HA UM ANO...
escrevi o poema que segue, sem de leve prefigurar a TRAGÉDIA
que, nos maus tempos do momento, se abate violenta sobre a Ucraniana Gente,
obra destemperada da maquiavélica, fria, calculista mente de seu executor:
PUTIN!!!
E os laivos históricos, que aqui traduzi, assentam quase na
perfeição ao que, lá além - mas tão perto de nós - decorre...
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Lêde, uma, duas vezes, - se preciso - para re-entenderdes o
que tento comunicar-vos, Amigos Queridos.
Abraço-vos, Camaradas, com o coração em dor!
(LMD, 15.03.22)
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COMO O PROMETEU?
Por anelos de justiça fui sempre assaltado
Não fôra de experiência por ver postergado
Quanto ou não da vida resultasse: por razões,
Motivos, antecedentes, sei lá encarnações,
Mesmo se inúteis, desprezíveis, criminosos…
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Que, pela volta inicial, prática e primeira
De obra profunda me chegou, sem canseira.
Certo que anseios tais, de generosa aspiração,
Verdades continham, sem raiz dolosa, negação.
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De ternura pleno, meu eu albergava, também,
A veracidade crua e nua, mui do real e do bem.
Em mim se fez criado, por um sentir partilhado
E por ansiada, literária talvez, mas crítica acção
E sem peias, livre, de ser completo, incomodado.
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Porventura nisto verão disfarce, máscara que uso,
Face ao intolerável neutro, mesquinho, difuso?
E mesmo morrendo, o ser em si continua vivo,
Creio. Permito-me indiscutível, dado adquirido.
Jamais viveremos vida inteira onde estamos,
Seja, onde habitamos, apresados em nós, ramos
De imenso Ser, diverso do engano de Prometeu!
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Quiçá falte a orientação prévia, ou libreto dado,
À existência nos presenteada, algo de revelado!
No caso do inditoso, por castigo sumo agrilhoado
Se viu, ao ousar roubar fogo para a vida facultar!
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Anátema divino, sagrado! Em cadeias preso viveu
No Cáucaso, onde abutre amaldiçoado, sem fadiga
Devorava o fígado, que de imediato lhe renascia
Num, como era o seu, terrível, impensável penar!
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Ainda bem, havia amigos dentre a humana gente,
Que o mal tentou atalhar, convencendo o parente
Hércules que, ao matar a ave, o libertou do suplício.
Urge a força da união, para estes tempos traduzido!
LMD, 15.03.21
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