sábado, 11 de fevereiro de 2023

O Poema do Luis Manuel Dias, a celebrar a amizade.

 O Poema do Luis Manuel Dias.



"AOS AMIGOS

(Camaradas do BART, Companhias, Pelotões, Secções e Serviços Associados)

Amigos

Que deveras prezo, atendei vos peço.

São uns poucos minutos,

A ler-vos esta homenagem, em verso:

Aos Camaradas da árdua, espinhosa saga,

Companheiros nas esforçadas lides africanas,

Onde ali nos vimos em palpos de aranha,

Frequentemente enrascados, senão enganados…

Aos que no mato caminhamos,

Por bolanhas ou perigosas veredas da selva,

Desterrados fomos no verde e rubro chão da Guiné…

Aos que por bem, afoitos, prestáveis, os primeiros foram,

E aos que demais ajudaram, os socorreram…

A TODOS saúdo, aqui Vos dou as boas-vindas.

.

Aos Camaradas que, pela morte, se foram…

- À memória deles rezo!... – (silêncio, recordação…)

E por nós, nas preces minhas requeiro

Ao Nume Supremo nosso, ao Ser Divino e Puro,

Nos dê, na hora última, suave e breve termo!

E nos livre do inferno – que é esta vida de agora!...

É que a nós, sem remédio, nos bastou já o de outrora!

Da vida, as idas e voltas, numa bolina, de ar fero,

Sempre a sentimos, às costas…

À megera, má, insofrida!

.

À chuva, em desabadas, vivemos.

Com ventos, brutais trovoadas luminescentes,

Ou sob um Sol, tórrido, inclemente,

Numa mescla de húmido e quente,

Que molhados fazia sempre estarmos,

Suportamos o que nem era de gente!

.

A “estância” lá, mau grado tão grande mal,

Um pretexto serviu e bem: TODOS, CADA QUAL,

Fizemos crescer em nós a bela flor matinal,

Em cada dia, na selva, na lama ou na picada!

A luzidia flor da AMIZADE, entre toda a rapaziada,

Pela qual, ano após ano, inda juntos comemoramos!

.

Tanto foi, o suor em sangue feito…

Preito é lembrar! E vem hoje a preceito…

O mór deixámos, na Guiné!

Que nos sirva de memento!

.

Seja, o que ora enfrento,

De bela, sentida, grata recordação,

Que sadio convívio, festivo almoço, a jeito.

Confabulamos, trocamos mil impressões…

Viemos de vários espaços, para cá chegarmos.

Enfim, para reunidos estarmos.

.

Não que nos mirre o bocado

No prato, ou no bornal.

É que, na mente de todos,

Vibra um desejo final:

Amigos, Camaradas, se assim aqui estamos,

Na Titenha terra deixamos Amigos Veros, por sinal.

Gente boa, tantos, os africanos.

Disso sei. Tenho noção.

Connosco p’ra valer ficaram

E bem, no coração!

Luis Manuel Dias  "


Sem comentários:

Enviar um comentário

-