Já que o Pedro é na verdade neste momento, a "Estrela da Companhia", volto aqui a publicar um artigo que há meses atrás foi editado:
"Uma história veridica...
O nosso brigadeiro Helio Felgas, homem culto, era o comandante de Batalhão.
O Pedro, soldado básico, oriundo do Algarve, homem simples. Mas o nosso comandante tinha pelo Pedro uma agradavel simpatia...
E o Pedro, tinha um sonho: poder comprar um fato completo, camisa e gravata. Nunca na vida tinha tido tal património.E assim foi, logo que teve dinheiro comprou a indumentária completa, não me lembro já se foi no Djamil ou se foi em Bissau. Mas salvo erro foi o Serafim que ficou encarregue dessa compra nas suas deslocações a Bissau.O fato veio e foi feita a prova. Assentava-lhe que nem uma luva e o Pedro era o homem mais feliz do mundo, de fato, camisa, gravata ( e também sapatos novos, meias e cuecas novas...) e um rádio transistor que havia comprado há algum tempo.Eis se não quando, dois ou três dias depois, o cap. Vicente me pede (?) que vá vestir o Pedro a rigor, para ir ter com o nosso Comandante à messe de oficiais. O nosso Comandante soube que ele tinha um fato novo e queria vê-lo assim vestido.Fui à procura do Pedro e toca de o meter debaixo do chuveiro. O rapaz vestiu-se a rigor, fez a barba, pentiou-se e até pôs fixador. Não quis levar o seu rádio transistor, mas bem vestido no seu belo fato era um homem feliz e transparente. Só se ria, não tinha outra reacção, só se ria. Levei-o até à messe de Oficiais. O cap. Vicente fez as honras da casa. O nosso brigadeiro Helio Felgas, recebeu o Pedro com o seu sorriso aberto e franco, uma palmada afectuosa nas costas, conversou com ele, quis saber da sua familia, namoradas, e dispensou-lhe toda a simpatia.Fez-lhe um brinde com uma qualquer bebida, que não me lembro, a que corresponderam os oficiais presentes na messe naquela altura.O Pedro foi um homem feliz...
(alguém se lembra deste episódio ???)
Leandro Guedes"
34º almoço em 2025 - Figueira da Foz - Quinta da Salmanha.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
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sexta-feira, 20 de março de 2009
A história do Pedro
Já que o Pedro é na verdade neste momento, a "Estrela da Companhia", volto aqui a publicar um artigo que há meses atrás foi editado:
"Uma história veridica...
O nosso brigadeiro Helio Felgas, homem culto, era o comandante de Batalhão.
O Pedro, soldado básico, oriundo do Algarve, homem simples. Mas o nosso comandante tinha pelo Pedro uma agradavel simpatia...
E o Pedro, tinha um sonho: poder comprar um fato completo, camisa e gravata. Nunca na vida tinha tido tal património.E assim foi, logo que teve dinheiro comprou a indumentária completa, não me lembro já se foi no Djamil ou se foi em Bissau. Mas salvo erro foi o Serafim que ficou encarregue dessa compra nas suas deslocações a Bissau.O fato veio e foi feita a prova. Assentava-lhe que nem uma luva e o Pedro era o homem mais feliz do mundo, de fato, camisa, gravata ( e também sapatos novos, meias e cuecas novas...) e um rádio transistor que havia comprado há algum tempo.Eis se não quando, dois ou três dias depois, o cap. Vicente me pede (?) que vá vestir o Pedro a rigor, para ir ter com o nosso Comandante à messe de oficiais. O nosso Comandante soube que ele tinha um fato novo e queria vê-lo assim vestido.Fui à procura do Pedro e toca de o meter debaixo do chuveiro. O rapaz vestiu-se a rigor, fez a barba, pentiou-se e até pôs fixador. Não quis levar o seu rádio transistor, mas bem vestido no seu belo fato era um homem feliz e transparente. Só se ria, não tinha outra reacção, só se ria. Levei-o até à messe de Oficiais. O cap. Vicente fez as honras da casa. O nosso brigadeiro Helio Felgas, recebeu o Pedro com o seu sorriso aberto e franco, uma palmada afectuosa nas costas, conversou com ele, quis saber da sua familia, namoradas, e dispensou-lhe toda a simpatia.Fez-lhe um brinde com uma qualquer bebida, que não me lembro, a que corresponderam os oficiais presentes na messe naquela altura.O Pedro foi um homem feliz...
(alguém se lembra deste episódio ???)
Leandro Guedes"
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