SÃO BEIJINHOS MINHA MÃE SÃO BEIJINHOS
Naquele dia a aldeia estava diferente por mais bonita. A contrastar com as rotinas diárias do sossego e, com as cores azul e branca do caiado das casas. As folhas e flores que agora cobriam o chão, as colchas bordadas colocadas nas janelas, davam-lhe um colorido e uma beleza sumptuosa.
Era o 1º domingo de Maio, os sinos da igreja repenicavam freneticamente, não só pela ocasião da sua missa dominical, mas sobretudo pela festa que se verificava neste dia no povoado. Eram assim que a aldeia, todos os anos, celebrava o Dia da Mãe.
Na escola, a professora primária, uma ou duas semanas antes, não deixou de ensinar as crianças nos trabalhos manuais que normalmente desenvolviam, desenhos, pinturas e arranjos florais mas agora com motivos para celebração do Dia, que depois de prontos seriam religiosamente guardados até ao dia, então oferecidos, como prova do seu amor, às suas mães.
Antes também, sobretudo as mulheres e as raparigas, durante semanas, pelo serão, não se cansaram na construção dos arranjos florais, que não só iriam cobrir o chão das ruas da aldeia, mas também as bandeiritas que seriam colocados, tudo, na noite anterior.
A toda esta azafama, transportando no bolso uma caixinha que outrora fora de fósforos, agora com uma lagartixa dentro, assistia melancólico, o Pedro, com 4 anos, o irmão mais novo de 5. Ele sabia que os seus irmãos mais velhos tinham feito na escola desenhos para darem à mãe.
O Pedro não se lembrava de ver a aldeia tão bonita, por tudo isto já passara mas só agora compreendia e dava valor. Ficou deslumbrado com os desenhos que os seus irmãos lhes mostraram. Ele nada tinha para oferecer. Isso entristecia-o mas… uma ideia lhe sucedeu.
No dia, libertou o seu amigo de estimação, limpou muito bem a caixinha que outrora fora de fósforos e que durante semanas ser viu de abrigo ao seu amigo lagartixa, “pintou” a imagem do girassol com as cores dos lápis dos irmãos e, no Dia, disse à mãe quando esta ficou na expectativa ao verificar que dentro da caixa “nada” havia.
Abre com cuidado mãezinha….não os deixes fugir….são beijinhos mãezinha, são muitos beijinhos para ti que dentro da caixinha carreguei.
Pica Sinos
2 comentários:
Bonita história de amor materno!
Vejo que já se preparam para novo convívio gastronómico.
Bom almoço, com muita alegria... para vencer a crise!
Cumprimentos
Alcinda
Ora, ora . . .
C/esta brigada do reumático, vamos longe! . . .
Nem para o almoço estão já operacionais? . . .
Hip.
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