sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Pedro Soldado

Do Zé Justo (M.Alegre)

PEDRO SOLDADO.

Já lá vai Pedro Soldado

Num barco da nossa armada

E leva o nome bordado

Num saco cheio de nada.

Triste vai Pedro Soldado.

Branda rola não faz ninho

Nas agulhas do pinheiro

Não é Pedro marinheiro

Nem no mar é seu caminho.

Nem anda a branca gaivota

Pescando peixes em terra

Nem é de Pedro essa rota

Dos barcos que vão à guerra.

Nem anda Pedro pescando

Nem ao mar ditou a rede

No mar não anda lavrando

Soldado a mão se despede

Do campo que se faz verde

Onde não anda ceifando

Pedro no mar navegando.

Onde não anda ceifando

Já o campo de faz verde

E em cada hora se perde

cada hora que demora

Pedro no mar navegando.

E já Setembro é chegado

Já o Verão vai passando.

Não é Pedro pescador

Nem no mar vindimador

Nem soldado vindimando

Verde vinha vindimada.

Triste vai Pedro Soldado.

E leva o nome bordado

Num saco cheio de nada.

Soldado número tal

Só a morte é que foi dele.

Jaz morto.

Ponto final

O nome morreu com ele.

Deixou um saco bordado

E era Pedro Soldado.

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