.


“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

-

"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

-

“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

-

Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
---

“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

---

Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
----------------------

"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


.

.
.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Fernando Cruz Santos, mais um aniversário

 O nosso amigo Fernand Santos, completa hoje mais um aniversário.

Que constes muitos mais companheiro, com saúde, na companhia de teus familiares e amigos.

MUITOS PARABÉNS.

Leandro Guedes.





Bombeiros Voluntários de Baltar - 97º. aniversário

 Bombeiros Voluntários de Baltar

𝟗𝟕º 𝐀𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬á𝐫𝐢𝐨

Encerramos com chave de ouro as comemorações do 97º aniversário.

Este dia fica marcado pela condecoração de 77 elementos do corpo ativo com Medalhas de Assiduidade pelos anos de serviço, pela benção de 5 novas viaturas, pela atribuição de 10 Crachás de Ouro e pela receção, no Estandarte da Associação, de uma condecoração por parte da Liga dos Bombeiros.

Estes momentos enchem a nossa casa de muita festa e esperança para os anos que se seguem!

Em breve iremos disponibilizar todas as fotografias deste dia, pela lente de Filipe Babo!

Bombeiros Voluntários de Baltar

Se precisar de nós, estamos cá.

Hipólito Almeida e Sousa



sábado, 8 de fevereiro de 2025

Cabito faz hoje anos...

 O nosso amigo "Cabito", BERNARDINO VIEIRA DE ALMEIDA, completa hoje mais um aniversário.

Muitos PARABÉNS companheiro, que contes muitos com saúde e boa disposição.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.








sábado, 1 de fevereiro de 2025

34º almoço anual - BART 1914 - Figueira da Foz

 Caros Amigos

É com muito gosto que vos informamos que o 34º almoço anual, em 2025, do BART 1914, já está em marcha.

O almoço foi adjudicado aos mandantes  Raul Soares e Carlos Ramos e o repasto terá lugar no nosso já conhecido espaço QUINTA DA SALMANHA, Rua da Salmanha 18, Figueira da Foz, no dia 10 de Maio próximo.

Entretanto serão dados mais pormenores.

Oportunamente serão enviados emails para aqueles que têm mails e os restantes receberão convocatória via postal.

Dado que o tempo vai passando, vamos tentar reunir o maior número possível de companheiros, amigos e familiares. Passem a palavra.

Abraços guerreiros para todos.

Leandro Guedes.

foto tirada em 2023, na Figueira da Foz, pelo Cavaleiro.



segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

A libertaçao do campo de concentração de Auschwitz- faz hoje 80 anos

Assinalaram-se hoje os 80 anos da libertação de Assinalaram-se hoje os 80 anos da libertação de Auschwitz. Os sobreviventes do campo de concentração nazi disseram que é preciso estar vigilante contra o ódio.

Linhas de comboio que traziam os prisioneiros para o campo



Entrada do Campo -  "o trabalho liberta"

Edifícios das camaras de gaz


Interior das camaras de gaz, onde entravam as pessoas. O gaz era atirado por cima.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O PRIMEIRO TIRO EM TITE 23 JANEIRO DE 1963


https://youtu.be/xZxgMuofZZw?si=FEvviuLtphzPbsaL


Inicio da guerra colonial em Tite, enviado pelo amigo e companheiro José Costa., há quatro anos atrás, a quem muito agradecemos.

Apesar de parte ser narrado em crioulo, dá para perceber que há coisas que não condizem com um relato inicial que temos publicado no blog do bart1914, e que fazem parte dum trabalho do Jornal Expresso. Se ouvirem com atenção verificam que uma boa parte das legendas em português não estão bem traduzidas do crioulo. Por outro lado quando no inicio do video se fala do primeiro ataque a Tite, mostram como fundo uma grande operação militar. Ora sabe-se por relatos da época que os atacantes tinham uma espingardada por cada dez elementos e os restantes tinham apenas catanas e varapaus.

Publicamos aqui esse trabalho agradecendo novamente ao Jornal Expresso e seus Jornalistas e Foto-Jornalistas.

O nosso muito obrigado.

Leandro Guedes.


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

23 de Janeiro de 1963, Inicio da guerra Colonial em Tite.

 

Bart Tite – Guiné

23 DE JANEIRO DE 1963, QUARTEL DE TITE

INICIO DA GUERRA COLONIAL NA GUINE-BISSAU.

É difícil explicar a geografia da Guiné a quem nunca lá foi. Afinal “aquilo tem o tamanho do Alentejo”. Mas é um engano. Todo o litoral é uma planície pantanosa que se abre à foz de vários rios. O que quer dizer que para descer o equivalente a 30 quilómetros em linha reta, teremos que utilizar um barco ou dar voltas por terra horas sem fim a contornar a boca de várias entradas de rios. E há o terreno de lama. A vegetação. O clima tropical. As chuvas. Os mosquitos. No início dos anos 60, a Guiné não era como as jóias da Coroa: Angola e Moçambique. Para o meio milhão de autóctones de dezenas de etnias, havia uns meros dois mil portugueses da Metrópole. Alguns deles militares, espalhados por quartéis nos principais pontos do país. A zona sul, que faz fronteira com Conacri, terrível em termos de geografia, e que seria comandada por Nino Vieira, iria ser o ponto de partida da guerra na Guiné. Tite, um quartel da tropa portuguesa, foi escolhido para a primeira investida noturna do PAIGC. É conhecido por ser o local do primeiro tiro. E ainda se comemora como tal. É uma data.

O quartel português de Tite ainda lá está. Mas em escombros. Restam as paredes e como sempre o mato vem reclamar o que lhe pertence. Ainda foi ocupado pela tropa guineense, mas abandonado em 1994. A poucos metros, impassível, está um poilão, uma magnífica árvore sagrada com dezenas de metros de altura. À sua sombra, os velhos. E, com eles, a memória. Logo ali dois que lutaram no exército português. Pedro Ussumani, 66 anos; e Brema Jasse, 73. Foram tropa feijão-verde. Brema, aliás, passou de soldado ‘tuga’ a coordenador do PAIGC, e fala desses tempos com cumplicidades e risadas. “Querem um terrorista? Vamos a casa do grande bazuqueiro”, e lá caminhamos umas dezenas de metros até à casa de Braine Sane, 63 anos, o tal artista da bazuca. Tudo amigo. “Fomos soldados, não há rancores”, diz.

Ussumani vai adiantando “que depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase. Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto. “Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.

E o tal primeiro tiro, como foi? O homem que o deu morreu há poucos meses. E eis que chega à sombra do poilão Pape Dabo, 89 anos, um homem pequenino. Não sabe de ouvir dizer. Esteve presente no ataque de 23 de janeiro de 1963 e participou nas reuniões que decidiram a operação no quartel de Tite. Tiro? Não foi tiro. “Só tínhamos dez armas e a sentinela estava a dormir e, quando avançámos pela porta do quartel, matámos o homem com um canhaco.” Canhaco? É uma lança que se põe num arco. Mas foi com a mão. Perfurou-lhe o pescoço.

Ussumani vai adiantando “que depois das descolonizações há sempre uns exageros”. Mas a questão não era entre guineenses, era da política de Salazar. Gostava de acabar nesta frase. Não posso. Da mesma maneira que entre os jovens não há grande ligação com o poder colonial, há um saudosismo verbalizado sem medo na geração mais velha. Até em combatentes da libertação. Um cansaço da instabilidade. Da destruição. Da pobreza. Mais do que do resto. O que confunde. E ouve-se isto. “Se era para ficar assim, sem nada, com este braço sem força devido aos estilhaços, não tinha ido combater”, diz o bazuqueiro do PAIGC.

Mas voltemos um pouco atrás. Pape Dabo conta a história do ataque como já a terá repetido centenas de vezes. Não permite interrupções. Ele é o narrador e o dono da versão. Começa com ele e o irmão no quartel, a trabalharem como padeiros dos portugueses, e termina depois do ataque com ele a voltar a ser reconhecido pelos militares portugueses como um “dos bons” e, assim, a poder espiar. Pelo meio, o ataque: divididos em quatro grupos, só o primeiro entra no quartel; os portugueses acordam; os tiros; as mortes do lado dos ‘tugas’ terroristas (“terroristas eram vocês do PAIGC”, diz Pedro); depois, teve que voltar no outro dia, foi obrigado a ver os cadáver dos companheiros mortos e ter de fingir que não os conhecia. E recorda ainda quando o comandante alinhou a população na praça em frente ao quartel e disse:

 “A guerra começou.”

A guerra colonial na Guiné, começou em Tite há sessenta e dois anosanos.

 Nesta foto tirada há poucos anos, estão alguns guerrilheiros que fizeram parte do primeiro ataque a Tite e que marca o inicio da Guerra colonial na Guiné - 23 de Janeiro de 1963.

"N o dia 23 de Janeiro de 1963, teve início a luta armada na Guiné. Neste dia o PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, fundado por Amílcar Cabral, através de um grupo de combatentes sob o comando de Arafam Mané (N'Djamba), atacou o quartel de Tite. A Guerra do Ultramar, começava na Guiné.

As várias equipas preparadas para atacar o quartel partiram de uma aldeia próxima de Nova Sintra. Reuniram-se numa mata próxima de Tite muito cedo, de manhã, à espera da hora para atacar. Havia apenas uma arma por cada dez homens, estando os outros combatentes armados com catanas e paus. O ataque iniciou-se apenas à uma hora da madrugada.

No rescaldo do ataque os combatentes do PAIGC tiveram dois mortos e dois feridos.


Bart Tite - Guiné
Na foto de grupo em cima, tirada em Tite depois da Guerra, estão alguns dos guerrilheiros que participaram no primeiro ataque a Tite em Janeiro de 1963 (a devida vénia ao Expresso, aos seus Jornalistas e Foto-Jornalistas, pela partilha desta sua foto). Este artigo é aqui mais uma vez publicado, faz parte duma anterior publicação, tanto no facebook como no blog.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Parabéns António Vilão

 O nosso amigo António Vilão, completou hoje dia 16 de Janeiro, mais um aniversário.

Desejo que estejas bem companheiro.

Que contes muitos mais anos companheiro, com saúde, junto dos teus familiares e amigos.

MUITOS PARABÉNS

Abraço.

Leandro Guedes.




segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Feliz dia de Reis


 


quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Parabéns Joaquim Agostinho Fernandes

 O nosso companheiro Joaquim Agostinho Fernandes , do pelotão de Morteiros, completa hoje mais um aniversário.

Muitos parabéns amigo, que contes muitos com saúde e bem estar junto dos teus familiares e amigos.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.




Há coisas que nunca esqueceremos...

 


O Natal - de João Caldeira Heitor

 De João Caldeira Heitor:

“O Natal é um período em que algum dos valores mais nobres da essência humana são recordados e relançados para o íntimo de cada pessoa.

O convívio das famílias (livres de dogmas e repletas de imperfeições terrenas) consubstancia a relação mais pura e próxima que, ano após ano, mesmo entre distâncias e proximidades geográficas, se valorizam os momentos que a vida lhes proporciona.

Vivemos um período em que a guerra na Ucrânia ou no Médio Oriente leva a que milhões chorem a dor da perda e do sofrimento. Ao mesmo tempo que outros (que têm a sorte de viver num país com paz, segurança) trocam prendas e participam em festas.

O tempo de valorizar o melhor que temos e podemos dar, sempre foi, é e continuará a ser uma atitude inteligente só ao alcance de homens e mulheres livres, de bons costumes.

Que a luz e a clarividência nos permitam ver sempre mais além, no tempo e no espaço, em cada ação que tomanos em mãos

A acompanhar esta reflexão deixo uma fotografia de um amor perfeito: que tem tanto de perfeito, como de imperfeito e mesmo assim não deixa de ser uma flor tão sensível... tal como o Homem...”

De João Caldeira Heitor.



Parabéns Joaquim Henriques (Jaké)

 O nosso amigo de Peniche, o Joaquim Henriques, completa hoje mais um aniversário.

Muitos Parabéns amigo, que contes muitos com saúde, junto dos teus familiares.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.



Gentil (falecido), Lopes, Vitor, Palma, Vitor Hugo, Henriques, Guedes e Arrabaça (falecido)


segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

José Alberto Gonçalves festeja hoje mais um aniversário





 


O nosso amigo José Alberto Gonçalves completa hoje mais um aniversário.

O Zé Alberto é meu amigo desde a escola primária, esteve na Guiné como furriel, ao mesmo tempo que nós.

Tivemos hoje uma animada cavacada por telefone., recordando velhos tempos, velhos nomes e velhas brincadeiras. .

Um abraço companheiro que contes muitos, sempre bem disposto. e com saúde.
Um abraço
Leandro Guedes.

Alberto Jorge Purificação Sousa - mais um aniversário

 Mais um companheiro a festejar hoje o seu aniversário - o Alberto Sousa, furriel do CA., do Cartaxo

Muitos parabéns amigo, muita saúde para ti e familiares e ganha forças para estares presente no próximo almoço.

Forte abraço.

Leandro Guedes.





sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Coro de Sto Amaro de Oeiras - A Todos Um Bom Natal (Vídeo Oficial) (1996)

Raul Pica Sinos faz anos hoje

 O nosso amigo Pica Sinos, completa hoje mais um aniversário.

Que contes muitos companheiro, com saúde e bem estar, junto dos teus familiares e amigos.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.





quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Camerata Vocal de Torres Vedras - Faleceu o José António aos 79 anos

 

Camerata Vocal de Torres Vedras

Hoje é um dia muito triste.

A Camerata perdeu, na noite passada, a sua pedra basilar. Partiu o nosso querido Zé António, que esteve na origem da criação e preparação da nossa Associação e que assumiu o cargo de primeiro presidente da Direção, no início dos anos 80.

Num sentimento de enorme choque e tristeza, a inquietação vai-se aveludando pela onda de amor que surge das calorosas e profundas palavras que nos chegam de todo o lado, coralistas, amigos, família.

“A Camerata acaba de perder, de longe, a sua figura mais importante de sempre.”

“… uma das primeiras figuras que surgem no imaginário de cada um de nós, quando pensamos na Camerata.”

“…um poço de vitalidade, jovialidade, amizade e sabedoria, de que vou sentir muita falta.”

“Muitos anos de cumplicidade entre sons e silêncios.”

“Além de meu professor, no seminário de Penafirme, foi um guia em toda a minha participação na vida da Camerata.”

“Foram milhares de ensaios e centenas de concertos vividos lado a lado…”

“O seu sorriso e energia positiva eram contagiantes.”

“Com um tacto inigualável que o fazia ter sempre a palavra certa.”

“Uma figura verdadeiramente ímpar com um humor muito singular e muito solidário para com o grupo.”

“…o pilar e a alma da Camerata.”

Nos últimos tempos, a falta de saúde fê-lo perder a energia a que sempre nos habituou, mas, apesar disso, continuou a frequentar todos os ensaios, com a sua pontualidade religiosa, cantando com a sua inconfundível voz grave e proferindo — fruto do seu enorme sentido de humor — as frases jocosas, meio em surdina, que tanto nos faziam rir.

É impossível imaginarmos a Camerata sem o Zé António, mas estamos certos de que as vivências e memórias com que nos presenteou ao longo dos anos — exemplo de vida associativa e dedicação — serão mais do que suficientes para que ele esteja sempre presente em cada ensaio, em cada concerto, em cada viagem e em cada um de nós.

Zé António, obrigada por ser uma inspiração para todos.

“Bravo, Bravíssimo!”

Ao Eugénio, à Margarida e à querida Francisca, que sempre acompanhou a sua alma-gémea a todos os concertos e viagens, um abraço muito apertado da família Camerata.

Hoje é, mesmo, um dia muito triste. 💫



segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

" A Guiné que conhecemos" livro de Jorge Martins Barbosa.

 O Blog Luis Graça, publicou hoje um artigo sobre mais um livro do camarada Jorge Martins Barbosa que era militar no Batalhão que nos foi render em Tite.. Entre outras localidades é referida Nova Sintra e é mostrada uma foto do nosso saudoso Alferes Vaz Alves.

Fui alertado para este artigo pelo Hipólito, a quem agradeço e vamos publicá-lo com a devida vénia ao blog Luis Graça, que não se cansa de trazer à memória de todo um povo, o que se passou na Guerra Colonial.

Bem hajas!



“Guiné 61/74 - P26226: Notas de leitura (1751): A Guiné Que Conhecemos: as histórias sobre unidades do BCAV 2867 (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 16 de Agosto de 2023:

Queridos amigos,

Quero, antes de mais, manifestar a minha profunda admiração pelo trabalho do coordenador deste livro recheado de testemunhos, relatos militares, alguns deles comparados com documentação do PAIGC depositada na Fundação Mário Soares, para além do acervo fotográfico, de uma abundância raramente vista. Se o primeiro episódio foi dedicado aos "Falcões", a CCS do BCAV 2867, passámos para Nova Sintra, seguimos em direção a Jabadá e voltamos aos "Boinas Negras" que andaram por Tite, Nova Lamego e Fulacunda. Esta unidade combateu na Guiné nos anos de 1969 e 1970, goste-se ou não são um exemplo acabado que mesmo na nossa idade avançada é sempre possível cumprir o dever de memória e deixar um belo testemunho para as gerações que nos sucederem e mesmo para os investigadores que seguramente quererão saber mais sobre aquele território e aquela guerra que mudou Portugal e trouxe a África a novos países.

Um abraço do

Mário Beja Santos 


A Guiné Que Conhecemos: as histórias sobre unidades do BCAV 2867 (2)

Mário Beja Santos

O livro Histórias dos “Boinas Negras”, referente à comissão da CCAV 2482 foi o rastilho de pólvora para que as restantes unidades do BCAV 2867 se pusessem em movimento. Conforme refere o coordenador, Jorge Martins Barbosa, antigos combatentes dos “Falcões” da CCS, dos “Cavaleiros de Nova Sintra” da CCAV 2483 e dos “Dragões de Jabadá”, da CCAV 2484 aderiram com os seus testemunhos, assim surgiu este extenso documento que é um misto de história e de literatura memorial.

Feitas as referências aos “Falcões” (CCS do BCAV 2867) caminhamos agora para Nova Sintra, vão testemunhar alguns dos “cavaleiros”. O 1.º comandante da CCAV 2483, Joaquim Manuel Correia Bernardo, gravemente ferido por uma mina antipessoal, faz o relato da viagem de Bissau para Bolama, daqui para S. João e depois o porto de Lala, em LDM. “Nova Sintra era um aglomerado de abrigos enterrados dispersos em círculo e limitados por duas fiadas de arame farpado, no meio de uma mata ameaçadoramente densa. Fora do arame farpado estava uma pequena pista de aterragem e um campo de futebol. O povoado que dera nome ao aquartelamento distava cerca de 2 km e estava completamente destruído e invadido pelo matagal. O aquartelamento estava num estado lastimável. Limpámos, campinámos, abrimos as estradas para S. João e Tite, levantámos algumas edificações à superfície para nos ajudar a respirar melhor, melhorámos as captações da água e a pista de aterragem.” Refere a aziaga operação na região de Buduco em que se acidentou, manteve laços de amizade com estes cavaleiros e passado todos estes anos confessa que teve o privilégio de ter vivido com estes jovens e orgulho em ter feito parte dos “Cavaleiros de Nova Sintra”.

Há um outro relato de Aníbal Soares da Silva, furriel. Renova a observação do testemunho anterior sobre o estado do quartel que foram encontrar, conta umas boas peripécias, era vagomestre e não deixa de sublinhar as dificuldades no abastecimento: Bolama comprava todos os galináceos em S. João, as colunas do abastecimento conheceram minas anticarro e esmiúça os aspetos da alimentação: “Durante um mês, em 27 dias eram fornecidas refeições à base de enlatados: chouriço, sardinha, atum de conserva, dobrada liofilizada, que era intragável. Uma vez por mês eram recebidos géneros frescos (sardinha ou carapau, frango, ovos e alguns legumes), que tinham de ser consumidos em três dias, dada a precariedade das arcas congeladoras. Durante esses três dias e à noite, dois homens faziam vigilância ao bom funcionamento das arcas. Um frango (por homem) podia dar para duas refeições, mas tinha de ser consumido quase de imediato, porque senão estragava-se. O grão-de-bico, o feijão frade e branco, o arroz e o esparguete, eram a base diária das refeições. Depois, era só juntar o chouriço. Saía-se da monotonia quando se apanhavam javalis ou gazelas.” Dá-nos conta do que eram os entretenimentos e os dias de festa, mas foca a sua atenção nas tensões vividas nas colunas de reabastecimento. Mais adiante observa que terminada a permanência em Nova Sintra rumaram para Tite para completar os 22 meses de comissão.

Entram agora em cena os “Dragões de Jabadá”, que chegaram à sua base em 7 de março. O autor faz a apresentação do aquartelamento: “Jabadá estava situado, desde 1965, junto à margem sul do rio Geba, em Jabadá Porto, com cais acostável tanto para embarcações civis como para lanchas da Marinha. Junto, estava uma grande tabanca da população das etnias Balanta, Biafada e Papel, num total superior a mil almas – a mais numerosa de todo o setor. A maior parte das populações, obrigadas ou não, estava sob o controlo do IN, a quem tinham de dar apoio em alimentação e alojamento.”

Contribui com o seu testemunho o ex-soldado Carlos Alberto dos Santos Serra. Espertalhaço, tudo fez para se mostrar doente e incapaz para o serviço militar, os médicos não se compadeceram. Descreve assim Jabadá: “A aldeia estava concentrada num círculo e para a proteger estavam colocados abrigos 200 em 200 metros, pouco mais ou menos, e era nesses abrigos que nós vivíamos e nos defendíamos do inimigo. O povo normalmente jogava com um pau de dois bicos: davam-nos informações quase nunca precisas, mas a quem ajudavam era sempre o inimigo e, por esse motivo, de vez em quando, lá tínhamos nós de ir mandar uma dessas aldeias pelo ar, salvaguardando sempre a população, que, no caso de não ter tempo de fugir, nós acabávamos por trazer sem animosidades ou maus-tratos. Os soldados portugueses eram exemplares, mantendo sempre um comportamento calmo e pacífico, tanto com os inimigos capturados como com a população, na maioria das vezes trazida para Jabadá, onde eram alimentados e mais tarde distribuídos pelas casas de familiares e amigos, onde com o tempo se acabavam por integrar. Deste modo, íamos conquistando a população para o nosso lado, que com o tempo fez aumentar Jabadá quase para o dobro.” O Carlos Santos Serra tem uma escrita estimulante, é bom observador, gosta da galhofa e sabe curvar-se respeitosamente por quem sofre ou morre. Não esqueceu os dois meses passados em Tite, detalha a fuga do Cochicho para território da guerrilha, ele apareceu a falar na rádio Voz da Liberdade e voltou a Portugal depois do 25 de Abril. Relato extremoso, há sempre um sorriso nos lábios e uma impressionante lembrança de nomes e situações.

E vamos agora de novo falar nos “Boinas Negras”, sediados em Tite, novo preâmbulo para referir o inicio das hostilidades dos movimentos independentistas, depois vem a descrição da população de Tite, como um dos pelotões desta companhia foi transferido para Nova Lamego, lembra Cabuca e Canjadude, é referido um nosso confrade, o José Marcelino Martins. Soube-se em Nova Lamego que estava a ser planeado pelo PAIGC a operação Tenaz B que tinha como objetivos criar condições para atacar Gabu, Piche, Buruntuma, Canclifá e quartéis da área de Pirada, plano minucioso assinado por Amílcar Cabral em finais de março de 1969. Não são esquecidos os melhoramentos em Tite no aquartelamento e na tabanca. Mas ainda falta falar em Fulacunda, será matéria para o último texto desta apreciação de a Guiné que conhecemos, não é possível esconder admiração pelo desvelo do coordenador da obra, Jorge Martins Barbosa, que com muita paciência recolheu testemunhos e incorpora na obra um número admirável de imagens, comparando os relatórios das operações com a documentação do PAIGC coeva, depositada na Fundação Mário Soares.

A importância estratégica de Nova Sintra



Imagem proveniente do blogue BART 1914, pelo Alferes Vaz Alves, com a devida vénia


Aquartelamento de Jabadá, na margem esquerda do Rio Geba, imagem retirada do nosso blogue

(continua)

_____________

Notas do editor

Vd. post de 25 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26191: Notas de leitura (1749): A Guiné Que Conhecemos: as histórias sobre unidades do BCAV 2867 (1) (Mário Beja Santos)

Post anterior da série de 29 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26213: Notas de leitura (1750): O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (4) (Mário Beja Santos)”


terça-feira, 26 de novembro de 2024

Apolinário João Noné, cantina das Praças

 Apolinário João Noné, era o responsável pela Cantina das Praças, em Tite.



Condutor auto, do Capitao Paraiso Pinto

Carlos Alberto Martins Costa

Era en Tite, condutor do jeep do Capitao Paraiso Pinto, Comandante da CCS do Bart 1914

Mora  em Pedrulha, Coimbra.





segunda-feira, 25 de novembro de 2024

O funeral do Narciso

De Hipólito de Almeida e Sousa:

 Estive, hoje, nas exéquias fúnebres do n/José Narciso Costa.

Do que me apercebi, marcaram presença:

O Daniel Pinto, acompanhado do filho, o Ilidio Matos, o Manuel Oliveira Barbosa, do Pel. Mort. e o Carlos Dias Martins (este, segundo informação dos dois primeiros, já que, in loco, não o identifiquei).

E é tudo.


Nota - O Carlos Dias Martins, mora em Sequeira, Braga e em Tite era carpinteiro.

Muito obrigado a todos os amigos que acompanharam o nosso companheiro Narciso até à última morada e que levaram uma coroa de flores.

domingo, 24 de novembro de 2024

sábado, 23 de novembro de 2024

Faleceu José Narciso Costa

 


Bom dia, mais um heroico Guerreiro nos abandonou, sou filho do José Narciso Costa, as cerimónias fúnebres serão em Sequeira Braga amanhã velório segunda feira funeral 11h

Cumpr Rui Costa

------------------------------

A noticia caiu que nem uma bomba:

FALECEU O NOSSO AMIGO NARCISO COSTA.

O Narciso era um individuo muito querido por todos os companheiros do BART 1914/CCS.

Apesar do seu sofrimento esteve sempre presente nos nossos almoços, que para ele era o ponto mais alto da nossa amizade.

O Narciso falava da sua doença sempre com um sorriso na cara, como que a dar alento a quem com ele dialogava.

O Narciso é um amigo que deixa saudades, muitas saudades.

Chegas ao Além por direito próprio amigo, eras um homem de corpo inteiro!

Descansa em Paz Companheiro e Amigo..

Condolências muito sentidas à Esposa e Filhos.

Leandro Guedes.

------------------- 


Faleceu José Narciso Costa. 

Velório amanhã 24 de Novembro pelas 17 horas.

Funeral 2ª feira pelas 11 h da Igreja de Sequeira/Braga.