sexta-feira, 6 de junho de 2008

Carta ao Serafim...


Casino do Estoril

Carta ao Serafim...do “Incendiário do Casino”

Meu caro amigo, gostei bastante de ver nas fotos do almoço 2008, o ar bastante jovem e um pouquinho mais “largo” que nos idos tempos de Guiné.

Folgo saber que a grande maioria dos antigos companheiros de armas e hoje amigos, estão com um looking de invejar.

Chamou-me a atenção os vossos anos de trabalho e as referências ao Casino do Estoril, tanto do Serafim como do saudoso “Porto”.

Tenho três histórias sobre o Casino, e aqui vai a primeira:

Será que o Serafim se recorda deste episódio, que embora tenha ocorrido nos aos 70 e poucos, pelas suas repercussões, é provável que ele tenha registado.

Tinha à época o Casino, bastantes montras do tipo fechado e eu decorava duas para a firma J.Paulo.
Uma delas ficava do lado esquerdo de quem entrava para a antiga zona dos jogos de mesa - conheci o enorme salão de jogos principal...mas durante o dia, pois ao tempo, ainda não tinha nem idade nem “cabedais” para ser habitué de tais ambientes.

Ora tinha que decorar uma delas com puxadores e acessórios para portas em porcelanas e latões de bastante requinte.
Fiz uns blocos enormes em esferovite, coloridos e dourados, e para realçar enchi-os de lâmpadas também nos tons da pintura.
O único ponto de luz extra a iluminação da montra, era uma banalíssima tomada de parede, e feita a ligação em série das luzes, tudo ficou muito lindo.

Estive práticamente um dia inteiro no Casino, e na realidade a montra ficou bastante sujestiva.
Se nessa época o Serafim ou o “Porto” já lá estariam, é muito provável que nos tivesse-mos cruzado !!.
No dia seguinte recebo a noticia que A “MINHA” MONTRA TINHA ARDIDO TOTALMENTE !!
Fiquei para cair...dirigimo-nos de imediato para o Casino, eu e o gerente da firma, e o espectáculo era assustador.
Quase não se percebia que aquele buracão todo negro, tinha sido uma montra repleta de bonitos acessórios.

Resumindo...como a montra era totalmente fechada, e não tinha nenhuma saída de ar, o calor concentrado das cerca de 20 lâmpadas coloridas, começou a derreter a esferovite, e pegou ao forro de papel-veludo.

Não posso deixar de referir, que o responsável pela parte das montras e exposições de pintura temporárias do Casino foi impecável, assumindo os prejuizos, mas claro o material estragado...kaput !!
Foram também bastante eficientes ao debelar rapidamente o sinistro, embora com todos aqueles materiais inflamáveis pouco houvesse a fazer.

Amigo Serafim, será que já lá estarias neste tempo 73/74 ?? e se sim, recordas este episódio ?
As outras duas histórias, narrarei em breve.
Um grande abraço
Zé Justo

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