Este o tema proposto a vós, Camaradas e Amigos meus.
Sem mais preâmbulo, abraços saudosos dos reais - ''um
dia...'', me dizem! -.
Parti, pois, à leitura das linhas versificadas com que vos
presenteio, no dia de São Martinho!
Bora lá:
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A MISÉRIA DOS DIAS
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Não sei se tenho algum dia garantido ou não no Éden lugar
Pois que a mim mesmo o imprescindível é ir avante, futurar
O que seja o porvir que, a cada qual, cresça ou vem a dar.
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Nestes termos e posto que avançando vamos e cremos
Nos dias que correm seja bom, real e prático ao menos
E nas condicionantes do ser e devir valha bem o labutar.
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Será que é complexo, duro de ouvir, difícil de mastigar?
Será que os dias correntes têm um sentido, um lugar?
Que nos dêem e mal, alegria, paz, saúde, prazer salutar?
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Pois então aí tendes, amigos meus, muito queridas meninas,
O que saiu desta mente em ebulição constante, em neblinas,
Sim, que as há, quando olho para esta pagela branca, virgem,
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À espera de um como tantos que com tintas, letras, a tingem
De mil fantasmagorias negro-rubras e irisdicentes
tonalidades,
Senão mesmo, com brandura de tons pastéis, em futilidades!
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Mas, ao que vim, amigos meus, nesta compita, aqui proclamar?
Sim, foi isso. A desdita dos dias que vogam, em mansa
deglutição,
De seres-entes determinados, costumeiros, algo desajeitados,
-
Frente ao universo das pré-estabelecidas loucuras,
desventuras
E doutras mais que muitas ingratas tontices, vulgarmente
aceites,
Mau grado querelas, desforços, guerras de manjerona e
azeites!
-
Aí está porque assim titulei versos pouco dados, de
mansinho,
Concretos como punhos, se atentarmos o que corre de grunhos
Anafados e crentes: pudera não, para eles nada mal vai na
mente!
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A pandemia viaja, célere, convicta, em mui grande
malandragem,
A par com outras conezias, vidas fáceis, sem horizonte, ou
viagem
Conhecida ou tida como futuro, e dê azo a lúcido pensamento.
-
Queirais vós, no instante, travessura, alegria intensa,
breve, fútil,
Sossegardes por minutos, sentardes, parardes de um caminhar
útil,
E reflectindo, sem máguas, para dentro olhardes, neste
intento?
LMD, 11.11.20.
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