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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Parabéns Luis Manuel Dias

 Também o Luis Manuel Dias, festeja hoje mais um aniversário.

Muitos parabéns companheiro, que contes muitos com saúde junto dos teus familiares e amigos.

Que tenhas um dia de aniversário alegre e feliz

Um abraço.





Luis Manuel Dias, mais um poema

 Hoje, soneto, inspirado no teor de recente leitura.

Triste e belo conto de Fialho de Almeida, em ‘’O País das Uvas‘’!

Lêde. Apreciai. E disso me dai nota, Amigos meus!

Abraço-vos, com total amizade.

À leitura, pois:

=

FINOU-SE, O FILHO ESPERADO!

Quando e se a pretensão de o ser

Maior é do que a certeza, a razão,

Aí há não que lhe avenha, que sofrer

O que seja, senão por dor e aflição.

-

Assim posto, corre a dita desinfeliz

Nas curvas da amargura, como o diz!

Contudo crê! Anda mais, por amor e afeição,

O filho espera, não chora, só, cosida ao chão.

-

O coitado não vem. Sem resposta nem agravo.

Ah, filho meu, mal-parido, desencantado,

Pudera dar-te a vida eu, como era desejado!

-

Fica-se assim, na mesmice, numa espera vã,

Aquela pobre, triste triste, de mantilha de lã!

O filho, esse, finou-se – dizem – não chega cá!

LMD, 16.04.24.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Parabéns Alfredo Alves

 Completa hoje mais um aniversário o nosso amigo ALFREDO ALVES.

Que contes muitos companheiro com saúde, junto dos teus familiares e amigos.

Um fraterno abraço e que passes um excelente dia de aniversário.

Leandro Guedes.





sábado, 13 de abril de 2024

Manifestação no Porto, dia 13 de Abril

 Conforme estava agendado, teve lugar hoje na Praça de Carlos Alberto no Porto, a Manifestação das reivindicações dos ex-Combatentes.

Entre os transportes gratuitos há muito prometidos, medicamentos grátis, tratamentos  do foro neurológico para Parkinson, Alzheiner, Tremor Essencial,, etc etc, tudo é referido nas reivindicações dos ex-combatentes, além da revisão dos valores pagos aos ex-combatentes que são atualmente de 100  ou 150 € por ano.

A próxima Manifestação será na 2ª. feira, dia 15, frente ao Ministério da Defesa procurando uma audiência com o Ministro Nuno Melo.

A de seguida, dia 16 terça-feira, será em frente à Assembleia da Republica.

NUNCA ESQUECIDOS!

Agradecemos à SIC Noticias e à sua equipa, a partilha das fotografias








sexta-feira, 12 de abril de 2024

Manifestações dos Ex-Combatentes

 Um movimento de antigos combatentes quer ser ouvido pelo novo ministro da Defesa, Nuno Melo, e vai organizar um conjunto de concentrações nos próximos dias, contestando o estatuto que classifica como “uma mão cheia de nada”.

“Há 50 anos praticamente estão prometidas diversas regalias e o que acontece é que quando foi aprovado em 2020 o Estatuto do Antigo Combatente, só foi aprovada uma mão cheia de nada”, defendeu António Araújo da Silva, dirigente do Movimento Pró-Dignidade ao Estatuto do Combatente, em declarações à Lusa.

O movimento pretende ser recebido “o mais urgentemente possível” pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e quer alertar para a “revolta” destes antigos combatentes, cujo dia é esta terça-feira assinalado.

Entre as reivindicações está a utilização gratuita de transportes, já prevista no estatuto para as áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais, alargada a todo o país, e ainda um complemento mensal de 100 euros para ajudar a pagar medicamentos.

“Com mais de 70 anos, como devem compreender, estamos carregados de problemas graves de saúde. Se não tivéssemos ido à guerra não teríamos motivo. Muitos dos meus camaradas vieram de lá com graves problemas de saúde e estão cá e quem é que lhes vai pagar a medicação?”, questionou António Araújo da Silva.

O movimento argumenta que os antigos combatentes não têm acesso ao apoio psíquico necessário através do Hospital das Forças Armadas e pedem melhor assistência às viúvas destes ex-militares, que também sofreram com “os traumas” que os maridos trouxeram da guerra colonial (1961-1974). Queixam-se ainda de muitos cidadãos ainda não terem recebido o cartão do Antigo Combatente, que garante o acesso aos seus benefícios.

O dirigente lamentou ainda a situação dos antigos combatentes recrutados nas ex-colónias, cidadãos naturais de países como Angola, Moçambique ou Guiné-Bissau, e que combateram nas Forças Armadas portuguesas mas não são abrangidos por algumas compensações por não terem registos de carreira contributiva em Portugal.

No passado domingo, em Leiria, nas cerimónias comemorativas do 106.º aniversário da Batalha de La Lys e do Dia do Combatente, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu um estatuto condigno para os militares, sem os quais “não há Forças Armadas fortes”, e considerou que não se deve desbaratar o momento irrepetível de cumprir aquilo que está por cumprir no Estatuto do Antigo Combatente.

Também o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, considerou que Portugal ainda tem deveres a cumprir “numa política justa de antigos combatentes”, para tratar melhor os seus problemas sociais ou de saúde.

António Araújo da Silva disse esperar que estas não sejam palavras vãs e pediu a estes responsáveis políticos que não se lembrem dos antigos combatentes apenas nestas ocasiões ou no 10 de junho, Dia de Portugal.

O movimento tem a primeira concentração marcada para dia 13, no Porto, dia 15 em frente ao Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa – caso não sejam recebidos por Nuno Melo —, e dia 16 na escadaria da Assembleia da República.

 Para dia 17 está agendada uma outra concentração e ainda o início de uma greve de fome, na qual o dirigente prevê a presença de “mais de cem antigos combatentes”.

O movimento garante também que vai organizar concentrações pelo país no 25 de abril, dia em que se assinalam os 50 anos desde a Revolução dos Cravos.

O Estatuto do Antigo Combatente, uma reivindicação antiga das associações do setor da Defesa e dos deficientes das Forças Armadas, foi aprovado em 2020, por larga maioria de PS, PSD, BE, CDS-PP, PAN, Chega e Iniciativa Liberal e a abstenção de PCP e PEV.

O diploma inclui benefícios como a isenção de taxas moderadoras, gratuitidade do passe intermodal nos transportes públicos das áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais, direito de preferência no acesso a habitação social, entrada gratuita em museus ou honras fúnebres, entre outros apoios.

Quando promulgou o Estatuto, o Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, disse esperar que o diploma fosse visto “como o início de um caminho e não como o seu termo”.



Manifestações: 

O movimento tem a primeira concentração marcada para 
- dia 13, na Praça de Carlos Alberto, no Porto, às 15 horas.
- dia 15 em frente ao Ministério da Defesa Nacional, Avenida Ilha da Madeira, no Restelo,  em Lisboa  caso não sejam recebidos por Nuno Melo, 
- e dia 16 na escadaria da Assembleia da República.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O António Moreira Pinto não faleceu, felizmente.

 Caros amigos

Ontem ligou-me o nosso capitão Paraíso Pinto, informando-me que o Daniel Pinto lhe tinha dito ter recebido uma carta devolvida do ANTÓNIO MOREIRA PINTO, com a indicação de “morto”, possivelmente escrito pelo carteiro.

Dada a a credibilidade da informação e uma vez que não tínhamos o numero de telefone dele, informamos no Facebook e blog, da triste noticia.

Pois bem, ontem à noite sou alertado pelo Jorge Gouveia para ir ver os comentários ao Facebook, onde aparece o António Moreira Pinto com o filho, informando este que o Pai está bem e de saúde, felizmente, embora já não esteja na mesma morada.

Fomos induzidos em erro e do facto pedimos imensa desculpa a todos os amigos e companheiros.

É com todo o gosto que damos esta boa noticia.

Leandro Guedes.



segunda-feira, 8 de abril de 2024

Foi há 57 anos - 8 de Abril de 1967.

 O aniversário que o BART 1914 hoje comemora é o da sua partida para a Guiné em 8 de Abril de 1967.

Como diz o Pica Sinos, os jovens que nesta data partiram, no regresso, já não eram os mesmos homens.

E pior do que isso, nem todos regressaram. Ou se regressaram vieram com mazelas, incapacidades e outro tipo de traumatismos que os marcaram para a vida.

Aos poucos todos vão desaparecendo e aquilo que hoje comemoramos vai dizendo cada vez mais respeito só a nós, poucos, num circulo cada vez mais restrito.

Já lá vai o tempo em que conseguíamos reunir num almoço anual à volta de 130 pessoas, entre guerreiros e seus familiares e alguns amigos. Dos primeiros, muitos nunca apareceram e houve até quem me dissesse há anos "não vou ao almoço, não quero saber de vocês nem da guerra..." Em contrapartida mutos dos fervorosos  entusiastas dos almoços, já partiram.

Mas o lema AMIGOS NA GUERRA, AMIGOS PARA SEMPRE, vai prevalecendo e embora poucos, quando nos juntamos parecemos muitos...

Homenagem aos gloriosos que pereceram no campo de batalha, Homenagem aos que até hoje partiram vitimas da mais dura realidade que é a lei da vida, Homenagem àqueles que estando doentes vão lutando para se aguentarem.

Vamos semeando placas de Homenagem pelas campas dos nossos companheiros, desde o Minho ao Algarve. É a nossa maneira de lhes mostrarmos que nunca serão esquecidos!

Homenagem a todos os companheiros, amigos, familiares e  visitantes.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.







sexta-feira, 5 de abril de 2024

terça-feira, 2 de abril de 2024

Parabéns Carlos Azevedo

 O nosso companheiro e amigo Carlos Azevedo, de Corroios, festeja hoje mais um aniversário.

Que passes um dia muito feliz e que contes muitos mais anos com saúde junto dos teus familiares e amigos.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.







sábado, 30 de março de 2024

José da Horta Amador festeja hoje mais um aniversario.

 Meu caro José Da Horta Amador.

Muitos parabéns neste dia do teu aniversário.

Que contes muitos mais com saúde, junto dos teus familiares e amigos.

Um abraço.

Leandro Guedes.







quarta-feira, 27 de março de 2024

25 de Abril no Pombalinho - Monumento

Sob a égide da junta de freguesia do Pombalinho, no dia 25 de abril de 2024, será inaugurado nesta pequena aldeia ribatejana, um memorial em honra dos milhares de concidadãos combatentes nos diversos campos de batalha da guerra colonial, com referência expressa aos seus filhos caídos em combate no antigo ultramar.

Lá estarei.

Raul Pica Sinos.



terça-feira, 26 de março de 2024

Almoço da CART 1743, em 2024

 Bom dia Leandro

Espero que te encontres bem de saúde, assim como familiares.

Este ano trocaram-nos as voltas e os almoços do Bart e da Cart estão no mesmo dia.

Anexo a carta para fazeres o favor de meter no blogue.

Abraço  e obrigado

Raul Raúl Soares

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Abílio Salgado Mendes

Rua do Olival, 95

OLIVAL-RONFE

4808-368 GUIMARÃES

25/03/2024

33o ALMOÇO

Este ano o nosso almoço convívio, será efetuado na VILA DE RONFE, com almoço no

restaurante COSTA VERDE em GUIMARÃES, no próximo dia 15 de Junho.

11:00- Concentração no Largo da Igreja

12:30- Missa na igreja paroquial de Ronfe

13:45- Almoço no restaurante Costa Verde

Convidamos também netos e filhos.

Agradece-se a confirmação até dia 02/06, por telemóvel para os seguintes números,

Cá^a Salgado (neta): 934160308

Célia Mendes (filha): 934064633

Preço por adulto 32.00€ (crianças de 4-10 anos 16.00€)

Tragam a habitual prendinha


Ementa:

Entradas diversas

Prato de peixe: Bacalhau a COSTA VERDE e filetes

Prato de Carne: Picanha a COSTA VERDE

Mesa de sobremesas diversas

Bebidas: Vinho da casa; água, refrigerantes, espumante e café

Bolo de Cerimónia


No verso seguem-se as indicações de como chegar a Vila de Ronfe.

Um abraço do camarada Abílio Salgado Mendes e família.

Como chegar a igreja da Vila de Ronfe/Guimarães:

Quem veem sen^do Espanha/Braga para Guimarães, depois de sair das portagens, tem

de apanhar a N206, sen^do Guimarães/Vila Nova de Famalicão até encontrar a Vila de

Ronfe.

Como chegar a igreja da Vila de Ronfe/Guimarães:

Quem veem sen^do Sul/Porto para Vila Nova de Famalicão, entra na A7 sen^do

Guimarães, três quilómetros depois tem a saída de Seide (Terra Camilo Castelo

Branco), após o pór^co da portagem virar à esquerda e no final da reta sair à direita

para a N206 sen^do Vila Nova de Famalicão/Guimarães até encontrar a Vila de Ronfe.

PS: Deixamos aqui a morada completa para u^lização de GPS, assim como dois

contactos de emergência ao dispor para os que ^verem mais dificuldade de chegar a

Vila de Ronfe.

Avenida Monsenhor Horácio de Araújo, 4805-359 Ronfe

Coordenadas: 41.43902638763914, -8.384704170403314

Victor Mendes: 910200348

Célia Mendes: 934064633

Espanha/ Braga

Sul /Porto

Local Convívio



O Furriel Leite da CCAÇ 2314

 C.CAÇ.2314.

Na época de Páscoa pareceu-me boa ideia fazer a evocação de um amigo cimentado no período mais difícil da vida de um jovem a GUERRA.

E esta amizade só foi quebrada perlka partida para a última missão que lhe foi confiada.

O FURRIEL LEITE

Estávamos nos finais de 1967 e, à entrada do quartel de Tomar, cruzei-me com o João que trazia um braço ao peito e vinha abatido. Mal nos conhecíamos e não nos vía-mos desde os tempos da recruta, muitos meses antes. Nem sabia o seu nome tal como ele não saberia o meu. Satisfez a minha curiosidade dizendo que se chamava João Leite e que tinha tido um acidente…

Despedimo-nos nesse dia e só voltámos a rever-nos no seguinte, na caserna que nos foi destinada. Ficámos a saber que o nosso destino era comum. Íamos formar companhia para depois seguirmos para o ultramar, mas nem sabíamos ainda para onde.

Não sabíamos que os dois anos seguintes iriam ser muito cheios de emoções fortes, perigos, mas também de solidariedade só possível de construir nos momentos mais difíceis e de grande perigo. E vim a conhecer melhor o Leite e toda a equipa com quem fizemos grandes amizades.

Passarei a designá-lo por Leite, pois era o nome que usávamos por lá e mais tarde, já no fim da guerra, quando nos encontrávamos por ocasião dos convívios.

Afinal, era um homem diferente do que conheci à entrada do quartel, em Tomar. Era folgazão, brincalhão, sempre de boa disposição e muito bem-humorado.

Cedo demos conta de que se tratava de homem determinado, sabia o que queria, como queria e quando queria. Quis o destino que tivéssemos de viver o desastre de Bissássema onde ele, mesmo na linha da frente por onde o IN pretendia repetir o assalto, tal como fizera uns dias antes e se

apoderara de armamento, equipamento e prisioneiros, soube infligir a maior derrota sofrida pelo IN durante toda a guerra que travou com o Exército português. Esta batalha nem consta da história de guerra do PAIGC.

Outros desastres aconteceram nas nossas vidas e, em todos, o Leite teve participação com vantagens para o nosso lado.

Desgostoso com o conformismo que reinava na companhia, decidiu formar o seu próprio grupo indo buscar os melhores de entre os melhores. E assim nasceu o grupo “OS BRUTOS” que fizeram história deixando um rasto de medo nos grupos do IN. Estavam sempre na linha da frente. Tive o privilégio de os comandar nas ausências do Leite. Eram o escol da companhia. E ajudaram o seu comandante, o Leite, na conquista de uma condecoração justa e merecida, só atribuída aos bons. Uma “CRUZ DE GUERRA”.

Mas nem sempre foi fácil a vida do grupo. Tiveram as suas horas más. Entre outras, talvez a pior, o acidente do Viriato Lopes. E assim se passaram dois anos de uma convivência fraterna, só possível em teatros de guerra. Fizemos amizades para a vida. Ficaram as saudades dos amigos e de algumas, muitas vivências.

Só voltei a ver o Leite passados alguns anos, por ocasião dos convívios a que ele não queria faltar, mesmo vindo de tão longe.

Por fim, soube da sua doença. Fui dar-lhe o meu abraço numa das suas vindas a Lisboa para tratamentos. A doença venceu o homem. Mas não venceu o marido, o pai, o profissional bem realizado, o amigo e o camarada de quem todos sentimos saudades.

O Leite ainda vive em nós. Até sempre, companheiro.

OS BRUTOS

Crachá de os BRUTOS

Não sei em que altura da comissão foi decidida a sua criação. Era um pelotão com a missão de ir efetuar os golpes de mão e ao assalto a posições mais fortificadas para abrir as hostilidades e facilitar a nossa missão.

Era constituído por um grupo de voluntários que desfalcaram as secções no seu desempenho, mas facilitavam o assalto final, depois de terem feito o trabalho mais sujo. O seu comandante era o furriel Leite, açoriano de São Miguel que conheci ainda em Tomar. Na sua ausência, quer por férias ou outros motivos, cabia a mim e ao Bastos o seu comando.

Fizemos muitas emboscadas em locais inimagináveis, mas fizeram muitas mais, sempre com grande "ronco",captura de armas e inimigos, nos sítios mais improváveis. Tinham a seu favor o reduzido número e atuavam como um grupo de comandos.

Tal foi a sua notoriedade que no final da comissão, o Leite foi proposto para uma condecoração e foi-lhe atribuída uma CRUZ de GUERRA que veio a receber, garbosamente, no dia da raça de 1970.

Está doente. Tem passado algo mal. Força, camarada. Os Brutos estão contigo

O Leite já partiu para a sua última missão. Adeus, amigo







domingo, 24 de março de 2024

Hoje é Domingos de Ramos - 24 de Março de 2024

 Hoje é Domingo de Ramos.

Bom Domingo para todos, principalmente para os nossos doentes, familiares, amigos, companheiros e visitantes.
Que todos consigam as melhoras tao ansiadas.
São os nossos votos.
E para todos os outros que felizmente estão bem, que assim continuem.
Para todos as nossas saudações Pascais.
Leandro Guedes



sábado, 23 de março de 2024

O 33º. almoço anual do BART 1914, será este ano em Santa Marta de Portuzelo

 Daniel Silva Pinto

Rua das Pontes N.o 341

4990-610 Fontão

Ponte de Lima

Contacto 963 431 481

10/03/2024

33.º Almoço

Preparem as vontades para, no próximo dia 15 de junho, um sábado, apontarem o caminho para Santa

Marta de Portuzelo, Viana do Castelo, onde o nosso encontro se irá efetuar.

A concentração será no local do almoço, no Vianinha Catering, a partir das 11:30, sendo o

almoço às 13:00 (ementa no verso).

O preço é de 37,00€ por pessoa, crianças até aos 3 anos não pagam e crianças dos 4 aos

10 anos pagam 18,50€.

Conto com as vossas inscrições até ao dia 8 de junho através do 963 431 481 para

confirmar no restaurante.

Fico a aguardar as vossas notícias e aproveito para enviar um forte abraço.

Daniel Silva Pinto+

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EMENTA:

Aperitivos: caprichos, rissóis, presunto caseiro, chouriço caseiro, etc.

Creme de Legumes

Bacalhau à Vianinha

Sobremesa: leite-creme, arroz-doce, mousses, fruta laminada, bolo do batalhão

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Dicas para chegar ao restaurante:

• Para quem se deslocar pela A28 no sentido Porto-Viana do Castelo:

Utilizar a saída n.o 23 para a estrada nacional 202 e seguir em direção a Ponte de Lima.

Seguir na EN 202 até encontrar o cruzeiro de Santa Marta de Portuzelo (após o Pingo

Doce) e virar na primeira à direita.

Prosseguir por cerca de 900 metros até ao Vianinha Catering, Rua Embarcadouro do

Pinheiro, N.o 41.

-

• Para quem se deslocar pela A3 e sair para a A27 em direção a Viana do

Castelo:

Utilizar a saída n.o 1 (Nogueira, N202, S.ta Marta de Portuzelo) e seguir em direção a Viana

do Castelo

Seguir na EN 202 até encontrar o restaurante Camelo e virar à esquerda na direção centro

de Formação Profissional, Junta de Freguesia, Grupo Folclórico.

Prosseguir por cerca de 900 metros até ao Vianinha Catering, Rua Embarcadouro do Pinheiro, N.o 41.

-

• Localização GPS

Santa Marta de Portuzelo – Viana do Castelo

Rua Embarcadouro do Pinheiro, N.o 41

41.702666, -8.772984



sexta-feira, 22 de março de 2024

Cursos de Enófilo - Liga dos Combatentes e Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto

 Damos nota duma interessante iniciativa da Liga dos Combatentes e do Instituo dos Vinhos do Douro e do Porto, Curso de Enófilo, destinado a sócios da Liga e seus familiares.

Se algum dos nossos amigos e companheiros estiver interessado num futuro curso de Enófilo (já houve dois), deve-se dirigir ao Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes para se informar e aproveita para visitar o lindíssimo edifício onde a mesma está instalada.:

 Rua Formosa 131, 4000-041 Porto.

tlf. 22 200 61 01

http://www.ligacombatentes.org.pt



Jovens e Veteranos

 Publicamos o artigo da autoria do Senhor General Chito Rodrigues, JOVENS E VETERANOS, com a devida vénia ao seu autor e à Revista da Liga dos Combatentes.

Este texto é acompanhado dum interessante poema que relata o calvário dos Combatentes.



quinta-feira, 21 de março de 2024

António Cavaleio festeja hoje mais um aniversário

 O nosso companheiro ANTÓNIO CAVALEIRO festeja hoje mais um aniversário.

 Os nossos parabéns amigo, que passes um dia muito feliz, junto da tua família e amigos.

Um grande abraço.

Leandro Guedes.






quarta-feira, 20 de março de 2024

RECORDANDO - HÁ QUATRO ANOS - em pleno confinamento do Covid!!!

 RECORDANDO - HÁ QUATRO ANOS - em pleno confinamento do Covid!!!

LÊDE e RELEMBRAI...

A TODOS abraço, com total amizade.

(LMD, 20.03.24)

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HOJE - 20.03.20

Início da equinocial estação da Primavera.

Entre outros, é Dia da POESIA.

Lembro, em 1999, a jornada ‘’A Poesia está na Rua!’’ (alguns saberão a que me refiro).

Assim, aqui me tendes, Amigas/os a vo-la propor!

Beijos e abraços, como costumo vo-los dar.

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VOLUNTARIAMENTE ENCLAUSURADO

O dia em que a Prima me-nos veio visitar

Alegre deveria ser, contudo, e a destoar,

Enfarruscado, tristonho, chuvoso foi e frio.

Distinta, veio de longe a saudar: era a Vera!

-

Esta minha Prima, de quem mui gosto e amo,

A Primavera – pois então – entrou sem reclamo,

Sem parangonas nos periódicos, nem lustrada.

Simples, modesta na aparição, mas engraçada.

-

A etérea sua beleza se configura com o mundo

De modo tal lúcilo, virente, gerador e profundo,

Que se escapa à mente a sua Vera designação

Pela graciosidade, alegria, frescor em transição.

-

Oh, eu? Voluntariamente enclausurado estou.

Não por receio, não! Nem suscepto de maleita,

Que abispado sou, do corrente vírus me abrigo.

Foi mui pensada, quiçá antecipada, a decisão.

-

De curso sinuoso, com picos e baixos avulsos,

A corrente brava se nota que nos por aí roda.

Por ela só, sem temer, fechado me vejo agora

De voluntária, mas mental, operosa reclusão.

-


Nela me sinto, direi ao tempo, bem e mal.

Contraditório, oposição de termos, não tal.

É que cá por dentro tudo gira, corre e volta

Sem quaisquer menções, reparos de monta.

-

E mal, porque coarctado, curto, no defeito

Da acção, do vício do passeio, de sair a eito

Por aí, sem tino nem destino, em caminhada

Ou corrida de velha mas útil bicicleta amada.

-

Confinado, longe de puros espantos, assomos

A entreabertas ou prenhes matas ou clareiras,

Sem mui quem lá passe, plenas de vida, chilreio

Colorido, destacado, em ritmos de puro enleio…

Tanto assim que tal me sinto deveras normal,

Sem em mim perscrutar sintomas, por sinal

Viroso, catafáltico, seja outro que fôr a meio,

Se respiro tranquilo o ar denso num passeio!

-

Voltando à real, crua verdade de tempo assim,

Aqui trancado estou, paredes nuas, só e vivo.

Seria mau, se abaixo por pouco me fosse, sim!

Todavia confiante, calmo, à espreita no postigo.

-

Além, donde espreito, me dou conta num lobrigo

Da parca gente que se afoita, anda por ser preciso,

Sem descurar conselhos de quem sabe e é amigo.

Eis tudo, então: recluído, não diminuto, cá me fico!

LMD, 20.3.20.

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Hoje festeja o seu aniversário o MANUEL MOREIRA FAZENDEIRO, clarim

 Hoje festeja o seu aniversário o MANUEL MOREIRA FAZENDEIRO, clarim, morador no Barreiro

Os nossos parabéns companheiro, que contes mutos com saúde, junto dos amigos e familiares.

Quer passes um excelente dia.

Um forte abraço.

Leandro Guedes




domingo, 17 de março de 2024

Parabéns Raul Soares

 O nosso companheiro Raul Soares, furriel da CART 1743, completa hoje mais um aniversário.

Muitos parabéns companheiro, que contes muitos mais com saúde junto dos teus familiares e amigos.

Um forte abraço.

Leandro Guedes.





sábado, 9 de março de 2024

A Fuga - Alferes António Júlio Rosa e Major Lobato

 

A FUGA


Há coisas que não podemos deixar cair em saco rôto, para que os vindouros saibam o que foi a guerra do Ultramar, principalmente os factos que nos foram mais próximos.

Relembro aqui dois excertos do livro MEMÓRIAS DE UM PRISIONEIRO DE GUERRA (pag. 109), da autoria do saudoso Alferes António Júlio Rosa, da CART 1743, em que ele relata (edição de 2003), uma tentativa de Fuga de alguns companheiros de infortúnio entre eles o major piloto aviador António Lobato, recentemente falecido, dos calabouços da Guiné Conakry em 1969, um ano e um mês depois do desastre de Bissássema.

“Na tarde do dia 3 de março de 1969, estava bastante nervoso. Havia o receio de que alguma coisa corresse mal e que o plano falhasse. No caso de isso acontecer, tudo se complicaria e todos deixariam de confiar em nós. De qualquer modo, era meu dever arriscar. E foi isso que fiz. Se fosse hoje, a minha decisão seria idêntica àquela.

Às dezoito horas eu e o Vaz estávamos preparados!... Tínhamos a chave e o elo. O Lobato ocupou a posição estratégica, no corredor da cela dos “intelectuais”. O Vaz subiu para o depósito sem problemas!... A seguir era a minha vez!... Olhei para o meu companheiro!... Tudo estava normal!... Em poucos segundos também eu estava no interior do depósito. A nossa sorte estava lançada!...

Teríamos de esperar cerca de quarenta e cinco minutos pelo nosso camarada Lobato. Quando subi, tive tempo de observar o exterior da prisão.Havia poucas casas, algumas árvores e não vi ninguém nas redondezas.

Aquele espaço de tempo pareceu-nos uma eternidade!... Por fim, ouviu-se um leve ruído nas colunas, e logo de seguida, surgiu a cabeça do Lobato, que, rapidamente saltou para dentro do depósito, onde ficámos os três, sentados no fundo do nosso esconderijo. Ninguém se apercebera do desenrolar da primeira acção. Estava tudo a correr bem!...

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O Lobato disse-nos então que não tinha comido e que despejara o arroz do jantar num balde. Dizia ele que os nervos eram tantos que até tinha perdido o apetite!... Por fim a porta foi fechada no momento em que a noite começava a cair.

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Embrenhamo-nos no mato e (passados alguns dias), e decorridos dois quilómetros, a vegetação fez-nos regressar à estrada. Não fizemos mais de cem metros quando, de um lado e do outro da mata, se acenderam lanternas eléctricas. Fiquei sem ver, com tamanho luzeiro e, nos segundos imediatos, senti-me agarrado… Um fio metálico aflorou à minha garganta… era uma catana encostada ao meu pescoço!... Os meus companheiros também estavam imobilizados. Tínhamos sido capturados!...

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A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL… A LIBERDADE!... (pag. 149)

 (Após a libertação a 21 de Novembro de 1970) Caminhámos durante quinhentos metros, até que chegámos à praia!... No areal só restavam dois barcos de borracha!... Os outros já tinham partido!... O comandante do grupo de assalto comunicava com o rádio. Ouvi o que ele disse: Libertámo-los todos!... Missão cumprida!...” 


Major Piloto Aviador António Lobato, já falecido

Alf. António Julio Rosa, já falecido

Grupo de Prisioneiros após a libertação

O Contino