Ó noite, porque hás-de vir sempre
molhada!
Porque não vens de olhos enxutos
E não
despes as mãos
De mágoas e de lutos...
Ó noite eterna e velada
Senhora da
tristeza, sê alegria!
Vem de outra maneira ou vai-te embora,
E
deixa romper o dia
A frase em titulo não é minha, nem tão pouco sei o nome do seu
autor, a quem rendo respeito e homenagem, mas vem a propósito de uma notícia
que li num jornal diário (JN) onde anunciava que:“Cerca de 200 ex-combatentes
vivem na rua a travar todos os dias a sua derradeira batalha: a da
sobrevivência”.Não é demais referir que um sem-abrigo é visto em Portugal, como
uma pessoa que não possui moradia fixa, sendo a sua residência, na sua maior
parte, os locais públicos de uma qualquer cidade. Anuncia a Lusa (HN) que,
………estima-se que a população sem-abrigo em Lisboa é constituída
maioritariamente por homens alcoólicos, com idades entre os 35 e 44 anos,
aqueles que têm uma idade superior representam 21%.......... Mas AMI vai mais
longe, considera também população sem-abrigo as pessoas que vivem em
alojamentos de emergência, em habitação sem arrendamento e de ocupação ilegal,
em alojamento indigno dando como exemplo as barracas, etc. Desde 1999 já foram
atendidas mais de 5.000 pessoas em situação de sem-abrigo. Num estudo publicado
na NET, menciona que dos mais 700 novos casos em 2006 a quem deram assistência
32% dormiam na rua, em albergues 22% e em barracas 6% e a tendência era para
aumentar. Refere ainda que esta população, teve como recurso económico mais
frequente a mendicidade, seguindo-se os apoios/subsídios institucionais (22%),
de amigos e de familiares (13%), o Rendimento Social de Inserção abrange 10%.
Sendo: desempregada 89%, com formação profissional 28%, com familiares vivos
92%, mas apenas 37% se relaciona com eles, não têm médico de família 39%, 7%
tem HIV, 28% consome substâncias activas e 43% têm filhos. Quanto à evolução do
sexo feminino, o estudo verificou um aumento num espaço de 7 anos de 13% para
31%. As causas desta degradação humana decerto são muitas mais e variadas que
urge rectificar com acções que visem a solução deste problema de exclusão
social que passam, entre outros, do acesso a uma habitação digna, à inserção
profissional, à formação, a programas ocupacionais e à resolução dos problemas
de saúde. A Pátria não pode esquecer-se dos seus homens!
Raul Pica Sinos
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