Obrigado Joaquim Silva e Gracias Nanque.
Realmente Bissau era uma bela cidade, capital da Guiné.
Foi lá que tirei a minha carta de condução em 1967.
33⁰ Almoço anual do BART 1914, em 15 de junho de 2024, no restaurante Vianinha Catering, em Santa Marta de Portuzelo. Organizador Daniel Pinto e seu filho Rui Pinto.
“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
Obrigado Joaquim Silva e Gracias Nanque.
Realmente Bissau era uma bela cidade, capital da Guiné.
Foi lá que tirei a minha carta de condução em 1967.
A TRAGICA HISTORIA DA CART 1690, pertencente ao. BART 1914
O Hipólito alertou-me
em tempos para o facto de haver alguns textos no blog do Luís Graça &
Camaradas da Guiné, que citam a CART 1690, Companhia que pertencia ao Bart 1914
e que muito sofreu durante a sua permanência na Guiné. Obrigado Hipólito.
Publico aqui parte do que lá é escrito e quem quiser saber
mais deve consultar o blog deles
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search...
Do blog Luis Graça & camaradas da Guiné (LG),
transcrevemos os seguintes excertos, com a devida vénia ao blog Luis Graça
& Camaradas da Guiné. O nosso muito obrigado.
"Vd. poste de 24 de abril de 2015 > Guiné 63/74 -
P14514: Memória dos lugares (288): Gentes do Geba, parte I (A. Marques Lopes,
coronel inf, DFA, na situação de reforma, ex-alf mil da CART 1690, Geba, 1967; e
da CCAÇ 3, Barro, 1968)
(**) Último poste da série > 25 de setembro de 2014 >
Guiné 53/74 - P13650: In Memoriam (195): Cap art Manuel Carlos da Conceição
Guimarães (1938-1967), morto na estrada Geba-Banjara, região de Bafatá... As
suas irmãs, Teresa e Ana descobrem agora, emocionadas, as referências sobre ele
no nosso blogue e encontraram-se há dias, em Lisboa, com o Coronel A. Marques
Lopes, seu amigo e companheiro de infortúnio.
A CART 1690 foi mobilizada pelo RAL 1, fazendo parte do BART
1914 (Tite, 1967/1969). Partiu para a Guiné em 8/4/1967 e regressou à Metrópole
em 3/3/1969. Esteve em Geba e em Bissau. Comandantes: Cap Art Manuel Carlos da
Conceição Guimarães (morto em combate), e Cap Mil Art Carlos Manuel Morais
Sarmento Ferreira.
Esta subunidade tem um dos mais trágicos historiais da
guerra da Guiné: 10 mortos em combate, incluindo o Cap Art Guimarães, 2 alferes
milicianos e um furriel miliciano; 12 militares "retidos pelo IN" (e
levados para Conacri), dos quais 2 morreram no cativeiro; 5 militares, feridos
em combate, e evacuados para o Hospital Militar Principal, da Estrela, em
Lisboa, incluindo dois alferes milicianos, o A. Marques Lopes e o Domingos
Maçarico (meu parente afastado). (LG)"
Nota - no blog Luis Graça aparece algumas vezes a sigle LG
que pertence às iniciais do Luis Graça.
In Memorian. Documento da Academia Militar a quem agradecemos:
≈ In Memoriam ≈
Nome: Manuel Carlos Conceição Guimarães
Posto: Capitão de Artilharia
Naturalidade: Lisboa
Data de nascimento: 27 de Outubro de 1937
Incorporação: 16 de Outubro de 1954 na Escola do Exército
(nº 415 do Corpo de Alunos)
Mobilizações:
Alferes/Tenente: Índia de Maio de 1959 a Março de 1961
Capitão: Guiné de Abril de 1967 a Agosto de 1967
Condecorações:
TO da morte em combate: Guiné
Data da morte: 21 de Agosto de 1967
Circunstâncias da morte: No dia 21 de Agosto de 1967, uma
patrulha de reconhecimento e combate que regressava do exterior, já próximo do
aquartelamento da CArt 1690 em Geba, detectou a existência de minas na picada e
transmitiu para a base essa informação. O Capitão Guimarães deslocou-se para o
local para procederem ao levantamento das minas A/C tendo uma delas deflagrado
provocando-lhe morte imediata.
Com altos e baixos, lá se vai mantendo à tona para unir os amigos e companheiros que estiveram em Tite, bem como os seus familiares e visitantes.
Estamos quase com 700.000 visitas, o que para um grupo de cerca de 200 amigos, é obra.
Bem hajam os que por aqui passam.
Foi assim que começou este blog:"Olá Amigos
Boa tarde a todos. Não podendo passar ao lado das novas tecnologias e, embora já no Outono da nossa vida, vamos criar este blog... Falar uns com os outros, inserir fotos daqueles tempos ou actuais, fazer comentários, cortar na casaca uns dos outros, vale tudo, ou quase... Bons e maus momentos, saudades dos que connosco partiram para lá e que não chegaram a regressar O nome deste blog nasceu da nossa condição de veteranos da guerra colonial, do ultramar ou de Africa, como lhe queiram chamar e do local onde estivemos aquartelados - TITE, na Guiné Bissau.. Podem aceder também filhos, netos, até bisnetos, outros familiares e amigos. É mesmo um BLOG GLOBAL. Um abraço para todos.
Leandro Guedes"
BOM ANO NOVO PARA TODOS E AS MELHORAS PARA OS NOSSOS DOENTES.
Transcrevemos mais uma vez, um artigo do Expresso, e do seu repórter Alfredo Cunha, a quem agradecemos, sobre a Guerra Colonial :
23 DE JANEIRO DE 1963, QUARTEL DE
TITE
É difícil explicar a geografia
da Guiné a quem nunca lá foi. Afinal “aquilo tem o tamanho do Alentejo”. Mas
é um engano. Todo o litoral é uma planície pantanosa que se abre à foz de
vários rios. O que quer dizer que para descer o equivalente a 30 quilómetros
em linha reta, teremos que utilizar um barco ou dar voltas por terra horas sem
fim a contornar a boca de várias entradas de rios. E há o terreno de lama. A
vegetação. O clima tropical. As chuvas. Os mosquitos. No início dos anos 60,
a Guiné não era como as jóias da Coroa: Angola e Moçambique. Para o meio
milhão de autóctones de dezenas de etnias, havia uns meros dois mil
portugueses da Metrópole. Alguns deles militares, espalhados por quartéis nos
principais pontos do país. A zona sul, que faz fronteira com Conacri,
terrível em termos de geografia, e que seria comandada por Nino Vieira, iria
ser o ponto de partida da guerra na Guiné. Tite, um quartel da tropa
portuguesa, foi escolhido para a primeira investida noturna do PAIGC. É
conhecido por ser o local do primeiro tiro. E ainda se comemora como tal. É
uma data.
O quartel português de Tite ainda lá está. Mas em escombros. Restam as paredes e como sempre o mato vem reclamar o que lhe pertence. Ainda foi ocupado pela tropa guineense, mas abandonado em 1994. A poucos metros, impassível, está um poilão, uma magnífica árvore sagrada com dezenas de metros de altura. À sua sombra, os velhos. E, com eles, a memória. Logo ali dois que lutaram no exército português. Pedro Ussumani, 66 anos; e Brema Jasse, 73. Foram tropa feijão-verde. Brema, aliás, passou de soldado ‘tuga’ a coordenador do PAIGC, e fala desses tempos com cumplicidades e risadas. “Querem um terrorista? Vamos a casa do grande bazuqueiro”, e lá caminhamos umas dezenas de metros até à casa de Braine Sane, 63 anos, o tal artista da bazuca. Tudo amigo. “Fomos soldados, não há rancores”, diz.
Ussumani vai adiantando “que
depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era
entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase.
Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com
o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais
velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da
destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto.
“Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos
estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
E o tal primeiro tiro, como foi?
O homem que o deu morreu há poucos meses. E eis que chega à sombra do poilão
Pape Dabo, 89 anos, um homem pequenino. Não sabe de ouvir dizer. Esteve
presente no ataque de 23 de janeiro de 1963 e participou nas reuniões que
decidiram a operação no quartel de Tite. Tiro? Não foi tiro. “Só tínhamos
dez armas e a sentinela estava a dormir e, quando avançámos pela porta do
quartel, matámos o homem com um canhaco.” Canhaco? É uma lança que se põe
num arco. Mas foi com a mão. Perfurou-lhe o pescoço.
Ussumani vai adiantando “que depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase. Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto. “Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.
Mas voltemos um pouco atrás. Pape Dabo conta a história do ataque como já a terá repetido centenas de vezes. Não permite interrupções. Ele é o narrador e o dono da versão. Começa com ele e o irmão no quartel, a trabalharem como padeiros dos portugueses, e termina depois do ataque com ele a voltar a ser reconhecido pelos militares portugueses como um “dos bons” e, assim, a poder espiar. Pelo meio, o ataque: divididos em quatro grupos, só o primeiro entra no quartel; os portugueses acordam; os tiros; as mortes do lado dos ‘tugas’ terroristas (“terroristas eram vocês do PAIGC”, diz Pedro); depois, teve que voltar no outro dia, foi obrigado a ver os cadáver dos companheiros mortos e ter de fingir que não os conhecia. E recorda ainda quando o comandante alinhou a população na praça em frente ao quartel e disse:
“A guerra começou.”
"N |
As
várias equipas preparadas para atacar o quartel partiram de uma aldeia próxima de Nova Sintra. Reuniram-se numa mata próxima de Tite muito cedo, de manhã, à
espera da hora para atacar. Havia apenas uma arma por cada dez homens, estando
os outros combatentes armados com catanas e paus. O ataque iniciou-se apenas à
uma hora da madrugada.
No rescaldo do ataque os combatentes do PAIGC tiveram dois mortos e dois feridos.
Na foto de grupo em cima, tirada em Tite depois da Guerra, estão alguns dos guerrilheiros que participaram no primeiro ataque a Tite em Janeiro de 1963 (a devida vénia ao Expresso, aos seus Jornalistas e Foto-Jornalistas, pela partilha desta sua foto)
"Preparação para o 23 de janeiro em Tite começou com recuperação de emblema que simboliza o nosso grande setor Tite obrigado jovens os cacubas de Tite com apoio de todos filhos amigos di Tite força irmãos estamos juntos."
Esta é a noticia de UMARO USHER DE TITE (ver no facebook a sua página), que dá conta da recuperação do Emblema de Tite, que após a saída dos Portugueses ficou muito degradado, tal como todo o quartel que hoje está ao abandono.
Este Emblema, chegou a ser fontanário com ligação ao depósito de água do Quartel, onde o povo de Tite se abastecia. Salvo erro foi iniciado pelo Batalhão 1860, que nos antecedeu e depois o Bart 1914 foi mantendo.
Hoje está recuperado como mostra a imagem seguinte:
Realizou-se hoje o 50º convivio do Grupo MAGNIFICA TABANCA DA LINHA, no restaurante Caravela d' Ouro, em Algés.
Estes convívios são organizados pelo carola Manuel Resende e
destinam-se a todos aqueles que estiveram na Guiné.
Compareceram mais de 100 companheiros de armas, de várias
Unidades.
Do nosso Batalhão 1914, estiveram presentes (na foto, da
esquerda para a direita), Joaquim Henriques de Peniche (sala de operações), José da Costa de Ovar, (Transmissões) Cap Paraíso Pinto de Lisboa, (Comandante da CCS) Leandro Guedes de Torres Vedras, (Reabastecimentos operacionais) alf António Alves
de Oeiras (Sapador da CCS) e alf. Augusto Antunes de Lisboa Comandante Pelotão Daimler 1131).
Foi pena não terem comparecido os nossos amigos que são da
zona de Lisboa.
Leandro Guedes.
Não faltou a famosa aguardente de medronhos algarvia, do
irmão do nosso capitão.
O nosso companheiro António Vilão, completa hoje mais um aniversário.
Parabéns amigo que contes
muitos mais, com saúde e bem estar junto dos teus amigos e familiares.
Que tenhas um excelente dia
de aniversário.
Leandro Guedes.