OPERAÇÃO ETÍLICA A 40º FOI UM SUCESSO
A noite já tinha caído quando me encontrei com o Carlos Azevedo, homem nascido há 63 anos em Vila Nova de Famalicão, terra minhota, situada bem no coração do Vale do Ave. Em adolescente, os seus dias foram vividos numa das colinas de Lisboa, mais propriamente na zona da Graça.
A tropa “apanha-o” a trabalhar nas oficinas da antiga Companhia Nacional de Navegação. Embarca para a Guiné com o posto de 1º Cabo/Manutenção Militar, a especialidade e as responsabilidades da sua estadia em Tite são na carpintaria.
Quando regressa, entra nos quadros como técnico administrativo na Lisnave, passa pelos Correios e
Telecomunicações durante anos e a seguir à situação de reforma. Hoje, faz uma “perninha” como gestor administrativo numa clínica de saúde privada em Almada.
Casado, já com netos, lá vai confidenciando que pensava que na situação de aposentado teria mais tempos livres para usufruir, mas não! O trabalho e a família mais jovem não o permitem, diz a sorrir.
Este amigo e camarada tem várias histórias em Tite, mas como todos nós, só não quer esquecer aquelas que lhe deram gozo. Confessa a sorrir as incursões que de noite fazia à horta do Capitão “hortelão”, no objectivo de o “ajudar a comer” um ou dois sucosos e nutritivos
ananases (entre outros produtos) que cresciam e amadureciam entre as bananeiras.
Mas a que lhe deu mais “pica”, com a divina vénia ao ex. Capitão Miliciano Paraíso Pinto - que crê ainda hoje que lhe deve (a ele PP) fazer confusão por não ter conseguido apanhar e identificar o intruso - foi a “operação etílica” que de pronto, secreta e sigilosamente, sem planificação prévia, que arrojadamente desenvolveu na messe dos oficiais.
…Uma dada noite, estando de serviço no posto de sentinela que as traseiras davam, por poucos metros, para a messe dos oficiais, ouvi de fazer inveja, entusiasmante festança que exuberava naquele pavilhão. Não sei o que comemoravam, mas os risos e “conversa” eram muitos e… os “brindes” também…
…Pensando com
os meus botões, “era festa”, mesmo sem ser convidado, que tinha interesse em “participar”, pois, sozinho que estava, fazia todo o sentido associar-me a toda aquela alegria. Os minutos pareciam horas, com eles a observar quando o “IN” se calava e abandonava o local na direcção aos quartos de dormir…
…Bem pela calada da noite o silencio imperava, as luzes já tinham sido apagadas, em “passo de ganso” a “operação etílica” desenvolveu-se no estilo golpe de mão (bem sucedido), não hesitando em “acarinhar” uma das garrafas que no bar para mim “olhava e sorria” dizendo …leva-me, leva-me… quando, com a dita cuja bem junta ao coração, um dos convivas, ma
l “acordado” ou mal “a dormir”, sentindo um invasor por perto, procurou contra atacar com vista à identificação de tal
“bandido”...
…Oh meu querido e amigo Dr. Paraíso Pinto, a garrafa multifacetada de Antiquary, velho Whisky, com uns valentes anos em cima, com a graduação de 40º, era, (foi) um espanto de tão delicioso sabor. Como naquela noite me correu tão bem o quarto de sentinela e, diga-se também o gozo do partilhar da vossa festa sem ser convidado…
Quem quiser ligar ao Carlos Azevedo: Telm. 967632989
Pica Sinos
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