quinta-feira, 18 de abril de 2024

Luis Manuel Dias, mais um poema

 Hoje, soneto, inspirado no teor de recente leitura.

Triste e belo conto de Fialho de Almeida, em ‘’O País das Uvas‘’!

Lêde. Apreciai. E disso me dai nota, Amigos meus!

Abraço-vos, com total amizade.

À leitura, pois:

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FINOU-SE, O FILHO ESPERADO!

Quando e se a pretensão de o ser

Maior é do que a certeza, a razão,

Aí há não que lhe avenha, que sofrer

O que seja, senão por dor e aflição.

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Assim posto, corre a dita desinfeliz

Nas curvas da amargura, como o diz!

Contudo crê! Anda mais, por amor e afeição,

O filho espera, não chora, só, cosida ao chão.

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O coitado não vem. Sem resposta nem agravo.

Ah, filho meu, mal-parido, desencantado,

Pudera dar-te a vida eu, como era desejado!

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Fica-se assim, na mesmice, numa espera vã,

Aquela pobre, triste triste, de mantilha de lã!

O filho, esse, finou-se – dizem – não chega cá!

LMD, 16.04.24.

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