33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...
Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…
Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
A 1 dia de deixarmos o velho ano, enviamos a nossa
MENSAGEM DE FIM DE ANO
com muita amizade e um afectuoso abraço dos amigos
Manuela e António
nota - O Cavaleiro e sua esposa, Manuela, enviaram-nos duas excelentes musicas alusivas à época - Magnificat e uma outra de Simon and Garfunkel "Bridge over troubled waters". Por razões técnicas não nos é possivel publicá-las, mas aconselhamo-vos a ouvi-las.
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Joaquim Caldeira
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QUE O ANO QUE SE VAI INICIAR DENTRO DE ALGUMAS HORAS LHES TRAGA TUDO DE BOM PARA TODOS VÓS E SUAS FAMILIAS, SÃO DESEJOS
DO VOSSO COMPANHEIRO MARINHOBEBAM UNS CANECOS POR MIM EU VOU FAZER´`A VOSSA SAUDE FORÇA COMPANHEIROS
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A todos vós tretribuimos os vossos votos com os desejos sinceros de boa saúde e que o Novo Ano seja efectivamente melhor que este.
Abraços para todos.
LG.
Com a devida vénia à AUTITV e à revista dos Escanções de Portugal, transcrevemos aqui um artigo do nosso prof. Novais Granada, acerca duma bela tarde passada na nossa escola na companhia dos Escanções José Costa fundador da AEP, Joaquim Santos, Mestre Escanção e Manuel Miranda, actual Presidente da AEP, por altura do São Martinho.
Todos aprendemos a valorizar, apreciar e a respeitar mais o vinho e todos os intervenientes na sua elaboração.
edificio da Camara Municipal de Macedo de Cavaleiros
“Boas festas «Natal feliz»
Um bom natal na companhia dos ente queridos com muita saúde e alegria.
Um ano 2011 cheio de felicidades é o que te desejo.
Nota: estou a pensar em marcar o nosso encontro para 14 de Maio, eu gostava de encontrar um fim de semana prolongado mas este ano não encontro nada nestas proximidades, porque como fico um pouco desviado dos grandes centros calhava bem, assim seria mais fácil para muitos colegas e gostava de os ter aqui todos presentes, mas com boa vontade tudo será possível. Se tiveres uma ideia melhor diz-me que eu agradeço.
O nordeste transmontano tem bonitas paisagens, quero apresentar-vos um programa excelente e variado, gastronomia local e com fartura sem cerimónias
Começa a pensar nisto e traz também a família e os amigos e amigas ok?
Gratidão é uma sensação tão agradável...Cresce onde sementinhas são lançadas, floresce sob o sol. De um coração caloroso e bom, cresce mais quando é cuidada. Quase todos temos motivos para a gratidão, quando pessoas em nossas vidas têm tempo para partilhar e nos fazer saber por bons actos que nós estamos em seus pensamentos e que elas se importam. Vem isto a propósito dos testemunhos que recebi de muitos vocês nesta quadra natalícia e que por felicidade quis o destino que nascesse neste dia lembrado que é o NATAL.
Quero agradecer a todos sem excepção o carinho que me dispensaram e também a placa, o que me deixou algo comovido pois fez-me recordar o célebre jantar de consoada em Dez/68 na arrecadação do Palma. Como dizia, quero agradecer pela lembrança do meu aniversário e por terem dividido comigo a felicidade deste dia.
Vocês são pessoas muito especiais pra mim, pessoas que eu amo muito e que nunca me esqueci neste 40 e muitos anos.
Desejo muito que Deus cuide de cada um e sustente suprindo todas as necessidades, sendo a essencial a saúde.
Querido amigo, desejo-te um óptimo dia de aniversário. Que tenhas muitas prendas e que neste dia gelado e chuvoso estejas quentinho na companhia da tua família!
Espero que estejamos juntos brevemente, para comemorarmos....
Um abraço deste teu grande amigo
Hipolito disse
E pr’ó menino Costa, não vai nada . . .
Vai . . .
Um grande abraço de parabéns e votos de muita saúde, no futuro, data que, espero, se repita por muitos e bons anos, em nossa, e dos seus, companhia, sempre de gás à tábua, nas suas habituais peregrinações, de fazer crescer água na boca e que invejo.
Também um agradecimento por vir sendo, quando lhe dá na bolha, um grande animador do n/blog e, podemos dizer, o nosso “public relations”, tanto, interna, como, exteriormente.
Um bem haja.
Esta apressada e tardia mensagem, deve-se, tão-só, ao facto de ter acorrido, com urgência, ao pedido do Contige, já que, amigos na guerra, amigos para sempre.
Solicitou, ele, amavelmente e na melhor mensagem natalícia que recebi, a mim e outros comparsas, o nosso contributo para passar uns dias na sua casa.
Estaria a preparar um mega-presépio e faltar-lhe-ia o burro.
A sorte foi que, como cheguei já atrasado e outros companheiros não mostraram disponibilidade, teve, ele próprio, único varão da casa, como diz, de assumir essas funções.
O que só o honra, diga-se . . .
Gostava que vissem a cara dele, no presépio, como presenciei ! . . .
Lindo, de morrer a rir ! . . . só para visualizar aquela cara de zac-sarapantão, compensou a viagem longa e cansativa.
Serviu, ao menos, a minha boa vontade, para desenlaçar o fardo de palha que o Mestre mandou lá do alentejo (seca e mimosinha), e que retirou ao sustento das suas meninas.
Que este dia se repita por muitos, muitos anos e que eu tenha a oportunidade de escrever estas mesmas palavras, melhores desejos, com saúde.
Para ti e família, para mim e para os nossos amigos longos anos de vida e amizade. Parabéns!!
Parabens companheiro, que contes muitos com saúde, viajando pelos cinco continentes como tu gostas.
Um abraço dos teus amigos de Tite.
E como prenda de anos vamos transcrever a seguuir o teu contacto inicial em Abril de 2008, quando nos encontraste (ou quando te encontrámos), e as sucessivas mensagens que te foram dirigidas, à medida que os companheiros iam tendo conhecimento do teu "renascer" após 40 anos.
Foi uma alegria...
Convém aqui lembrar os esforços feitos por ti, Costa para reencontrares antigos companheiros, como foi o caso entre outros, do Camêlo, do Luis Silva e da viuva e filhas do Alf. Rodrigues, de cuja morte não tinhamos conhecimento.
Aqui vai:
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- do José Costa para o Leandro Guedes:
Boa noite!!!
Foi com uma grande alegria que "descobri" o site k o amigo me deu a conhecer! Fui encontrar uma foto minha que até desconhecia, precisamente estou por detrás do Brig. Hélio Felgas. Do Pica Sinos do Justo, se me lembro deles meu Deus! Trabalhamos juntos desde o primeiro dia do desembarque. Eles op. Criptos e eu op.de msgs. Agora que os "descobri" quero me encontrar com essa "malta" toda. Parece que vai haver um almoço em 17 de Maio, vou estar presente.Já agora, o amigo Leandro, quem é? Não me lembro desse nome na CCS BART 1914. Vou enviar umas fotos minhas desse tempo a ver se alguém se lembra de mim?Um abraço e mto obrigado pela sua ajuda
José Costa
_________________________ - do José Costa para o blog:
Meus Deus!! Quis o destino que precisamente hoje, 41 anos depois, e de tanto procurar os meus companheiros da CCS Bart 1914, nos jornais, nas revistas e anúncios vários, nunca encontrei ninguém! E hoje por um acaso encontro este blog!!!Então eu sou o Costa Op.Msgs!! Alguém se lembra de mim? Dêem-me notícias vossas... porra.
_________________________ - do Pica Sinos para o Costa
Claro que damos noticias Amigo Costa!E quanto mais depressa aparecesses mais depressa dávamos.Mas quem é o Costa? O Costa está no meio da cabina deste luxuoso autocarro descapotável, por detrás dele o Palma. A ideia era darmos uma volta turística a Tite mas ao que parece o artista da manivela (de quem não lembro o nome, desculpa lá) não conseguiu pôr o motor a funcionar. Creio que o pensamento do Costa na altura era....põe isso em ponto morto senão nunca mais arrancamos......estava certo, de facto todo este aparato só serviu para a fotografia.Lembravas-te desta Costa?Um abraço
Pica Sinos
________________________ - do Costa para o blog:
Eh pá!! finalmente dou com vocês!!
Que grande alegria que o amigo Leandro Guedes me deu há dias, quando encontrou um anúncio meu colocado na net há muito tempo que já nem me lembro. Sempre tentei procurar em tudo o que eram anúncios de convívios, inclusivé sou sócio da Liga do núclio do Porto e na revista nunca lá encontrei nada. Mas pronto esse dia para vos dar um abraço e "por" as memórias em dia vaí chegar agora em Maio no almoço.
Eu lembro-me perfeitamente desse dia que nos encontramos no Porto. Recordo-me que ias a uma reunião do Sindicato. Depois disso, um dia voltei a ver-te na TV num evento qualquer e depois nunca mais. Mas, volta e meia vinha á minha memória essa rapaziada, de que me lembro além de ti, o Justo, só agora ao ler no site me apercebi de uma situação delicada que ele está a viver, ele já me respondeu e eu vou respnder. Então essa foto que me envias agora, eu também a tenho. As pessoas são: Ao volante és tu, a seguir eu, à minha direita, não lembro o nome, mas era nosso íntimo e era escriturário na secretaria em frente de nós, pessoa defino trato e muito calmo.Depois temos o Palma, que se armava em dono das balas quando queriamos ir à caça das rolas, e o da manivela, não me lembro do nome, mas era infermeiro foi um dos primeiros a chegar à Parede e vivia alí para os lados de S.Pedro do Estoril, cheguei a ir com ele nessa altura a casa dele. Vivia só com uma avó, se a memória não me atraiçoa. Era um tipo porreiro muito vivido e rebelde, chegou a estar preso aí em Tite por um castigo qualquer.
Tomei conhecimento no Blog, que o amigo Heitor já cá não está. Grande saudade, tenho muitas fotos com o cão dele antes do embarque. Ainda tenho a marca de uma costura de 4 pontos feita por ele e a recordação dos comprimidos LM que sempre estavam disponiveis para qualquer exaqueca.
Eu continuo a viver em Ovar, continuo no ramo de tintas e vernizes, mas a trabalhar por conta própria desde 1983. Sou viúvo desde Janeiro de 1993, tenho uma filha de 36 anos e uma neta de 11. Tanto a minha filha como o genro trabalham comigo. Depois de enviuvar, refiz a minha vida com uma senhora, mas da qual já me separei, depos conheci uma Brasileira mais nova 21 anos que eu, mas de momento estamos separados.
Entretanto tenho corrido o Mundo sempre na coboiada com amigos e amigas, junto uma foto no Dubai no ano passado, e assim já podes ver a transformação por que passei (ou passamos em 41 anos!)
Já vou longo, entretanto vou dando notícias
Um grande abraço bem apertado
Zé Costa
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- do Pica Sinos para o Costa:
Grande Costa
Grande Amigo
Quem tem perguntado muito por ti é o Cavaleiro cujo endereço eu junto.
Também vou ao Encontro em Maio e vamos ter a oportunidade de conversarmos.
Estás um bocadinho mais forte de quando tinhas 20 anos EhEhEhEhEh.
Sei onde o Matos trabalha é na Sapataria Orion na Rua do Chiado em Lisboa, se tiveres tempo
pedes o nº de telefone no 118 e faz-lhe a surpresa. Ele vai gostar muito.
Mando mais umas fotos da malta para recordares.
Um Abraço Costa
Pica Sinos
__________________________ - o Pica Sinos transcreve um email do Costa:
Amigos, aqui vos mando a resposta do Costa ao meu primeiro Mail.Porreiro rever a malta, vamos apertar com ele para escrever umas coisas para oBlog, mas devagarinho, que ele ainda agora chegou
Meu grande Amigo Justo!!!Finalmente encontro a rapaziada, não foi fácil. Fiz muitas tentativas paraencontrar um único elemento que fosse da malta. Olha que até sou sócio daLiga do núcleo do Porto há mais de 30 anos! Sempre a receber as revistas com montes de convívios, e nunca lá encontrei nenhum alusivo ao Bart 1914. Eu mesmo coloquei anúncios para resposta nos fins dos anos 80 e ainda há uns dez anos e nada. Agora com esta moda da net, coloquei um anúncio, deve ter sido há mais de um ano, e eis que o amigo Guedes me informa do seu Blog. Foi como se eu tivesse ganho a lotaria. Uma grande alegria.Sempre me lembrava da rapaziada do Posto de Rádio, onde passavamos os dias inteiros por alí.Um belo dia, logo após o 25 de Abril, encontrei o Pica Sinos junto à estaçãode S. Bento no Porto. Ainda me lembro das palavras que trocámos;
Eu muito surpreendido por o ver: Que andas a fazer por aqui?
Ele: Vim a uma reunião da União de Sindicatos
Eu: Ah sim? E vieste agora no comboio?
Ele: Não. Vim de avião!
Eu: De avião? Mas isso é muito caro? Ainda mais um sindicato.
Ele: Se não aproveitasse eu, vinha outro no meu lugar!Grande malandro este Pica Sinos (risos!!!)De ti sempre me recordo (li no teu site, que estás a passar um momento difícil. Felizmente graças á tua força e com o apoio da tua família vais ultrapassar esta situação. Lembra-te que viviamos hà 41 anos numa roleta, e safamo-nos e a prova é que estamos aqui. força meu amigo) o teu ar despreocupado com o vestir. Camisa desabotoada ou tronco nú o cigarro numa mão e umas cervejas e ... dormir.Vou juntar uma foto, do Centro de Mensagens, onde se vê os orifícios para a entrada do serviço de mensagens. Lembras-te desse gajo? Era o Silva. Nunca soube nada dele. Eramos grandes amigos. Este tipo para caçar de G3, era uma máquina. Fomos juntos vezes sem conta por aquele mato despreocupados e inconscientes do perigo que corriamos, pois poderiamos ser abatidos ou raptados. Comemos muitas rolas á porta do posto de rádio, mortas por ele. Ele dizia que trabalhava no Hotel Fénix em Lisboa.Então eu vivo ainda em Ovar. Trabalho por conta própria desde 1983 no ramo que sempre foi o meu, Tintas e Vernizes. Casei com a namorada de sempre, mas fiquei viúvo no início de 1993. Em 95 juntei-me em 2006 separei-me, depois conheci uma brasileira mais nova 20 anos, mas não resultou e desde Agosto passado estou só. Tenho uma filha de 36 anos uma neta de 11 e a minha filha e o meu genro trabalham comigo. Nestes últimos 18 anos tenho percorrido o Mundo sozinho com amigos e amigas como tem que ser.Vou enviar-te uma foto actual duma viagem que fiz o ano passado ao Dubai e já pode ver como estou na mesma, rrrrrrsssssPodes me escrever ou enviar anexos sem problemas Quero dar-te um grande abraço e agora não vos largo mais. Estarei presente nopróxmo dia 17 de Maio.
Zé Costa
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- do Costa para Zé Justo:
Meu grande Amigo Justo!!!
Finalmente encontro a rapaziada, não foi fácil. Fiz muitas tentativas para encontrar um único elemento que fosse da malta. Olha que até sou sócio da Liga do núcleo do Porto há mais de 30 anos! Sempre a receber as revistas com montes de convívios, e nunca lá encontrei nenhum alusivo ao Bart 1914. Eu mesmo coloquei anúncios para resposta nos fins dos anos 80 e ainda há uns dez anos e nada. Agora com esta moda da net, coloquei um anúncio, deve ter sido há mais de um ano, e eis que o amigo Guedes me informa do seu Blog. Foi como se eu tivesse ganho a lotaria. Uma grande alegria.
Sempre me lembrava da rapaziada do Posto de Rádio, onde passavamos os dias inteiros por alí.
Um belo dia, logo após o 25 de Abril, encontrei o Pica Sinos junto à estação de S. Bento no Porto. Ainda me lembro das palavras que trocámos;
Eu muito surpreendido por o ver: Que andas a fazer por aqui?
Ele: Vim a uma reunião da União de Sindicatos
Eu: Ah sim? E vieste agora no comboio?
Ele: Não. Vim de avião!
Eu: De avião? Mas isso é muito caro? Inda mais um sindicato.
Ele: Se não aproveitasse eu, vinha outro no meu lugar!
Grande malandro este Pica Sinos (risos!!!)
De ti sempre me recordo (li no teu site, que estás a passar um momento difícil. Felizmente graças á tua força e com o apoio da tua família vais ultrapassar esta situação. Lembra-te que viviamos hà 41 anos numa roleta, e safamo-nos e a prova é que estamos aqui. força meu amigo) o teu ar despreocupado com o vestir. Camisa desabotoada ou tronco nú o cigarro numa mão e umas cervejas e ... dormir.
Vou juntar uma foto, do Centro de Mensagens, onde se vê os orifícios para a entrada do serviço de mensagens. Lembras-te desse gajo? Era o Silva. Nunca soube nada dele. Eramos grandes amigos. Este tipo para caçar de G3, era uma máquina. Fomos juntos vezes sem conta por aquele mato despreocupados e inconscientes do perigo que corriamos, pois poderiamos ser abatidos ou raptados. Comemos muitas rolas á porta do posto de rádio, mortas por ele. Ele dizia que trabalhava no Hotel Fénix em Lisboa.
Então eu vivo ainda em Ovar. Trabalho por conta própria desde 1983 no ramos que sempre foi o meu, Tintas e Vernizes. Casei com a namorada de sempre, mas fiquei viúvo no início de 1993. Em 95 juntei-me em 2006 separei-me, depois conheci uma brasileira mais nova 20 anos, mas não resultou e desde Agosto passado estou só. Tenho uma filha de 36 anos uma neta de 11 e a minha filha e o meu genro trabalham comigo. Nestes últimos 18 anos tenho percorrido o Mundo sozinho com amigos e amigas como tem que ser.
Vou enviar-te uma foto actual duma viagem que fiz o ano passado ao Dubai e já pode ver como estou na mesma, rrrrrrsssss
Podes me escrever ou enviar anexos sem problemas
Quero dar-te um grande abraço e agora não vos largo mais. Estarei presente no próxmo dia 17 de Maio
Zé Costa
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_____________________________ Encontrei finalmente o amigo!!!! - do Cavaleiro para o Costa:
Costa,
Tenho acompanhado a troca de e-mail’s entre o Costa o Pica o Justo e Guedes.
Estou muito contente por todo este desenrolar de acontecimentos. O Pica Sinos e o Justo são terríveis! Lembram-se de tudo, descobrem tudo! Continuam “os mesmos bons rapazes”. Aquelas transmissões era uma grande equipa!
Naturalmente que o Costa foi um daqueles “rapazes” que não esquecem, pela sua educação, pela sua postura, pela colaboração e amizade, razão pela qual tenho perguntado por ti junto do Pica e do Justo.
Aos poucos lá vamos “juntando” a malta das transmissões. Seria bom um dia podermo-nos encontrar todos.
Tens visto o furriel Luis? Ele se não estou errado era desses lados, não era?
Pois já estou ao corrente da tua vida. Ficaste viúvo, voltaste a casar, divorciaste-te, pescaste uma brasileira mais nova do que tu 20 anos e aí……..meu caro Costa estou mesmo a ver que falhaste redondamente! O que é que querias?!!!! E ainda por cima brasileira!
Tens uma filha e uma neta. Continuas a gerir os teus negócios…..(É mesmo em Ovar? E tu vives também em Ovar?)
Pois bem, quanto a mim, continuo casado, também tenho um filho e uma neta.
Já estou reformado. Levo uma vida bastante pacata. Vivo numa aldeia a 5 kms da cidade. Já me apercebi que gostas de viajar. Eu também. Considero um belo investimento! Mas olha que ainda não fui ao Dubai! Mas não faltarão oportunidades. Teremos tempo para falar dessas coisas!
A partir de agora vai ser mais fácil.
Se vieres a Viana não te esqueças de dar uma apitadela.
Deixo o meu contacto:
António Cavaleiro
Rua do Sorrio, 337
4900-918 Areosa
Viana do Castelo
Telef. 258835467
Telem 965616131/969231787
E a partir de agora……..estás na minha lista de contactos!!
Recebe um forte e apertado abraço,
Cavaleiro
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- do José Costa para o Cavaleiro:
Amigo Cavaleiro!!!!
Eu sou o Costa de Ovar!!! Lembra (mando foto, estou ao volante e outra mais actual, só pra ver se há difereças, risos) Foi preciso passar mais de 30 anos para vos localizar, porra!! Tenho procurado a equipa de Tms por tudo o que é jornais e revistas inclusivamente "O Combatente" da Liga e... nada. Um dos nossos "Leandro Guedes" viu o meu anúncio perdido aí pela net, e logo me escreveu a dar-me a conhecer o seu Blog. Precisamente no dia em que fez 41 anos que saímos de Lisboa (8-4-1967) Coicidência não? Já contactei o Pica Sinos e o Justo que grande alegria me deram e, saber deles.
Eu, há uns anos atrás de passagem por Viana, perguntei ali pela "Baixa" em tres cafés se o conheciam, mas nada consegui. Um dia passei e parei na Casa Peixoto (penso que é assim que se chama) ligada a Materias de Construção, mas nada. Mas agora vai ser mais fácil. Segundo fui informado vai haver um almoço em 17 de Maio e vou lá estar.
Queria enviar-lhe um abraço bem forte e sempre que queira escreva-me
Zé Costa
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Do Justo para o Costa
Zé Costa, já estás na lista negra...mais um companheiro para alegrar o Blog.Gostei de ver estas fotos de antanho, e tanto pessoal das tms de quem não tinha fotos, mas que agora recordo as caras. O Silva que está contigo no cent. msgs era um pinta, lembra-me que ele era mesmo bom com a G3.Cheguei a dar uns tirassos com ele na carreira de tiro ao fundo da pista de aviação.Acreditem que por momentos me sinto como se ainda estivesse a viver aquele tempo, e ao ir vendo as fotos ainda maior é essa sensação, até parece que vou beber uma bazzoka ao "branco" !!...e já lá vão 41 anos !!!
Que esta quadra seja de amor e paixão e como vós sabeis faz quarentas e tais anos o nosso jantar foi com muitas iguarias começamos com umas entradas de presunto depois vieram uns ricos pasteis de bacalhau e por fim para não ficarmos desconsolados serviram através do Contige e do Serafim uma bruta dobrada com feijão branco o que eu adorei,
Venho por este meio desejar a todos os meus companheiros de férias no resort de Tite feliz Natal e bom ano de 2011, e que Deus lhes de tudo o que melhor há no mundo sempre a triplicar para todos vós e a vossa família, são os desejos deste vosso companheiro,
Prestes a aboletar-me com um desses textos, sobre o Natal, difundidos, com profusão, nos meandros internáuticos, fazendo o usual copy-cola, para “botar” figura, quando, uma conversa circunstancial com um nosso companheiro, a quem incentivava para descrever o seu natal, me fez “puxar a baraça atrás”.
- Sobre o Natal ?! . . .
Nunca soube o que isso era. Prendas, festa, amor, alegria, carinho, pai natal, menino Jesus ?! . . .
Perdi, muito pequenino, a minha mãe e, o meu pai, logo a seguir.
Fui criado, aos empurrões e de favor, por uns parentes, cujo único interesse foi apropriarem-se, na íntegra, dos bens deixados pelos meus avós.
Desculpa, para esse tema em nada posso contribuir, já que, infelizmente, nunca tive essa vivência -, concluiu, ele, de voz embargada.
E, embargado, fiquei também, sem alento para prosseguir, como me propusera.
Realidade, nua e crua, que recebi como uma marretada.
Por onde andarias, tão distraídos, pai natal e menino jesus ?! . . .
E, já agora, porque não, nós também . . .
.
A propósito da “baraça atrás”, permitam-me introduzir, aqui, um breve parêntesis, como comentário ao belíssimo texto sobre o “nosso Natal . . . “
Desculpará a impertinente intromissão.
Provavelmente, conotar-me-á de “kuska” “carvoeiro” ou “brejeiro”. . .
Com que então, o “menino”, seu maninho, presumo, com tendência precoce pr’ó pião e pr’á “nica” ?! . . .
Já pairava essa desconfiança, pelo menos, há uns bons 40 anos.
Descodificada fica parte do enigma.
Por essas e por outras, terá sido recambiado para a mouraria . . .
Nb: “nica”, era aquele jogo que consistia em malhar, até rachar, com o nosso pião no do parceiro, puxando, com perícia e destreza, a baraça, o mais atrás possível.
Era uma vez, lá na Judeia, um rei. Feio bicho, de resto: Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças. A gente olhava, reparava, e via Que naquela figura não havia Olhos de quem gosta de crianças. . E, na verdade, assim acontecia. Porque um dia, O malvado, Só por ter o poder de quem é rei Por não ter coração, Sem mais nem menos, Mandou matar quantos eram pequenos Nas cidades e aldeias da Nação. . Mas, Por acaso ou milagre, aconteceu Que, num burrinho pela areia fora, Fugiu Daquelas mãos de sangue um pequenito Que o vivo sol da vida acarinhou; E bastou Esse palmo de sonho Para encher este mundo de alegria; Para crescer, ser Deus; E meter no inferno o tal das tranças, Só porque ele não gostava de crianças. . Miguel Torga
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este belo poema de Miguel Torga, foi copiado com a devida vénia, do blog da nossa amiga Alcinda Leal, a quem desejamos um Feliz Natal.
Nesta época natalícia, desencantamos, por vezes, temas cujo sentimento, saudosismo que aliados à beleza da linguagem utilizada, quase nos obrigam a partilhá-los para conforto das nossas consciências. Este meu estado de alma, leva-me a transcrever um pequeno conto pormenorizado, de um facto social, verídico, passado numa aldeia, perto da minha cidade – Viana do Castelo.
Considero esta história um hino à ternura, à simplicidade. Traduz com toda a inocência e com toda a pureza a cultura de um povo. De uma época.
Convém, antes de ser transcrito, esclarecer que esta narrativa surge imediatamente a seguir à inauguração, em pleno centro histórico (Praça da República – sala de visitas da cidade), de uma escultura em homenagem a ”Camaruru”.
A Praça da República é um espaço lindo, equilibrado e acolhedor. É um recanto paradisíaco. Foi e ainda conserva as marcas de um movimentado centro cívico de enorme impacto social. É um local de saudade, dos amigos, das concentrações políticas, de convívios. É um sítio que ainda hojetransmite tranquilidade e a sublime sensação de bem-estar.
Pois bem, neste centro histórico, na passagem do ano de 2008 para 2009 foi inaugurada uma estátua homenageando “Caramuru”, figura épica vianense intimamente ligada à História da fundação do Brasil.
Sem querercomentar os eventuais valores artísticos daquela obra ou de discutir a necessidade daquela homenagem a um vianense desconhecido da maioria pessoas (excepção para os historiadores), os vianenses, por maioria de razão, manifestaram-se pelo tamanho do mamarracho que desaguou ali na nossa tão nobre praça. Olhá-la, fere a vista pela poluição visual que erradia. Aquele estilo em nada condiz com o apurado requinte estético de rara beleza que são os ainda bem conservadoschafariz, os Paços do Concelho, as lindíssimas varandas da Misericórdia e a igreja com o mesmo nome.
Uma parte significativa daquela distinta praça foi amputada, sem dó nem piedade, dos que, como eu, não foram ouvidos nem achados. Onde, antes ali se faziam usualmente diversos eventos, deparamos hoje com uma estátua de tamanho excessivo, desproporcionada na incongruência das formas. Resumindo, aquilo é um autentico atentado à elegância e nobreza do local.
Eis a seguir algumas fotos que, melhor do que as minhas palavras, testemunham o mau gosto e o despesismo de quem nos governa.
Feita a introdução, aí vai então a história narrada pelo seu autor e meu conterrâneo, Sr.Élio Miranda (irmão do meu muito querido, saudoso amigo e padrinho de casamento, Sr. Rodolfo Miranda).
bicicleta nova do Ti Manel Barraca ou Caramuru.
Ti Manel era uma figura típica na aldeia. Coveiro no cemitério da minha terra, mais conhecido por Gago Barraca nome de guerra, vindo dos seus tetravôs e que atravessou toda a sua geração até aos dias de hoje, vivia numa modesta casa térrea com telhado em telha vã e duas "fuminés" junto ao cume, uma de cada lado. Na fronteira entre o Sião e a Foz, lugares dafreguesia, distava do seu trabalho cerca de quilómetro e meio. Este singelo ninho familiar de Emília, sua mulher, e Madalena, sua filha, mocetona do tipo maria-rapaz , desengonçada no andar , atiradiça e tanto sonsa, era composto pela cozinha, com porta para as leiras do Corgo, dois quartos, um para o casal outro para o rebento e de uma sala comum, de jantar e visitas. Deste espaço ocupava-se Tia Emília, fazia questão, dedicando-lhe todo o carinho no arranjo e mantendo-o sempre esmeradamente asseado Na fachada virada para o caminho que lhe passava junto, protegida por uma parede em pedra solta, rasgava-se uma ampla porta com vidros quadrados grandes para que penetrasse, através dos cortinados, suficiente luz. Quando se abria, ou era para arejar ou, em dias de festa receber a Cruz na Páscoa, o senhor abade, toda a mordomia e os amigos Nesses momentos vislumbrava-se do caminho, o seu interior requintadamente bem arrumado: uma mesa rectangular em madeira de castanho, antiga, estilo Queen Anne , adquirida por herança, coberta com uma toalha em alvo linho, bordada, quatro cadeiras ao redor e um vaso com flores ao centro. O louceiro, do mesmo estilo, estava encostado à parede e a um canto um sumptuoso oratório cheio de santos da sua devoção e as estampas do Coração de Jesus e da Última Ceia.
Um nicho que demonstrava tão-somente a única coisa rica da família Barraca! E assim foram vivendo.
Como os anos não perdoam, Manel Gago Barraca pensou então comprar uma bicicleta, sonho de juventude, porque as pernas já não correspondiam às caminhadas diárias que tinha que fazer até ao Campo Santo. Se o pensou melhor o fez. Falou com o “Bilachão” com oficina e stand de velocípedes no Largo da Estação da CP, que lhe arranjou uma em bom preço e como nova! De cor preta, como convinha, fininhos desenhos dourados em rendilhado embelezavam o quadro. O guiador, as manetes dos travões, o farolim, o espelho retrovisor e o dínamo tudo cromado brilhante. A corneta entre as pernas. No guarda-lamas traseiro foram colocados um suporte e um reflector vermelho E o selim? Este em couro lavrado, ortopédico, com molas de aço em raio, essas sim, novas e de origem! Uma autêntica pasteleira topo de gama. Pneus e câmaras-de-ar a estrear e mudanças no cubo. Ao chegar a casa, chamou pela mulher, para lhe apresentar aquele mimo. Emília, depois de contemplar minuciosamente tal preciosidade, perguntou-lhe: Ó Manel, onde vais guardar este cangalho? Já pensei mulher. Abre de par em par a porta da sala de jantar e de visitas, entra e encosta-a à mesa Queen Anne, de madeira de castanho, ao lado do louceiro, do mesmo estilo, e ao sumptuoso oratório. Afasta-se até ao meio do caminho, vira-se para Emília e diz: que coisa linda, mulher, como fica bem, não fica? A sala está mais rica, "Mília"!!!... Dona Emília Barraca não queria acreditar no que via. Deixou-o em êxtase e a falar sozinho, e foi deitar de comer às galinhas. Madalena, completamente alheia a coisas de estética e artes decorativas, continuava a tocar a corneta.
Manel Gago Barraca ergue então os olhos para o céu e de braços estendidos exclama: estou tão feliz, meu Deus, se tivesse dinheiro mandava deitar uma girândola de foguetes!!!
NOTA: Barraca fez da sua casa o que bem quis e entendeu, ninguém tinha nada com isso, A casa era sua propriedade. Até podia estacionar, nos dias de hoje, na sua sala de visitas, uma moto-quatro.
A Cidade de Viana do Castelo não é propriedade de alguns é de todos. O que implantaram na sua Sala de Visitas é uma afronta, uma aberração!!! Barraca não tinha cultura suficiente para entender, discernir. E estes?
Como era algo diferente aquele Natal, aqueles Natais…
A árvore, um pinheirinho sempre muito arredondado, em vaso próprio escondido por papel dourado ou prateado. era colocada no móvel da sala, e começavaa sermontado por volta do dia 8,dia da Mãe…
Aos poucos íamos colocando as bolas, grandes e pequenas, vidradas, brilhantes,douradas,prateadas,vermelhas,verdes e algumas brancas com uma espécie de neve colada – e havia umas em forma de casinha com chaminé, em forma de cão , de gato…e até meias bicudas…
Normalmente era a mãe queia fazendo e nós às vezes na brincadeira, íamos desfazendo – mais uns dias e punham-se os fios dourados,muito dourados e vermelhos e no cimo do pinheiro uma estrela , ora prateada ora dourada, bem maior que as outras bolase as vezes o seu peso fazia inclinar o pinheiro – em baixo junto ao vaso um pequeno presépio – lembro-me do musgo que o pai a toda a força procurava no n/quintal onde nem sempre existia, e a mãe,sorrateira durante o dia lá o ia desencantar, ora na conta certa, ora a mais e aí punha à volta de todo o pinheiro e do vaso, e às vezes dava o resto à vizinha…e então vinham as imagens do Presépio – e não sei se era eu ou se eras tu quem punha a vaca e o burro a fazer de Reis Magos e logo a mãe nos mostrava um Presépio de papel que tinha vindo com um qualquer jornal da época –JN ou 1º de Janeiro e tínhamos de respeitar a ordem – a avó passava e de cada vez pedia ao Jesus saúde para a famíia,sim, porque o que havia ia chegando e a sáude é que não devia faltar
As noites eram frias mas depois do jantar lá começava o pai com as engenhocas das luzes … e tu a quereres de pequenino dar o teu parecer…a tua sugestão….eram lâmpadas embrulhadas, imagine-se em papel dito celofane de todas as cores….e como ficava linda aquela árvore – como se não bastasse querias que as luzes piscassem e até isso o pai acabava por arranjar – e ainda havia uns castiçais em latão que se colocavam no pinheiro presos com um género de mola e na noite de Natal punham-se velas nestes castiçais e acendiam-se aquelas lâmpadas …era uma alegria….os pais,nos e a avó…perto da meia noite la íamos colocar o sapatinho no fogão….e passado um bocadinho houvia-se um, barulho, apagavam a luz , mais um barulho e nos de olhos arregalados…então a mãe dizia: acho que o Menino Jesus já chegou,,, e havia luz e la íamos todos à cozinha – era a camisola, o cachecol, a boneca, o comboio de latao,os sapatos, ou botas, ou ate chinelos,os lápis ou cadernos …e ficavamos ainda mais contentes…um ano tive um tanque …que felicidade…aquele pião às cores com “nagalho” também colorido…ninguém tinha…e rodopiava rodopiava sem fim…ganhavas sempre…e aquele bonecotambém de lata em que dávamos com os dedos e ele abria tipo guarda chuva e fazia desenhos??? Eu sem grande força e tu com força a + e lá ia o boneco… e a galinha plástica em que se carregava e punha ovos??? E quando a avó estava cheia de ouvir cair os ovos e de os ir apanhar, dizia que ia fazer um bolo ou a manteiga…e lá iam os ovos…
E +: se eu estivesse naqueles dias de não me calar, lá ia eu fazer teatro…e cantava e dançava “olha o policia,olha o policia, olha o policia sinaleiro…ou passa agora ou se não passa…fica sem carro e sem dinheiro!!” mas exigia aplausos…escusado será dizer que o pai dizia “que palhaçada”…
E nessa noite era obrigatório a luz exterior da entrada da casa ficar acesa e não se levantar a mesa…de noite viriam os anjos comer …
Ja ensonados ,ouviam-se os foguetes e o grupo de Boas Festas dos Bombeiros de S Mamede de Infesta e outros….abria-se a porta,chovesse ou trovejasse, e a mesa era de todos, e cantavam, cantavam as canções ao Menino Jesus…comiam e la iam a outra casa que lhes abrisse a porta…
Retomava-se a mesa, a mãe fazia um chazinho e aquecia leite..comia-se o creme ou aletria , aquelas rabandas que eram a tua perdição….e mesmo só mais um bocado daquele queijo branco que o pai teimava em lembrar que era mesmo da serra…
E no dia seguinte,lá íamos à missa a mostrar a roupa nova e a dizer aos amigos o que tínhamos tido no sapatinho…e ao almoço lá ia “o pobrezinho” que almoçava connosco mas fazia questão de não ir para a sala,porque tinha vergonha…já era Natal solidário durante o resto do ano, só que era mais do coração….
Durante a tarde jogava-se o dominó em que o pai liderava com alguma facilidade, e mais doçaria e frutos secos…ai as anozes e os pinhões, as avelãs e um doce que a avó fazia com estes frutos…ai sinto o paladar mas nem imagino o que levava,,,,
Nos dois anos em que estiveste na Guiné, os Natais foram tristes…o teu lugar vazio e as lágrimas da mãe ouviam-se a cair no prato… e logo a avó dizia:pensas que o menino não tem Natal, ai tem tem, que neste dia não há guerra… (já deveria ser do tipo da do Raul Solnado…)a missa nesses anos era a duplicar…o pai, que nem partilhava a mesma religião, começava as 9h a lembrar a ida à missa…e a mãe a dizer que era interesseiro…como o menino estava na guerra..
E eram assim os Natais…até que num deles as velas incendiaram…. As luzes apagaram , o fogo da arvore assustou,,, e acabou…Nos seguintes…, velas??nem vê-las e nem podíamos lembrar a hipótese nem o desejo vir ao de cima…
e foram assim os nossos Natais, uns mais alegres outros menos, mas apesar de tudo suficientemente bons para nos deixarem boas recordações…
ah…falta dizer que uma semana depois com o fim do ano à porta.lá ia a mãe e a avó e eu , como não podia deixar de ser, bater com as tampas nos tachos de alumínio, dando as boas vindas ao NOVO ANO e a vizinhança na mesma figura, tudo nos quintais, desejando a todos um ano feliz…era uma barulheira durante uns 10-15 minutos…se o barulho era pouco vínhamos para a frente da casa, a partilha era obrigatória…
No passado dia 13 de Dezembro, para meu espanto, ao abrir o Blog do Bart 1914, tenho a oportunidade de ler um conjunto de mensagens de felicitações, da responsabilidade de um grupo de companheiros, cujos textos me fizeram sentir como se eu fosse o artista principal chamado ao palco no final de um bom espectáculo.
Fiquem a saber que ao escreverem o que escreveram, proporcionaram-me momentos de grande alegria. O dia, garanto-vos, foi bem diferente de outros dias. Só uma palavra ….Obrigado!
Quero também agradecer a muitos outros que me enviaram mensagens de felicitações pelas 65 primaveras. Certo vos digo que o telefone não abrandou de tocar. O meu muito Obrigado também.
Todos os momentos que neste dia me dispensaram, proporcionaram-me um combinado de felicidade por rir e chorar. Pelo carinho que me dispensam e também pelas recordações em anos passados e recentes. Relembraram-me cenas já esquecidas, que as aceito com maior dos prazeres.
Tenho pena que os demais companheiros não nos transmitam, várias vezes pedido, o dia do seu aniversário, pois, desculpem que vos diga, perdem um magnífico momento de felicidade.
Através do Hipólito recebemos esta mensagem de Natal do nosso Capelão, Padre Luis Silva.
Saudações Natalicias.
Aqui está a transcrição do original:
"Mensagem Natalícia
Do
P.e Luís de Azevedo da Costa e Silva
Ex-capelão do Batalhão 1914
Aos meus caros amigos que estiveram confiados aos meus cuidados pastorais, na Guiné, saúdo, com muito prazer, nesta época natalícia.
A todos felicito pelo zelo, dedicação e competência com que exercestes a vossa difícil missão, em Tite e seus arredores.
Passados quarenta anos do nosso regresso, ainda tenho saudades da sadia e alegre camaradagem que partilhamos juntos.
As muitas amizades que conquistamos são para reviver nestes momentos fortes.
Num preito forte de gratidão, quero agradecer a todos os que generosamente me ajudaram nas minhas tarefas pastorais, salientando a dedicação e competência do nosso grande amigo Hipólito.
Vamos disfrutar da paz, da alegria e do amor deste Natal do Senhor.
Todos os dias vos encomendo ao Senhor nas minhas orações pessoais e comunitárias.
A todos os que o Senhor chamou para a outra vida, peço o seu descanso eterno.
Para todos vocês, que por graça do Senhor, ainda viveis comigo, peço ao Deus Menino, um Santo e Feliz Natal e um Ano Novo repleto de Muitas Felicidades.
Está-me, cá, a parecer que isto está a descambar, um tudo nada, para o sentimentalão.
Trenguices de velhos ? . . .Ou, lamechices consuetudinárias, inerentes à época ?!
Apesar de, por regra, não dar uma pr’á caixa, arrisco intrometer-me nos pensamentos nostálgico-deprimentes que,paulatina e silenciosamente, se possam insinuar em nossos espíritos, ainda e sempre joviais.
Tentando, porém, não entrar de “chancas”, o que, num intróito para agitar as águas, por vezes, se torna espinhoso.
Via Pica, tive acesso a um documento descritivo dos louvores e condecorações atribuídos ao pessoal do n/bart 1914, aquando da comissão em Tite, que, como não fui bom soldado, nem bom cavaleiro, por completo, desconhecia.
Aos contemplados com louvores, podemos, com propriedade e sem rebuço, apelidar de “louvados”.
E, se não estou errado, na hierarquia eclesial, um louvado, é imediatamente inferior a beato, sendo este logo a seguir a santo.
O mesmo será dizer que, louvado, é, uns graus acima, muito mais, hierarquicamente falando, comprometido com o sistema, que um sacristãozito.
E bem verdade é, de que não há duas, sem três.
Da mesma jaez que se escamoteia a data de nascimento,também natural é que se tente o mesmo com ligações, ditas sacripantas, inoportunas, para alguns prismas.
Só com este raciocínio, compreendi a observação, subrreptícia, do Pica:
- Olha, sou um dos louvados, mas dos mais rascas, ouviste ? -, louvor, só, do comandante de companhia ! . . ., percebendo-se, ora, a frequente veemência com que o elogia, digo eu.
O que não lhe retira a auréola de “louvado”, dê por onde der, e não surta efeito fugir com o rabo à seringa, descartando, para um qualquer dia 17 e só para uns, poucos, o tributo de celebração comemorativa, como, porra !, se impunha a um aniversariante, tanto mais, louvado, que se preze.
A ele, como à caterva dos listados no documento -, sem pretender, longe de mim, sequer, refutar a justeza e critérios de atribuição.
Basta atentar na referida listagem. Só das TMS, quase uma GMC deles. Tantos, quantos, ou mais, os que, povoadores confessos dos abrigos, destes faziam o seu privilegiado local de lazer, mesmo sem janta . . .
Até, por se tocar afinadinho a gaita, se pode (e deve) ser louvado ! . . ., bem sabemos.
Nisso, como em quase todo o resto, os senhores da tropa (de cabo para riba),eram, como que, infalíveis.
A menos que esteja, ou, já vesgo, ou, os barrotes tortos.
Daí que, só agora, descortine, com mais acuidade, o significado da expressão:
- “louvados sejam” . . . . e, deles, será feito o reino. . . , e, assim, se fará, tanto a vossa, com’a minha, vontade.
Descoroçoado e como o pano de paixão, ficou o Mestre, por comparação com o seu dilecto amigo, da mesma especialidade e também alentejano.
Para me azucrinar e numa fuga pr’á frente,contra-atacou:
- Também querias um louvor, nã é ?! . . . Só se fosse por deixares a santa ganhar teias de aranha, que, tarde, mal ou nunca, limpavas . . .
Moita, sacrista. . .
E, levantavas-te, tu, padeiro Contige, à meia-noite, paradar de comer a esta gente . . . .