publicamos este
interessante artigo sobre uma viagem à Ilha de Bubaque, nos Bijagós,
Guiné/Bissau.Para a semana publicaremos o restante.
Mas ficamos à espera da conclusão da viagem que ainda não
está visível naquele blog.
Obrigado aos autores.
"Viagem à Ilha de Bubaque, arquipélago dos Bijagós.
Há viagens e viagens e há aquelas que ficam registadas na
nossa memória. Pelos bons ou maus motivos, ou por ambos, como foi o caso desta
deslocação aos Bijagós.
O arquipélago dos Bijagós é constituído por cerca de uma
centena de ilhas e ilhotas situadas no oceano Atlântico, ao longo da costa da
República da Guiné-Bissau de cujo território fazem parte integrante. Dado o
estado de “pureza” em que se encontram, a Unesco classificou-as como Reserva
Ecológica da Biosfera em 1996. Entre as ilhas mais importantes, salientam-se a
Caravela, Formosa, Galinhas, Maio, Orango, Roxa e Bubaque, tendo sido esta
última, o destino da minha viagem.
No seu conjunto, haverá pouco mais de uma dúzia de ilhas
habitadas. As outras, ou são visitadas sazonalmente ou possuem mistério (
feitiço), e como tal, são consideradas sagradas pelos Bijagós, etnia que dá o
nome ao arquipélago. Estas ilhas possuem uma riqueza natural excepcional, tanto
a nível de recursos naturais como a nível cultural. Praias virgens, de águas
cristalinas, cálidas brisas agitando palmeirais a perder de vista e a riqueza
da sua fauna e flora, fazem delas um lugar paradisíaco, destino de sonho para
qualquer viajante.
Numa passagem anterior pela Guiné, enquanto militar em
serviço naquela antiga província ultramarina portuguesa, ouvira falar da ilha
de Bubaque por ser muito frequentada por camaradas que ali gozavam a sua
licença, por vezes na companhia das esposas que para o efeito se deslocavam
desde a metrópole. Com o tempo, a povoação de Bubaque tornou-se numa requintada
estância de férias que passou a acolher também, para além da hierarquia
militar, altos dignitários ligados ao governo provincial bem como o jet set da
colónia. Ali não faltava nada, desde um excelente hotel tiporesort, o Hotel
Bijagós, que teve a sua época áurea no final da década de sessenta, altura em
que foi ampliado com diversos bungallows, tal era a procura, uma danceteria
anexa para mais de mil pessoas, um soberbo bar-esplanada debruçado sobre a
praia e um conjunto de outras estruturas vocacionadas para o turismo. Havia
também alguns edifícios administrativos de grande porte, vilas ao estilo
colonial e residências de abastados comerciantes de origem europeia. De tudo
isto, o que podemos encontrar hoje são apenas vestígios.
Os abastecimentos faziam-se através de ferry com o que de
melhor e mais fresco chegava da Europa. Para maior comodidade e conforto dos
turistas e visitantes, um aeródromo situado próximo do extremo sul da ilha
transportava-os desde Bissau e outras localidades do território continental. O
transfer para o hotel, fazia-se em autocarro próprio, cujos restos mortais
ainda por lá sobrevivem.
Como se adivinha, os aliciantes para visitar os Bijagós eram
muitos e a vontade, imensa e antiga.
Com o Rui Pedro, meu companheiro nesta viagem, planeei um
itinerário em que numa primeira etape seguiríamos até Bissau num voo da Tap,
deixando para segundas núpcias o esquema da deslocação até às ilhas, dada a
falta de elementos informativos.
Embarcámos em Lisboa numa sexta feira tendo viagem decorrido
sem acontecimento digno de registo. Excepto à chegada, quando o Rui não foi
dentro por um triz! Mal acabara de pôr o pé em terra, rapou da filmadora e toca
a captar umas vistas do aeroporto e material por ali estacionado. Foi quanto
bastou para, uns metros à frente, ter uma comissão de boas vindas a aguardá-lo.
Valeu-nos um amigo que nos acompanhava, o Manuel Neves, pessoa muito
conceituada no meio policial local que rapidamente sanou a situação."
jUAN
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De José Luis Patricio, um amigo e ex-combatente, alferes em Bolama, recebemos o seguinte email:
Li a mensagem na madrugada de sexta-feira (hoje) e fiquei a
pensar se tinha sonhado quando andei por Bubaque (e Bijagós em geral). Fui lá
algumas vezes em patrulhamentos de acção psicológica (contacto com as
populações, distribuição de algumas coisas que pediam: tabaco, árvores...).
Havia uma realidade chamada Estância, composta por habitações ao estilo da
terra, cobertas de colmo e redondas, se me não engano. Aquilo a que o nosso
Duarte Pacheco Pereira no Esmeraldo... chama «casas palhaças», isto é, com cobertura
de palha ou colmo. Muito agradável, com o fundão, o canal a separar Bubaque da
ilha de Rubane, em frente.
Não guardo memória da realidade descrita, na dimensão
apontada:
Com o tempo, a povoação de Bubaque tornou-se numa requintada
estância de férias que passou a acolher também, para além da hierarquia
militar, altos dignitários ligados ao governo provincial bem como o jet set da
colónia. Ali não faltava nada, desde um excelente hotel tiporesort, o Hotel
Bijagós, que teve a sua época áurea no final da década de sessenta, altura em
que foi ampliado com diversos bungallows, tal era a procura, uma danceteria
anexa para mais de mil pessoas, [...]
E mais.
Continuação de boas férias
Um abraço
JL
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