terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Cantiga de Amigo

 ''CANTIGA DE AMIGO'' - ao modo trovadoresco, dos tempos de Dom Dinis, Rei insigne de Portugal!

Há dias que peno com o frio atroz, que em mim me reduz a mobilidade e a agilidade das mãos. Logo me constrange na comunicação escrita! Hoje, contudo, decidi abrir a página e lá deixar, inspirado no medieval modo de poetar, dos tempos em que reinava Dom Dinis, o Poeta e Lavrador - de quem temos saborosas Cantigas de Amigo, de Amor e de Escárnio e Maldizer! Fico-me por um arremedo do primeiro modelo, que espero leiais e dele me digais o que vos aprouver, considerando o acima exposto.

Fraterno, forte abraço a todos vós - Amigos e Camaradas!

Cuidai-vos, permanecendo abrigados em casa!

À leitura, então:

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CANTIGA DE AMIGO

(à moda de Dom Dinis, dos trovadores medievos)

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Quem me dera uns versos, um poema ou cante…

Levado me foi tudo, arrasado, delido adiante

E amparo algum de Camões, de Dinis ou Dante!

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O  meu amigo estremecido está longe

E a lonjura dele, daqui, é bastante.

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Terei sequer som alto, eco, um grito, que mais?

Sono há: à volta se calou o mundo, parvo ante meus ais.

E não houve de Camões apoio, ou de Dinis ou Dante!

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O meu amigo querido, esse, está longe

E a tristeza, do longe dele, é bastante!

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Quisera asas lograr, ave ser, voar o bastante

Para ao encontro  teu, amigo, ir avante.

Falta-me, oh Deus, energia, o saber concomitante.

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O meu amigo bem-querido está longe,

Medeia-nos, para mal nosso, o quão é distante…

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LMD, 19.01.21.

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