A todos vós, Camaradas, Amigos e Ledores meus:
Deixo-vos, ao alvedrio, à apreciação de valia, o acabado de
cerzir poema sobre o Outono 'Outubrense', o do mês primeiro dele, fresco e
vivo!
Abraços, a todos, deste vosso amigo.
À leitura, então:
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OUTONO, DE INÍCIO BELO
A findar-se, já Outubro vai. E velozmente!
Do Outono diz-se ser mês primeiro vivente.
Porque, a fim dele, tanto assim lhe amamos
Os requebros, as fúrias, desvios assaz subtis
E as bizarrias, brusquidão de urdidos tramos,
Ou o doce tempo de virados bruscos, febris,
Que saudades longas no termo faz a todos!
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Não o confundamos com o Outono inteiro.
Nada disso! Ele, aqui, é só o mês primeiro.
Inda menino, nome parecido, bom cheiro.
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Do Verão em fuga, contém-lhe bem o calor
Intenso, no meio vivo, pujante, frutificador.
Contudo, sem corrimaças, notamos o vagar
Das plantas, de fruteiras, em se nos declarar.
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Como, entretanto, numa endiabrada dança
Das árvores se desprende folhame em grupo.
É saber e sabor bom, em tudo. Volta mansa,
Cheirosa onda, ginástico rodopio, um surto…
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Aos tombos da ramagem, na livre queda forte,
Polícromos nacos sem autor voam, sem norte.
Leves tal a neve, secas, soltas perdidas folhas,
Em rondós se volteiam, de espirais belas, tolas.
Atrasadas umas, outras assim-assim e rápidas.
Decerto pensavam em ajustar-se, as sápidas!
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Porque saber e sabor têm-no, em brincadeiras
Brandas, de inocentes e frágeis namoradeiras,
Sem seus trejeitos cuidar de serem estranhos.
Pudera! No fresco torrão, húmido, despojados,
Ali se encharcam, em banhos, tão variegados
Matizes de surpreendentes cores! Nem paletas
De coloristas, ou arte-mór de pintores-poetas!
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Rescendem então, nos ares, os mil milagres!
Normais, crus, uns; outros divinos… Ó, superno!
A requererem, na volta, rápido regresso a lares,
Pois vem aí, não tarda, o frio general Inverno!
LMD, 24.10.21.
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