34º almoço em 2025 - Figueira da Foz - Quinta da Salmanha.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
Pelotão de Morteiros 1039
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
BISSASSEMA, 52 anos depois...!
A tragédia ocorreu numa acção militar na região de
Bissassema, tabanca situada na península a sul do rio Geba, em frente de
Bissau. Alferes Rosa comandava uma força, composta por um pelotão de europeus e
três africanos, ali instalada, no dia 31 de Janeiro, para subtrair o apoio
logístico, manter a segurança afastada e impedir qualquer flagelação sobre
Bissau pelo PAIGC. Num ataque violento de 250 guerrilheiros, penetraram no
dispositivo e obrigaram a força portuguesa a abandorar em pânico, apressada e
desornamente a tabanca para salvar a vida. A fuga foi trágica, com
consequências imprevistas, a que assisti e que, ainda hoje, está no meu subconsciente. Fazia parte da força que, saída de Tite, nessa madrugada, e que foi impotentemente em seu auxílio. Após uma tentativa fracassada de fuga do cativeiro, Alferes António Rosa e mais 25 prisioneiros portugueses, seriam libertados da prisão 'Montanha' na República da Guiné-Conakry, numa acção militar "Operação Mar Verde" pelas Forças Armadas Portuguesas, realizada em 22 de Novembro de 1970, concebida e executada pelo fuzileiro capitão-tenente Alpoim Calvão, com o apoio do Comandante Chefe e Governador da Província Portuguesa da Guiné, brigadeiro António de Spínola.
Passados que foram estes 52 anos, a visão dolorosa do estado
dos militares em fuga para Tite, as lágrimas que corriam nas suas faces, os
olhos cobertos de lama, a maioria descalços, ou mesmo nus, parecendo figuras de
terror, apenas com forças para agarrarem, desesperadamente, a arma, a sua única
salvação para manter a vida, em redor da morte, hoje, podemos questionar-nos:
"será que valeu a pena o sacrifício e a vida destes jovens de ambos
intervenientes na guerra…?"...........................................
Lembro com saudade o amigo Furriel Manuel Nunes Reis Cardoso
bem como 2º. sargento Milicia Manga Colubali, ambos falecidos em combate nessa
noite. Lembro ainda os companheiros que foram aprisionados nessa noite e também
aqueles que tiveram de fugir para Tite para não serem mortos ou capturados e o que
tanto sofreram nessa noite. Leandro Guedes...................................
