domingo, 8 de agosto de 2021

O Toar do silêncio ...


Luis Manuel Dias

Nem de propósito, ó LG - Bart Tite - Guiné! Tenho um poema em parte baseado nesta magnífica e saudosa canção! Vou tentar transpô-lo, aqui: ---------------------------------------- 

O TOAR DO SILÊNCIO

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Será de mim, talvez, espúrio artista,

Que no profundo ar longe do grito frentista

Me acomodo plácido, inerme, insolúvel, ao silêncio

Que em derredor se esparrama e verte, tal cilício

Vergastado com fúria pura, em ares de esperança ida,

Toado pela enormidade aflitiva do cogitado Universo

Que em mim faz figas, toleirão, e prossegue adverso?

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O Som do Silêncio!

‘’The Sound of Silence’’!

Quem dele recorda o som, escassos 50 anos volvidos,

E do quanto dele, entoada a cantiga a pulmões plenos, sinto

Que, mais do que nunca HOJE faz sentido?

O teor da canção derramada em brilhos

Com vozes jovens – de fervorosos e ingénuos?!

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O Silêncio… sonoro e quente!

Intimista, interior silêncio, contra vãos ruídos,

Contra o aflitivo tropel deste mundo em gritos…

Eis a contra-corrente imperiosa, reflexiva, taciturna,

Porque calada - enquanto por aí se vozeia - em ditos

De ideais dantes vivos, hoje mortos-vivos-novos.

A voz interiorizadora da acção geradora, posto que muda!

Ah, quanto falta faz a implícita placidez soturna,

O inteligente poder da calma do Silêncio!

LMD, 28.07.21


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