AS BATALHAS DE BISSÁSSEMA 4/5 (continuação)
Finalmente, os reabastecimentos
começaram a aparecer em Bissássema todos os dias, mas deficientemente. Por
vezes a quantidade era pouca. Os apetrechos foram surgindo a “conta-gotas” e a
situação alimentar foi melhorando. Grave, continuava a ser o problema da água,
a pouca existente, à falta de panelas, aproveitavam-se as partes metálicas dos cunhetes
dos cartuchos 7,62 mm. As diarreias eram gerais, continuando as tropas sem
médico e sem medicamentos.Os trabalhos de organização do terreno continuavam no
perímetro, considerado ainda muito grande, com abrigos distantes entre si de
150/200 metros. A criação de campos de tiro eficazes, só era possível arrasando
algumas moranças, acção que o comandante do Batalhão proibiu determinantemente.
Acrescia às dificuldades a falta de luz, de rede radiotelefónica e de arame
farpado. A ligação entre as Companhias operacionais era feita por estafetas.O
IN não desiste de ocupar a posição em Bissássema e por volta das 01,00 horas
ataca novamente em força servindo-se de canhões sem recuo, lança granadas
foguete, morteiros 82 mm e de 60 mm, metralhadoras pesadas e ligeiras. As NT
respondiam ao fogo com energia e serenidade heróica. Com o escassear das
munições, a ordem era para atirar a alvos definidos. Para defesa das NT muito
contribuiu o tiro certeiro do Morteiro 81mm dirigido pelo comandante de uma
Companhia operacional. Na refrega o IN havia rompido, por rebentamento por uma
granada do lança foguetes, um posto de defesa das NT que ferindo todos os
ocupantes, rastejando, o abandonam. Um outro foi abandonado por falta de
munições. Postos posteriormente recuperados dada a bravura de meia dúzia de
homens que, debaixo de fogo, repulsam o IN e conseguem, ainda, recuperar 2
espingardas G-3 que o inimigo levava.Em determinada altura incendiaram-se
algumas moranças, iluminando a área pelas labaredas, o que permitiu às NT ajustar
o tiro. Ao cabo de quase uma hora de rijo combate, a luta cessou. Na batida nas
áreas da mais intensa luta, foram encontrados no terreno 18 cadáveres IN,
vestígios de muitos mais mortos e feridos e bastante material bélico deixados
para trás. As NT tiveram alguns feridos evacuados ao nascer do sol. O dia 9 de
Fevereiro de 1968 não teve mais nada a assinalar a não ser o remuniciamento que
chegou pelas 21,00 para eventuais novos ataques.
Continua
Pica Sinos
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