nos blogs porque não tem endereço próprio) ----------------------------------- "Vivam. Sou o ex furriel Caldeira, da C. Caç 2314. Parabéns pela v/folha. Podem, querendo, ver as minhas memórias em: http://ccac2314.spaces.live.com/default.aspx Tem alguma semelhanças. Um abraço, Joaquim Nunes Caldeira"

Uma Páscoa para meditar - muito feliz!

Passagem Páscoa? Quantas já comemoramos e passamos? - Passamos, não mudamos passou o feriadão passou a festa passou o jejum passou a penitência passou o encontro passou a mensagem passou a “passagem”... - Passamos, não mudamos não passou a escuridão não passou a guerra não passou o ódio não passou a injustiça não passou a ganância não passou o individualismo não passou o pecado... - Passamos, não mudamos Apenas molhamos os pés nas águas do Mar Vermelho Mas, fomos medrosos e impotentes Para chegarmos ao deserto... Oh! não comemos do maná!; Assistimos chorosos Ao drama do Calvário Mas, não tivemos coragem De defender o injustiçado; Discursamos vibrantemente Sobre a miséria social Sobre a cruz cruel Mas, “lavamos as mãos”; Adoramos Jesus, o Cristo Mas, não entramos no sepulcro Das nossas próprias fraquezas Para enterrarmos nossas vaidades E, humildemente, nos re-erguermos Irmanados a outros tantos Desconhecidos e decaídos; Vibramos com a Ressurreição Cantamos alegremente o Aleluia! Mas, os nossos lábios Irônica e criticamente Ainda expressam: “crucifica-o”... - Passamos, não mudamos... de Miguel José da Silva --------------------------------- Para todos vós os nossos votos de Feliz Páscoa Com um abraço. .

terça-feira, 30 de março de 2010

MESTRE LUIS FILIPE E SUAS MARIONETAS.

MESTRE FILIPE E AS SUAS MARIONETAS terça-feira, 2 de Março de 2010 Espectáculo "O Soldadinho de Chumbo" na Biblioteca de Torres Vedras Fotos do espectáculo “O Soldadinho de Chumbo”, realizado na Biblioteca Municipal de Torres Vedras PELAS FILHAS DO NOSSO SAUDOSO AMIGO LUIS FILIPE e integrado no programa das Comemorações do Centenário Nacional da Implantação da Republica. ---------------------------------- Infelizmente só hoje soube que as filhas do nosso saudoso companheiro Luis Filipe, estiveram em Torres a realizar este espectáculo. Tive pena de não as conhecer.

Eis o resumo do espectáculo:

"O Tesouro" ideal para as Comemorações do Centenário Nacional da Implantação da Republica Espectáculo “ O Tesouro” de Manuel Antº Pina em cena todo o ano ideal para as Comemorações do Centenário Nacional da Implantação da Republica, sendo também um texto aconselhado pelo Projecto Ler+. É percebendo o passado que entendemos o presente…esta peça relata de uma forma transparente e directa um período difícil da Republica (da ditadura à democracia). « 3 de Junho de 1926 – o nosso Pais passa a ser governado em Ditadura, pois forma governo sem nomeação pelo Presidente da Republica e sem o Parlamento estar reunido. A Ditadura prolongar-se-ia até ao 25 de Abril de 1974. » Acreditamos que as coisas NÃO acontecem por acaso, nem sozinhas…todos nós somos e devemos assumir a responsabilidade do caminho que segue a politica do nosso Pais. Esta peça é só uma gota de água… Esta peça é uma mais valia para a cultura do nosso Paìs, transformando-se numa iniciação à Politica junto dos mais novos, consciencializando-os da importância da participação activa em todos os assuntos do pais e do voto, meio principal de acesso e postura frente a uma Republica Democrática. Sendo um espectáculo realizado em Livros Bidimencionais e de um autor Português ele é também um trunfo de sensibilização à leitura. 100 Anos de Republica, num País construído e conquistado por “Reinados”… Um Reina, outro Governa, o Povo Ordena… Mas para ordenar é preciso Saber! Para saber, é preciso Aprender! Para aprender, é preciso Ensinar. Estreado em 2006, este espectáculo tem um grande impacto junto do público em geral, como no publico mais jovem (escolas). Espectáculo para a educação à cidadania. Um resumo lúdico e pedagógico sobre a liberdade, o antes e o depois, a tristeza e o medo, a luta e finalmente a LIBERDADE… Esta peça, contemporânea e verídica, foi baseada numa pesquisa rigorosa de músicas, poemas, diálogos, comunicados, vestuário, arquitectura, registos e memórias do povo. "

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Na revista mensal da Camara Municipal de Torres Vedras, vem também a seguinte noticia sobre este espectáculo de Mestre Luis Filipe e suas marionetas:

(clicar na imagem para ver em ponto grande)

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Guiné-Bissau - dois textos da Wikipédia.

O período colonial Os rios da Guiné e as ilhas de Cabo Verde estiveram dentre as primeiras regiões da África a serem exploradas pelos portugueses. O navegador português Álvaro Fernandes chegou à Guiné em 14466 (Nuno Tristão segundo outras fontes) e reclamou a posse do território, porém, poucas feitorias de comércio foram estabelecidas antes de 1600. A ocupação do território pela Coroa portuguesa só se deu sob a Dinastia Filipina, com a fundação da vila de Cacheu (1588) sujeita administrativamente ao arquipélago de Cabo Verde. No mesmo contexto, foi estabelecida, em 1630, a Capitania-Geral da Guiné Portuguesa para a administração do território. Após a Restauração Portuguesa (1640), foi retomado o povoamento na região, tendo-se fundado as povoações de Farim e Ziguinchor. A irradiação da colonização portuguesa fez-se a partir da foz dos rios Casamansa, Cacheu, Geba e Buda. Durante séculos a região constituiu-se em um ponto estratégico para o comércio de escravos. Em finais do século XVII edificou-se a fortaleza de Bissau, período em que os franceses começavam a afirmar a sua presença na região. Em 1753 foi restabelecida a Capitania de Bissau. Em 1879 procedeu-se a separação administrativa de Cabo Verde, constituindo-se a Guiné Portuguesa. Pouco mais tarde, no contexto do Congresso de Berlim (1884-1885), diante do retalhamento da África pelas potências coloniais européias, a Guiné-Bissau, agora com as suas fronteiras delineadas, é confirmada a Portugal. Entretanto, as subsequentes tentativas de ocupação e colonização portuguesas não se fizeram sem resistência das populações locais. A última delas ocorreu em 1936 com a revolta dos bijagós de Canhabaque. A luta pela independência Durante três séculos a região constituiu a colónia da Guiné Portuguesa. Em 1951, a Guiné-Bissau mudou de estatuto, tornando-se numa Província Ultramarina de Portugal. Em 1956, intelectual guineense Amílcar Cabral, que estava no exílio em Conacri, e mais cinco correligionários fundaram o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Em 1963, face à intransigência de Portugal quanto à independência, com o apoio de outros países, o PAIGC iniciou a luta armada de guerrilha, visando pôr termo ao colonialismo português. A guerrilha do PAIGC consolidou o seu domínio do território em 1973, mas, no mesmo ano, Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri, tendo sido substituído pelo irmão Luís de Almeida Cabral. A independência, declarada unilateralmente a 24 de setembro de 1973, chegou com a Revolução dos Cravos em Portugal (1974). A 10 de setembro de 1974, a Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa na África a ter reconhecida a sua independência, constituindo-se na República da Guiné-Bissau. O governo de partido único do PAIGC Luís Cabral foi empossado como o primeiro presidente da República da Guiné-Bissau, instituindo-se um governo de partido único de orientação marxista controlado pelo PAIGC e favorável à fusão com a também ex-colónia de Cabo Verde. O seu governo enfrentou sérias dificuldades que chegaram a provocar a escassez de alimentos no país. Luís Cabral foi deposto em 1980 por um golpe de estado militar conduzido por João Bernardo "Nino" Vieira que assumiu a liderança do PAIGC, instituindo um regime autoritário. Com o golpe, a ala cabo-verdiana do PAIGC se separou da ala guineense do partido, o que fez malograr o projeto de fusão política entre Guiné-Bissau e Cabo Verde. Ambos os países romperam relações, que somente seriam reatadas em 1982. O país foi controlado por um conselho revolucionário até 1984, ano em que Guiné-Bissau ganhou sua actual Constituição. Nesse período, todas as alas de extrema-esquerda do PAIGC foram dissolvidas. A transição democrática A transição democrática iniciou-se em 1990. Em maio de 1991, o PAIGC deixou de ser o partido único com a adoção do pluripartidarismo. As primeiras eleições multipartidárias tiveram lugar em 1994. Na ocasião, o PAIGC obteve maioria na Assembléia Nacional Popular e João Bernardo Vieira foi eleito presidente da República. Guerra civil e instabilidade política Em junho de 1998, uma insurreição militar liderada pelo general Ansumane Mané, conduziu à deposição do presidente Vieira e a uma sangrenta guerra civil. Mais de 3 mil estrangeiros fugiram do país. O conflito somente se encerrou em maio de 1999, quando Ansumane Mané entregou a presidência provisória do país ao líder do PAICG, Malam Bacai Sanhá, que convocou eleições gerais. Em 2000 realizaram-se as eleições e Kumba Yalá, do Partido da Renovação Social (PRS), foi eleito, derrotando Sanhá com 72% dos votos. Yalá formou um governo de coalizão entre o PRS e a Resistência da Guiné-Bissau/Movimento Bafatá. Em novembro de 2000 Ansumane Mané foi morto por tropas oficiais em uma fracassada tentativa de golpe. Em setembro de 2003 teve lugar um novo golpe encabeçado pelo general Veríssimo Correia Seabra, durante o qual os militares prenderam Kumba Yalá por ser "incapaz de resolver os problemas" do país. Henrique Rosa foi colocado como presidente provisório até às novas eleições. Em março de 2004 o PAIGC venceu as eleições na Assembléia Nacional ficando com 45 das 100 cadeiras em disputa. O PRS, segundo mais votado, obteve 35 cadeiras. O líder do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, foi indicado como primeiro-ministro. Em outubro de 2005 João Bernardo Vieira foi reconduzido à presidência, mas não completou o seu mandato por ter sido assassinado no dia 2 de Março de 2009. Nas eleições presidenciais de 28 de junho de 2009, Malam Bacai Sanhá foi o vencedor com 63% dos votos. --------------------------------------------- Guiné Portuguesa A Guiné Portuguesa era o nome da actual Guiné-Bissau enquanto colónia portuguesa entre 1446 e 10 de Setembro de 1974. Embora Portugal tivesse reclamado o território quatro anos antes, foi o explorador Nuno Tristão pela costa da África Ocidental em busca das fontes do ouro, escravos e outros bens de valor, que chegavam à Europa muito lentamente, via terrestre. Chegou à Guiné em 1450. A Guiné-Bissau fazia parte do Império Sahel, e as tribos locais comercializavam sal e cultivavam o arroz. Com a ajuda de tribos locais cerca de 1600, os Portugueses, bem como outras potências europeias, como os Franceses, Britânicos e Suecos, montaram os alicerces para o tráfico negreiro. A feitoria de Cacheu, junto ao rio do mesmo nome, foi um dos maiores mercados africanos durante vários anos. Com a abolição da escravatura, no final do século XIX, o comércio de escravos caiu em forte declínio, embora restassem alguns focos clandestinos. Bissau, fundada em 1700, tornou-se a capital da Guiné Portuguesa. Com o evoluir das conquistas em África, Portugal perdeu uma grande parte do território para a França (que se tornaria, mais tarde, no actual país da Guiné), incluindo a próspera área do rio Casamansa, que era um grande centro comercial para a colónia. O Reino Unido tentou apoderar-se de Bolama, o que resultaria numa grande disputa entre os dois seculares aliados, quase tornando-se em guerra, cuja resolução muito se deveu a António José de Ávila (recompensado pelo feito com o título de Duque de Ávila e Bolama), o qual, recorrendo à intervenção do presidente norte-americano Ulysses S. Grant, que intercedeu a favor de Portugal, conseguiu assegurar para a Coroa Portuguesa a posse de Bolama. Bandeira da Companhia da Guiné, que recolhia escravos pela costa da Guiné durante o século XVI. A Guiné era administrada como uma colónia das ilhas de Cabo Verde até 1879, altura em que foi separada das ilhas, para passar a ser governada autonomamente. Na viragem para o século XX, Portugal iniciou uma campanha contra as tribos animistas, com o auxílio das populações islâmicas costeiras. Isto iria desencadear uma luta constante pelo controlo do interior e arquipélagos mais distantes. Não seria antes de 1936 que o controlo das ilhas Bijagós estaria assegurado na totalidade para Portugal. Em 1951, quando Portugal reformou o sistema colonial, todas as colónias portuguesas se passaram a designar províncias ultramarinas. A luta pela independência iniciou-se em 1956, quando Amílcar Cabral formou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que se manteve relativamente pacífico até 1961, altura em que estalava a Guerra do Ultramar, declarando a província ultramarina como independente e alterando o seu nome para Guiné-Bissau (para a distinguir da vizinha República da Guiné). A Guiné foi, talvez, o conflito mais complicado para Portugal em termos bélicos e, com o decorrer da guerra, a derrota portuguesa avizinhava-se. Porém, com o golpe de estado do 25 de Abril de 1974, Portugal iniciou as negociações com o PAIGC para a descolonização. Com o assassínio do seu irmão em 1973, Luís Cabral tornou-se no primeiro presidente da Guiné-Bissau imediatamente a declaração da independência a 10 de Setembro de 1974.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Ir de autocarro para Penafiel ???

desenho, simpatia do blog sorrisosebocas
Companheiros Acerca da possibilidade de se alugar um autocarro para o pessoal da zona sul ir ao almoço em Penafiel, no próximo dia 8 de Maio, a situação é a seguinte:
  • Um autocarro de 16 lugares da INALVA, custa 600 €uros,
  • A dividir por 16 pessoas dá 37,50 €uros a cada um.
  • A partida será às 6:30 da manhã, da gare do Oriente em Lisboa, para poder receber a malta que venha do lado de lá do rio.
  • Vem depois pela A 8, recolhendo alguns possiveis interessados. E segue para Penafiel. O motorista come connosco
  • O regresso será às 17 horas, fazendo o trajecto inverso.
  • Se por acaso houvesse mais gente interessada então eles têm autocarros com 24 ou 31 lugares.
  • Temos que confirmar com a INALVA até 15 de Abril
  • E temos que pagar até 30 de Abril.
  • Há esta hipótese. Isto é apenas um orçamento da INALVA. E só o confirmo com o pagamento antecipado no caso de estarem interessados.

Devem fazê-lo por email para

leandro.guedes@netcabo.pt

ou pelo telemovel

931 620 336.

No caso de quererem ir de comboio:

  • como sabem se forem no Alfa ou intercidades, para aqueles que têm mais de 65 anos, com apresentação do bilhete de identidade, pagam apenas 50% do valor do bilhete, seja em 1ª. ou 2ª., ficando mais barato que ir de autocarro
  • O comboio sai às 7 horas do Oriente, chega ao Porto às 10 horas, apanham depois comboio em Campanhã para Penafiel onde chega por voltas das 11 horas e pouco.

Fico a aguardar noticias dos interessados.

Abraços.

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domingo, 28 de março de 2010

Uma noticia triste

Amigos Nem sempre temos noticias agradaveis para transmitir. E esta é uma delas. O Hipólito recebeu a seguinte mensagem da viúva do nosso companheiro MANUEL RUI GONÇALVES PINTO. Boa tarde senhor Hipolito Em resposta a sua carta para o convite de almoço ao meu esposo, tenho a lamentar que o meu esposo não se encontra entre nós. Agradecendo a mesma carta por se lembrar dele meu esposo - Manuel Rui Gonçalves Pinto. Sem outro assunto :desejo que tudo corra pelo melhor para os companheiros dele. Ana Pinto

Cartilha de Higiene Militar - de 1912

Companheiros Trago-vos hoje mais alguns excertos deste interessante documento. Chamo a vossa atenção para o pormenor das indicações que são referenciadas para o tratamento da boca e respectivo mau "bafo", cabelo, calos, joanetes, unhas, partes, etc. Vale a pena ler. A certa altura é aconselhado que os soldados devem tomar banho no corpo todo, pelo menos uma vez de quinze em quinze dias... (Para aumentar o tamanho basta clicar em cada uma das folhas) Um abraço.
. continua.

sábado, 27 de março de 2010

Atenção à mudança da hora...

"Muda a Hora, não se esqueçam!" Hipólito .

quinta-feira, 25 de março de 2010

A ÚLTIMA JANGADA NO RIO CORUBAL

Jornal “O Publico” O episódio mais mortífero do lado português da guerra colonial na Guiné A última jangada no rio Corubal 25.03.2010 - 18:50 Por Teresa Firmino, em Cheche As águas tranquilas do Corubal em nada deixam transparecer a tragédia de 1969. Aqui viveu-se o episódio mais mortífero do lado português da guerra colonial na Guiné, um naufrágio e não um confronto militar. Meia centena de homens morreu e os poucos corpos resgatados ficaram numa vala algures nas margens. Agora, uma equipa de militares e antropólogos foi à procura da vala. Acreditam que localizaram uma vala comum, nas margens verdes do rio Corubal, que guarda há 41 anos os ossos de militares portugueses ali naufragados durante a guerra colonial, e é atrás dessa pista que três jipes deixam a capital da Guiné-Bissau. Esperam todos que a viagem marque a descoberta daqueles que ficaram tantos anos para trás.
Quase quatro horas de caminho, de Bissau a Gabú, a antiga Nova Lamego, por uma estrada de alcatrão e um calor seco, forte. Pela berma, sucedem-se campos de arroz, plantações de caju, vacas, burros anões a puxar carroças, sacos de carvão à venda, tijolos de barro a secar ao sol, feixes de lenha, mesquitas, termiteiras com as suas pirâmides de terra gigantes, uma paisagem plana sem fim, seca e arborizada, povoações tradicionais com cubatas, as casas redondas feitas de paredes de terra e telhados de colmo, mulheres a caminhar pela estrada com o que calha à cabeça ou a bombear água dos poços, homens que conversam à sombra de árvores, crianças que brincam, gente que se move em bicicletas ou nos toca-toca, as carrinhas azuis e amarelas de transporte colectivo onde não cabe nem mais um alfinete, pequenas lareiras na rua ao entardecer. E sucedem-se cidades, como Bafatá, a terra natal de Amílcar Cabral, com dois monumentos ao líder histórico da Guiné e a casa de pedra onde nasceu, na parte mais portuguesa, abandonada e a convidar qualquer um a entrar pelas portas degradadas. Entremos por instantes. As paredes claras, despidas por completo e que noutras circunstâncias albergariam um museu, abrigam um intruso que se refugiou num colchão estendido no chão; e através daquelas portadas altas entrevê-se o largo onde um Amílcar Cabral terá brincado em criança.
Como será o Corubal agora, rio trágico para os portugueses?
Testemunho local
Uma tarde inteira nisto e Gabú, uma das principais cidades da Guiné, a cerca de 200 quilómetros de Bissau, surge ao entardecer aos viajantes, corpos moídos pelo calor. Tem aquele caos africano. Ruas esburacadas, lixo amontoado em qualquer canto ou mesmo no meio das estradas, barracas onde se vende todo o tipo de produtos, de relógios a sabão, laranjas ou amendoins. "Aqui vende-se bibida fresca e sumu", escreveram numa parede. Mulheres que percorrem as ruas, cada uma exibindo um vestido mais colorido do que a outra; e na antiga estação portuguesa dos correios, já sem todas as letras da sigla CTT, vislumbram-se os traços de um passado, 36 anos após a saída de Portugal da Guiné. Luz eléctrica, só nos sítios com gerador próprio e o resto é uma cidade às escuras, iluminada só pelo luar, tal como a capital.
Mussa Djaló, da etnia fula, vive aqui. Amanhã ele vai juntar-se aos viajantes portugueses, numa missão da Liga dos Combatentes, chefiada pelo major-general Fernando Aguda e acompanhada pela equipa de antropólogos forenses de Eugénia Cunha, da Universidade de Coimbra e colaboradora do Instituto Nacional de Medicina Legal. A partida para a última etapa da viagem, 40 quilómetros de Gabú a Cheche, a aldeia mais próxima do local do naufrágio, faz-se bem cedo, ainda o dia não clareou.
Terá chegado o momento ansiado por muitos, quer militares que estiveram em África, quer familiares dos que morreram? Estarão certas as pistas para a localização da vala comum e os restos mortais repousam realmente no local previamente identificado? Ajudará a missão, a primeira a procurar os mortos de Cheche, a sarar mágoas antigas ou acicatará os críticos destas missões?
De cabeça toda rapada, Mussa Djaló mantém o ar franzino aos 60 e tal anos. Na guerra colonial, integrou as Forças Armadas portuguesas: pertencia à companhia de Caçadores 5, em Nova Lamego, que tinha pelotões perto de Cheche, em Canjadude. Era aqui que estava destacado quando diz que viu o que viu nas margens do Corubal, fez em Fevereiro 41 anos.
Naquele dia caçava na floresta, entre Canjadude e a margem norte (ou direita) do rio. Cheche fica do lado de lá, logo atrás da vegetação. "Vim caçar para comer. Búfalo, antílope, gazela...", diz num português que, com esforço, se compreende. "
Já tinha ouvido falar do acidente."
O desastre de Cheche
O acidente, dez dias a duas semanas antes dos eventos que Mussa Djaló iria testemunhar, é dos episódios mais marcantes do lado português da guerra colonial na Guiné.
O então brigadeiro António de Spínola, chegado à Guiné em 1968 como novo governador e comandante-chefe, decidiu avançar na estratégia de retirar as tropas do Leste do país, pouco povoado e, no seu entender, com pouco para defender. Para a retirada do quartel de Madina do Boé, uma tabanca, ou aldeia, com pouco mais de meia dúzia de cubatas, perto da fronteira com a Guiné-Conacri e constantemente sob ataque do PAIGC de Amílcar Cabral, foi desencadeada a operação "Mabecos Bravios" (cães selvagens).
Era a companhia de Caçadores 1790 que estava em retirada de Madina do Boé, e homens de outras companhias tinham vindo em apoio desta grande operação. Tropas, viaturas e todo o material de guerra percorreram os 22 quilómetros da picada entre Madina do Boé e Cheche, já na margem do rio.
Chegados ali, começaram a transpor os 200 metros de uma margem à outra em duas jangadas, na tarde de 5 de Fevereiro de 1969. Fizeram-no vezes sem conta, passando 28 viaturas pesadas, mais 100 toneladas de munições e equipamentos, três auto-metralhadoras Daimler e cerca de 500 homens. Ao início da manhã de 6 de Fevereiro, só restava na margem sul um grupo de homens: dois pelotões da companhia de apoio 2405, outros dois da que estava em retirada. Seriam 100 a 120 homens.
Entraram todos na mesma jangada, que passou a levar o dobro da sua capacidade de segurança. A meio do rio, a jangada adornou para um lado e atirou vários homens à água, balançou para o outro e cuspiu outros tantos. Carregados com a espingarda, a cartucheira à cintura, as botas, muitos afundaram-se como pregos no rio, pacífico na estação seca, de Novembro a Maio. Sem gritos, sem esbracejares. Naquele momento, a dimensão do acidente passou despercebida.
Só quando a jangada chegou à outra margem se percebeu a tragédia. Faltavam cerca de 50 homens (quase todos da metrópole). Este acontecimento ficou conhecido como o desastre de Cheche.
Quando a coluna em retirada tinha alcançado Cheche, antes da travessia do rio, os homens da companhia 1790 devem ter sentido alívio. Tinham aguentado 13 meses debaixo de fogo dos independentistas do PAIGC, que se escondia nas colinas em redor de Madina do Boé, e todos tinham escapado com vida. No fim dos 22 quilómetros de estrada de terra, que nos dias actuais, pedregosa, aos solavancos, consome hora e meia de viagem, Cheche significava o adeus a um pesadelo. Na época das chuvas, a estrada ficava intransitável, pelo que só de avião podia abastecer-se o quartel, agora pouco mais do que umas paredes em ruína.
Ainda hoje na aldeia de Cheche as casas são quase todas tradicionais e habitadas por famílias alargadas e não falta um campo de futebol, que se resume às balizas de paus num descampado. Entre os 300 habitantes, da etnia fula, encontram-se alguns que se viram no meio dos acontecimentos de 6 de Fevereiro de 1969. Alfa Umaro Djaló, muçulmano com três mulheres, nove filhos, seis netos, era soldado do Exército português em Madina do Boé. Na retirada, ia à frente a picar o terreno, não fosse haver minas, e na travessia do Corubal seguia na última jangada. Caiu à água. "Isso não vai apagar-se da memória. Morreram cinco africanos." Quando se senta com os filhos e os netos à noite, às vezes falam daquele momento: "Os netos reclamam por que não fui a Lisboa buscar os meus direitos. Não temos meios para ir." Os direitos ambicionados são uma pensão por ter combatido por Portugal.
Também Mamadu Bari, outro habitante de Cheche, conta como enfrentou o Corubal naquele dia. Tal como Alfa Umaro Djaló, foi atirado ao rio. "Faltou pouco para morrer. Despi a roupa e nadei." Ironia da vida: tornou-se depois jangadeiro de profissão na travessia do Corubal, mas há cerca de uma década, como atestam os calos, que vive do cultivo de arroz e milho.
Cerca de duas semanas depois do acidente, fuzileiros e mergulhadores da Marinha organizaram uma operação de recolha dos corpos, já em estado avançado de decomposição. Muitos tinham desaparecido. Na série de documentários A Guerra - Colonial, do Ultramar, de Libertação, de Joaquim Furtado, podem ver-se imagens aéreas de alguns corpos a boiar, recolhidas pelo então tenente (agora general) José Nico, piloto da Força Aérea. Joaquim Furtado relata que os corpos recuperados foram sepultados nas margens do rio, com as honras militares próprias. Antes, o jornalista mostrou imagens dos sobreviventes na jangada, também recolhidas por José Nico, e alguns dos companheiros nas margens a tentar ajudá-los.
Aquela jangada, um estrado de madeira assente em canoas e bidões de gasóleo vazios, era puxada por um pequeno barco com motor fora de borda. E agora, como se fará a travessia?
No dia em que Mussa Djaló caçava, a sede conduziu-o até ao Corubal e foi então que se deparou com a operação de recolha dos corpos. "Eu vi e não disse nada." O que diz ter visto foi um buraco perto da margem norte e um helicóptero a transportar os corpos até um descampado.
Há uns meses, Mussa Djaló e a Liga dos Combatentes cruzaram-se em Gabú. Mal souberam que a Liga andava no terreno, a palavra foi passada entre os antigos soldados guineenses das Forças Armadas portuguesas, que têm uma associação na Guiné. Eles aparecem e prestam informações, que podem ajudar a localizar os restos mortais de militares portugueses espalhados pela Guiné, para identificação e concentração no cemitério de Bissau (nas quatro intervenções anteriores, iniciadas em 2008, exumaram-se 50 combatentes da metrópole, nove dos quais foram trasladados para Portugal por vontade das famílias). Em Novembro do ano passado, Mussa Djaló levou o general Fernando Aguda, vice-presidente da Liga, e os tenentes-coronéis Álvaro Diogo e Carlos Correia, da mesma instituição, até ao local onde afirma ter visto a vala em Fevereiro de 1969.
Com eles ia o geofísico Hélder Tareco, da Universidade de Aveiro, que entrou em acção com a sua máquina de prospecção do subsolo. Precisamente no sítio indicado por Mussa Djaló, o geo-radar de Hélder Tareco sugeria uma diferença de densidade no solo, compatível com terra remexida e a presença de ossos. Portanto, os testemunhos locais e a prospecção geofísica coincidiam: ali deveriam estar sepultados alguns dos náufragos do desastre de Cheche. As coordenadas geográficas referidas num relatório da Marinha, consultado pela Liga, apontavam igualmente para aquela zona.
Quatro décadas depois, continua a existir uma jangada em frente a Cheche. É agora moderna, tem motor próprio e serve para a travessia de carros apenas. O resto, pessoas, bicicletas, motas, vai de piroga, e há várias. Imperturbável, o Corubal é tranquilo nesta época do ano, a mesma do acidente, e a água, um tanto esverdeada, é ladeada por margens íngremes cobertas por árvores e vegetação densa. Ao sítio da travessia, com Cheche do lado de lá, chega-se por uma estrada larga, depois de uma sucessão de tabancas na berma de um caminho de terra, ponto de encontro de quem está à pesca, de quem lava a roupa e a estende no chão, de quem toma banho ou de quem simplesmente passa por ali.
Agulha na floresta
O momento da verdade aproxima-se. Ainda mais cinco minutos num barco a motor ao correr da margem direita, a subida a pique por uma escada de bambu construída para a missão, uma pequena caminhada através da vegetação, e eis que se chega ao local, finalmente.
Encontra-se mesmo em cima da margem do rio, que corre seis metros abaixo, e ficou delimitado por fios no chão na missão de reconhecimento da Liga em Novembro. As árvores deixam-no à sombra. O silêncio seria absoluto, se as aves não chilreassem ao longe e os recém-chegados não viessem para uma actividade ruidosa. Descalço, Mussa Djaló, de faca à cintura, camisola branca de alças, começa a cavar, com um grupo de guineenses seus conhecidos contratados para este trabalho.
"Mais um Inverno e não havia hipóteses", diz Fernando Aguda, que temia que as chuvadas levassem mais um bocado da margem, derrubando a vala lá para baixo. "Eles têm a certeza que é aqui!", lembra Carlos Correia. "Ainda bem, para me animarem", comenta Eugénia Cunha.
Os guineenses cavam à vez, ora atirando-se à terra dura com uma enxada, ora atirando-a lá para baixo às pazadas. A cova que vai surgindo a pulso é o centro das atenções. Há quem se sente à sua roda no chão e vá trocando impressões, à espera de que, removidas as camadas superficiais, os antropólogos entrem em acção.
"Os marinheiros é que abriram o buraco. Os corpos foram todos [embrulhados] numa grande lona", lembra Mussa Djaló, que amontoa folhas secas no chão, simbolizando os corpos. "Esta terra é do buraco", e aponta para um monte antigo ao lado. "Pode não ser fácil distinguir as raízes dos ossos", vai dizendo Eugénia Cunha. "Tem crocodilo aqui?", quer ela saber a certa altura. "Tem."
Entre quem cava, relembram-se histórias paralelas ao desastre. Galé Djaló, de Cheche, também antigo soldado português em Canjadude, conta o que encontrou mais tarde: "Quando brincávamos na água, vimos as armas no fundo do rio. Entreguei-as à polícia."
Como numa cirurgia
Volta e meia, param de cavar e os antropólogos entram na cova, de colherim e pincel na mão. Raspadela aqui, outra ali, discutem se a coloração da terra é compatível com uma vala antiga, se há alterações de densidade ou como aqueles carvões que acabaram de encontrar são sinal de solo remexido...
"Isto é como as cirurgias: é preciso abrir para ver o que está lá", diz Sónia Codinha, também antropóloga forense. "Não sei como podem ter a certeza ao fim de tantos anos", questiona-se Gonçalo Carnim, outro antropólogo, que também pega na enxada.
Mas Mussa Djaló insiste. É ali, afinal ele conhece a geografia da floresta, onde hoje vai fazer os seus cultivos, tal como um citadino conhece os recantos da cidade onde vive há anos.
Algumas horas nisto, já o buraco vai nos 90 centímetros de profundidade, e nada. "O Hélder dizia que se via bem lá na maquineta", recorda outra antropóloga, Teresa Ferreira. "O geo-radar pode enganar-se assim tanto? Não parecia, mas...", interroga-se Eugénia Cunha.
"Cheira mal", informa a certa altura, de dentro do buraco, Sónia Codinha. "Cheirar mal é bom sinal?", indaga Fernando Aguda. "Sim", responde-lhe Eugénia Cunha.
"Senhor Mussa, isto é muito duro! Não será antes aqui?" Sónia Codinha aponta então para o tal monte de terra antigo. Nesse monte, começam a abrir outro buraco. Todos estão cientes de que a memória é fluida depois de 41 anos, que, nesses tempos, a precisão das coordenadas geográficas não era bem como agora, na era do GPS, e que basta cavar uns metros ao lado para não encontrar nada.
"A antropologia tem destas surpresas", comenta Gonçalo Carnim. "Um resultado negativo é um resultado", diz Eugénia Cunha.
A esperança de dar com a vala é adiada para o dia seguinte, o último das escavações. Logo pela manhã, Eugénia Cunha quer inspeccionar a margem do rio lá de baixo, no barco. Pode ter-se dado o caso de a vala ter desmoronado e restarem vestígios disso na encosta. Gonçalo Carnim procura-os empoleirado na margem quase a pique. "O solo é todo profundo. Se havia aqui qualquer coisa, já foi", grita lá de cima.
Nada na encosta, portanto. E continua a cavar-se. Na parte mais funda, o primeiro buraco tem 1,8 metros. Abrem-se à volta vários buracos mais pequenos. Tudo em vão.
O que detectou afinal o geo-radar? Apanhou uma grande densidade de raízes, algumas com o calibre de ossos. "Este local tinha sempre de ser prospectado. Há um resultado negativo, mas agora temos a certeza que neste local não há nada", remata Eugénia Cunha.
As dúvidas mantêm-se. A vala está por ali? Ou já foi rio abaixo, por anos de erosão das margens? Ao lado do chão esburacado, Fernando Aguda dá a operação por terminada e, em jeito de tributo, diz: "Esta parte da missão cumpriu-se com o sucesso do rio. Desta vez, não nos foi possível combatê-lo. Ao Corubal, uma reverência." José Costa (por e-mail)

terça-feira, 23 de março de 2010

Exercicio fisico, não se esqueçam companheiros

Lá está este chato outra vez a falar do exercício físico... Do Jornal CENTRO DE SAÚDE, retiramos com a devida vénia este interessante artigo de Rita Caetano, cujo tema é "Os idosos e o exercício físico". . "Hoje vive-se mais, mas também melhor, e a terceira idade deixou de ser sinónimo de inactividade. Os idosos só têm a ganhar se se mantiverem activos e os benefícios não são apenas físicos. São também psicológicos".
(clicar na imagem para ver em ponto grande)

sábado, 20 de março de 2010

Chegou a Primavera

Meus amigos Chegou a Primavera e com ela o sol e o bom tempo assim esperamos. E chega também o tempo de nos encontrarmos num agradável almoço lá para os lados de Penafiel. Votos de boa saúde para todos.

VIVA A PRIMAVERA

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia do Pai

"hoje senti saudades de ti ... pai ...

saudades de te ter , de te abraçar,

hoje senti saudades de ti ...

saudades de te ver sorrir ...

saudades da tua face e teus olhos...

hoje senti saudade de te olhar...

saudades da tua voz...

mas senti saudades de te ouvir falar,

(de te ouvir tocar guitarra portuguesa...)

hoje senti saudades de ti ...

de te ver a trabalhar,

de te ouvir rir, pena não te ver envelhecer ...

ver-te chegar a casa, era uma casa cheia...

hoje olhei-me ao espelho, pensei em ti...

no verde de meus olhos vi saudade,

vi-te dentro do meu olhar, fiquei ali...

e fiquei nos meus olhos à vontade ...

pedi então a Deus p'ra adormecer

que pudesse ver-te, ainda que a sonhar

não pude dormir, pai ,

não pude... que a saudade

foi mais forte do que eu, pôs-me chorar..."

poema de TiBéu

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PARABÉNS A TODOS OS PAIS DO MUNDO.

FAÇO-LHES UM PEDIDO:

APROVEITEM A OPORTUNIDADE E DIGAM AOS VOSSOS FILHOS

QUE APRENDAM A SER PAIS, COMO NÓS LHES ENSINAMOS.

QUE ASSUMAM A RESPONSABILIDADE DE SER PAI

DIGAM-LHES TAMBÉM QUE OS AVÓS SÃO IMPORTANTES MAS QUE NÃO SUBSTITUEM OS PAIS

UM FELIZ DIA,

Cavaleiro

quinta-feira, 18 de março de 2010

O canta cucos

Estou, progressivamente, rendido às virtualidades da internet . . . E, sobretudo, agradecido pelos conselhos que, por essa via, recebo e que, sem pestanejar, procuro seguir à risca. Um deles, o conselho para manter a forma física e elevar a auto-estima, difundido pelo Guedes no blog, veio a calhar. Para atingir esse desiderato, há 15 dias, aventurei-me na ciclópica tarefa de podar as únicas três pequenas árvores de “kiwis” do m/quintal. Arte em que, não é para me “gabar”, até porque um homem nunca-gaba outro, sou, sem réstea de dúvida, um exímio e afiançado intérprete. Mas, tarefa árdua e desgastante, a ponto de, por este andar, precisar de outros 15 dias, ou mais, para terminar tal tarefa, apesar da minha inata propensão para o trabalho. Paralelamente, culturalmente falando, usufruo das dicas do Pica, Justo e Guedes, e aproveito, no WC, todas as manhãs, para me deliciar com a melíflua leitura da cartilha de higiene militar de 1912 (este 1912, não confundir com a celebérrima obra musical). Por falar em música, antes que me “alembre” da malograda caldeirada, me abespinhe e me dê o badagaio - o falacioso contador do blog indica já 60 000 e muitas visitas -, mudemos de assunto. Inês é morta, ao que tudo leva a crer. Porém, Se dúvidas subsistiam, dissiparam-se. Confirma-se, na íntegra, o que aventei no último comentário, sobre o ataque à tabanca do Monte Fialho. Qual agente infiltrado, apanhei, aquela maltosa de Lisboa e arredores, com a boca na botija, num ensaio sectorial do coro do n/blog, enquanto saboreavam um peixinho do rio Sorraia (meia dieta), numa tasca do Pragal. E lá estavam os barítonos, os tenores, vulgo kanta-kucos (Pica, Botas, Carlos Azevedo, Justo, Palma, ora reforçados pelo voz do Contino), e os sopranos, ditos peso-pesados (Zé Manel e Contige), estes ainda desfalcados do Mestre e Ramos, por mor do que, a melodia do pum . . . pum . . . pum/pum, estava, nesse dia, a sair um tanto cacofoneira. Estou para ver e ouvir (talvez, só em gravação), a 27 próximo, o ensaio geral agendado para o Monte Fialho, aí, já, com a orquestra completa e afinada. E, a talho de foice, informaram-me de que vão ensaiar também para cantar na missa, se a houver, do nosso convívio. Abraço do Hipólito

Cartilha de Higiene Militar - de 1912 (2ª. publicação)

Meus amigos Publicamos hoje mais algumas páginas deste interessante documento.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Encontro de alguns dos ex-alferes das companhias do BART1914

Monumento aos mortos em combate na Guiné que foram mobilizados pelo Regimento de Artilharia Ligeira N.º 1 (clicar na imagem para ver em ponto grande)
.

No sábado, 13 de Março, alguns ex-alferes do BART1914 encontraram-se em Lisboa. Fizemos primeiro uma visita às instalações da que foi a sua unidade mobilizadora, o RAL1, que foi RALIS depois do 25 de Abril e é, agora, Batalhão do Serviço de Transportes. Aí vimos o monumento erigido aos mobilizados por aquela unidade e que morreram em combate na Guiné (clicar na imagem para ver em ponto grande). Lá estão os da minha primeira companhia, a CART1690: o capitão Guimarães, os alferes Peixoto e Fernandes, o furriel Raul Canadas Ferreira, os soldados Gomes, Paulino, Estêvão, Aguiar, Fragata Francisco e Victor Gonçalves. Mas falta um, o Agostinho Fancisco da Câmara, que, pelos vistos, continuaram a considerar "desparecido em campanha"...

Depois foi uma almoçarada, é claro, no restaurante Cova Funda. Lá estamos na fotografia: à esquerda da frente para trás, o Alexandre da CART1692 (Sangonhá, Cacoca, Cacine), o Moreira e o M. Lopes da CART1690 (Geba, Cantacunda, Banjara, Camamudo, Sare Banda); à direita da frente para trás, o Sousa da CART1692 (já esteve na nossa tabanca), o Martins da CART1691 (Saliquinhedim-K3), o Pereira da Costa da CART1692 (é agora coronel e director da Biblioteca do Exército) e o Reis da CART1690.

A. Marques Lopes

terça-feira, 16 de março de 2010

Irena Sendler

Dada a grande quantidade de emails que recebemos acerca deste tema e desta mulher heróica, achamos útil publicar algumas notas. Junto a cada um destes emails vinha a seguinte mensagem: .

Uma senhora de 98 anos chamada Irena acabou de falecer. Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações. Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!) Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruido que os meninos pudessem fazer. Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças. Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente. Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma arvore no seu jardim. Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a familia. A maioria tinha sido levada para aa camaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos. No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. quem o recebeu foi Al Gore por uns diapositivos sobre o Aquecimento Global... Não permitamos que alguma vez, esta Senhora seja esquecida!!

Passaram já mais de 60 anos, desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa. Este e-mail está a se reenviando como uma cadeia comemorativa, em memória dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos e 1.900 sacerdotes católicos que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, com os povos da Alemanha e Rússia olhando para o outro lado Agora, mais que nunca, com o Iraque, Irão e outros proclamando que O Holocausto é um mito, é imperativo assegurar que o Mundo nunca esqueça.
.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Para manter a forma fisica, na nossa idade.

. Como nem só de tropa vive o homem, aqui está um conselho para manter o físico em forma. Lembramos que para verem esta noticia, basta clicar na mesma para que ela aumente para poder ser lida. Isto acontece em todas as noticias neste formato bem como nas fotos. .

Desejo-te Tempo!

Para manter a boa forma intelectual, o Justo enviou-nos este texto: Desejo-te Tempo!
Não te desejo um presente qualquer,
Desejo-te somente aquilo que a maioria não tem.
Tempo, para te divertires e para sorrir;
Tempo para que os obstáculos sejam sempre superados
E muitos sucessos comemorados.
Desejo-te tempo, para planear e realizar,
Não só para ti mesmo, mas também para doá-lo aos outros.
Desejo-te tempo, não para ter pressa e correr,
Mas tempo para encontrares a ti mesmo,
Desejo-te tempo, não só para passar ou para vê-lo no relógio,
Desejo-te tempo, para que fiques;
Tempo para te encantares e tempo para confiar em alguém.
Desejo-te tempo para tocar as estrelas,
E tempo para crescer, para amadurecer.
Desejo-te tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassar.
Desejo-te tempo também para poder voltar atrás e perdoar.
Para ter novas esperanças e para amar.
Não faz mais sentido protelar.
Desejo-te tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo-te tempo, tempo para a vida.
Desejo-te tempo.
Tempo...
Muito tempo! Zé Justo (autor desconhecido...) .