Ainda me lembro de, na minha infância, ir com o meu Pai, no
domingo de Ramos, anterior ao Domingo de Páscoa, levar o ramo à minha madrinha, D. Gracinda, que
morava lá para os lados da quinta de Serralves, que anos mais tarde haveria de dar lugar ao Museu do mesmo nome.
Era uma prática bonita, saudável, de respeito mas que com o
passar dos tempos se foi perdendo.
No domingo de Ramos, os ramos eram benzidos e o cheiro de incenso
nas Igrejas, dava ao ritual um ar de purificação para aquelas crianças, que
andavam na catequese e aprendiam os primeiros passos da boa educação, civil e religiosa, em função
dos critérios e alinhamentos dos seus pais, embora não praticantes.
É certo que havia aqui algum interesse infantil, não ingénuo, pelo
retorno duma prendinha acompanhada dumas amêndoas coloridas, de chocolate ou de
licor. Uma delicia que deixava a criançada de água na boca e sem dormir na
noite anterior.
Tenho saudades desse tempo.
Na época a que se refere, o período pascal era, sem dúvida alguma, vivido de uma forma bem diferente da que é nos dias de hoje....
ResponderEliminarApesar de tudo e de muitas das tradições já se terem perdido, as procissões, sobretudo a dos Ramos e do Senhor morto, continuam ainda a realizar-se em muitas vilas e cidades de Portugal e continuam a ser participadas e assistidas por largas centenas de fiéis.
Como exemplo disso, posso referir a procissão do "Senhor morto" que se realiza na noite de sexta-feira Santa, em Faro. Apesar de ser suspeita, tenho de acrescentar que é uma das mais bonitas que já vi...!!!