"Caros colegas e ex-combatentes da Guiné-Bissau!
Há uns dias estava numa conversa de café com dois amigos, um
de 45 anos e outro de 60. Eles foram “tropas”. Um de seis meses e outro um
pouco mais mas, não fizeram comissão nenhuma em lado nenhum nem nunca estiveram
em situações de fogo real como foi a maioria da rapaziada de 1961 a 1974, visto
que no tempo deles a guerra tinha acabado. A determinado momento falou-se do
tipo do nosso fardamento e do armamento que usávamos. O mais novo dizia que se
fosse hoje, iriamos vestidos como os “marines” americanos com coletes á prova
de bala, capacete em vez co “quico” etc… Eu falei que o tipo de missão do
Iraque é uma guerra diferente da de guerrilha feita no mato do esconde e foge
como era a quer fazíamos na Guiné. E portanto eu não estava a ver nos dias de
hoje, mesmo se essa guerra existisse, haver militares vestidos assim como eles,
debaixo daquele calor e humidade, ou em tempo das chuvas com lama por todo o
lado e a fazer patrulhas e ter de atravessar a bolanhas. O mais certo era haver
insulações devido ao peso do material de armas e munições que teríamos de
transportar ao ombro e certo seria afogamentos nessas bolanhas, visto na época
e se calhar ainda hoje haver a ausência de pondes e estradas. No Iraque eles
viajam de carros de combate, o campo é aberto, e se vão passar revista casa a
casa, antes os aviões fizeram os ataques para limpar. E neste cenário o inimigo
está identificado pela posição que ocupa, ao contrário do mato. Então aqui sim
o equipamento deles é acertado. Bom no fim, perdi eu… esta “juventude”
desconhece totalmente a diferença entre uma guerra de mato e uma a céu aberto.
Penso eu ou, estarei errado? Digam de vossa justiça, comentem….
José da Costa"
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