Guerra colonial: Corpos de militares portugueses exumados
Regresso à Guiné
Uma equipa de missão vai partir para a Guiné-Bissau com o objectivo de exumar mais corpos de soldados portugueses mortos durante a guerra colonial. A viagem, marcada para 22 de Fevereiro, "é a quinta desta missão e, em princípio, a última", disse ao CM o presidente da Liga dos Combatentes, general Chito Rodrigues.
Desta vez, as exumações vão ser feitas em Cheche, junto ao rio Corubal, local onde a 6 de Fevereiro de 1969, aquando da retirada do exército português de Madina do Boé, cerca de 50 militares portugueses perderam a vida.A antropóloga Eugénia Cunha é mais uma vez a responsável pela equipa técnica, que parte mais tarde, a 26 de Fevereiro. "Esta vai ser a mais complexa das missões. Temos exumado campas individuais, mas agora vamos escavar uma vala na qual vários corpos foram enterrados em conjunto e que podem estar todos misturados. A dificuldade será analisada apenas no local", explicou ao CM.
Depois de desenterrados, os corpos dos militares portugueses serão levados para a cidade de Bissau, "onde são, em primeiro lugar, separados, e depois, elaborados relatórios antropológicos com as características de cada um", refere a antropóloga.
Apesar de esta tarefa ter como principal missão "a dignificação dos militares mortos e enterrados em combate, transportando-os para um único sítio, neste caso o cemitério de Bissau", como explica Chito Rodrigues, os relatórios antropológicos vão permitir a identificação dos militares, caso os familiares o solicitem.
A equipa de missão, que parte quatro dias antes da equipa técnica, vai fazer ainda o reconhecimento de alguns locais onde podem estar enterrados mais soldados portugueses mortos
PORMENORES:
EQUIPAS
A equipa de missão é constituída por três oficiais da Liga dos Combatentes. Um deles, o major--general Aguda, é quem vai chefiar toda a missão. Já a equipa técnica, além de contar com Eugénia Cunha, é constituída por mais três elementos.
CEMITÉRIO
Nas quatro operações já realizadas foram recuperados 50 corpos, dos quais nove regressaram a Portugal, disse ao CM Chito Rodrigues. Os 41 restantes ficaram depositados num ossário numa capela recuperada do cemitério de Bissau, onde estão enterrados 352 militares.
IDENTIFICAÇÃO
Para todos os corpos exumados e separados é elaborado um relatório forense. Caso alguma família solicite a identificação de um corpo, esses dados são comparados comos das fichas de inspecção militar. Podem ainda ser feitas análises ao ADN.
Helder Almeida
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esta noticia veio hoje publicada no Correio da Manhã, pela mão do Jornalista Helder Almeida.
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