A Lusoceram teve a gentileza de publicar na sua revista de Setembro uma simpáctica referencia ao nosso blog.
Aos responsáveis da revista Dra. Claudia Palhais, Dr. Carlos Pinheiro, D.Ana Constanço e D.Fátima Neto os meus (nossos) sinceros agradecimentos.
E quando quiserem participar no blog teremos sempre muito gosto.
Muito obrigado.
Bem hajam.
34º almoço em 2025 - Figueira da Foz - Quinta da Salmanha.
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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”
(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).
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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"
(José Justo)
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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”
"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"
António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente
referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”
Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."
Não
voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui
estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.
Ponte de Lima, Monumento aos Heróis
da Guerra do Ultramar
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sábado, 17 de outubro de 2009
Lusoceram - revista de Setembro.
A Lusoceram teve a gentileza de publicar na sua revista de Setembro uma simpáctica referencia ao nosso blog.
Aos responsáveis da revista Dra. Claudia Palhais, Dr. Carlos Pinheiro, D.Ana Constanço e D.Fátima Neto os meus (nossos) sinceros agradecimentos.
E quando quiserem participar no blog teremos sempre muito gosto.
Muito obrigado.
Bem hajam.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Circuncisão Feminina na Guiné-Bissau
Relatório do governo apresentado à Cedaw revela que 44% de mulheres e raparigas são vítimas de mutilação genital feminina no país; documento indica também que vários tabus culturais contribuem para a discriminação das mulheres.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O governo da Guiné-Bissau disse que quer reduzir para metade, até 2015, os casos de mutilação genital feminina no país.Um relatório apresentado na segunda-feira, 3 de Agosto, à Comissão da ONU para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Mulheres, Cedaw, indica que 44% de mulheres e raparigas na Guiné-Bissau são vítimas de circuncisão feminina.
Violência Doméstica
Além da mutilação genital, o relatório nota o aumento assustador de outras formas de violência contra mulheres, incluindo a escravatura e violação sexual e a violência doméstica.
Segundo o governo guineense, a cultura e tradição são factores que continuam a afectar o pleno exercício dos direitos fundamentais das mulheres.
Elas limitam o acesso das raparigas à educação, discriminam as mulheres em questões de divórcio e herança e têm um impacto negativo na sua saúde.
Vida Política
A presidente do Instituto da Guiné-Bissau para a Mulher e Criança, Iracema do Rosário, que apresentou o relatório do governo, disse à Rádio ONU que a discriminação das mulheres na área da educação impede a sua participação efectiva na vida política do país.
"Sabemos que existem tabus que dizem que as mulheres devem ficar em casa para fazerem os trabalhos domésticos.
Esses tabus ajudam o processo de discriminação impedindo as mulheres de alcançarem postos de decisão.
Outros tabus culturais que impedem o avanço da mulher guineense são a mutilação genital feminina e o casamento precoce e forçado" afirmou.
Lei Tradicional
A ONG guineense, Liga dos Direitos Humanos, participou também na reunião da Cedaw. O presidente do órgão, Luís Vaz Martins, disse à Rádio ONU que a discriminação das raparigas começa na própria casa.
"É no lar familiar que começa a discriminação.
Os rapazes são autorizados a frequentar a escola enquanto as raparigas ficam em casa.
Existem outras tarefas domésticas que acabam por ser impostas às raparigas, afectando o seu rendimento escolar.
O próprio relatório do governo reconhece uma alta taxa de desistência das raparigas da escola" disse.
Iracema do Rosário realçou que a luta contra a discriminação passa por uma mudança de mentalidades no país.
"Sabemos que na Guiné-Bissau há quadros femininos capazes de ocupar postos de decisão. Mas factores culturais atrasam o seu avanço.
É necessário haver uma equidade.
Havendo uma equidade sabemos que a mulher pauta pela paz, pela estabilidade e pelo desenvolvimento.
Acho que a Guiné-Bissau vai ter esse previlégio de ter mulheres nos postos de decisão" afirmou.
Luís Vaz Martins disse à Rádio ONU que as mulheres continuam também a ser vítimas da lei tradicional, particularmente nas regiões rurais.
"Na Guiné-Bissau, as mulheres na sua grande maioria, salvo situações de mulheres urbanas, não têm o direito de herdar os bens dos maridos no caso de morte.
A mulher ou aceita uma nova relação, um novo casamento, com um dos familiares do falecido marido ou é expulsa do lar familiar" indicou.
In: Rádio das Nações Unidas
Google
Zé Justo
sábado, 10 de outubro de 2009
FOMOS COMEMORAR A REPÚBLICA AO ALENTEJO
No dia 5 de Outubro de 2009, fomos comemorar a Republica, na casa do Mestre, no Alentejo! Esperávamos a presença mais companheiros, mas por vicissitudes diversas não nos deram por ora essa alegria. O fim-de-semana era grande, naturalmente aproveitado, por uns, para visitar
familiares há muito distantes das vistas, por outros infelizmente por insuficiência física, própria ou de familiares chegados, não deixando de referirem, ao justificarem as faltas, que o ano tem 365 dias e a vontade de confraternizarem com o Mestre e demais camaradas não se esgotou!
Comigo o Carlos Leite e o Marinho. Se bem que já tenha feito esta viagem por duas vezes, na saída da A2, em Castro Verde, o meu velhinho “GPS” não encontrou, por diversas vezes, as “coordenadas” do Monte Fialho. Momentos em que o condutor do veículo (Carlos Leite), não se inibiu de me catalogar de “caduco”, não porque o dissesse expressamente, mas não me foi despercebido aquele olhar de interrogado e de gozo.
Mestre!
Sim? “dize”…
É pá estamos aqui….
Aqui, ooonde?
Na estrada!
Escuta Pica, és nabo, volta para trás e no cruzamento telefona novamente!
Creio que a nossa chegada foi por volta das 10,30 da manhã. O Mestre e sua mulher, D. Conceição, recebem-nos com grande satisfação e alegria. Como sempre a mesa estava “pronta” com
a produção caseira…Paio, Presunto de porco preto, Queijo, fresco e seco, Pão e Vinho. A conversa na mesa desenvolve-se muito animada e, mais animada se torna na medida em que o tempo passa e os produtos se “consomem”, sobretudo nos copos que o Mestre não se cansava em encher.
Enquanto a D. Conceição se esmerava na cozinha, nós com as barrigas pançadas do melhor e bem bebidos, chegava a hora de distorcer as pernas! O anfitrião brinda-nos com uma visita à sua “herdade”. Visitamos a sua produção hortícola e as obras da sua casa. “Chapéu” novo, garagem em novo estilo, tudo muito bem pintado. Parabéns Mestre, que a gozes com saúde e demais família.
Na visita à adega, vejo que o desengaçador/esmagador das uvas e a prensa hidráulica com uma rosca sem fim, já estão devidamente arrumados. As “pipas” estavam cheias e tapadas, ocorre o processo da fervura/fermentação. O cheiro é específico.
O Mestre desenrola os saberes da sua produção e, para meu espanto, desenvolve-se franca e animada discussão entre os enólogos Mestre e Reguila, atributos que desconhecia neste último camarada.
Com o desenrolar das opiniões e dos saberes, não tenho dúvidas se o camarada Hipólito estivesse presente viria engrandecer tal cavaqueira. Experimentado que foi, em Tite, no saque, engarrafamento e prova de produtos
etílicos, destinados às prelecções apostólicas, hoje já bem especialista, tal como o Mestre e o Carlos Leite, na discussão da ciência que estuda todos os aspectos relativos ao vinho, desde o plantio, escolha do solo, vindima, produção, envelhecimento, engarrafamento e por último o “escoamento”, certamente ficaríamos (ainda mais), eu e o Marinho, de boca aberta por espanto de tais saberes. Óh Correia, Guedes, Cavaleiro, Contige, Barros, Zé Manel e Ramos, não sabem o que perderam!
Obviamente que na adega não houve prova, já tinha acontecido antes e
…longas. Fogo, os gajos não se calavam com o processo do melhor fazer. O Leite dizia que devia existir uma torneira no fundo da “pipa”, o Mestre era de opinião contrária! Um dizia…isto é assim! O outro dizia-se discordante! Estes dois enólogos não se entendiam, que falta se fez sentir a terceira opinião. Já junto das cabras ainda se discutia o fazer do vinho, só na presença da já famosa cabra “menina”, os gajos mudaram de assunto. Os porcos pretos, já estão gordos, bem bonitos, quase prontos para a matança.
Ao almoço a D. Conceição brinda-nos com uma tachada de guisado de galinha do campo, logo seguida de uma outra com feijoada de porco preto. “Chi rapazes”! Momentos depois fomos brindados com a presença do João e da Graça, neto e filha do Mestre. Falámos de muit
a coisa e fizemos mais uns exercícios de informática, não sendo possível visitar desta vez o blog, por esgotado o carregamento.
Antes da partida ainda deu tempo para visitarmos uma aldeia ali bem perto. O Carlos Leite queria levar uns “mimos” caseiros, tais como pão, chouriça e queijo, sendo que o melhor estava para vir. O Mestre ofertou-nos, para além de uns queijinhos frescos e secos, um frasco de mel e uma lebre. Obrigado grande Mestre e D. Conceição, é sempre uma grande felicidade visitar estes amigos, até à próxima!
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Hipólito disse... Estás a topar estes zac-sarapantões, António?! Os porcos estão já quase prontos . . . É necessária uma terceira opinião, avalizada e científica . . . Até à próxima . . . etc., etc. e coisa e tal . . . Cá pr'a mim, estão os magalas a perfilar-se para um próximo golpe de mão. Ainda bem que nem sequer faço a mínima ideia onde fica o Monte Fialho, mas que a pintura e obras de tua casa estão a precisar de bênção e sequente molhadela, lá isso estão. E, para tal (só na parte relogiosa), penso que serei indispensável . . . Um grande abraço a todos.
13 de Outubro de 2009 11:32
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Presença Portuguesa na Guiné/Bissau - pelo Pica Sinos.
domingo, 4 de outubro de 2009
Implantação da República - comemorada ao mais alto nivel em Mértola...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Antigos Combatentes - Suplemento Especial de Pensão
Lei nº. 3/2009 de 13 de Janeiro
Meus caros amigos:
Recebi hoje da Segurança Social a informação de que ia receber um Suplemento Especial de Pensão, no valor de 100 € por ano.
Por trás dessa carta vem impressa a Lei em epígrafe, que explica o inexplicável, justificando a atribuição de semelhante fortuna - como diz o Pica, nem dá para um papo seco por dia.
Junto essa Lei para vossa apreciação...
Abraços
Leandro Guedes
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Fanado
ia de iniciação na vida adulta, para rapazes, praticada, ainda na actualidade, entre a tribo dos Balantas.
Os Fanados já foram mais frequentes.
Na actualidade são mais raros, dadas as precárias condições de vida deste povo e a cerimónia pressupor o consumo abundante de géneros alimentares, como o arroz e bebidas.
A foto que acompanha este texto foi tirada a um grupo de Balantas, em alturas desta cerimónia.
Eis como Eva Kipp (Guiné-Bissau:
aspectos da vida de um povo, EDITORIAL INQUÉRITO, 1994), descreve a cerimónia:
Normalmente, é o pai quem decide enviar o filho ao fanado ou, na sua ausência, o irmão mais velho; mas por vezes são os jovens que pedem para ir, desde que o irmão mais velho já tenha ido.
Nas vésperas do início do Fanado, realizam-se várias festas e uma das mais interessantes é um concurso de canto e dança entre os diversos grupos que irão participar no mesmo.
Cada grupo escolhe no seu seio o melhor artista, na dança e no canto.
Durante todo o dia, esses artistas exibem-se na tabanca,
simultaneamente, procurando arrastar atrás de si os espectadores.
Assiste-se a correrias dos artistas que procuram arrastar as pessoas interessadas na sua actuação em detrimento dos outros concorrentes.
Cada um procura fazer o melhor que pode no canto e criar improvisações teatrais mais interessantes.
Ao fim da tarde, há um dos concorrentes que consegue arrastar atrás de si praticamente todos os presentes.
É o grande vencedor do concurso e o mais famoso dos que irão entrar no Fanado.
Nessa tarde, todos os que vão ao fanado comem a última refeição em casa, desaparecendo em seguida no mato sagrado, onde irão permanecer durante quase dois meses.
O que acontece lá durante esse tempo é um segredo que nenhum deles poderá desvendar após a saída, mas sabe-se que, para além da circuncisão, eles têm de dar provas de poder passar a adulto e aprendem a nova forma de estar na sociedade no pós-fanado.
No dia em que regressam do mato sagrado, realiza-se na tabanca uma grande festa e os que regressam do fanado recebem diversos presentes dos familiares e amigos.
É a partir desse dia que eles conquistam o direito de usar um barrete de cor vermelha que distingue os adultos que já foram ao fanado na sociedade Balanta.
É também a partir desse dia que o grupo de «blufos» da geração seguinte, jovens que ainda não foram ao fanado, começa o longo período que os conduzirá ao próximo Fanado, porta de acesso à sociedade dos adultos.”
Publicada por JoséMVRio
In: psvicente.blogspot.
Zé Justo