sábado, 14 de novembro de 2020

A MISÉRIA DOS DIAS...

 A MISÉRIA DOS DIAS

Este o tema proposto a vós, Camaradas e Amigos meus.

Sem mais preâmbulo, abraços saudosos dos reais - ''um dia...'', me dizem! -.

Parti, pois, à leitura das linhas versificadas com que vos presenteio, no dia de São Martinho!

Bora lá:


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A MISÉRIA DOS DIAS

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Não sei se tenho algum dia garantido ou não no Éden lugar

Pois que a mim mesmo o imprescindível é ir avante, futurar

O que seja o porvir que, a cada qual, cresça ou vem a dar.

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Nestes termos e posto que avançando vamos e cremos

Nos dias que correm seja bom, real e prático ao menos

E nas condicionantes do ser e devir valha bem o labutar.

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Será que é complexo, duro de ouvir, difícil de mastigar?

Será que os dias correntes têm um sentido, um lugar?

Que nos dêem e mal, alegria, paz, saúde, prazer salutar?

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Pois então aí tendes, amigos meus, muito queridas meninas,

O que saiu desta mente em ebulição constante, em neblinas,

Sim, que as há, quando olho para esta pagela branca, virgem,

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À espera de um como tantos que com tintas, letras, a tingem

De mil fantasmagorias negro-rubras e irisdicentes tonalidades,

Senão mesmo, com brandura de tons pastéis, em futilidades!

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Mas, ao que vim, amigos meus, nesta compita, aqui proclamar?

Sim, foi isso. A desdita dos dias que vogam, em mansa deglutição,

De seres-entes determinados, costumeiros, algo desajeitados,

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Frente ao universo das pré-estabelecidas loucuras, desventuras

E doutras mais que muitas ingratas tontices, vulgarmente aceites,

Mau grado querelas, desforços, guerras de manjerona e azeites! 

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Aí está porque assim titulei versos pouco dados, de mansinho,

Concretos como punhos, se atentarmos o que corre de grunhos

Anafados e crentes: pudera não, para eles nada mal vai na mente!

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A pandemia viaja, célere, convicta, em mui grande malandragem,

A par com outras conezias, vidas fáceis, sem horizonte, ou viagem

Conhecida ou tida como futuro, e dê azo a lúcido pensamento.

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Queirais vós, no instante, travessura, alegria intensa, breve, fútil,

Sossegardes por minutos, sentardes, parardes de um caminhar útil,

E reflectindo, sem máguas, para dentro olhardes, neste intento?

LMD, 11.11.20.

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